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Apostila 001 - Lindb - Patricia Dreyer

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Professora Patricia Dreyer 
Direito Civil 
Teoria 
 
 
1 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro – Decreto-Lei n.º 4.657, de 1942 
 
- normas sobre normas - sobredireito; 
- disciplina as próprias normas jurídicas; 
- aplicação e entendimento no tempo e no espaço; 
- fontes, vigência, eficácia e integração das leis; 
- atinge o Direito Público e o Direito Privado; 
- não faz parte do Código Civil, é autônoma e independente; 
- continua em vigor; 
- a LINDB deve ser conjugada com a LC 95/98 (lei sobre elaboração de leis) 
 
2.1. Vigência 
 
Iniciativa → Discussão → Votação→ Veto/Sanção (ato do Chefe do Executivo de concordância com a lei) → 
Promulgação (ato do Chefe que ordena a publicação - existência) → Publicação (vigência - validade) → Eficácia 
(força obrigatória) 
 
A partir do momento em que é obrigatória, ninguém pode alegar seu desconhecimento – princípio da 
obrigatoriedade das leis. 
Art. 3º LICC - Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece. 
 
Art. 1º LICC – Salvo disposição contrária, a lei começa a vigora em todo o País 45 (quarenta e cinco) dias depois de 
oficialmente publicada. 
§1º - Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 (três) meses depois 
de oficialmente publicada. 
 
* Contagem: incluído o dia da publicação, bem como o último dia, que já será o primeiro dia de vigência. art. 8º da 
LC 95/98 
 
 
Professora Patricia Dreyer 
Direito Civil 
Teoria 
 
 
2 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
* Correção: 
a) Durante a vacatio legis: a lei deve ser novamente publicada com a correção e o prazo será novamente contado - 
art. 1º, §3º, LICC; 
b) Encerrada a vacatio legis: a correção só é possível mediante lei nova art. 1º, §4º, LICC. 
2.2. Continuidade das Leis art. 2º LICC 
A lei tem eficácia contínua, até que outra a revogue. 
Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou a revogue. 
§1º. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou 
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei 
anterior. 
Revogação: 
 • Expressa – ex: art. 2045 CC/02 
 • Tácita 
 Inteiramente incompatível – Ex: Revogam-se todas as disposições em contrário 
 Regula inteiramente a matéria 
 • Auto-revogação 
 Leis temporárias (ex: CPMF); 
 Excepcionais (ex: guerra). 
Ab-rogação: revogação total 
Derrogação: revogação parcial 
Conflitos: art. 2º, §2º, LICC 
 • Hierárquico – a lei de hierarquia superior é a que deve ser aplicada; 
 • Cronológico – a lei posterior afasta lei anterior; 
 • Especialidade – a lei especial afasta a aplicação de lei geral. 
Obs: lei nova que traga disposições gerais ou especiais não modifica, nem revoga a anterior. 
 Repristinação (restabelecimento da eficácia) ≠ Efeito repristinatório (controle concentrado de constitucionalidade) 
 
 
Professora Patricia Dreyer 
Direito Civil 
Teoria 
 
 
3 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
Art. 2º, §3º, LICC. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a 
vigência. 
 
Obs: a lei revogadora pode conferir ultratividade 
Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em 
vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada. 
Art. 2041. As disposições deste Código relativas à ordem da vocação hereditária (arts. 1.829 a 1.844) não se aplicam 
à sucessão aberta antes de sua vigência, prevalecendo o disposto na lei anterior (Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 
1916). 
 
2.3 Aplicação da Lei – Integração - Função Social – art. 5º LICC 
Se houver lacuna, o juiz não pode deixar de julgar. 
Art. 4º LICC. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, e os princípios 
gerais de Direito. 
- analogia: dispositivo semelhante; 
- costumes: hábitos da vida prática em que paira uma convicção de obrigatoriedade. É a prática reiterada e 
totalmente aceita. 
- princípios gerais: linha de raciocínio, visto que os princípios não estão necessariamente expressos no texto legal 
(ex: dar a cada um o que é seu; não lesar ninguém). Crítica: fala-se hoje em princípios constitucionais previstos na 
Carta Política; 
* equidade: escolha mais humana. Ex: alimentos Art. 15 da Lei n.º 5.478/68, verbas honorárias Art. 20 CPC, 
seguridade social Art. 194, p. único da CF – equidade na forma de custeio da seguridade. 
 
Aplicação imediata, mas retroage: 
- para beneficiar o réu; 
Art. 5º, XL, CF/88. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
- estado e capacidade das pessoas; 
- direitos de família não patrimoniais; 
- norma constitucional. 
2.4. Princípio da Segurança Jurídica 
 
 
Professora Patricia Dreyer 
Direito Civil 
Teoria 
 
 
4 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
art. 5º, XXXVI, CF/88 – proibição de prejudicar o indivíduo, mas a lei pode retroagir para beneficiar o réu e para 
conceder isenções tributárias. 
Art. 6º LICC. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a 
coisa julgada. 
 Ato jurídico perfeito 
 Já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou (art. 6º, §1º, da LICC). Estando inteiro no 
passado, não pode ser alterado por lei nova. 
 É o que se aperfeiçoou, reunindo todos os elementos necessários à sua formação. Tal garantia protege os 
pactos particulares firmado ante a edição de legislação posterior. 
 Direito adquirido 
 O art. 6º, §2º, da LICC conceitua direito adquirido como aquele que já se incorporou definitivamente ao 
patrimônio de seu titular, podendo ser exercido ou exigido por este. 
 Algumas normas atribuem direitos aos indivíduos, desde que condicionados a certos requisitos (ex: idade 
mínima para aposentadoria e tempo de contribuição). Quando tais requisitos são atingidos, a hipótese subsume-se e 
o indivíduo passa a deter a prerrogativa de exercer o direito, pois o adquiriu. Assim, qualquer norma posterior que 
altere o direito adquirido será considerada inconstitucional. 
 
Obs: direito adquirido ≠ expectativa de direito. 
Obs2: não existe direito adquirido contra norma originária da CF, já contra emenda a melhor doutrina entende ser 
possível a arguição. 
Sistematização (Nelson Rosenvald) 
- contratos: lei do tempo da celebração; 
- qualificação dos direitos reais: lei nova. 
- casamento: lei do tempo da celebração; 
- regime de bens: lei do tempo da elaboração do pacto; 
- sucessão: lei do tempo da abertura; 
- testamento: lei do tempo da elaboração; 
 Coisa julgada 
 É a decisão judicial que já não caiba mais recurso (art. 6º, §3º, da LICC). 
 
 
Professora Patricia Dreyer 
Direito Civil 
Teoria 
 
 
5 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
 É a imutabilidade dos efeitos da sentença por estarem esgotados os recursos eventualmente existentes. 
Uma lei nova não pode desfazer ou anular sentença transitada em julgado. 
 
Obs: coisa julgada formal ≠ coisa julgada material. 
Obs 2: recurso ≠ coisa julgada administrativa. 
 
INTERPRETAÇÃO - Art. 5º,LICC. 
A clareza de um texto legal é coisa relativa. Uma mesma disposição pode ser clara em sua aplicação aos casos mais 
imediatos e pode ser duvidosa quando se aplica a outras relações. Maria Helena Diniz, volume 1, página, 62. 
Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma jurídica. Diniz, volume 1, página, 63 e Pablo, volume 1, página, 
68. 
 
Hermenêutica é a arte de interpretar. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO DA LEI. 
1. Quanto ao sujeito. 
a) Autêntica. É aquela feita pelo próprio elaborador da norma. 
- Contextual. No bojo da própria lei, há esclarecimentos e conceitos. Exemplo, CDC. 
- Posterior. Posteriormente à vigência da lei, faz-se nova lei que esclarece a anterior. 
b) Doutrinária. Feita pelos estudiosos do direito. 
c) Jurisprudencial. Feita pelos tribunais julgadores. Não tem força de lei. 
 
2. Quanto aos meios de interpretação. (técnicas) 
a) Gramatical ou literal. Busca-se o sentido das palavras contidas na lei, a partir das regras de lingüística. 
b) Lógica. É um somatório do meio gramatical com um certo subjetivismo, elaborando um raciocínio lógico, com o 
objetivo de descobrir o espírito da norma. 
- Sistemática. Interpretação do dispositivo legal juntamente com o conjunto de normas que regulamentam o 
assunto, inclusive os enunciados. Observando-se, por exemplo, a posição material do dispositivo na norma como 
um todo. Regras e exceções. 
- Histórica. Através do estudo da evolução dos institutos jurídicos no tempo torna-se mais fácil entender a 
verdadeira intenção da norma. 
- Sociológica. Busca o sentido de palavras ou expressões contidas na lei, sob o ângulo da visão social, pois é com 
esta finalidade que o direito deve ser aplicado. 
- Comparada. É a busca no direito estrangeiro de explicação para institutos nacionais. 
- Extrajurídica. Busca em outras ciências, o esclarecimento de palavras ou expressões contidas na lei. 
 
 
 
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Teoria 
 
 
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3. Quanto ao resultado. Em princípio, o que for para beneficiar, se amplia. O que for para prejudicar, se restringe. 
a) Declarativa. É aquela em que há identidade entre as palavras contidas na lei e a sua real vontade. Interpretação 
feita nos exatos termos da lei. 
b) Restritiva. É aquela em que se restringe o alcance das palavras da lei para atingir seu real sentido. 
c) Extensiva. É aquela em que se amplia o alcance das palavras da lei para atingir seu real sentido. 
 
2.5. Vigência e eficácia das leis no espaço - Territorialidade moderada (art. 7º, LICC) – a lei do país em que for 
domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os 
direitos de família 
- começo e fim da personalidade; 
- nome, capacidade, direitos de família. 
 
* Casamento no Brasil – impedimentos e formalidades segundo a lei brasileira; 
* Regime de Bens – 1º domicílio; 
* Divórcio – homologado pelo STJ; 
* Competência da autoridade brasileira – réu domiciliado no Brasil, obrigações a serem cumpridas no Brasil e bens 
imóveis; 
* Sucessões – lei brasileira se a lei pessoal do “de cujus” não for mais favorável ao cônjuge e aos filhos brasileiros 
(art. 5º, XXXI, da CF e art. 10, §1º, da LICC). 
 
Art. 17 LICC. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia 
no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
 
Obs: Não se cumpre sentença estrangeira sem “exequatur”. 
Obs2: Governos estrangeiros não podem adquirir bens imóveis ou desapropriáveis; mas tão somente os necessários 
à sede diplomática e para agentes consulares (art. 11, §§2º e 3º, da LICC).

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