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SISTEMA BRASILEIRO DE COMÉRCIO EXTERIOR E DEFESA COMERCIAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIA JURÍDICAS – CCJ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – DCJ STA-RITA
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
BIANCA ARAÚJO
BRUNA VLÁDIMA
DOMENICO PORTO
HIRLA FERNANDES
JÉSSICA SENA
MARIA MARLENE
MARINA LACERDA
VANESSA GOMES
SISTEMA BRASILEIRO DE COMÉRCIO EXTERIOR E DEFESA COMERCIAL
SANTA RITA - PB
2014
1. Sistema Brasileiro de comércio exterior e de defesa comercial
1.1. Introdução
	O aperfeiçoamento da infraestrutura do país para o consequente escoamento do produto nacional para exterior, assim como dos meios de proteção à indústria nacional em virtude da entrada de mercadorias importadas foram primordiais para o avanço no processo de industrialização do Brasil e a sua reinserção na Organização Mundial do Comércio. 
	Dessa forma, o que se busca é melhorar e auxiliar a indústria nacional para que esta seja qualitativamente e quantitativamente apta à competição com os demais países, além de protegê-la do avanço do mercado externo em face do interno. Fala-se aqui em um dos mais importantes instrumentos para manter a balança comercial brasileira saudável, a indústria nacional produtiva e a geração rentável de empregos. 
	Há previsão constitucional do Direito de Comércio Exterior no artigo 237 da Constituição Federal: 'Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.'
	Em se tratando do plano interno, a regulação do comércio exterior cabe aos Estados, e a inúmeros acordos quando se leva em consideração o plano internacional. No Brasil, esse tipo de atividade vem crescendo, sendo o agronegócio uma das principais fontes de rentabilidade do comércio exterior do país. 
	A necessidade de atender tanto a demandas internas quanto ao escoamento do excesso de produção termina por fazer com que não haja Nação que não realize intercâmbios com outras. Até porque, para investir no desenvolvimento social, o crescimento econômico é primordial, havendo, portanto, a necessidade da produção de excedente no processo de geração de rendas e riquezas, não sendo difícil concluir que o Comércio Exterior é tido enquanto fundamental para o alcance de resultados satisfatórios.
	 O Brasil é a 7ª maior economia do mundo, de acordo com o Produto Interno Bruto, e está entre as dez maiores economias mundiais, segundo classificação do Banco Mundial em relatório divulgado em abril deste ano, o critério considerado é a paridade do poder de compra, este mede o quanto determinada moeda pode comprar em termos internacionais - geralmente utiliza-se o dólar - já que bens e serviços possuem valores diferentes de um país para outro. Dessa forma, o que se busca é relacionar o poder aquisitivo de determinado indivíduo com o custo de vida do local, é avaliado se ele consegue comprar tudo que necessita com o seu salário.
1.2. Comércio Exterior
	Em suas relações de comércio internacional, a competência diz respeito às atribuições funcionais do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, possuindo a Secretaria de Comércio Exterior enquanto principal órgão executivo.
	Com isso, o Sistema Brasileiro de Comércio Exterior atua em quatro vertentes, Operações de Comércio Exterior, Negociações Internacionais, Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior e Defesa Comercial. 
	Percebe-se, portanto, que as atividades relacionadas ao Comércio Exterior tem por finalidade viabilizar as exportações brasileiras, colocando a indústria nacional em condições de concorrer efetivamente no mercado externo. Já a Defesa Comercial, tem por objetivo proteger o mercado interno em razão da entrada de mercadorias, produtos e bens importados em situações que configurem infração ao Comércio Exterior, bem como de dano, potencial ou efetivo, à indústria pátria.
1.2.1. Departamento de Operações de Comércio Exterior - DECEX
	Atua com o fim de regular as operações de comércio exterior, tendo enquanto principal desafio expandir as vendas externas do país a um patamar coerente com o seu potencial. Dessa forma, esforços são dedicados no sentido de aperfeiçoar os mecanismos de comércio exterior brasileiros, além de implementar ações para a busca de sua simplificação e adequação ao ambiente de negócios cada vez mais competitivos, tudo isso levando em consideração uma política de desenvolvimento econômico sustentável e racional. 
	Dentre suas inúmeras atribuições, compete ao DECEX fiscalizar preços, pesos, medidas, classificação, qualidades e tipos, declarados nas operações de exportação e importação. 
1.2.2. Departamento de Negociações Internacionais
	Atua com o objetivo de regular as negociações internacionais das quais o país participa, buscando zelar pelo seu interesse do Brasil. Dentre suas atribuições, destaca-se a de negociar e promover estudos e iniciativas internas destinadas ao apoio, informação e orientação na participação brasileira em negociações de comércio exterior. 
1.2.3. Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior
	Atua com o objetivo de reger o comércio exterior, regulando e propondo novas ações e estudos fundantes dos assuntos relativos ao tema. Dentre as atribuições inerentes a tal departamento estão a propositura e acompanhamento de programas e a execução de políticas relativas ao comercio exterior, buscando zelar pelo interesse do Estado brasileiro.
1.2.4. Mecanismos de Financiamento e de Garantias às Exportações Brasileiras
	O Brasil utiliza-se de modelo de mosaico, com a finalidade de garantir as exportações brasileiras, combinando capital público com o privado. Assim, as intuições financeiras privadas e as entidades criadas e mantidas pelo Estado provem o necessário para garantir o interesse do estatal.
1.2.4.1. Ferramentas de Mercado
	Os recursos de viabilização das ferramentas de mercado são oriundos do capital privado, em via de regra, podendo ser internos e externos, chamados também de indígenas ou alienígenas, respectivamente. Podendo ser:
	a) Adiantamento sobre Contrato de Câmbio: se realizará na fase de pré-embarque da mercadoria, na qual o exportador, possuindo crédito com a financeira, estipula um contrato de câmbio com valor correspondente à exportação que será financiada;
	b) Adiantamento sobre Contrato de Câmbio indireto: os exportadores indiretos poderão assim financiar sua produção, que venha a viabilizar a fabricação dos insumos destinados a mercadorias voltadas para o mercado externo.
	c) Adiantamento sobre cambiais entregues – ACE: difere do Adiantamento sobre Contrato de Câmbio por esse ser realizado na fase pós-embarque. Visa dar ao importador prazo para pagamento, adiantando os valores em reais decorrentes do contrato de cambio. A operação se encerrará com o pagamento por parte o importador e da liquidação dos juros por parte do exportador.
	d) Pagamento antecipado: acontece quando o importador antecipa ao exportador, esse brasileiro, o montante de dinheiro referente ao contrato cambial avençado. Os juros poderão recair sobre o exportador.
	e) Nota de Crédito à Exportação - NCE: trata-se de uma ferramenta que vem a viabilizar, por meio do capital de giro, a produção de bens exportáveis. Trata-se de uma linha de crédito de moeda nacional.
1.2.4.2. Ferramentas públicas
	a)PROGER: Busca tornar viável a exportação de produtos manufaturados e um crescimento dos exportadores, tem recursos oriundos do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador, é operado pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica e tem como foco as empresas com faturamento anual de até 7 milhões e 500 mil reais. 
	b) REVITALIZA: tem como beneficiários os agentes afetados com a crise de 2008, nele estando incluídos os setores têxteis, de móveis, frutas, produtos cerâmicos, equipamentos de informática e outros. São recursos oriundos do FAT e operacionalizados pelo BNDES, pelos bancos credenciados.
	c) PROEX Financiamento: trata-se de financiamentos operados pelo Banco do Brasil, que possuem recursos próprios.Tem como finalidade a viabilização da fase pós-embarque das mercadorias. A empresa para receber o título deve ter faturamento anua máximo de 600 milhões de reais.
	d) Fundo de garantia das Exportações – FGE: trata-se de uma garantia ao inadimplemento do importador, destarte a maquina estatal garante ao exportador nacional viabilidade no recebimento de recursos para a exportação.
1.2.5 Drawback
	Do inglês desconto, abatimento. Vem a ser o regime que vem a incentivar importações, por meio da importação com suspensão, isenção ou restituição dos tributos pagos. A importação consistirá em insumos integrantes de produtos exportáveis. 
	A Lei n. 2.145/1953, introduziu tal regime especial no sistema nacional, nos dias atuais é regulamentado pelo Decreto n. 4.535/2003, nos artigos 335 a 355.
2. Câmara de Comércio Exterior - CAMEX
2.1 Introdução
A CAMEX é uma câmara do Conselho de Governo instituída através do Decreto Nº 4.732, de 10 de Junho de 2003 com atribuição de formular políticas públicas, cujas ações e políticas ultrapassem as competências de um único Ministério, relacionadas com o comércio exterior. Portanto, tem como objetivo a formulação, adoção, implementação e a coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio exterior.
Esta câmara é previamente consultada acerca de matérias relevantes relacionadas ao comércio exterior, ainda que consistam em atos de outros órgãos federais, em especial propostas de projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo, de decreto ou de portaria ministerial, sendo excluídas as matérias relativas à regulação dos mercados financeiro e cambial de competência do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil, respectivamente, conforme redação do artigo 1°, §1° do Decreto supramencionado. 
2.2 Composição
	A Câmara de Comércio Exterior é composta pelo Conselho de Ministros, bem como também integra a CAMEX o Comitê Executivo de Gestão - GECEX, a Secretaria-Executiva, o Conselho Consultivo do Setor Privado - CONEX e o Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações - COFIG.
	O Conselho de Ministros é o órgão de deliberação final e superior, é composto pelos Ministros de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior; pelo Chefe da Casa Civil da Presidência da República; pelo Ministro das Relações Exteriores; da Fazenda; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Planejamento, Orçamento e Gestão; e do Desenvolvimento Agrário. As reuniões do Conselho de Ministros da CAMEX acontecem mensalmente, ou sempre que convocadas pelo seu Presidente.
	O Comitê Executivo de Gestão – GECEX é responsável por supervisionar e determinar aperfeiçoamentos em relação a qualquer trâmite, barreira ou exigência burocrática que se aplique ao comércio exterior de bens e serviços; decidir, ad referendum, sobre matérias da competência do Conselho de Ministros; e decidir sobre outras matérias delegadas pelo Conselho de Ministros.
Quanto à Secretaria Executiva, esta é o órgão permanente de assessoramento direto e imediato ao Conselho de Ministros e aos demais colegiados da CAMEX. Possui competência para prestar assistência direta e imediata ao Presidente do Conselho de Ministros; preparar as reuniões do Conselho de Ministros, do GECEX e do CONEX, e elaborar as respectivas atas; supervisionar a implementação das deliberações e diretrizes fixadas pela CAMEX, entre outras.
O Conselho Consultivo do Setor Privado - CONEX é o núcleo de assessoramento privado da CAMEX, competindo-lhe apresentar estudos e propostas de aperfeiçoamento da política de comércio exterior.
Por fim, o COFIG é um colegiado integrante da CAMEX, com as atribuições de enquadrar e acompanhar as operações do Programa de Financiamento às Exportações e do Fundo de Garantia à Exportação, estabelecendo os parâmetros e condições para concessão de assistência financeira às exportações e de prestação de garantia da União.
2.3 Competência
	De acordo com o artigo 2° do Decreto n° 4.732/03, compete à CAMEX: 
 I - definir diretrizes e procedimentos relativos à implementação da política de comércio exterior visando à inserção competitiva do Brasil na economia internacional;
 II - coordenar e orientar as ações dos órgãos que possuem competências na área de comércio exterior;
 III - definir, no âmbito das atividades de exportação e importação, diretrizes e orientações sobre normas e procedimentos, para os seguintes temas, observada a reserva legal:
 a) racionalização e simplificação do sistema administrativo;
 b) habilitação e credenciamento de empresas para a prática de comércio exterior;
 c) nomenclatura de mercadoria;
 d) conceituação de exportação e importação;
 e) classificação e padronização de produtos;
 f) marcação e rotulagem de mercadorias; 
 g) regras de origem e procedência de mercadorias;
 IV - estabelecer as diretrizes para as negociações de acordos e convênios relativos ao comércio exterior, de natureza bilateral, regional ou multilateral;
 V - orientar a política aduaneira, observada a competência específica do Ministério da Fazenda;
 VI - formular diretrizes básicas da política tarifária na importação e exportação;
 VII - estabelecer diretrizes e medidas dirigidas à simplificação e racionalização do comércio exterior;
 VIII - estabelecer diretrizes e procedimentos para investigações relativas a práticas desleais de comércio exterior;
 IX - fixar diretrizes para a política de financiamento das exportações de bens e de serviços, bem como para a cobertura dos riscos de operações a prazo, inclusive as relativas ao seguro de crédito às exportações;
 X - fixar diretrizes e coordenar as políticas de promoção de mercadorias e de serviços no exterior e de informação comercial;
 XI - opinar sobre política de frete e transportes internacionais, portuários, aeroportuários e de fronteiras, visando à sua adaptação aos objetivos da política de comércio exterior e ao aprimoramento da concorrência;
 XII - orientar políticas de incentivo à melhoria dos serviços portuários, aeroportuários, de transporte e de turismo, com vistas ao incremento das exportações e da prestação desses serviços a usuários oriundos do exterior;
 XIII - fixar as alíquotas do imposto de exportação, respeitadas as condições estabelecidas no Decreto-Lei no 1.578, de 11 de outubro de 1977;
 XIV - fixar as alíquotas do imposto de importação, atendidas as condições e os limites estabelecidos na Lei no 3.244, de 14 de agosto de 1957, no Decreto-Lei no 63, de 21 de novembro de 1966, e no Decreto-Lei no 2.162, de 19 de setembro de 1984;
 XV - fixar direitos antidumping e compensatórios, provisórios ou definitivos, e salvaguardas;
 XVI - decidir sobre a suspensão da exigibilidade dos direitos provisórios;
 XVII - homologar o compromisso previsto no art. 4o da Lei no 9.019, de 30 de março de 1995;
 XVIII - definir diretrizes para a aplicação das receitas oriundas da cobrança dos direitos de que trata o inciso XV deste artigo; e
 XIX - alterar, na forma estabelecida nos atos decisórios do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL, a Nomenclatura Comum do MERCOSUL de que trata o Decreto no 2.376, de 12 de novembro de 1997.
 § 1o Na implementação da política de comércio exterior, a CAMEX deverá ter presente:
 I - os compromissos internacionais firmados pelo País, em particular:
 a) na Organização Mundial do Comércio - OMC;
 b) no MERCOSUL; e
 c) na Associação Latino-Americana de Integração - ALADI;
 II - o papel do comércio exterior como instrumento indispensável para promover o crescimento da economia nacional e para o aumento da produtividade e da qualidade dos bens produzidos no País;
 III - as políticas de investimento estrangeiro, de investimento nacional no exterior e de transferência de tecnologia, que complementam a política de comércio exterior; e
 IV - as competências decoordenação atribuídas ao Ministério das Relações Exteriores no âmbito da promoção comercial e da representação do Governo na Seção Nacional de Coordenação dos Assuntos relativos à ALCA - SENALCA, na Seção Nacional para as Negociações MERCOSUL - União Européia - SENEUROPA, no Grupo Interministerial de Trabalho sobre Comércio Internacional de Mercadorias e Serviços - GICI, e na Seção Nacional do MERCOSUL.
 § 2o A CAMEX proporá as medidas que considerar pertinentes para proteger os interesses comerciais brasileiros nas relações comerciais com países que descumprirem acordos firmados bilateral, regional ou multilateralmente.
 § 3o No exercício das competências constantes dos incisos II, IV, V, IX e X, a CAMEX observará o disposto no art. 237 da Constituição.
	Por fim, no tocante à implementação da política de comércio exterior, a CAMEX deverá observar os acordos internacionais, atos normativos, princípios gerais e políticas públicas, como: compromissos internacionais firmados pelo próprio país; as políticas de investimento estrangeiro, de investimento nacional no exterior e de transferência de tecnologia, entre outros. 
3. Defesa comercial
É tida como toda interferência nessa relação comercial com o intuito de garantir que haja as relações de comércio exterior sem haver prejuízo para as indústrias e a produção doméstica.
	Os órgãos responsáveis por fazer essa defesa hoje no Brasil é a CAMEX – Câmara de Comércio Exterior, e o DECOM – Departamento de Defesa Comercial.
	Mas nem sempre foi assim, O brasil só começou a adotar medidas de antidumping, subsídios e compensatórias em 1979, mas só foram realmente implantadas em 1987, houve essa demora porque havia outras formas de defender o mercado interno, e como essas formas começaram a causar desgastes ao Brasil nos foros internacionais, o Brasil passou a ter instrumentos de política comercial que a experiência internacional dizia ser a melhor, que seria o antidumping. Mas só nos anos 90 é que realmente esses mecanismos se tornaram efetivos. 	A gestão dessa defesa comercial foi passando durante os anos de órgãos para órgãos, até se chegar ao que temos hoje, a CAMEX e o DECOM. Tendo a CAMEX a possibilidade de impor as seguintes medidas de defesa comercial:
“aplicação de medidas provisórias; homologação de compromissos de preços; encerramento da investigação com aplicação de medidas definitivas; suspensão, alteração ou prorrogação de medidas definitivas; encerramento de revisão dos direitos definitivos ou compromissos de preços.” FIGUEIREDO, Vizeu, capítulo VII.
E todas essas medidas são adotadas de acordo com um parecer do DECOM.
 
	A legislação básica para esse tema é a Lei 9.019/1995, que foi modificada pelo artigo 53 da Medida Provisória nº2158-35/2001. Tem também um Manuel de Defesa comercial, que foi feito por autoridades brasileiras comerciais juntamente com as entidades representativas da indústria e do empresariado.
	O órgão DECOM é vinculado à Secretaria de Comércio Exterior, integrante do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Tem como funções principais:
“examinar a procedência e o mérito de petições de abertura de investigações de dumping, de subsídios e de salvaguardas, com vistas à defesa da produção doméstica; propor a abertura e conduzir investigações para a aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas; recomendar a aplicação das medidas de defesa comercial previstas nos correspondentes acordos da Organização Mundial do Comércio – OMC; acompanhar as discussões relativas às normas e à aplicação dos acordos de defesa comercial junto à OMC; participar em negociações internacionais relativas à defesa comercial; e acompanhar as investigações de defesa comercial abertas por terceiros países contra exportações brasileiras prestar assistência à defesa do exportador, em articulação com outros órgãos governamentais e com o setor privado.” (FIGUEIREDO, Vizeu, pg. 648, 2014).
	O DECOM possui três funções básicas: investigação, apoio ao exportador e negociações internacionais. 
A investigação ocorre para que seja aplicado as medidas de defesa comercial, se não houver investigação não há como ter medidas de defesa. Com a investigação surge a medida a ser aplicada ao caso. Essas investigações devem respeitar as regras da OMC – Organização Mundial do Comércio e da legislação brasileira, para que tudo seja feito com transparência. Essas medidas tomadas podem ser de antidumping, compensatórias, de salvaguardas, elas estão disciplinadas nos decretos 1062/95, 1751/95 e 1488/95.
O apoio ao exportador seria o DECOM, juntamente com o Ministério das Relações Exteriores, ajudar os exportadores nacionais que estão com problemas com medidas de antidumping, com problemas de medidas de defesa. O DECOM pode ajudar esses exportadores, os orientando em suas defesas. O órgão atua tanto ajudando diretamente o próprio exportador, como atua no país onde está havendo as investigações, observando se tudo está de acordo com as legislações, caso haja alguma violação de legislação é possível levar o caso a OMC.
E por último existe as negociações internacionais. Nessa função o DECOM vai participar de negociações internacionais, desde que estejam de acordo com sua área de atuação. Como ocorre no apoio ao exportador também vai ser algo em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores. No âmbito da ALCA – Associação de Livre-Comércio das Américas vai atuar na formulação da posição brasileira e no âmbito da OMC: 
“são realizadas reuniões semestrais dos Comitês de Práticas Antidumping, o Comitê de Subsídios e Medidas Compensatórias e o Comitê de Salvaguardas, com participação brasileira, subsidiada pelo DECOM.” (FIGUEIREDO, Vizeu, pg. 650, 2014).
4. Infrações ao Comércio Exterior
4.1 Introdução
Infrações ao comércio exterior são todas as práticas, tanto dos agentes econômicos privados, quanto dos Estados, que, estando envolvidos no cenário de trocas comerciais internacionais, estão tendentes a configurar práticas anticompetitivas e potencialmente danosas à produção e à indústria domésticas. 
Assim sendo, indústria doméstica será o conjunto dos agentes econômicos, detentores de fatores de produção de bens similares ou até mesmo diretamente concorrentes ao produto importado, estabelecidos no território nacional, como também àqueles agentes produtores cuja fabricação total de bens similares ou diretamente concorrentes ao bem importado constitua uma proporção considerável da produção nacional de tais mercadorias.
Quando o território nacional puder ser dividido em dois ou mais mercados competitivos e as importações do produto objeto de determinada conduta infracional se concentrarem em um desses mercados, a indústria doméstica será aquela que tiver o conjunto de produtores domésticos em produção neste nicho da economia, contanto que tais produtores comercializem neste mercado toda ou maior parte de sua produção, como também que a demanda local não seja suprida pelos demais produtores estabelecidos em outros pontos do território nacional.
Com isso, será considerado prejuízo grave a deterioração do estado de uma indústria doméstica. Para determinar tal deterioração, é preciso levar em conta todos os fatores, sejam objetivos e/ou quantificáveis, relacionados à condição da indústria doméstica afetada, como por exemplo, o volume e a taxa de crescimento das importações do produto, em termos absolutos e relativos, entre outros. No caso de suspeita de ameaça de prejuízo grave, será analisado se é previsível que tal lesão venha a se materializar, fazendo-se configurar prejuízo em potencial.
4.1. Dumping
É a infração ao comércio exterior decorrente da exportação de mercadoria em patamares inferiores aos valores comercializados em seu mercado de origem. Em outras palavras, trata-se da exportação de mercadoria em preço vil, objetivando avanço predatório sobre mercado externo, considerando-se os preços praticados pelo respectivo exportador em seu mercado interno.[1: FIGUEIREDO, LeonardoVizeu. Lições de Direito Econômico. 7°ed. Forense: Rio de Janeiro, 2014. Pg.571]
Na realidade, o dumping é frequentemente constatado em operações de empresas que pretendem conquistar novos mercados internacionais. Para isso, vendem os seus produtos no mercado externo a um preço extremamente baixo, muitas vezes, inferior ao custo de produção. É um expediente utilizado de forma temporária sabendo que, posteriormente, irá ser praticado um preço mais alto que possa compensar a perda inicial.
Por margem de dumping, deve-se considerar a diferença entre o valor normal e o preço de exportação. Para que tal diferença seja calculada, é importante que haja a comparação justa entre o preço de exportação e o valor normal, vigentes durante o período estabelecido para investigação, que normalmente é de um ano, nunca sendo inferior a seis meses.
Caso a exportação seja proveniente de um país não considerado como de economia de mercado, o valor normal poderá ser determinado com base no: preço de venda praticado no mercado interno de um terceiro país de economia de mercado; valor construído do produto similar em um terceiro país de economia de mercado; e preço praticado por terceiro país de economia de mercado na exportação para outros países, exceto para o Brasil. Quando não for possível a utilização de nenhuma das hipóteses acima, o valor normal poderá ser determinado com base em qualquer outro preço razoável, inclusive o preço pago ou a pagar no mercado brasileiro devidamente ajustado, se necessário, a fim de incluir uma margem de lucro razoável.[2: Disponível em: < http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=4351&refr=4323>. Acesso em 08 de dezembro 2014.]
Por fim, sendo o dumping infração ao comércio exterior, cuja competência para investigação compete à Secretaria de Comércio Exterior e à Câmara de Comércio Exterior, a partir do momento em que o processo investigativo for concluído, posicionando-se as autoridades de defesa comercial pela ocorrência de importação de mercadorias com preço à margem de dumping, será aplicada uma medida antidumping, mediante portaria da CAMEX, que se caracteriza pela cobrança de uma alíquota sobre os referidos bens, de natureza financeira.
4.3 Subsídios 
4.3.1 Conceito
	São considerados subsídios as situações em que são concedidos benefícios na totalidade ou na parcela dos custos de fabricação, produção, transporte ou exportação de qualquer produto, direta ou indiretamente, por parte do Estado, com o fito de colocar o produtor em nível de vantagem indevida no que tange às suas relações comerciais internacionais.
	De acordo com o art. 4 do Decreto 1.751/95, haverá existência de subsídios sempre que: a) ocorra, no país exportador, qualquer forma de sustentação de renda ou de preços que, direta ou indiretamente, contribua para aumentar as exportações ou reduzir importações de qualquer produto; b) exista, ainda, contribuição financeira por um governo ou órgão público, no interior do território do país exportador.
	A legislação supracitada classifica os subsídios em acionáveis e não acionáveis.
4.3.1.1 Subsídios acionáveis
	São aqueles que estão sujeitos a medidas compensatórias, tendo caráter especifico e desleal. 
	Por subsídio específico, de acordo com os arts 6º e 7º do Decreto em comento, entende-se aquele que a autoridade outorgante ou a legislação vigente explicitamente limita o acesso a um agente econômico, a um grupo de empresas ou indústrias, a ramos de produção, ou a determinadas regiões geográficas. 
	Serão considerados ainda como subsídios específicos aqueles vinculados, de fato ou de direito, exclusivamente ou a partir de uma entre várias condições ao desempenho do exportador ou ao uso preferencial de produtos domésticos em detrimento dos produtos estrangeiros.
4.3.1.2 Subsídios não acionáveis
	São aqueles que não estão sujeitos a medidas compensatórias, uma vez que não são considerados específicos de acordo com o que está previsto nos arts. 6º e 7º, ou mesmo forem concedidos nas situações dos arts. 11, 12 e 13 do Decreto 1.751/95.
	A especificidade do subsídio não se consubstanciará quando a autoridade outorgante ou a legislação vigente estabelecer critérios objetivos para o acesso a tal subsidio e estes critérios sejam estritamente respeitados. Também não haverá especificidade quando a instituição de tributos ou a alteração de alíquotas ocorrerem de maneira genérica e abstrata.
4.4 Triangulação 
	A triangulação é uma prática desleal contra o comércio exterior que consiste na tentativa de burlar uma medida protetiva já aplicada anteriormente, em virtude de outra prática desleal chamada de dumping. A medida antidumping é uma espécie de “taxa” aplicada aos produtos que são exportados por países que aplicam preços abaixo do valor normal do mercado doméstico com o fito de obter vantagem nas suas relações de comércio exterior. 
	No entanto, com a finalidade de burlar e não pagarem tal taxa, tais países exportadores usam terceiros países para intermediar essa exportação, alterando a procedência do produto (origem) e dificultando que aquelas medidas antidumping sejam aplicas.
	Essa situação de alterar o país de origem, usando um terceiro país como exportador ficto, para camuflar a continuidade da prática de dumping e não arcar com as consequências das medidas antidumping já aplicadas, é chamada de triangulação.
5 – Instrumentos de defesa comercial
Em economia globalizada, como dispõe o atual cenário econômico mundial, é de grande importância que todo país tenha o sistema de defesa comercial para proteger a entrada “irregular” de produtos de outros países. A entrada de mercadorias sem fiscalização, gerando uma concorrência desleal, faz com que caia a comercialização dos produtos da indústria doméstica e consequentemente prejudique a sobrevivência de tais empresas nacionais. Inúmeras vezes sem condições de competir com o preço ofertado por outros países, a indústria brasileira acaba por declinar, com a baixa da produção, apontamos alguns fatores negativos que repercutem em todo o mercado e na qualidade de vida da população, como por exemplo o desemprego. Por outro lado, esses países vão adentrando na economia brasileira, ganhando seu espaço frente aos consumidores, e após conseguir que várias empresas domésticas saiam do mercado, elas poderão aumentar o valor do produto que estão exportando para cá e conquistar sua quota parte no mercado brasileiro.
Portanto, os instrumentos a seguir apresentados, são atos e medidas que são adotadas pelo Estado brasileiro para resguardar os interesses de seus exportadores, bem como proteger seu mercado interno do avanço predatório de empresas estrangeiras, evitando prejuízos e recompondo os danos. Tais instrumentos possuem fundamento na Lei 9.019/1995, dispondo sobre a aplicação dos direitos previstos no Acordo antidumping e no Acordo de Subsídios e Direitos Compensatórios. 
Eles só poderão ser aplicados mediante observância do devido processo legal, respeitando portanto, o contraditório, a ampla defesa, a transparência e assegurando a participação das entidades interessadas. Seu trâmite ocorrerá sob a forma de procedimento administrativo perante o DECOM - Departamento de Defesa Comercial - vinculado à Secretaria de Comércio Exterior – SECEX - do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC. O DECOM é o órgão responsável pela condução das investigações. Durante as investigações é cabível a utilização de uma medida em caráter provisório. Será de responsabilidade da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX - a fixação da medida protetiva provisória e a definitiva. O prazo para concluir as investigações anteriormente era de 15 meses, o que fazia com que muitas empresas fechassem durante a marcha processual, passando para 10 meses atualmente. Já o prazo para aplicação de um direito provisório era de 240 dias, passando para 120 dias.
Importante ressaltar que para a utilização dos instrumentos de defesa, deve ser verificada que as importações estão causando um dano para aindústria local e deve haver um nexo de causalidade entre a prática e o dano.
A legitimidade ativa para ingressar com o procedimento administrativo perante as Autoridades Comerciais Brasileiras, pertence aos os importadores ou consignatários do bem investigados, aos exportadores ou produtores estrangeiros do referido bem, inclusive o Estado Soberano de origem, bem como demais partes interessadas.
O cumprimento da obrigação imposta pela aplicação das medidas e direitos antidumping e compensatórias, seja em caráter definitivo ou provisório, é a condição para que o produto entre no comércio do Brasil de produtos objeto de dumping ou subsídio. Nesse caso, compete a SRF – Secretaria da Receita Federal – do Ministério da Fazenda a cobrança dos direitos antidumping e compensatórios (provisórios ou definitivos).
5.1 Medidas ou direitos antidumping
Entendemos que dumping é quando o preço de exportação de determinado produto de uma empresa, é inferior àquele praticado no seu mercado interno. 
Portanto, a medida ou direito antidumping consiste na tarifação pecuniária impostas às mercadorias, produtos ou bens importados, comercializados com um valor considerando sob margem de dumping. Desse modo, será possível neutralizar seu efeito danoso à indústria nacional.
Exemplo: Se a empresa A, localizada no país X, vende um produto neste país por US$ 100 e exporta o mesmo produto para o Brasil, em condições comparáveis de comercialização (volume, estágio de comercialização, prazo de pagamento), por US$ 80, considera-se que há prática de dumping com uma margem de US$ 20.
5.2 Medidas compensatórias
Neste casso, a medida aqui utilizada tem por escopo compensar um subsídio concedido direta ou indiretamente, no país exportador para a fabricação, produção, exportação ou ao transporte de qualquer produto, cuja exportação ao Brasil cause danos à indústria doméstica. O procedimento a ser utilizado será o mesmo já explanado anteriormente.
5.3 Medidas de salvaguarda
Sabendo-se que determinados produtos podem vir do exterior em qualidade superior e preço inferior ao que encontramos no mercado interno, em virtude de melhor técnica de produção ou de outros fatores, por exemplo, a competição se tornaria inviável com os concorrentes estrangeiros. É neste sentido que existem as medidas de salvaguarda com o objetivo de proteger a indústria e a produção doméstica.
Trata-se de medidas protetivas norteada pela transparência e temporariedade. Com estas medidas, o mercado interno se ajusta aumentando a competitividade face aos produtos similares estrangeiros. Aumenta-se a proteção de determinado setor da indústria que estejam na sofrendo ou na iminência de sofrer graves prejuízos. 
Para reestruturar a indústria doméstica, esta deverá apresentar um programa de ajuste e metas, sendo adequado este compromisso, assumirá a forma de compromisso da indústria nacional. Vale destacar que durante todo o período da vigência da medida, esta será averiguada e acompanhada as metas propostas.
Porém antes da aplicação da medida de salvaguarda deverá ocorrer a investigação procedimental. Em linhas gerais, a investigação procedimental tem como objetivo verificar a ocorrência de dano, ou ameaça de dano, à indústria doméstica, que tenham como ligação esse aumento no número de importações. O procedimento deverá garantir o acesso, a oportunidade de participação, e transparência na condução do processo, salvo informações protegidas pela inconfidencialidade.
Presente elementos que constatem a ameaça ou dano grave à indústria nacional, em virtude da mora que decorre da tramitação do processo até a sentença definitiva, poderá ser aplicada medida de salvaguarda provisória, em caráter acautelatória que terá vigência de até 200 dias. 
Caso não sejam constatadas práticas que configurem ameaça ou prejuízo, será revogada a medida provisória, indenizando-se com o valor correspondente.
Da sentença definitiva, sendo caracterizada a ocorrência de dano, ou a iminência à indústria doméstica, será aplicada a medida de salvaguarda tendo como limite a facilitação do ajuste, bem como, prevenção e/ou reparação do prejuízo. 
As medidas de salvaguardas são executadas através da elevação do imposto de importação ou restrições quantitativas.
No caso de utilização de restrições quantitativas, tais medidas não poderão reduzir o volume das importações abaixo dos níveis constantes, em se considerando o volume correspondente em períodos recentes, valendo-se, para tanto, da média das importações nos últimos três anos representativos, em se dispondo de dados estatísticos, a não ser que haja justificativa clara, cabal e inequívoca de que é necessária a adoção de níveis diferenciados para prevenir ou reparar o prejuízo grave.[3: P 582]
A medida de salvaguarda inicialmente vigorará pelo prazo de até 4 (quatro) anos. 
5.4 Medidas anticircumvention
Quando uma ou mais empresas de um país reúnem-se com o intuito de venderem seus produtos por preços absurdamente inferiores para outro país, por um determinado período de tempo, visando prejudicar aqueles fabricantes de produtos semelhantes e concorrentes no local, temos o dumping. Ademais, tem como objetivo eliminar a concorrência e posteriormente, elevar os preços dos produtos, mercadorias, serviços.
	Como forma de burlar o antidumping é a triangulação, ou seja:
altera o regime de origem do bem investigando, mediante a revenda do produto objeto, com pequenas alterações, procedentes de outros países, desconstituindo a relação deste com seu mercado de origem, como forma a impedir o recolhimento do direito antidumping já aplicado.[4: P 583]
Considerada como prática de comércio desleal ao enviar a outro país, antes de submetê-lo ao Brasil evitando, com isso, a sobretaxa nesses produtos, que funcionam como instrumento de defesa comercial. 
É neste sentido que os direitos antidumping alcançam partes e peças de produtos. O artigo 10-A da Lei n. 9.019, de 1995 visualizamos tal constatação. 
Um ponto deve ser observado:
A extensão dos direitos antidumping a outros países e produtos deve guardar a devida configuração de dano a indústria nacional e nexo causal com a entrada do produto ofertado à margem de dumping. Para tanto, mister se faz o estabelecimento do regime de origem do produto montado, ainda que em terceiro país, com o Estado sujeito ao recolhimento dos direitos antidumping já aplicados.
6. REFERÊNCIAS
FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de direito econômico. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense. 2014. 
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Dumping. Disponível em:<http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=4351&refr=4323>. Acesso em 08 de dezembro 2014.

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