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LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA SIMPLICIO – 2015 MED-FBII VISÃO GERAL DE IMUNIDADE INATA O sistema imune imunológico consiste em epitélio, que fornece barreiras às infecções, células circulantes e residentes como também diversas proteínas plasmáticas. Barreiras Epiteliais: as portas de entrada frequente dos micro-organismos frequentemente são pela pele, trato gastrointestinal, trato respiratório que são barreiras protegidas por um epitélio continuo o que protege o organismo física e quimicamente contra infecções. Além disso, essa barreira tem auxilio de linfócitos intraepiteliais que reconhecem lipídios microbianos e outras estruturas e atua com sentinela contra agentes agressores. Fagócitos: os dois tipos fagóciticos circulantes, os neutrófilos e os monócitos, são células sanguíneas recrutadas para locais de infecção, onde reconhecem e integram com os micro-organismo para que sejam destruídos. Os neutrófilos (leucócitos polimorfonucleares) são os leucócitos mais abundantes no sangue em resposta a infecções sofrem grande aumento. São as células que primeiramente respondem as infecções, principalmente às fungicas e bacterianas. Os monócitos são menos abundantes que os neutrófilos e quando sofrem diferenciação dão origem aos macrófagos. Além disso, percebe-se grande quantidade de macrófagos residentes em tecido conjuntivo. Caracteristica: Os componentes da imunidade inata reconhecem estruturas que são comuns a diversas classes de micro- organismos e que não estão presentes nas células do hospedeiro, ou seja, as moléculas que são alvo da imunidade inata, são os PAMPS ( padrões moleculares associados a patógenos). Devido a isso, o sistema imune inato não reage ao próprio. Além disso, outro componente importante do sistema imune inato é o fato dos componentes da imunidade inata reconhecerem estruturas que são geralmente essências a sobrevivência, infectividade dos micro-organismos. Outra característica da imunidade inata é o fato de seus receptores serem codificados na linhagem germinativa, ou seja, os receptores são idênticos em todas ás células de mesma linhagem e ainda o fato responder de mesmo modo aos vários encontros com o mesmo antígeno. Receptores celulares: são expressos em diversidade de células e estão em diversos compartimentos celulares onde o micro-organismo pode estar. Os receptores de tipo Toll são específicos para diferentes componentes dos micro-organismos. Quando os sinais são ativados por esse tipo de receptor, ativam os fatores de transcrição que codificam citocinas. Dentre os mais importantes fatores, temos o NF-KB que promove a LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA SIMPLICIO – 2015 MED-FBII expressão de varias citocinas e o IRF-3 que produz interferon 1 (bloqueio de replicação viral). Ademais, outros receptores são capazes de reconhecer citocinas produzidas em respostas a micro-organismos, dentre elas temos as quimiocinas e o interferon-y (aumenta a capacidade de matar micro-organismos fagocitados). Recrutamento de leucócitos para os sítios de infecção: Se um agente infeccioso penetra no epitélio, macrófagos residentes respondem produzindo citocinas (TNF e IL-1) e quimiocinas. Tais citocinas estimulam as células endoteliais para que expressem moléculas de adesão chamadas E-Selectinas e P-Selectinas. Os neutrófilos migram através dos vasos até a proximidade do sitio infeciosos, onde ligam-se ao endotélio através da selectinas (os neutrófilos expressam a L- selectinas que ira interagir fracamente com a P-selectina ou E- selectina do endotélio). A fraca ligação acaba se rompendo pelo fluxo vascular, gerando o fenômeno do ROLAMENTO. As quimiocinas produzidas no local da infecção são apresentadas na superfície endotelial e ligam-se aos receptores dos neutrófilos em processo de rolamento que acabam ativando as integrinas e gerando um estado de alta afinidade que rompe o rolamento dos neutrófilos. Com isso, os neutrófilos começam a migrar entre as células endoteliais através dos vasos sanguíneos, o que nomeia-se TRANSMIGRAÇÃO e por consequência atingem o local da infecção. O acúmulo de leucócitos no local da infecção, com a vasodilatação concomitante ao fluxo de líquidos e proteínas plasmáticos, nomeia-se INFLAMAÇÃO. LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA SIMPLICIO – 2015 MED-FBII Os neutrófilos e os macrófagos usam vários tipos de receptores para reconhecer os patógenos no sangue e nos tecidos extravasculares para iniciar respostas que promovam a destruição desses através de substancias microbicidas. Ao mesmo tempo em que o micro-organismo invasor está sendo ligado a receptores de fagócitos, esses receptores mandam snais que ativam enzimas no fagolisossomas para produção de substancias microbicidas. Essas substancias tem intermédio de síntese por enzimas como a oxidase fagocitária que produz radicais livres, oxido nítrico sintase induzida na produção de NO2 e proteases lisossômicas. Todas as substancias microbicidas são produzidas principalmente nos lisossomos e fagolissosomas sem danificar a célula fagocitica. Clinicamente, a deficiência de oxidase fagocitica dá origem a doença granulomatosa crônica, onde os fagócitos não são competentes em erradicar patógenos intracelulares e o hospedeiro em caso de infecção tem um recrutamento aumentado de macrófagos e linfócitos no intuito de eliminar o patógeno. Células Dendriticas: são as células que respondem a patógenos através da produção de citocinas que recrutam leucócitos e iniciam a resposta imunológica adquirida. Células Natural Killer (NK): são uma classe de linfócitos que reconhecem células infectadas e estressadas e respodem essas células destruindo-as e produzindo substancias que ativam os macrófagos. A ativação da NK pela IL-12 do macrogagos dispara uma carga de proteínas contida nos grânulos citoplasmáticos que induzem a apoptose das células infectadas. Dessa forma, a NK atua contendo e erradicando a infecção. Em cooperação, a NK secreta IFN-Y que ativam os LUIZ FERNANDO DE OLIVEIRA SIMPLICIO – 2015 MED-FBII macrófagos e os tornam mais efetivos na more de micro- organismos fagocitados. Além disso, as Nk possuem receptores inibitórios que são específicos para o MHC do tipo I que são expressos em todas as células nucleadas saudáveis e funcionam para bloquear a sinalização pelos receptores de ativação. No citoplasma das NK, existem os ITIMs que no momento em que os receptores de MHC encontram seu ligante, os ITIMs são fosforilados e através de uma cascata metabólica geram o bloqueio da ativação da NK. Como ativadoras da NK, temos a IL-15 (desenvolvimento e maturação da NK), interferon do tipo 1 e IL-12 ( que reforçam a ativação da NK). O sistema complemento: são proteínas presentes na circulação e ligadas a membrana que são importante na defesa contra micro- organismo. Apresentam três funções: Revestir os micro-organismos ligando-os aos fagócitos por meio de receptores para o C3b (atuam na fagocitose); Recrutamento dos leucócitos através dos quimioatrativos, em especial C5a e C3a; Lise ou apoptose de patógenos através da formação de proteínas poliméricas que perturbam a permeabilidade da barreira; O complemento pode ser ativado por três vias: Via alternativa: proteínas do complemento são ativadas na superfície do patógeno mas não são controladas porque as proteínas reguladoras não se encontram ali; Via clássica: é desencadeada depois que os anticorpos se ligam a micro-organismos ou outros antígenos; Via da lectina: é ativada pela lectina ligante de manose que se liga aos terminais nas glicoproteínas de superfície de micro-organimos. LUIZ FERNANDODE OLIVEIRA SIMPLICIO – 2015 MED-FBII Citocinas: são proteínas solúveis que servem de mediadotrs nas reações imunológicas inflamatórias responsáveis pela comunicação entre leucócitos e outras células. Acabam desempenhando uma série de funções, entre elas, as citocinas mais importantes são: IL-1: encontrada principalmente em macrófagos, células endoteliais, e algumas células epiteliais cuja função esta relacionada a inflamação e a febre; IL-12: encontrada nas células dendriticas e macrófagos cuja função esta relacionada a ativação das NK e diferenciação das células T em TH1; TNF: presente em macrófagos e células T atuam na inflamação, na febre, catabolismo de gordura resultando em caquexia; INF-Y: presente em NK e linfócitos atuam na ativação de macrófagos e estimulação de respostas a anticorpos. INF-α: atua principalmente na replicação viral, devido a isso, usa-se na hepatite viral crônica. IMPORTANTE: em infecções generalizadas por bactérias gram-negativas, pode ocorrer o quadro de choque séptico que é caracterizado pela hipotensão arterial, coagulação intravascular disseminada e distúrbios metabólicos. Isso se deve a grande concentração de TNF que é produzido em resposta à bactéria. Outras proteínas plasmáticas da Imunidade Inata: 1. Lectina ligante de manose (MBL): reconhece carboidratos, os recobre e ativa a cascata do complemento pela via da lectina; 2. Proteina C reativa (CPR): liga-se à fosforilcolina microbiana, revestindo-nos para que seja fagocitado por macrófagos que expressam receptor CRP Caso a imunidade inata não consiga erradicar o processo infecioso, ela estimula a resposta imune adquirida através de dois sinais, ou seja, a resposta imune inata produz moléculas que atuam com segundos sinais, ativando os LT e LB. O reconhecimento do antígeno pelos linfócitos fornece o primeiro sinal para a ativação linfocitária e os componentes dos micro-organismos, ou mesmo, substancia produzidas durante a resposta imune inata atuam como segundo sinal.
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