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Prescrição aula 01

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Turma e Ano: Flex B (2014)
Matéria / Aula: Direito Penal / Aula 09
Professora: Ana Paula Vieira de Carvalho
Monitora: Monique 
AULA 091
CONTEÚDO DA AULA: Perdão judicial. Prescrição da pretensão punitiva. 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (CONT.)
O  perdão  judicial  é  aplicado  para  algumas  hipóteses  da  parte  especial  do  CP  e 
legislação especial. Exemplo: artigo 121,§5º,CP. 
Qual é a natureza jurídica do perdão judicial? Este tema já foi controvertido, mas o 
STJ  pacificou  o  tema:  a  decisão  é  meramente  declaratória  de  extinção  da  punibilidade,  não 
produzindo qualquer efeito. Súmula 18,STJ. 
PRESCRIÇÃO
Prescrição da Pretensão Punitiva: Quando o sujeito comete um crime, nasce para o 
Estado o direito de punir (ius puniendi). Nesse primeiro momento, quando o sujeito comete um 
crime o Estado passa a ter o direito de ver o agente ser processado e condenado. O ius puniendi 
é essa pretensão do Estado em processar e condenar o agente. O Estado tem um tempo para 
processar e condenar o agente. Esse tempo é o da prescrição da pretensão punitiva.
Prescrição  da  Pretensão  Executória:  Depois  de  o  Estado  conseguir  processar  e 
condenar  o  sujeito  em  tempo  hábil,  nasce  um  novo  prazo,  que  é  aquele  para  executar  a 
condenação imposta. Se ele não conseguir executar a condenação imposta no prazo haverá a 
prescrição da pretensão executória. 
Como regra geral,  todos os crimes são prescritíveis. Há, porém, algumas hipóteses 
excepcionais de imprescritibilidade previstas na Constituição (art. 5º, XLII e XLIV), são elas: 
CRFB, art. 5º, XLII ­ a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, 
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIV ­ constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Observação: Crimes ocorridos na época da ditadura militar. Para alguns, estes crimes estariam 
prescritos. Todavia, existe uma construção de Direito Internacional, vista como um costume, de 
que  os  crimes  cometidos  pelo  Estado  seriam  crimes  contra  a  humanidade  e  portanto 
1 Aula ministrada em 17/09/14.
imprescritíveis.  Esta  tese  vem  sendo  acolhida  pelos  juízes  federais  de  1º  grau.  No  TRF  2ª 
Região,  é  aceita  por  uma  turma  e  rejeitada  por  outra.  A  questão  foi  levada  ao  STJ  em  HC. 
Aguardar o julgamento. 
Prescrição da pretensão punitiva 
É o  tempo que o Estado  tem para processar e condenar o sujeito que cometeu um 
crime. 
a) Pela pena em abstrato
b)Pela pena em concreto b.1) Retroativa
b.2) Superveniente
Prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato: 
Para saber qual é o prazo prescricional da pena em abstrato, deve­se tomar a pena 
máxima aplicada ao delito e aplicar na tabela do artigo 109,CP. 
Cuidado:  para  calcular  prescrição,  interessa  sempre a pena máxima. Diferente da 
suspensão condicional do processo, que interessa a pena mínima. 
As causas de aumento e diminuição interferem no cálculo da prescrição. Exemplo: 
Furto  consumado  tem  pena máxima  de  4  anos.  Para  sabermos  a  pena máxima  de  um  furto 
tentado (causa de diminuição de 1/3 a 2/3), devemos aplicar a diminuição mínima, isto é, 1/3.
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença
Art.  109.    A  prescrição,  antes  de  transitar  em  julgado  a  sentença  final,  salvo  o 
disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula­se pelo máximo da pena privativa 
de  liberdade cominada ao crime, verificando­se:  (Redação dada pela Lei nº 12.234, 
de 2010).
I ­ em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II ­ em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a 
doze;
III  ­ em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a 
oito;
IV  ­  em  oito  anos,  se  o  máximo  da  pena  é  superior  a  dois  anos  e  não  excede  a 
quatro;
V ­ em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não 
excede a dois;
VI ­ em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada 
pela Lei nº 12.234, de 2010).
Em  caso  de  agravantes  e  atenuantes,  estas  não  serão  consideradas  no  prazo 
prescricional, já que elas não possuem um quantum fixo, sendo, portanto, indeterminadas.
Prescrição da 
Pretensão 
Punitiva
Artigo 111,CP: regula o começa de contagem da prescrição da pretensão punitiva. 
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final
Art.  111  ­  A  prescrição,  antes  de  transitar  em  julgado  a  sentença  final,  começa  a 
correr:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I  ­  do  dia  em  que  o  crime  se  consumou;  (Redação  dada  pela  Lei  nº  7.209,  de 
11.7.1984)
II ­ no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;  (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III ­ nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;  (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV  ­ nos de bigamia e nos de  falsificação ou alteração de assentamento do  registro 
civil, da data em que o fato se tornou conhecido.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
V ­ nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste 
Código  ou  em  legislação especial,  da  data  em que a  vítima  completar  18  (dezoito) 
anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.      (Redação dada 
pela Lei nº 12.650, de 2012)
Regra geral: a prescrição começa a contar da data da consumação (inciso I).
Observação: Imagine que um cadáver foi encontrado. Não se sabe o dia da consumação, mas 
sabe­se que este crime foi cometido em fevereiro de 2010. Como se calcula a prescrição? Neste 
caso, considera­se que o crime foi cometido no dia 1º (esta forma é mais favorável ao acusado). 
E se não  for possível saber o mês, mas  tão somente o ano? Considera­se o dia 1º de  janeiro 
daquele ano. 
No caso de tentativa, como não há consumação, a prescrição começa a contar do 
dia em que cessou a atividade criminosa (inciso II).
Nos  crimes  permanentes,  do  dia  em  que  cessou  a  permanência  (inciso  III). 
Exemplo: no crime de sequestro, a prescrição só começa a correr partir do dia em que a vítima é 
libertada.
Inciso IV: trata da regulamentação especial do prazo prescricional para os crimes de 
bigamia e falsificação de registro civil (falsidade em certidões de óbito, nascimento, casamento 
etc., sendo o falso ideológico ou material). Cabem aqui também os crimes dos arts. 241 e 242 do 
CP. 
Nesses casos, o prazo prescricional começa a correr da data em que o fato se torna 
conhecido.  Conhecido  de  quem?  Uma  primeira  corrente  entende  que  deve  ocorrer  o 
conhecimento  explícito  da  autoridade.  A  posição  predominante,  contudo,  admite  que  a 
prescrição  possa  correr  a  partir  da  data  em  que  o  fato  se  torna  notório  ou  conhecido  pelos 
interessados  (no  caso  de  bigamia). No  caso  do  falso,  a  prescrição  se  calcula  a  partir  do  uso 
ostensivo do documento. 
Inciso  III: apesar de se  referir ao crime permanente, este  inciso  também pode ser 
aplicado ao crime habitual. Assim, começa a contar a prescrição da data do último ato. 
Observação: no caso de crime continuado, pois para calcula prescrição no concurso de crimes, 
inclusive no continuado, existe uma regra especial prevista no artigo 119,CP. 
Inciso V:  o  prazo  prescricional  começa  a  correr  a  partir  da  data  em  que  a  vítima 
completa  18  anos.  Se  a  denúncia  já  foi  proposta,  sendo  o  seu  recebimento  uma  causa 
interruptiva da prescrição, a prescrição começa a correr desde o recebimento.
Causas de interrupção e suspensão da prescrição:
Ocorrendo uma causa de suspensão, o decurso do prazo prescricional é paralisado. 
Se  a  causasuspensiva  deixa  de  produzir  efeitos,  o  prazo  volta  a  correr,  aproveitando­se  o 
período já transcorrido antes da causa suspensiva. Já na interrupção, a prescrição começa a ser 
contada do zero.
Causas  suspensivas  da  prescrição:  artigo  116,CP.  Cabe  destacar  que  existem 
outras  causas  suspensivas  previstas  na  legislação,  além  destas  do  artigo  116,CP.  Exemplo: 
citação do revel por edital, suspensão condicional do processo, etc.
Art.  116  ­  Antes  de  passar  em  julgado  a  sentença  final,  a  prescrição  não  corre: 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I  ­  enquanto  não  resolvida,  em  outro  processo,  questão  de  que  dependa  o 
reconhecimento  da  existência  do  crime;  (Redação  dada  pela  Lei  nº  7.209,  de 
11.7.1984)
II ­ enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984)
Parágrafo  único  ­  Depois  de  passada  em  julgado  a  sentença  condenatória,  a 
prescrição  não  corre  durante  o  tempo  em  que  o  condenado  está  preso  por  outro 
motivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Artigo  116,I,CP:  trata  das  chamadas  prejudiciais  heterogêneas.  Estas  questões 
(relacionadas  ao  estado  das  pessoas)  dependem  de  um  pronunciamento  do  juízo  cível  a 
respeito  do  tema  (art.  92  e  93  do  CPP).  O  juiz  penal  tem  que  sobrestar  a  ação  penal  até  o 
pronunciamento do juízo cível. Ao sobrestar a ação penal fica suspensa a prescrição. 
Observação: Em se  tratando de processo administrativo,  o  juiz  penal  deve  sobrestar  o  feito e 
aguardar o processo administrativo? Não há previsão legal neste sentido. Logo, se juiz optar por 
aguardar  o  processo  administrativo,  ele  deve  ter  em  mente  que  a  prescrição  continuará 
correndo. 
Observação: Também não suspende a prescrição, por ausência de previsão legal, a instauração 
de incidente de insanidade. 
Artigo 116,II,CP: quando o réu cumpra pena no estrangeiro. 
Observação: Incisos I e II do artigo 116 tratam da suspensão da prescrição da pretensão punitiva 
(ocorre  no  curso  do  processo  de  conhecimento).  Já  o  parágrafo  único  trata  da  suspensão  da 
prescrição da pretensão executória. 
Há outras causas suspensivas da prescrição espalhadas ao  longo do ordenamento, 
por exemplo, no art. 366 do CPP (hipótese de réu revel), 53 da CR/88 (imunidades formais dos 
parlamentares), suspensão condicional do processo (art. 89 da L. 9099/95).
Não  é  possível  ampliar  as  previsões  do  art.  116  do  CP  e  outros  ao  longo  do 
ordenamento  por  analogia,  sob  pena  de  analogia  in malam  partem.  Todas  as  causas  devem 
estar previstas em lei. 
Causas interruptivas da prescrição: artigo 117,CP. 
Causas interruptivas da prescrição
Art. 117 ­ O curso da prescrição interrompe­se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
I ­ pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
II ­ pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III  ­ pela decisão confirmatória da pronúncia;    (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
IV  ­  pela  publicação  da  sentença  ou  acórdão  condenatórios  recorríveis;  (Redação 
dada pela Lei nº 11.596, de 2007).
V ­ pelo  início ou continuação do cumprimento da pena;  (Redação dada pela Lei nº 
9.268, de 1º.4.1996)
VI ­ pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
§  1º  ­  Excetuados  os  casos  dos  incisos  V  e  VI  deste  artigo,  a  interrupção  da 
prescrição  produz  efeitos  relativamente  a  todos  os  autores  do  crime.  Nos  crimes 
conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende­se aos demais a interrupção 
relativa a qualquer deles.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§  2º  ­  Interrompida  a  prescrição,  salvo  a  hipótese  do  inciso  V  deste  artigo,  todo  o 
prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.  (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Consumação       Recebimento da Denúncia        Sentença Condenatória       Acórdão? 
As causas interruptivas do artigo 117, I a IV interrompem a prescrição da pretensão 
punitiva. Já as causas dos incisos V e VI interrompem a prescrição da pretensão executória. 
Artigo 117,I,CP: recebimento da denúncia ou queixa. Se a denúncia for rejeitada e o 
MP recorre (RESE), a interrupção só acontece com o recebimento pelo tribunal. 
O aditamento interrompe a prescrição? 
O aditamento  pode  ser  subjetivo  ou  objetivo.  No  aditamento  objetivo,  inclui­se  fato 
novo. No aditamento subjetivo, inclui­se corréu. 
Exemplo  de  aditamento  objetivo:  uma  única  pessoa  começa  uma  subtração  por 
arrebatamento (furto onde o agente arranca o cordão do pescoço e machuca a vítima – não é 
roubo,  mas  furto  +  lesão,  pois  para  ser  roubo  é  preciso  que  haja  violência  ou  ameaça  para 
permitir  a  subtração  e  no  caso,  a  lesão  é  decorrência  da  subtração).  O  agente  é  preso  em 
flagrante.  MP  denuncia  pelo  furto  e  só  depois  da  denúncia  recebida  é  que  ele  toma 
conhecimento  do  laudo  de  lesões  e  aí  ele  adita  para  incluir  as  lesões  corporais  na  denúncia. 
Neste caso, o recebimento do aditamento interrompe novamente a prescrição, mas tão somente 
em relação ao fato novo. 
Exemplo de aditamento subjetivo: supondo que 3 pessoas (Antônio, Cláudio e Bruno) 
cometam  um  roubo.  A  polícia  prende  em  flagrante  Antônio  e  Bruno,  mas  Claudio  foge.  Em 
março,  há o  recebimento da denúncia  em  face de Antônio  e Bruno  (interrompe a prescrição). 
Posteriormente, Cláudio é encontrado e o MP aditou a denúncia. Juiz recebe o aditamento, mas 
isto não gera a interrupção da prescrição. Logo, o recebimento da denúncia em face de Antônio 
e Bruno também interrompe a prescrição para Claudio. Neste sentido, artigo 117,§1º,CP.
Causas interruptivas do procedimento 
do Júri
Causas interruptivas dos demais 
procedimentos
x Recebimento da denúncia
x Pronúncia
x Decisão confirmatória da pronúncia
x Sentença condenatória
x Acórdão* (nem sempre)
Recebimento da denúncia
Sentença condenatória
Acórdão* (nem sempre) 
Fim da aula

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