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Prescrição aula 03

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Turma e Ano: Flex B (2014)
Matéria / Aula: Direito Penal / Aula 11
Professora: Ana Paula Vieira de Carvalho
Monitora: Monique 
AULA 111
CONTEÚDO DA AULA: Prescrição.
(CONTINUAÇÃO – Prescrição da pretensão executória)
Contagem do prazo da PPE: identifica o tempo da condenação e aplica a tabela do 
artigo 109,CP. Se o réu é reincidente, o prazo é aumentado de 1/3. 
Cuidado: O aumento do prazo de 1/3 ao réu reincidente não é aplicado para a prescrição 
da pretensão punitiva. 
Na  aula  passada  começamos  a  estudar  o momento  a  partir  do  qual  o  prazo  da 
PPE começa a ser contado (artigo 112,CP). 
Análise do artigo 112,CP (continuação): 
Exemplo 1: Réu primário foi condenado a pena de 9 anos pelo crime de roubo. A 
execução  da  pena  se  iniciou  em  2000.  Passados  3  anos  (1/3  da  pena),  ele  obteve 
livramento condicional, logo, estaria submetido a um período de prova de 6 anos. Em 2005, 
o livramento condicional é revogado. 
Exemplo 2: Réu primário foi condenado a pena de 9 anos pelo crime de roubo. A 
execução da pena se iniciou em 2000. Passados 3 anos (1/3 da pena), ele foge. 
No exemplo 2, quanto tempo resta da pena? 6 anos. Assim, esta será a pena para 
fins  de  cálculo  da  prescrição:  6  anos  prescreve  em  12  anos,  conforme  tabela  do  artigo 
109,CP. 
No exemplo 1, quanto tempo resta da pena? Depende da causa da revogação do 
livramento  condicional.  Perceba  que  o  réu  ficou  preso  por  3  anos  e  cumpriu  2  anos  de 
período  de  prova.  Assim,  quando  a  revogação  é  feita  em  razão  de  crime  cometido  na 
vigência do livramento, o condenado traiu a confiança nele depositada, de modo que não 
se pode descontar os 2 anos de período de prova. Conclusão: restam 6 anos da pena, e a 
prescrição se dá em 12 anos. Por outro lado, se a revogação do livramento acontecer por 
crime cometido antes da vigência do livramento, isso significa que o condenado não traiu a 
1 Aula ministrada em 01/10/14. 
confiança nele depositada,  logo,  o período de prova é descontado. Conclusão:  restam 4 
anos de pena, que prescrevem em 8 anos. 
Atenção:  em  relação  ao  artigo  112,  I,  2ª  parte  do  CP,  precisamos  descobrir 
primeiro o quanto  resta da pena  (artigo 113, CP) para depois podermos calcular o prazo 
prescricional.  Para  descobrirmos  o  que  resta  da  pena,  devemos  pesquisar  a  causa  da 
revogação do livramento. Se o livramento foi revogado em decorrência de condenação por 
crime cometido na vigência do  livramento, não será possível descontar da pena o  tempo 
em  que  esteve  solto.  Este  desconto  somente  será  possível  se  a  revogação  ocorrer  por 
condenação decorrente de crime cometido antes da vigência do livramento.
Artigo  112,II,CP:  existem  alguns  casos  de  interrupção  da  prescrição  que  valem 
como cumprimento de pena. Exemplo: o condenado  fica  louco no curso da execução ou 
sobrevém  alguma  doença  mental.  Nestes  casos,  o  condenado  é  transferido  para  um 
hospital penitenciário e fica lá até o término do cumprimento de pena, contando o prazo de 
internação como efetivo cumprimento de pena, não correndo prazo de prescrição (porque 
equivale à execução de pena).
Causas interruptivas do prazo da PPE:
Exemplo: Réu primário condenado por roubo a pena de 9 anos. Em 2000 inicia a 
execução. Em 2003, ele  foge, mas é  recapturado em 2005. Em 2007, ocorre nova  fuga. 
Qual será o prazo da PPE? 
Resposta: Ver artigo 117,V,CP. Lembre­se o início do prazo começa a ser contado 
a partir  do  trânsito  em  julgado para a acusação. O  início  de execução da pena é  causa 
interruptiva deste prazo. Enquanto há cumprimento de pena, a prescrição não corre, pois 
não há  inércia do Estado. No caso acima, a prescrição começa a correr em 2003 (artigo 
112,II) pelo tempo que sobre da pena: 6 anos (prescrição: 12 anos). Entretanto, como foi 
recapturado  em  2005,  a  prescrição  se  interrompe  novamente  (artigo  117,V,CP: 
“continuação do cumprimento de pena”). Em 2007, ocorre nova fuga, sendo que desta vez 
a prescrição se dará com base na pena de 4 anos, que prescreve em 8 anos. 
Passaremos agora para a última causa interruptiva: reincidência. 
 A  reincidência  que  interrompe a  prescrição é  a mesma que  interrompe o  prazo 
prescricional? Não. 
O artigo 107,CP elenca todas as causas interruptivas da prescrição. As 4 primeiras 
interrompe  a  prescrição  da  pretensão  punitiva  (PPP).  As  2  últimas  (incisos  V  e  VI) 
interrompem a PPE. 
Sendo assim, estudaremos agora somente o que se aplica à PPE. 
Exemplo:  Réu  reincidente  é  condenado  a  6  anos  por  crime  de  roubo.  Como 
sabemos, 6 anos prescrevem em 12 anos. Como é reincidente, devemos aumentar de 1/3, 
logo, 16 anos. Em 2000 ocorre o trânsito em julgado para a acusação. Ele está foragido. 
Em 2006 é condenado por novo crime (homicídio). Perceba que o réu cometeu novo crime 
no curso do prazo da PPE. O cometimento deste novo crime é responsável por interromper 
a prescrição.
Exemplo: Antônio (réu primário) é condenado por roubo a 6 anos (logo, PPE é de 
12  anos).  Em  2000  ocorre  o  trânsito  em  julgado  para  acusação.  Ele  está  foragido.  Em 
2006, comete crime de homicídio, vindo a ser condenado em 2013. Pergunta: a interrupção 
ocorre quando o agente comete o novo crime ou é condenado por novo crime? A posição 
majoritária entende que a interrupção ocorre no momento em que o crime é cometido, mas 
seus efeitos só se produzem quando sobrevém o trânsito em julgado.   
Redução  dos  prazos  de  prescrição:  artigo  115,CP.  Esta  redução  é  aplicada  a 
qualquer espécie de prescrição (PPP, PPE e prescrição da multa). Para obter tal redução, 
exige­se a juntada da certidão de nascimento nos autos. 
Prescrição da multa
Previsão legal: artigo 114,CP.
 
Multa
Prescrição da 
pretensão punitiva 
pela pena em 
abstrato
Cominada isoladamente ‐Prescrição:  2 anos
Cominada alternativa ou cumulativamente 
com a privativa de liberdade – mesmo 
prazo da pena privativa de liberdade
Multa
Prescrição da 
pretensão punitiva pela 
pena em concreto ou 
da pretensão 
executória
Aplicada isoladamente – 2 anos
Aplicada cumulativamente com a 
pena privativa de liberdade – 
mesmo prazo da pena privativa de 
liberdade.
Prescrição no concurso de crimes
Art. 119 ­ No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a 
pena de cada um, isoladamente.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
De acordo com o artigo 119, ao invés de consideramos o todo (soma das penas) para 
calcular a prescrição, deve­se “fingir” que cada crime existe sozinho.  Logo, a prescrição de 
cada crime é calculada isoladamente. 
Exemplo: Ano – 2000: 
1) Concurso material: roubo + quadrilha Æ roubo prescreve em 2016/ quadrilha prescreve em 
2008. 
2)  Concurso  formal:  homicídio  culposo  +  lesão  culposa Æ  homicídio  culposo  prescreve  em 
2008/  lesão  corporal  culposa  prescreve  em  2004.  Obs:  No  caso  da  Boate  Kiss,  em  que 
centenas de pessoas morreram  (concurso  formal),  a prescrição  também se dará em 8 anos. 
Houve evidente erro no tratamento dado pelo Código Penal, mas esta é a regra.  
3) Crime continuado:               +            +            +        Æ cada crime prescreve isoladamente
               Jan           Fev      Mar       Abr
Prescrição punitiva pela pena em concreto no concurso de crimes
Exemplo:
FATO (2000) RECEBIMENTO DA 
DENÚNCIA (2005)
SENTENÇA (2007) ACÓRDÃO COM 
TRÂNSITO EM 
JULGADO (2010)
  1ª Hipótese: Concurso material Æ Réu pratica  roubo  (pena de 4  anos)  +  quadrilha 
(pena  de  1  ano). Neste  caso,  o  cálculo  prescricional  de  cada  crime  será  feito  isoladamente. 
Logo: prescrição do roubo se dá em 8 anos e prescrição da quadrilha se dá em 4 anos. Como o 
crime foi cometido antes de 2010,pode­se afirmar que houve prescrição do crime de quadrilha 
entre o fato e recebimento da denúncia. Obs: A mesma regra se aplica no cálculo da PPE.
2ª Hipótese: Concurso formal homogêneo Æ Réu pratica 2 homicídios culposos. Juiz 
aplica  a  pena  de  1  ano  +  1/6  =  1  ano  e  2  meses.  Para  calcular  a  prescrição,  não  pode 
considerar  a  pena  total.  Para  tanto,  deve­se  desprezar  o  aumento  de  1/6.  Logo,  ambos  os 
crimes  prescrevem em 4  anos.  Logo,  houve  prescrição  entre  data  do  fato  e  recebimento  da 
denúncia.
3ª Hipótese: Concurso  formal heterogêneo Æ Réu pratica homicídio culposo +  lesão 
culposa. Como calcular a pena da  lesão? Para o homicídio, a prescrição se dá com base na 
pena  de  1  ano.  Para  a  lesão,  a  prescrição  (seja  PPP,  seja  PPE)  se  dá  com  base  na  pena 
mínima cominada ao delito.
Conclusão:  no  concurso  formal  heterogêneo,  o  prazo  prescricional  do  crime menos 
grave será calculado tomando em conta a pena mínima cominada ao delito. Isso ocorre tanto 
na prescrição da pretensão punitiva pela pena em concreto quanto na prescrição da pretensão 
executória. 
4ª  Hipótese:  Crime  continuado  Æ  mesma  regra:  réu  condenado  a  5  furtos  em 
continuação  delitiva.  Pena:  1ano  +  1/3  =  1  ano  e  4  meses.  A  prescrição  será  calculada 
isoladamente para cada crime. Logo, todos os crimes prescrevem em 4 anos. 
Fim da aula

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