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As curvas de nlvel siio linhas imaginarias que ligam os pontos situados na superficie da Terra a igual altitude. ~qüi~istância real é a distância vertic~.I. ~ntre .dois p~anos sucessivos. A eqüidistância reduz1da a escala do desenho chama-se equidistâncw grafJCa. A expressiio da altitude por algarismos chama-se cota. Em toda elevaçiio as cotas das curvas de nive! crescem da periferia para o centro segundo uma proporçiio constante - eqüidistância. No casa das depressoes e dos vale~ as c~~~s. ~im~nuem inversamente , da -periferia para o centra. É interessante ressaltar que a eqmf~stanc1a das curvas de mvel pode ser muito alterada, segundo se trate de mapa topograhco ou de carta a pequena escala. Nas primeiras a eqüidistância é inantida nor- malmente. Nas segundas, isto é, nas cartas geo!!,Iaficas, hâ. !!;rande flellibilidade em funçao da generalizaçâo admitida pela escala. . CARVA.O DE PEDRA- o mesmo que carvéio mineral (vide) ou hulha. CARVA.O MINERAL ou CARVA.O DE PEDRA - é uma das formas pela quai o 'elemento carbono aparece na natureza de modo abundante em certas regiôes do globo. 0 carviio mineral resultou da decomposiçiio de g.randes florestas que existiram em certas partes do globo terrestre, por ocasiiio do periodo Carbonifero da era Primaria. A hulha resulta da transformaçiio da celulose dos vegetais que compoem as arvores, pela perda do hidrogênio e oxigênio corn grande enriquecimento de carbono. Duas correntes principais procuram exp li car a origem dos carvoes: a) Autôctone e b) Al6ctone. A primeira dessas correntes - aut6ctone - dit: que a hulha é oriunda da decomposiçiio das grandes florestas no pr6prio local, enquanto a segunda a considera proveniente da sedimentaçiio de detritos vegetais carregados pelas aguas. A principal aplicaçiio do carviio é de servir como combust.ivel, embora se passa também extrair dele grande numero de subprodutos, como o alcatriio, do quai se destila o benzol ou ben:z:eno, xilol, toluol, etc. Além desses produtos temos ainda o acido fênico ou feno!, a naftaHna, etc. Quanta às condiçoes propicias à formaçâ.o do carviio mineral, isto é, carviio fôssil, devemos acentuar o fato de que a ocorrência de terrenos de idade carbonifera numa area, niio significa, necessariamente, a existência de carviio mineral. As jazidas de carviio representam antigos restas de vegetais que foram transformados in situ, ou transportados a longas distâncias ( autoctonismo ou aloctonismo). Trata-se da decomposiçiio da celulose proveniente de restos vegetais pelo enriquecimento em carbono e perda de hidrogênio, decomposiçao esta em funçao de bactérias especiais, como o Micrococus carbo. Esta bactéria é anaer6bia, isto é, morre em contato corn o ar. Assim, a celulose é destruida, perdendo grande parte do oxigênio. No periodo Carbonifero existiu no sul do Brasil um elima que favoreceu o crescimento de tais florestas, dando uma vegetaçiio exuberante. Entre as condiçoes favoraveis para o acumulo dos restas vegetais podemos citar: um releva piano com lagos e pantanais capazes de permitir a deposiçiio de matéria vegetal morta. Em tais depressoes do solo, a se- melliança de lagos, era preciso a existência de um nivel d'a gua sem grande movimento sazonal, permitindo sempre o acumulo de novos residuos e cobrindo sempre os restas de vegetais mortos. Nos carvoes humicos ha uma parte de matérias minerais (argila, areia, pirita ou marcassita, etc.) e uma parte de matérias combustiveis. Os carvoes de boa qualidade siio os que contêm muito pequena quantidade de matérias minerais, pois estas nâ.o queimam e, também, roubam calor aquecendo-se até o ponto de fusiio. Ao estudar as jazidas carbo- niferas do sul do Brasil, hem poder-se-a aquilatar dos problemas de sua mineraçiio e de seu pleno aproveitamento, tendo em vista, principalmente, a quantidade de matérias minerais que elas encerram, ou seja, cetca de 30%. Afinal de contas, niio é o carvâo senâo "florestas concentradas, por um processo na- tura] - o da incarbonizaçâ.o - que eliminando o que era inutil dos tecidos vegetais, sob o ponta de vista energético, concentra a que é util e se nos aferece ao uso, resguardado através de milhoes de anos, nas camadas do subsolo. 0 grande surto da vegetaçiio no periodo Carbonifero foi possivel graças à umidade generalizada e à riqueza de anfdrido carbônico na atmosfera; assim se desenvolveram as plantas de oq?;ani:z:açâ.o ainda inferior - os cript6gamos vasculares - sem flores e frutos, corn seus caules gigantescos e folhagem robusta, crescendo nas baixadas paludosas e acumulando matéria vegetal soterrada nas bacias sujeitas a uma subsidência, que permitira a formaçiio de novas camadas de matéria vegetal acumulada". 83 willian Zone de texte GUERRA, Antonio T. 1993. Dicionário geológico-geomorfológico. 8ª ed. Rio de Janeiro, IBGE. No sul do Brasil, os terrenos de idade permocarbonüera vao desde Sao Paulo até o Rio Grande do Sul. A série Tuba-rao nos interessa particularmente e as cinco camadas estiio, do ponto de vista da ~eologia hist6rica, enquadradas na idade do Carbonîfero Supe- rior; sao estas as camadas possuidoras de carvâo. Quanto à ori~em dos carvôes de Santa Catarina, diz Putzer que os mesmos tiveram sua ~ênese em terra firme, sendo formaçao limnica-lacustre, em bacias mais ou menos extensas e rasas. Por conseguinte, aceita-se uma formaçao terrestre, predominantemente aut6ctone, ·para as camadas gondwânicas no sul do Brasil. Pela diagênese, a camada vegetal dos pântanos foi transformada em carvao. Na sua maioria, os carvoes de Santa Catarina slio betuminosos, com teor de matéria volatil acima de 25%. Ha algumas jazidas com carvlio semibetuminoso ( 18 a 25%) e mesmo an- tracitoso ( menos de 18%). Do ponto de vista geografico, a area carbonifera mais importante, onde ha afloramen- tos no Estado de Santa Catarina, corresponde à zona da "depressao permocarbonîfera", localizada entre os planaltos de rochas do complexa cristalino, ou seja, a chamada Serra do Mar a leste, enquanto a oeste tem-se os degraus e patamares de rochas areniticas e de efusivas basalticas que constituem o que, genericamente, se chama a Serra Gerai. ·A faixa permocarbonifera do sul do Brasil forma como que um grande S, indo desde Siio Paulo até o Rio Grande do Sul. A zona carbonlfera catarinense tem uma forma aproximadamente retangular, corn 1 500 krn2 de area, compreendendo os seguintes municipios: Orleiies, Lauro Müller, Uruçanga, Sider6polis e Criciuma. (Fig. 12C) . 0 ge6logo H. Putzer, estudando o problema das jazidas de carvao em Santa Cata- rina, disse que a area carbonifera pode estender-se pela planicie costeira e plataforma submarina, isto no que diz respeito à direçao de leste para oeste da grande falha de Mae Luzia. Esta ultima afirmativa prende-se ao sustentâculo de que, num furo de sondagem a oeste da falha, realizado em 1953, a 195 metros de profundidade, hâ uma camada re- cuperâvel de carvao com 1,66 m de espessura. Fig. lZC - Nos Estados do sul do Brasll podemos enc:ontrar a mlneraçlo do carvio felta em moldes lndustrlaiS, ou a simples garlmpagëm. Na toto aclma vê-se a boca de uma mina de carvllo mineral de propriedade da Companhla Slderûrglca Naclonal, no Estado de Santa Catarina. (Foto T . Jablonsky - IBGE). 84 willian Texte surligné willian Texte surligné willian Texte surligné willian Texte surligné A sene Tubarâo foi hem estudada em um trabalho fundamental de White, em 1908, que deu este nome à série, tendo uma espessura de 248 rn, dividida em: - Grupo Bonito, corn 158 metros; - Grupo Palermo, corn apenas 90 metros. 0 Grupo Bonito, que nos interessa pela sua importância econômica, 1. C. White o definiu como composta de camadas arenosas e argilosas, corn preponderância das primeiras, de flora de glossopteris e de camadas de carvao. Devemos acentuar que aflora de glossop- teris-gangamopteris teve, naturalmente, sua evoluçâo condicionada ao elima severo, que vigorou durante a época ltararé. Nessas condiçoes, a vegetaçâo produziu tipos de minguados tecidos e inaptos para gerar valiosos dep6sitos de carvâo. Couhe a White a primazia de discriminar cinco camadas de carvâo, assim denominadas: 1 PONTE ALTA 2 BARRO BRANCO 3 IRAPUA 4 TREVISO 5 BONITO 900 milhoes de toneladas 10 milhoes de toneladas 260 milhôes de toneladas. As camadas Treviso e Ponte Alta, até o presente momento, nâo apresentam maior valor econômico. A camada Barro Branco é a mais importante, constituindo mesmo a base da exploraçâo industrial do carvâo catarinense. Corn uma reserva de 900 milhôes de toneladas, se admitirmos uma produçâo de 3 milhoes de t/anuais, aquelas jazidas per- mitirâo a exploraçâo duran te 300 anos. Um perfil tipico da camada Barro Branco mostra os problemas da mineraçâo que têm de ser solucionados, tendo em vista o tipo de nossas jazidas. As camadas de cima para baixo apresentam: 1 6 cm de folhelho preto 2-24 3- 17 4 7 5-30 6 24 7 18 8 6 carvao " follielho preto " carvao " folbelho escuro e preto " argila (Barro Branco ) carvâo " folhelho cinza 9 11 carviio 10 - 2 " " folhelho 11- 8 12- 32 carvao " folhelho cinza e preto. 0 carvao catarinense, sendo o unico, até o momento, a fornecer o carvao metalurgico, significa possuir quantidade elevada de hidrocarbonetos pesados. 0 engenheiro Thomas Fraser, do Bureau of Mines assim se refere a.o carvao cata- rinense: "Apesar de todas as dificuldades técnicas, provenientes do alto teor de cinzas e de enxofre, a qualidade coqueificante, excepcionalmente forte, desse carvâo Barro Branco, suas adequadas .. reservas e sua localizaçâo em relaçâo aos mesmos dep6sitos de minério de ferro de alto té6r, excepcionalmente grandes no Brasil, hem podem colocar o carvâo catarinense entre as mais importantes reservas de carvâo coqueificante do mundo, nas décadas futuras". 0 carvâo produzido no Brasil nâo é todo ele que pode ser transformado em coque metalt!rgico, devido a sua ma qualidade. 0 produzido no Rio Grande do Sul, Parana e, em parte, de Santa Catarina é destinado à geraçâo de calor para as usinas termelétricas. No Rio Grande do Sul é utilizado nas usinas de Charqueadas, Sao Jerônimo, Candiota e Gasômetro, que geram cerca de 50% da energia produzida no Estado. 0 carvao paranaense abastece as usinas de Figueiras e Harmonia, além da Fabrica Presidente Vargas localizada na cidade paulista de Piquete onde sao produzidos explo- sivos para o Exército. Santa Catarina fornece carvao-vapor à Sociedade Termelétrica de Capivari e à Usina Termelétrica da Companhia Siderurgica Nacional, situada em Sider6polis. 0 Brasil tem intensificado as pesquisas sobre os dep6sitos carboniferos encontrados na Serra dos Carajas (Para) além de estar negociando corn a Colômbia e o Canada o fornecimento de carvâo siderurgico a longo prazo. Procura ampliar o uso do nosso mi- nério como matéria-prima industrial, assim como utilizar os subprodutos do beneficiamento para produçao de acido sulfUrico e ferro. 85 willian Texte surligné
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