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Apostila Dir Tributario1

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DIREITO TRIBUTÁRIO 1 
 
1. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 
 
Atividade Financeira – entrada (receita) e saída (despesa) de dinheiro. 
 
? O Estado funciona como uma casa, mas com peculiaridades próprias. 
 
CONCEITO: A atividade financeira do estado desenvolve-se nos seguintes tópicos: 
 
 O Estado tem como competência a gerência dos seus recursos financeiros 
para garantir as necessidades sociais de sua população. 
 O Estado realizará a gestão destes recursos, a fim de poder utilizá-los com 
despesas que visam sanar as necessidades públicas. 
 Lembramos que, a finalidade essencial do Estado brasileiro é a realização do 
bem comum. 
 
Atividade Financeira é o conjunto de atos que o Estado pratica na obtenção, na 
gestão e na aplicação dos recursos financeiros de que necessita para atingir os seus 
fins. (Hugo de Brito Machado) 
 
1.1. CLASSIFICAÇÃO D E RECEITA 
 
Conceito – consiste na obtenção de recursos patrimoniais 
 
? As principais entradas de dinheiro aos cofres públicos são: 
- Arrecadação de Tributos (taxas, impostos, contribuições de melhoria) 
- Emissão de títulos da dívida – o Estado emite um documento que futuramente 
valerá dinheiro 
- Exploração de seu próprio patrimônio (licitação, aluguel, etc) – o que cobra é 
chamado de preço público. 
 
As receitas podem ser: 
 
a) Originárias: pela utilização dos bens que o Estado possui como qualquer outro 
sujeito privado; (exemplo: doações , bens vacantes e preços públicos) origina do 
próprio Estado, ou seja é a exploração do seu patrimônio. EX.: Vendas através de 
licitação, aluguéis de imóveis públicos, concessão de estatais para a iniciativa 
privada, etc. 
 
b) Derivada: prestações patrimoniais impostas aos cidadãos; (exemplo: 
arrecadação de tributos, pena de perdimento e penalidades) deriva de bens de 
terceiros, ou seja é a arrecadação de tributos. Esta é a principal forma de 
arrecadação de dinheiro. 
 
c) Transferidas – repartição dos tributos arrecadados. Repasse de verba 
arrecadada com tributos, ou seja a União repassa aos Estados e estes aos 
Municípios. 
 
? Quando arrecada tributos, o Estado está constrangendo legalmente bens de 
terceiros. 
 
1.2. CONCEITO DE DIR EITO FINANCEIRO 
2 JULIANA RIBEIRO 
 
 
O Direito financeiro abarca as prestações pecuniárias exigidas pelo Estado, 
abrangendo também o conceito de tributo. Este ramo do direito tem por objeto a 
disciplina do orçamento público, das receitas públicas (entre as quais inclui as 
receitas tributárias), das despesas públicas e da dívida pública. 
 
Vamos analisar o seguinte esquema para entender o conceito de Direito Financeiro: 
 
 
? Entrada definitiva de dinheiro nos cofres públicos: receita 
 
? Arrecadação de tributos – arrecadação de impostos, taxas e 
contribuições de melhoria. 
? Concessão de serviços públicos – contratos de concessão e 
permissão de serviços públicos. Empresas concessionárias ou 
permissionárias cobram tarifas dos usuários. 
Tarifa corresponde ao valor cobrado pela concessionária do usuário, tem 
natureza privada e não se confunde com taxa (tributo – natureza pública) 
– Exemplo: tarifa de ônibus, cobrança de pedágio. 
 
? Cobrança de preços públicos – quando o Estado obtém arrecadação 
através da exploração de seus próprios bens. Diferente da cobrança de 
tarifa (exploração pela concessionária) e tributo (exploração da 
propriedade de terceiros pelo Estado). Exemplo: venda de bens do 
Estado em licitação, lucro de empresas estatais, etc. 
? Outras receitas: doações, concurso de prognósticos, empréstimos, 
etc. 
 
Importante notar que as entradas não ocorrem somente pela arrecadação 
de tributos. 
A entrada de dinheiro nos cofres públicos é o que irá direcionar o 
executivo para que se formule o orçamento público. 
 
? O orçamento: Instrumento administrativo de competência do Presidente da 
República, que deverá ser posteriormente submetido à aprovação do 
Congresso Nacional. Este, tem como finalidade principal fazer o planejamento 
das receitas e despesas com o intuito de proporcionar um equilíbrio entre 
ambas. 
Feito em todos os entes federativos. O chefe do Executivo não poderá gastar 
mais do que estava previsto no orçamento, salvo nos casos de créditos 
suplementares ou adicionais. 
É o planejamento para se poder gastar o dinheiro. O Estado tem um 
orçamento anual. A principal finalidade do orçamento é o equilíbrio entre 
receita e despesa. 
 
Responsabilidade Fiscal = gastar mais do que arrecada. 
 
? Despesas: são os gastos que serão realizados pelo Estado para atender as 
necessidades da população em relação à realização de serviços como a 
Saúde, Educação, Transporte, Saneamento básico e o efetivo exercício do 
poder de policia, como a segurança. 
DIREITO TRIBUTÁRIO 3 
 
Após o orçamento, os políticos estão autorizados a realizar despesas. O 
fundamento deste gasto deve ser o bem público (da coletividade). Para 
realizar este bem público deve-se gastar o dinheiro com DOIS tipos de 
necessidades públicas (saúde, educação, transporte, segurança, habitação): 
? Realização de Serviços Públicos – construção de escolas, 
pavimentação e construção de estradas, colocação de transporte 
público, etc. 
? Poder de Polícia (como termo jurídico) – será cobrado um valor em 
dinheiro aos contribuintes (taxa de passaporte, licenciamento de 
veículos, etc) para que o Estado possa investir em segurança pública. 
 
Assim, seguindo o esquema proposto, o Direito Financeiro é o ramo do Direito 
público que estuda a arrecadação de receita, a realização do orçamento, assim 
como, as realizações de despesas. 
 
 
2. CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
O Direito Tributário é um sub-ramo do Direito Financeiro 
 
? Vinculado e dependente do direito financeiro. 
 
“O direito tributário cuida das formas das quais o Estado vai obter receita, 
enquanto o Financeiro trata da quantidade da receita e da distribuição das 
despesas”. 
“O direito financeiro, enquanto sistema normativizador de toda a atividade 
financeira do Estado, abarca, por compreensão, as prestações pecuniárias 
exigidas pelo Estado, abrangidas pelo conceito de tributo”; Amaro, Luciano. 
Pela importância do estudo do tributo, a matéria de Direito Tributário passou a 
estar segregada do Direito Financeiro. A distinção é doutrinária, porém estes 
ramos se interligam entre si. 
A relação entre o Direito Financeiro e o Direito Tributário se traduz na 
arrecadação. O Direito Financeiro tem a finalidade de estruturar a 
arrecadação para poder planejar ou projetar os gastos, de acordo com as 
necessidades públicas. 
 
? Conceito do Direito Tributário 
DIREITO TRIBUTÁRIO: É um ramo do Direito Público que estuda a arrecadação 
dos tributos, abrangendo o conjunto de normas reguladoras da criação, 
fiscalização e arrecadação das prestações de natureza tributária. Trata 
somente da arrecadação de tributos para constituir RECEITA. 
4 JULIANA RIBEIRO 
 
 
2.1. RELAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO 
 
O Direito tributário é um sistema conceitual que se constrói a partir do conceito de 
tributo que, pode ser erigido juridicamente num contexto determinado. 
 
? Direito Tributário e Direito Constitucional – A Constituição é norma 
fundamental. O Estudo do Direito Tributário é feito sobre a base constitucional. A 
Constituição traz todas as regras e princípios que deverão ser seguidos por todas 
as normas de cunho inferior. A Constituição refere-se ao Direito Tributário a partir 
de seu artigo 150. 
 
• Direito Tributário e Direito Administrativo - São matérias ligadas em face do 
âmbito administrativo de cobrança de tributos pela Receita Federal, obedecendo aos 
princípios do direito administrativo. Muitas vezes o Direito Administrativo é a base do 
Direito Tributário por causa da sistemática de arrecadação de impostos, ou seja, 
fixar asnormas para a arrecadação e fiscalização. Estuda a Administração Pública 
como um todo. Relaciona-se com o Direito Tributário no que diz respeito a Atividade 
Financeira do Estado, mais especificamente na arrecadação e fiscalização de 
tributos pela Receita Federal. Por exemplo, o Direito Administrativo é quem 
determina como o contribuinte deve proceder no preenchimento da Declaração do 
Imposto de Renda, e o Direito Tributário só entrará em cena quando o tributo for 
arrecadado. 
 
• Direito Tributário, Direito Civil e Direito Comercial - O Direito Civil e o Direito 
Comercial nos oferecem noções de direito privado que irão se aplicar ao Direito 
Tributário, ex: juros, receita, faturamento. O Direito Civil estabelece as normas que 
regulam as Obrigações, por exemplo: Obrigação de Fazer do contribuinte: obrigação 
de levar dinheiro aos cofres públicos; Obrigação de Fazer do Estado: prestar os 
serviços de acordo com as necessidades públicas, assim como fiscalizar; Obrigação 
de não fazer do Estado: não cobrar tributos além dos estabelecidos por lei. 
O Direito Civil empresta certos conceitos e terminologias do Direito Privado, como: 
faturamento, juros, etc. (art. 110, do CTN - A lei tributária não pode alterar a 
definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, 
utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas 
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos 
Municípios, para definir ou limitar competências tributárias). 
 
• Direito Tributário e Direito Penal - O Direito Penal disciplinará as sanções para 
aqueles que fraudam o pagamento dos impostos, ou mesmo os crimes contra a 
ordem tributária. Não existe pena de prisão pelo não pagamento de tributos, 
entretanto, a fraude por sonegação de tributos é crime sancionado com prisão. A 
pessoa física sofre sanção relativa a perda de bens e só irá para a prisão por 
apropriação indébita ou fraude. Ex. Crime de Descaminho (que difere do 
contrabando por dizer respeito ao ingresso de mercadoria cuja comercialização não 
seja proibida no país, mas sem o recolhimento dos tributos incidentes, que podem 
ser tanto o IPI quanto o ICMS -, previsto no artigo 334 do Código Penal.) 
 
• Direito Tributário e Direito Internacional - O Direito Internacional irá regular 
aspectos que envolvem a importação e exportação de produtos com outros países, 
DIREITO TRIBUTÁRIO 5 
 
como também aspectos de acordos alfandegários com outros países. Exemplo: 
Mercosul. 
Com o Mercosul, acabou a barreira alfandegária, ou seja, há a isenção de impostos 
entre alguns países. Os acordos internacionais trazem facilidade na entrada ou 
saída de capital e produtos. 
Aduana = Alfândega = Declaração do Imposto de Exportação e Importação 
 
• Direito Tributário e Direito Previdenciário - O custeio do Direito Previdenciário 
está diretamente relacionado ao Direito Tributário. O Direito Previdenciário regula a 
arrecadação das contribuições sociais, pois é titular da parafiscalidade que lhe é 
conferida pelo Estado ao INSS. 
Tem duas vertentes: o dinheiro arrecadado (receita) e a despesa (pagamento de 
benefícios, aposentadorias, pensões, salário-maternidade, etc). A receita surge das 
contribuições sociais (PIS, COFINS, PASES, CPMF, etc) e a arrecadação destes é 
estudada pelo Direito Tributário. 
 
? Direito Tributário e Direito do Trabalho – relaciona-se com as Contribuições 
Sindicais 
 
? Direito Tributário e Direito Ambiental – todas as empresas que exercem 
atividades relacionadas com o meio ambiente, recolhem taxas de fiscalização 
ambiental. 
 
 
2.2. DIREITO TRIBUTÁRIO COMO RAMO DO DIR EITO PÚBLICO 
 
Preponderância do interesse coletivo no direito dos tributos é evidente, pela 
referência das normas de ordem pública. 
Participação estatal efetiva tanto nos pólos ativo quanto passivo da relação jurídica 
tributária. 
RELAÇÃO JURÍDICA: é o vínculo entre dois pólos (um ativo e um passivo). 
 
Exemplo: A União cobra Imposto sobre a Renda de seu contribuinte – União – 
sujeito ativo – credor e contribuinte – sujeito passivo – devedor. 
O contribuinte pleiteia em ação judicial o Imposto sobre a Renda de seu contribuinte 
– contribuinte – sujeito ativo – credor – União Federal – sujeito passivo. 
 
O Estado é ativo, quando obriga os contribuintes a levarem dinheiro aos cofres 
públicos, ou é passivo, quando o Estado deve ao contribuinte (EX.: recolhi o imposto 
a mais do que deveria e quero o reembolso, isto chama-se Repetição de Indébito – 
inverte-se o pólo. É o caso da restituição do Imposto de Renda. 
 
RELAÇÃO JURÍDICA – vínculo entre uma ou mais pessoas. 
 
Regra Básica 
 
C redor = A tivo 
 
 
D evedor = P assivo 
Lembre-se do alfabeto: 
C vem antes do A 
D vem antes do P 
6 JULIANA RIBEIRO 
 
 
 
2.3. AUTONOMIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
É hoje pacifica a autonomia do Direito Tributário na doutrina e na legislação. 
Afirma-se a autonomia do Direito Tributário dentro da unidade geral do Direito, 
por reger-se por princípios próprios e possuir institutos, conceitos e objeto também 
próprios. 
Por conseguinte, deve a norma tributária precisar seus próprios conceitos, 
assinalando os elementos de fato neles contidos, e, quando utilizar os de outras 
disciplinas, deverá precisar o alcance que confere aos mesmos. 
Finalizando, a autonomia do Direito Tributário encontra-se consagrada em 
nossa Constituição Federal de 1.988, que, ao dispor, especificamente, nos artigos 
145 e 162, sobre o Sistema Tributário Nacional, confirma a dita autonomia, no artigo 
24, I, ao disciplinar sobre competência legislativa acerca de direito tributário. 
As normas gerais do Direito Tributário foram baixadas pela Lei nº 5.172, de 25 
de novembro de 1.966, que "dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui 
normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municíp ios", tendo a 
referida Lei, pelo Ato Complementar nº 36, de março de 1.967, recebido a 
denominação de Código Tributário Nacional (CTN). 
Direito Tributário é a principal fonte de arrecadação do Estado. Deve ser muito 
bem estudado, com a devida importância, por isso é autônomo e até mais importante 
que o próprio Direito Financeiro. 
 
2.4. CONCEITO DE TRIBUTO 
 
• Objeto da Obrigação Tributária: 
 
? Norma central do Direito Tributário – entregar dinheiro ao Estado – levar 
dinheiro aos cofres públicos. Finalidade. 
? Objeto da obrigação tributária é o comportamento de levar dinheiro aos cofres 
públicos e não o dinheiro em si. 
? Dinheiro levado aos cofres públicos recebe o nome de tributo. 
 
• Definição Dentro da Constituição 
 
A Constituição adota uma definição implícita de tributo, mas que não pode ser 
ampliada ou reduzida. Utiliza-se do conceito de tributo dado pelo CTN. 
 
• Definição Do Código Tributário Nacional – Art. 3° 
 
“Tributo é toda prestação pecuniária (1) compulsória (2) em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir (1), que não constitua sanção de ato ilícito (4), instituída 
em lei (3) e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada 
(5)”. 
 
(1) Pecuniária – objeto da obrigação tributária – comportamento do sujeito 
passivo de levar dinheiro aos cofres públicos. É uma obrigação de 
dar/fazer/levar dinheiro aos cofres públicos. 
DIREITO TRIBUTÁRIO 7 
 
Valor em moeda corrente do Brasil – valor em dinheiro estrangeiro deverá 
ser convertido de acordo com a cotação do dia para o pagamento do tributo. 
Pode ser pago em cheque, desde que haja a devida compensação. Não é 
toda agência bancária que aceita o pagamento em cheque. Pode ser pago 
em títulos e bens que foram levados a leilão ou praça pública (Venda judicial 
de bens imóveis. É uma das espécies da arrematação, ao lado do leilão, este 
pertinente a bens móveis.). 
 Observação: bens levados à praça públicasão convertidos em dinheiro 
para o pagamento do tributo. 
 
(2) Compulsória – obrigatória – ninguém pode alegar o desconhecimento do fato 
gerador do tributo para se esquivar do seu pagamento. 
 
(3) Ex Lege – obrigação tributária só nasce da vontade da lei, mediante a 
ocorrência de um fato imponível nela descrita. Seja lei constitucional, 
ordinária, complementar ou medida provisória (pois tem força de lei no 
período máximo de 60 dias). Decretos e Atos normativos não podem criar 
tributos. 
 
(4) Que não se constitui sanção de ilícito – O tributo não pode ser qualificado 
como sanção de ato ilícito. Dos fatos ilícitos nascem multas e conseqüências 
punitivas diferenciadas do tributo. 
 
 (5) Atividade administrativa plenamente vinculada – nesta, a autoridade não 
goza de liberdade ou oportunidade de agir, pois a lei estabelece os caminhos a 
serem seguidos, ficando à autoridade fiscal sujeita a previsão legal expressa. Ou 
seja, após o dinheiro, correspondente aos tributos, ser levado aos cofres 
públicos, terá que ser aplicado, obrigatoriamente, em necessidades públicas, e 
não de acordo com a vontade da autoridade competente. 
 
2.5. NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO 
 
Conforme dispõe o artigo 4º do CTN, a natureza jurídica do tributo é determinada 
pelo fato gerador da respectiva obrigação. 
 
A natureza jurídica de um tributo é determinada por lei, que descreve um 
acontecimento hipotético (hipótese de incidência), o qual fará nascer à obrigação 
tributária. Ocorrendo o fato gerador em si, estamos aptos a verificar qual a espécie 
de tributos que iremos pagar, ou seja, a natureza jurídica do tributo dá-se pela sua 
hipótese de incidência, devendo o intérprete (operador do direito) saber qual a sua 
espécie. 
 
Hipótese de incidência = descrição normativa da situação de fato. 
 
Exemplo: Zezinho comprou um carro zero km. Conseqüentemente terá que pagar o 
IPVA. 
 
Hipótese de incidência – possuir veículo automotor (descrição hipotética da lei) 
 
Fato gerador – o momento da compra faz com que ele se torne proprietário do 
veículo automotor. A partir deste ponto poderá haver a cobrança do mencionado 
tributo (ocorrência no mundo real da hipótese descrita em lei). 
8 JULIANA RIBEIRO 
 
 
 
O momento da elaboração e existência da lei descreve uma situação hipotética 
(abstrata) como necessária e suficiente para ocorrência do fato gerador. O Fato 
Gerador nada mais é que adequar um ato ou conduta humana à descrição 
hipotética da lei. Como o exemplo acima: Zezinho, quando não possuía o veiculo, 
não tinha necessidade de pagar o IPVA, mas, a partir do momento que adquiriu o 
veículo, aquela conduta humana enquadrou-se na lei, originando o fato gerador. 
 
Todo tributo tem sua hipótese de incidência, pois todo tributo deve estar descrito em 
lei. Art. 3° CTN. 
 
É o fato gerador quem indicará qual tributo deverá ser cobrado. 
 
OBS.: O nascimento do Fato Gerador traz consigo o nascimento da obrigação 
tributária. 
 
• Não servem para qualificar a natureza jurídica de um tributo a denominação e 
demais características formais adotadas por lei, nem a destinação legal do 
produto de sua arrecadação. 
 
• Também não interessa à definição da natureza jurídica do tributo a destinação 
legal do produto da sua arrecadação, por duas razões básicas. A primeira, de 
ordem técnica, pelo simples fato de que a destinação do produto só pode ocorrer 
após a arrecadação, o que prejudica irremediavelmente a tese de consistir-se em 
característica dos tributos. A segunda, de natureza conceitual, pois que todo 
tributo se destina a proporcionar recursos ao Estado para que este possa cumprir 
suas finalidades. Na realidade, ao Direito Financeiro cabe a destinação legal do 
produto da arrecadação tributária. 
Ou seja, não importa se é IPVA, IPTU, etc, da mesma forma que não importa 
para onde vai o valor arrecadado, o que importa é se existe o fato gerador, e se 
este está necessariamente e suficientemente enquadrado na hipótese de 
incidência. 
DIREITO TRIBUTÁRIO 9 
 
 
2.6. FUNÇÃO DO TRIBUT O 
 
Depreende-se três funções distintas: 
• Fiscalidade – quando o objeto principal é ser fonte de recursos financeiros para o 
Estado. Exemplo: IR e IPVA 
• Extrafiscalidade – quando a arrecadação do tributo serve como instrumento de 
intervenção no domínio econômico. Exemplo: II e IE 
• Parafiscalidade - a arrecadação de recursos se destina a financiar atividades onde 
houve a delegação da capacidade tributária ativa do Estado. Exemplo: as 
contribuições previdenciárias que irão financiar as futuras aposentadorias pagas 
pelo INSS (entidade parafiscal). A União Federal delegou a sua capacidade 
tributária ativa para o INSS. 
 
 
2.7. CLASSIFICAÇÃO D OS TRIBUTOS 
 
 
O art. 5º do CTN traz como espécies tributárias: "Os tributos são impostos, taxas e 
contribuições de melhoria". Dessa forma, o CTN classifica em três as espécies do 
gênero tributo: Imposto, Taxa e Contribuição de Melhoria. 
 
No entanto, discute-se hoje se somente as três espécies mencionadas estariam 
dentro do conceito de tributo, pois a nossa CF/88 inclui também o empréstimo 
compulsório e as contribuições especiais ou sociais. 
 
Em suma, a classificação dada pelo CTN é incompleta. 
 
 
2.8. TRIBUTOS VINCUL ADOS E NÃO -VINCULADOS 
 
Os tributos podem, ou não, ser vinculados a uma atuação estatal direta e imediata, 
ou seja, aqueles cuja contraprestação irá constituir em realização de uma 
determinada atividade estatal. Os tributos vinculados são as taxas e contribuições de 
melhoria. Ex. Taxa: Você vai ao cartório e paga uma taxa para retirada de uma 
certidão. Este serviço público é imediato e direto, pois você sabe o quanto pagou e o 
que vai receber em troca (certidão). Ex. Contribuição de Melhoria: Através de um 
acordo com o Estado, as pessoas residentes em determinado bairro serão 
beneficiadas com o asfalto nas ruas, mas depois de colocado o asfalto, os 
beneficiários deverão contribuir com o Estado. 
 
Tributos não-vinculados são aqueles que estão desvinculados da atividade estatal 
direta e imediata. São os impostos (art. 16 do CTN). Ex. O Imposto de Renda é 
arrecadado, você o pagou. Mas, não se sabe quando o serviço público retornará 
para você , ou seja, não é específico, é geral. 
 
Com relação aos empréstimos compulsórios, apesar da Constituição, em seu art. 
148, parágrafo único, da CF/88, falar que a criação do empréstimo compulsório é 
vinculada a uma atuação estatal, na prática não é realidade, pois o dinheiro que se 
arrecada é levado aos cofres públicos, sem destinação específica e vai integrar o 
orçamento para gerar receita. 
10 JULIANA RIBEIRO 
 
 
2.9. IMPOSTOS 
 
• Conceito 
O imposto é um tributo não vinculado, pois independe de atuação estatal 
específica (art. 16 do CTN). 
 
Sempre que, a contraprestação pelo tributo pago não constituir em uma atuação 
estatal direta e imediata, o tributo devido será denominado imposto. 
Exemplo: A receita obtida no recolhimento do imposto de renda será destinada aos 
cofres públicos para custear despesas gerais do Estado, tais como: segurança, 
execução de obras públicas, saúde e educação. 
Diferentemente do que ocorre com a cobrança da contribuição de melhoria ou da 
taxa, pois a sua receita irá custear um serviço público que está diretamente 
relacionado ao contribuinte. Exemplo: fornecimento de certidões em cartórios. 
 
• Critério de exclusão – art. 145, II e III e 149 da CF/88. O que não for taxa, 
contribuição de melhoria ou empréstimo compulsório será imposto. 
 
• Competência – A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal tem 
competência para criar os seus impostos (art. 153, 155 e 156 da CF/88). 
Competência Privativa 
 
Sobre Comércio 
Exterior 
Incidem sobre 
operações de 
importação ou 
exportação 
II e IE 
 
 
 
Sobre Patrimônioe 
Renda 
Incidem sobre a 
propriedade de bens 
móveis ou imóveis e 
sobre o ganho do 
trabalho ou do capital 
IR, ITR, IGF, ITD, 
IPVA, ITBI e IPTU 
Quanto à base 
econômica 
Sobre produção e 
Circulação 
Incidem sobre a 
circulação de bens 
ou valores, bem 
como a produção 
dos bens 
IPI, IOF, ICMS, ISS 
C 
T 
N 
DIREITO TRIBUTÁRIO 11 
 
 
Fixos 
O valor a ser pago é 
fixado por lei, 
independente do 
valor da mercadoria, 
serviço ou patrimônio 
tributado 
ISS dos autônomos, 
pago mensalmente 
em valores fixos; 
ICMS fixado por 
estimativa para 
microempresas Quanto à alíquota 
Proporcionais 
A alíquota é um 
percentual, ou seja, 
“ad valorem”. É, 
portanto, variável de 
acordo com a base 
de cálculo 
A grande maioria dos 
impostos, como o 
ICMS, IR, IPI, IOF e 
outros 
Diretos 
Recaem diretamente 
sobre o contribuinte, 
sendo este 
impossibilitado de 
transferir 
tributariamente o 
ônus financeiro para 
terceiros 
IR, IPTU, ITR e 
outros 
Quanto à forma de 
recepção 
Indiretos 
São passíveis de 
repasse do ônus 
financeiro para 
terceiros, na maioria 
das vezes recaindo 
ônus sobre o 
consumidor final 
ICMS, ISS, IPI, IOF e 
outros 
Reais 
Incidem sobre a 
“res”, o bem, a coisa, 
seja ela mercadoria, 
produto ou 
patrimônio. Na 
maioria das vezes 
desconsidera 
absolutamente a 
figura do contribuinte 
ITR, IPTU, ITD, ITBI 
e outros 
Quanto ao Objeto 
de Incidência 
Pessoais 
Incidem sobre a 
pessoa do 
contribuinte e não 
sobre a coisa 
IR, IOF e outros 
 
 
12 JULIANA RIBEIRO 
 
 
2.9.1. IMPOSTOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS 
 
IMPOSTOS FEDERAIS 
 
NOME SIGLA FUNDAMENTO LEGAL FATO GERADOR 
 
Imposto de 
importação 
 
II 
 
art. 19 do CTN e art. 
153, I, da CF/88 
a entrada de produtos 
no território nacional. 
 
Imposto de 
exportação 
 
IE 
 
art. 23, do CTN e art. 
153, II da CF/88 
a saída de produtos do 
território nacional 
 
 
Imposto sobre a 
renda e proventos de 
qualquer natureza 
 
 
IR 
 
 
art. 43, I e II, do CTN, e 
art. 153, III, da CF/88 
aquisição de renda 
sobre o trabalho, 
capital ou ambos; 
aquisição de proventos 
de qualquer natureza 
que representem 
acréscimo patrimonial 
 
Imposto sobre os 
produtos 
industrializados 
 
 
IPI 
 
 
art. 46, do CTN e art. 
153, IV, da CF/88 
Produção industrial, ou 
sua transformação, 
desembaraço 
aduaneiro, quando de 
procedência 
estrangeira; a saída do 
produto do 
estabelecimento e a 
arrematação , quando 
o produto é levado a 
leilão. 
 
Imposto sobre 
operações de crédito, 
câmbio e seguro e 
sobre operações 
relativas a títulos e 
valores imobiliários. 
 
 
 
 
IOF 
 
art. 63, do CTN e art. 
153, V, da CF/88 
 
Operações de crédito, 
câmbio e seguros, ou 
relativas a títulos ou 
valores imobiliários 
 
Imposto sobre a 
propriedade territorial 
rural 
 
ITR 
 
art. 20, do CTN e art. 
153, VI, da CF/88 
 
a propriedade, o 
domínio útil ou a posse 
de imóvel, fora da zona 
urbana do município. 
 
 
Impostos 
Extraordinários 
 
 
____________ 
 
 
art. 154, II da CF/88 
 
Na iminência ou caso 
de guerra externa 
 
Imposto sobre 
grandes fortunas 
 
IGF 
 
Art. 153, VII da CF/88 
 
** 
 
 
 
**OBSERVAÇÃO: Verificamos aqui a ausência de fato gerador para o Imposto 
sobre grandes fortunas, tendo em vista que ainda não houve a 
sua regulamentação que deveria ser feita através de LEI 
COMPLEMENTAR. Sendo assim, o IGF ainda não é cobrado 
DIREITO TRIBUTÁRIO 13 
 
pela União. IGF – falta regulamentação por lei complementar 
que dirá até que valor se considera grande fortuna, especifique 
seus elementos, fato gerador, contribuintes. – NÃO PODE SER 
COBRADO. 
 
• Competência residual da União – art. 154, I da CF/88 – A União, mediante lei 
complementar, poderá criar impostos não previstos no art. 153 da CF/88, desde que 
sejam não-cumulativos e que não tenham fato gerador ou base de cálculo idênticos 
ao dos já existentes no texto constitucional. 
Taxas – art. 77 a 82 do CTN; Tarifa ou Preço Público 
 
Impostos Extraordinários – seu tempo de duração é determinado (Guerra ou 
iminência de Guerra). Sua característica é a momentaneidade. 
 
IMPOSTOS ESTADUAIS 
 
NOME SIGLA FUNDAMENTO 
LEGAL 
FATO GERADOR 
 
 
 
Imposto sobre 
herança e doações – 
causa mortis – 
 
 
 
 
ITCMD 
 
 
 
Legislação Estadual e 
art. 155, I, da CF/88 
sucessão legítima ou 
testamentária de bens 
imóveis e direitos a 
eles relativos, bem 
como a doação desses 
bens; sucessão 
legítima ou 
testamentária de bens 
móveis, títulos e 
créditos e direitos a 
eles relativos, bem 
como a doação desses 
bens. 
Imposto sobre 
operações relativas à 
circulação de 
mercadorias e 
prestação de 
serviços 
 
ICMS 
Lei Complementar 87/96 
e art. 153, § 2º, III, IV e 
V da CF/88 
artigos 2°, e incisos, e 
3° e incisos, da Lei 
Complementar 87/96 
compra, venda, 
doação, troca 
Imposto sobre a 
propriedade de 
veículos automotores 
IPVA art. 155, III da CF/88 
propriedade de 
veículos automotores 
 
 
Imposto Estadual – somente os Estados poderão elaborar leis sobre eles. Só ele 
pode criar e arrecadar . 
14 JULIANA RIBEIRO 
 
IMPOSTOS MUNICIPAIS 
 
NOME SIGLA FUNDAMENTO LEGAL FATO GERADOR 
Imposto sobre a 
propriedade predial e 
territorial urbana 
 
IPTU 
 
art. 32, do CTN, e 
art. 156, I, CF/88 
o domínio útil ou a 
posse de bem imóvel 
urbano 
 
 
Imposto de 
transmissão de bens 
imóveis – inter vivos 
 
 
 
 
 
ITBI 
 
 
 
 
art. 35, do CTN e art. 
156, II, CF/88 
a transmissão, a 
qualquer título, da 
propriedade ou do 
domínio útil de bens 
imóveis por natureza 
ou por acessão física, 
como definidos na lei 
civil; a transmissão, a 
qualquer título, de 
direitos reais sobre 
imóveis, exceto os 
direitos reais de 
garantia 
 
 
Imposto de serviços 
de qualquer natureza 
 
 
 
ISS 
 
 
CF/88, art. 156, III e art. 
12 do Decreto-lei n. 
406/68 
a prestação de serviços 
de qualquer natureza 
não compreendidos na 
competência tributária 
estadual, descrito em 
lei ordinária do 
município. (advogado, 
dentista) 
Imposto Municipal – somente o Município poderá elaborar leis e cobrar os impostos. 
 
2.9.2. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS 
 
Diretos - é quando numa só pessoa reúnem-se as condições de contribuinte (aquele 
que é responsável pelo cumprimento de todas as obrigações tributárias previstas na 
legislação). Exemplo: Imposto de Renda por declaração. 
 
Indiretos - é quando na relação jurídico-tributária que se estabelece entre o Estado 
e o sujeito passivo, este paga o tributo correspondente e se ressarce cobrando de 
terceiro através da inclusão do imposto no preço. Exemplos: IPI e ICMS. 
 
Reais –são aqueles que alcançam bens singulares ou rendimentos, sem levar em 
conta a condição pessoal do sujeito passivo do imposto. Exemplo: IPTU. 
 
Pessoais - São aqueles que estabelecem diferenças tributárias em função das 
condições próprias do contribuinte. Exemplo: Imposto de Renda das Pessoas 
Físicas e Pessoas Jurídicas. 
 
Progressivos - São os impostos cujas alíquotas são fixadas em percentagens 
variáveis e crescentes. Exemplo: Imposto de Renda - Pessoa Física, IPTU e ITR. 
Quanto maior a capacidade econômica, maior será a graduação daquela 
contribuição. Ex. quanto mais vale sua casa, mais vc vai pagar de IPTU. 
 
.10. TAXA 
 
• Conceito - art. 77, do CTN e Art. 145, II da CF/88 
DIREITO TRIBUTÁRIO 15 
 
Você sabe qual serviço público está sendo prestado.Ex. Conta de água – vc paga 
pelo aquilo que consome. É um serviço público vinculado porque o contribuinte paga 
por aquilo que o Estado lhe prestou. 
 
 
 
TAXA = referibilidade direta a atuação estatal, ou seja, imediatamente referida ao 
contribuinte. (tributo vinculado) 
O destino da arrecadação é o custeio do serviço público prestado. 
 
 
“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o 
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço 
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos 
que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das 
empresas”. 
 
 
I – EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA 
? Poder de polícia – art. 78 do CTN e parágrafo único 
“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública 
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a 
prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais 
ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia 
quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, 
com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei 
tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder”. 
• Exercendo o poder de polícia, o Estado impõe restrições aos interesses 
individuais em favor do coletivo, com o objetivo de assegurar o bem-estar 
geral. 
? Vigência do interesse público, cabendo ao Estado policiar a atuação 
daquele indivíduo. Exemplo: Tirar passaporte, licença para construções, 
licença para publicidade, licença para localização e funcionamento; 
Em outras palavras, é a atividade administrativa que dispõe a Administração 
Pública para condicionar e restringir o uso ou gozo de bens de direitos 
individuais em benefício da coletividade. Ex. Taxa de fiscalização ambiental, 
taxa de inspeção sanitária (o Estado cobra para que o Governo possa ter 
agentes comunitários para combater a dengue, por exemplo) 
 
II- UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
1. - utilizados pelo contribuinte: 
16 JULIANA RIBEIRO 
 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; Ex. esgoto, 
taxa para tirar certidões 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos 
à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo 
funcionamento; Ex. luz, taxa do lixo, mesmo não utilizando vc paga o 
mínimo, porque o serviço foi colocado a sua disposição. 
2. - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de 
intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; Você sabe qual 
serviço público foi prestado, pode atribuir nome a ele. Ex. carnê do lixo, 
conta da água. 
3. - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de 
cada um dos seus usuários. cada uma vai pagar somente pelo que utilizou 
 
Diferença entre serviço público efetivo e potencial: 
? no serviço público efetivo as taxas somente serão cobradas 
quando o contribuinte pedir a atuação estatal, ex: taxa cobrada para 
retirar uma certidão ou obter alvará. 
? no serviço público potencial virá através de uma atuação estatal 
compulsória para o contribuinte. Uma vez que o contribuinte esteja 
dentro do fato gerador dessa taxa, será obrigado a pagá-la 
indiscutivelmente, ex: se uma pessoa possui um imóvel, mesmo 
que fechado, é obrigado a pagar uma taxa mínima água ou esgoto. 
 
? O serviço público específico e divisível efetivamente posto à disposição do 
contribuinte (art. 145, II, da CF/88). 
? ESPECÍFICO – quando possam ser destacados em unidades 
autônomas de intervenção de utilidade e necessidade públicas. 
? DIVISÍVEIS – quando suscetíveis de utilização separadamente, por 
cada um de seus usuários. Exemplo: cidadão que precisa de um 
alvará ou certidão. 
 
 
III- COMPETÊNCIA – art. 80 do CTN 
 
Competência para instituir as taxas - Competência concorrente: União, 
Estados, Municípios e o Distrito Federal 
 
IV – TAXA, TARIFA E PREÇO PÚBLICO – DISTINÇÃO. 
Tarifa – sempre vai ter uma concessão de serviço público. Ex. Nova Dutra – o 
Estado faz um contrato com empresas de natureza privada 
 
TAXA TARIFA/PREÇO PÚBLICO 
Custeia serviços públicos fundamentais. 
É tributo. 
Remunera serviços públicos prestados 
indiretamente pelo Estado, por meio de 
concessão ou permissão 
É compulsória Advém de contratação, é facultativa 
Atividade estatal situa-se em terreno do Atividade estatal situa-se no âmbito 
DIREITO TRIBUTÁRIO 17 
 
Estado. privado 
Cobrança condicionada a prévia dotação 
orçamentária. 
Não é condicionada, pois é uma 
atividade industrial ou comercial. 
Sujeita aos princípios constitucionais 
tributários 
Não está sujeita, pois não é tributo 
Como a tarifa não precisa ser instituída por lei, as próprias normas da empresa 
concessionária é que estabelecerá seu valor. Tal valor não pode ser abusivo. 
Portanto, a lei fixa alguns limites. 
 
 
Jurisprudência sobre o assunto: 
 
“ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO - TAXA DE LICENÇA PARA PUBLICIDADE E PELA 
EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE EM LOGRADOUROS PÚBLICOS. 1. A intitulada "taxa", 
cobrada pela colocação de postes de iluminação em vias públicas não pode ser 
considerada como de natureza tributária porque não há serviço algum do Município, nem 
o exercício do poder de polícia. 2. Só se justificaria a cobrança como PREÇO se se 
tratasse de' remuneração por um serviço público de natureza comercial ou industrial, o 
que não ocorre na espécie. 3. Não sendo taxa ou preço, temos a cobrança pela utilização 
das vias públicas, utilização esta que se reveste em favor da coletividade. 4. Recurso 
ordinário provido, segurança concedida.” (RMS 12081, Ministra Eliana Calmon, STJ – 2ª 
T , DJ 10.09.2001 p. 366) 
 
V – PEDÁGIO – TAXA OU PREÇO PÚBLICO (TARIFA) 
 
Não há uma uniformidade em relação a natureza jurídica do que é cobrado no 
pedágio. Alguns afirmam que é um tributo e outros que a cobrança é 
considerada tarifa. 
O art. 150, V, da CF/88 estabeleceu que: 
 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
 V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de 
vias conservadas pelo Poder Público”; 
 
Este dispositivo constitucional eleva o pedágio a condição de taxa, pelo fato de 
estar inserido dentro do capítulo “Do Sistema Tributário Nacional”. 
Porém, se a cobrança e a exploração do pedágio é feita diretamente pelo 
Estado, o que estará sendo cobrada é a taxa. Estamos diante de uma relação 
jurídica tributária entre o Estado e o contribuinte. 
Porém, se a cobrança é feita por uma concessionária de serviço público, o que 
estará sendo cobrado é o preço público ou a tarifa. (Exemplo: Nova Dutra). 
Estamos diante de uma relação jurídica de natureza privada entre 
concessionária e o devedor (pessoa jurídica e a pessoa que trafega pela 
estrada). 
 
 
18 JULIANA RIBEIRO 
 
2.11. CONTRIBUIÇÃO D E MELHORIA 
 
• Conceito: é o tributo cuja obrigação tem como fato gerador a valorização de 
imóveis decorrentes de obras públicas (art. 81 do CTN) . É um tributo vinculado. 
Importanteressaltar que somente a realização de obra pública não gera a cobrança 
da contribuição de melhoria, o que depende também da valorização dos imóveis 
decorrentes desta obra. 
 
I - DIFERENÇA ENTRE TAXA E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA – GERALDO 
ATALIBA 
A contribuição de melhoria depende de uma circunstância intermediária 
(valorização imobiliária). Ex. sua rua foi asfaltada, só será contribuição de 
melhoria se o seu imóvel tiver acréscimo de valor. 
 
 
TAXA = referibilidade direta a atuação estatal, ou seja imediatamente referida ao 
contribuinte. 
 
 
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA = atuação estatal indireta, há uma circunstância 
intermediária 
 
 
Máximo individual – nem todo imóvel tem o mesmo tamanho, portanto este é 
proporcional à valorização do imóvel. O maior imóvel paga mais e o menor 
paga menos. 
Máximo total – deve-se saber quanto o município gastou para fazer aquela 
obra (despesas com material + despesas com pessoal), sabendo isto, tem-se o 
máximo total 
 
Tudo isto só pode ser feito se, antes da obra, for publicado um edital (art. 82 do 
CTN). O edital deverá descrever o projeto, quem executará, quem será atingido 
pela obra, o valor venal de cada imóvel, de quanto será a valorização e quanto 
cada um vai pagar. 
 
Se você não concordar poderá impugnar o edital judicialmente ou 
administrativamente (Prefeitura). O prazo mínimo para impugnação é de 30 
dias após a publicação do edital, ou a data que se encontra no edital. 
 
 
 HIPÓTESE DE 
INCIDÊNCIA 
REFERIBILIDADE AO 
OBRIGADO 
BASE DE CÁLCULO 
TAXA Atuação estatal Direta e imediata 
Dimensão da própria 
atuação estatal 
CONTRIBUIÇÃO DE 
MELHORIA 
Atuação estatal 
+ circunstância 
intermediária 
Direta e mediata 
(obra pública) 
Dimensão da 
valorização e atuação 
(custo da obra) 
 
 
II - CÁLCULO 
DIREITO TRIBUTÁRIO 19 
 
 
Art. 81 e 82 do CTN 
O valor arrecadado destina-se a custear a obra realizada. 
• Limite global - O custo cobrado dos contribuintes não poderá ser superior ao 
custo da obra. Valor das despesas realizadas (despesas com pessoal e 
material utilizado) 
• Limite individual - Far-se-á o rateio do preço entre os contribuintes 
proprietários de imóveis situados na zona beneficiada. Será cobrado o 
tributo em função dos respectivos fatores individuais de valorização (art. 82, 
§ 1º do CTN). A autoridade administrativa fará um arbitramento deste. 
Requisitos – Ver art. 82 do CTN; 
 
III- COMPETÊNCIA – art. 81 do CTN 
 
Competência para instituir as contribuições de melhoria - Competência 
concorrente: União, Estados, Municípios e o Distrito Federal (pode funcionar 
como Estado ou Município) 
 
IV - REQUISITOS – art. 82 do CTN 
 
• Publicação prévia dos seguintes elementos: 
 
? memorial descritivo do projeto; 
? orçamento do custo da obra 
? determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição 
? delimitação da zona beneficiada; 
? determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a 
zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas 
 
• Prazo: fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos 
interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
 
2.12. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS 
 
 
 
• Conceito: é o tributo, cuja principal característica é ser restituível. Não é um tributo 
que traz receita definitiva aos cofres públicos, tendo em vista que deverá ser 
devolvido ao contribuinte. 
A restituição deverá ser feita no prazo e da maneira que a lei indicar. 
Em outras palavras, é a quantia em valor que você pede a alguém, se é compulsório 
é uma quantia em dinheiro que você obriga alguém a pagar. Suas principais 
características são: deve ser restituído, só a União pode criar, deve ser criado por lei 
complementar. 
 
I - FATO GERADOR: art. 148 da CF/88 
 - Atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de 
guerra externa ou sua iminência. 
- Casos de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse 
nacional. 
20 JULIANA RIBEIRO 
 
 
II - PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE E EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 
 
• Empréstimo cobrado em decorrência das despesas extraordinárias, 
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência 
não se submeterá ao princípio da anterioridade, isto é, a partir do dia 
seguinte em que a lei que criou o tributo for publicada, poderá haver a sua 
cobrança. 
• Empréstimos cobrados em casos de investimento público de caráter urgente e 
de relevante interesse nacional se submetem ao princípio da anterioridade, 
tendo em vista que só poderão ser cobrados a partir do exercício financeiro 
seguinte em que a lei que criou o empréstimo foi publicada. Não há 
necessidade também de se esperar o lapso temporal de 90 dias. 
 
III - COMPETÊNCIA – art. 148, caput 
Competência para instituir os empréstimos compulsórios é somente da União. 
Não tem competência para tal os Estados, Municípios e o Distrito Federal. 
A sua criação deverá ser feita mediante LEI COMPLEMENTAR. A CF só cita o 
assunto “Empréstimo Compulsório”. Cabe a Lei Complementar especificar qual o 
valor a ser cobrado, de quem cobrar, etc. Para que exista tal Lei Complementar 
dependerá de aprovação do Congresso Legislativo com o quorum de 50% de 
votos mais 1 número inteiro. 
 
IV – TRIBUTO VINCULADO – art. 148, parágrafo único, CTN 
Destina-se a custear a razão de sua instituição, ou seja, despesas decorrentes 
de calamidade pública, despesas com guerra ou sua iminência ou para custear o 
investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. 
 
A diferença do empréstimo para o imposto extraordinário é que o empréstimo 
deve ser restituído, deve ter um investimento público de caráter urgente ou de 
relevante interesse nacional, e só pode ser cobrado se existir uma finalidade 
específica. Ex. se é um investimento público, em qual área será aplicado? 
 
2.13. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS OU ESPECIAIS 
 
• Conceito: É o tributo que deverá ser cobrado de acordo com a finalidade pela qual 
foi criado. Estas terão sempre uma vinculação do produto da 
arrecadação. Exemplo: Se criada para custear os benéficos 
previdenciários deverão ser arrecadadas com esta finalidade. 
Não houve a indicação pela Constituição Federal de seus fatos 
geradores. 
Não é um imposto, pois este não é criado com a característica de ter 
vinculado o seu produto de arrecadação. Enquanto o dinheiro 
arrecadado pela contribuição se dirige a um fim específico, o dinheiro 
arrecadado com os impostos é levado aos cofres públicos sem uma 
destinação específica. 
Não é uma taxa, pois na contribuição não há uma exigência de uma 
contraprestação direta e imediata pelo serviço que será prestado. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 21 
 
• Competência: art. 149 da CF/88 – compete exclusivamente a União instituir 
contribuições sociais. 
Observação: • Os Estados, o DF e os Municíp ios poderão instituir 
contribuições sociais, a ser cobrada de seus servidores, com a 
finalidade de custear os seus sistemas de previdência social. 
• A Emenda Constitucional nº 39/02, introduziu na CF/88 o art. 149-A, 
que atribui aos Municípios a competência para instituir contribuições 
para o custeio da iluminação pública. 
Deverão ser instituídas mediante lei complementar (art. 154, I da 
CF/88). 
 
• Competência residual da União – art. 154, I – A União pode instituir novas 
contribuições sociais mediante lei complementar, desde que não sejam 
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos 
impostos discriminados na CF/88. 
 
 
Compete exclusivamente a União instituir Contribuições: 
? Sociais - contribuições para o INSS, tais como PIS, PASEP, FGTS, 
CPMF e outras 
? De intervenção no domínio econômico – contribuições para o controle 
da produção agrícola, da comercializaçãode combustíveis, da navegação 
de cabotagem, como o adicional de frete da Marinha Mercante... (CIDE) 
? De interesse das categorias profissionais ou econômicas – 
contribuições sindicais, contribuições para o CREA, OAB, CRM, CRO, 
CRC, etc. 
 
 
 
Contribuições Sociais 
? Cobradas dos empregadores, da empresa e da entidade a ela equiparada, 
incidentes sobre a folha de salário e demais rendimentos do trabalho pagos 
a qualquer pessoa física, mesmo sem vínculo empregatício, sobre a receita 
e o faturamento e sobre o lucro 
? Cobradas dos trabalhadores e demais segurados da previdência social 
? Incidente sobre a receita do concurso de prognósticos, que são as loterias 
autorizadas e apostas legalizadas 
 
2.13.1. TIPOS DE CON TRIBUIÇÕES SOCIAIS OU ESPECIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 JULIANA RIBEIRO 
 
 
2.13.2. CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL – ARTS. 
146, 195, I , I I E III , § § 4º E 5º . 
 
A CF determina que na instituição de contribuições sociais devem ser 
analisados os princípios da legalidade e anterioridade. As Cide’s possuem caráter 
extrafiscal; já as de interesse de categorias econômicas ou profissionais e de 
seguridade social possuem caráter parafiscal. As contribuições sociais são tributos 
qualificados pela finalidade. Dentro do seu campo de competência, a União pode 
criar por meio de lei ordinária taxas ou impostos relacionados a quaisquer desses 
fins. Assim, tais contribuições não caracterizam nova espécie de tributo, mas sim 
taxa ou imposto de finalidade específica. 
Estas contribuições têm orçamento próprio, não integrando assim o 
orçamento da União – art. 165, § 5º. 
Parafiscalidade: é uma característica destas contribuições, pois quem irá 
arrecadar as mencionadas contribuições é o INSS(Instituto Nacional de Seguro 
Social), autarquia federal, para a qual houve a delegação da capacidade tributária 
ativa. 
As contribuições são de competência da União , entretanto o § 1° (parágrafo 
único do art.149, renumerado pela EC n. 33/01) traz uma exceção ao caput, pois 
autoriza os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituírem contribuições 
sociais para custeio da Seguridade Social, estadual, distrital e municipal, desde que 
mantenham sistemas próprios de previdência e assistência social para seus 
funcionários. 
 Portanto, esta contribuição visa custear o financiamento da seguridade social 
e são utilizadas como instrumento de atuação no campo social (Ex: contribuição 
para o INSS, PIS, COFINS, CSLL, CPMF). 
Estas contribuições não se submetem ao princípio da anterioridade, mas ao 
da trimestralidade (anterioridade nonagesimal ou mitigada). Ë uma contribuição 
compulsória que se encaixa adequadamente ao artigo 3º do CTN. 
 
ESPÉCIE TIPOS EXEMPLO 
DO EMPREGADOR 
folha de salários e demais 
rendimentos pagos e 
creditados (art. 195, I, a) 
1) empregador paga sobre 
sua folha de salários 
2) SAT – seguro de 
acidentes do trabalho. 
DO EMPREGADOR receita ou o faturamento 
(art. 195, I, b) PIS e COFINS 
DO EMPREGADOR Lucro (art. 195, I, c) 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
SOBRE O LUCRO LÍQUIDO 
– CSL 
DOS TRABALHADORES E 
DEMAIS SEGURADOS DA 
PREVIDÊNCIA SOCIAL 
sobre salário e demais 
rendimentos pagos ou 
creditados (art. 195, II) 
--------------- 
CONCURSO DE 
PROGNÓSTICOS 
(art. 195, III) --------------- 
 
2.13.3. CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 23 
 
O artigo 149 da CF alude: ”compete exclusivamente a União instituir contribuições 
sociais, de intervenção no domínio econômico e interesse de categorias profissionais 
ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, 
observando o disposto no art.146, III e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no 
art.195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o disposto”. 
 
Objetivo: a análise da lei nº 10.168/00, que parece tratar de uma contribuição de 
intervenção no domínio econômico. 
 
Todavia, é preciso realçar algumas considerações acerca da contribuição enquanto 
gênero, para que estas sirvam de base para análise da referida Lei. 
 
O que diferencia as contribuições dos demais tributos é o fato de terem elas uma 
destinação específica, sendo que isso se depreende da redação do próprio artigo 
supra citado que afirma, serem elas instrumento de a tuação do Estado nas 
respectivas áreas. Enquanto nos impostos é vedada a vinculação de sua receita a 
órgão, fundo ou despesa (art.167, inciso IV, CF), nas contribuições à destinação dos 
recursos é obrigatoriamente vinculada à referida área de atuação. 
 
A finalidade específica da CIDE é estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, 
mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre 
universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. 
 
Quanto ao sujeito passivo desta contribuição, de acordo com o artigo 2º da referida 
lei, é a pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos 
tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência 
de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. 
 
O que se pode entender é que somente um determinado grupo, também especial, 
de pessoas ligadas ao desempenho daquela atividade, pode ser eleito como sujeito 
passivo de cada respectiva contribuição instituída. O grupo eleito para figurar no 
pólo passivo da contribuição deve estar ligado, direta ou indiretamente, à atividade 
estatal cujo desempenho ocasionou a exigência da contribuição. 
 
Destarte, o que se conclui é que ocorre uma intervenção estatal sobre o domínio 
econômico, a qual deve estar relacionada a um dos princípios elencados no artigo 
170 da C. F(razoabilidade, proporcionalidade, finalidade) . 
 
A CIDE é setorial, o que significa que apenas o setor alcançado, pela 
medida interventiva é que irá figurar no pólo passivo da relação jurídica tributária. 
Essa exigência é decorrência dos princípios da finalidade (art.149 da CF) e da 
proporcionalidade (aspecto-adequação), feridos pela Lei 10.168/00. 
 
Este tributo tem como natureza primordial fomentar determinada atividade 
econômica e estimular o seu desenvolvimento. A intervenção só se justifica se 
demonstradas as razões para a instituição do tributo. 
Daí porque o controle de validade de uma CIDE deve atende a itens como: fim 
almejado (setor da economia, política pública), o grupo eleito como contribuinte, uma 
entidade para gerir os recursos arrecadados. 
Matéria para pesquisa quanto a instituição da CIDE: 
? Lei nº 10.336\01 - Institui a Contribuição de Intervenção no Domínio 
Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de 
24 JULIANA RIBEIRO 
 
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico 
combustível (CIDE), e dá outras providências; 
? Medida Provisória nº 161\04 – institui a CIDE sobre a importação e a 
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus 
derivados, e álcool etílico combustível; 
? Emenda Constitucional nº 42: Responsabilidade da União. 
 
2.13.4. - DE INTERESSE DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS 
 
 Destinam-se ao custeio das atividades das instituições fiscalizadoras e 
representativas de categorias profissionais, que exercem funções legalmente 
reputadas de interesse público. (Ex: OAB, CRC. CRM, CRE). Segundo o critério de 
transferência de riqueza ao Estado não podem ser consideradas como tributos e não 
se submetem ao princípio da legalidade, ver Hugo de Brito, op. cit., p. 68 (cobradas 
por p.j. de dir. Privado que por delegação exercem atividade estatal). Não há 
definição clara sobre o tema. 
 
2.15. - IMPOSTOS 
 
II- IMPOSTOS SOBRE A IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIROS 
 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Pessoal 
 
a. sujeito ativo (fisco): é a União (CF, artº 153,I). 
b. sujeito passivo (contribuinte):é (artº 31 do DL nº 37/66 na redação do DL nº 2.472/88; e 
CTN/66, artº 19). 
? o importador (ou a quem a lei equiparar, ou o arrematante), assim considerada qualquer 
pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional; 
? o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; 
? o adquirente de mercadoria entrepostada. 
 
Nota: a lei estabelece ainda sobre a Responsabilidade pelo imposto (pelo transportador e 
depositário) e sobre a Responsabilidade solidária pelo imposto (pelo adquirente ou cessionário de 
mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto) e o Representante, no país, do 
Transportador estrangeiro (artº 32 do DL nº 37/66 na redação do DL nº 2.472/88). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Espacial 
Território nacional 
Nota: o território aduaneiro compreende todo o território nacional (Regulamento 
 Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 91.030/85, artº 1º). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
DIREITO TRIBUTÁRIO 25 
 
Temporal 
Momento da entrada, real ou ficta, do produto estrangeiro no território nacional. 
 
Nota: o momento exato em que se aperfeiçoa a ocorrência do fato gerador é no 
 Início do despacho aduaneiro, e não desde a chegada do navio no território nacional (conforme DL 
nº 37/66, artº 1º, na redação do DL nº 2.472/88; Decreto nº 91.030/85, artº 87; e ERE 90.114-SP, 
STF pleno, Rel. Min. Moreira Alves, RTJ 97/302, que compatibilizou o artº 23 do DL nº 37/66 com o 
artº 19 do CTN/66). 
Importar produtos estrangeiros (CF, artº 153, I). 
Quantificativo 
a. base de cálculo: (DL nº 37/66, artº 2º, na redação do DL nº 2.472/88; e Decreto nº 91.030/85, 
artº 89): 
I- quando a aliquota for especifica, a quantidade de mercadoria, expressa na unidade de 
medida indicada na Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB); 
II- quando a aliquota for ad valorem, o valor aduaneiro apurado segundo as normas do artigo 
VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT). 
III- O preço do produto adquirido em licitação. 
NOTAS: o artº VII do GATT estabelece seis métodos para identificar o valor aduaneiro (ou base de 
cálculo), sendo o 1º o “ valor da transação da mercadoria importada”, que consiste no valor efetivo 
da transação (a aplicação do item 1º exclui os outros cinco, e assim sucessivamente); ou, ainda, o 
valor aduaneiro referido no Acordo do GATT; 
- o Decreto nº 91.030/85 estabelece outras bases de cálculo (pauta de valor mínimo, 
preço de referência etc) tendo em vista a política de importação e o interesse de 
produtos nacionais. 
- GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) é a maior convenção que rege o 
comércio internacional – celebrado em Genebra em 1947 – de que o Brasil é 
signatário, tendo sido sucedido pelo OMC (Organização Mundial do Comércio). 
b. Aliquota: a alíquota, prevista na TAB, é o aspecto do fato gerador que, incidindo sobre a base 
de cálculo, permite a apuração do valor do imposto (Decreto nº 91.030/85, artº 99). 
São as seguintes: 
? específicas: importância em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, 
que pode referir-se à metragem, peso, etc.; 
? ad valorem: (ao valor): são as que incidem sobre determinado valor; 
? mistas: as que resultam da combinação de ambas. 
(Conf. artº 2º e alínea a do artº 22 da Lei nº 3.244/57, na redação do DL nº 2.434/88. 
Exemplos: 10% sobre R$5.000,00; R$5,00 por kg. 
NOTA: No artº 153, §1º, a CF diz que é facultativo ao Poder Executivo, atendimento 
as condições e os limites estabelecidos em Lei, alterar as alíquotas do II. 
A Lei é a de nº 8.085, de 23-10-90 (DOU, 24-10-90), que diz: 
 “Artº 1º O Poder Executivo poderá, atendidos as condições e os 
 limites estabelecidos na Lei nº 3.244/57, modificada pelos DLs nº 63/66 e 2.162/84, 
alterar as alíquotas do Imposto de Importação. 
 Parágrafo único. O Presidente da República poderá outorgar competência ao Ministro da 
Economia, Fazenda e Planejamento para a prática dos atos previstos neste artigo”. 
 
 
26 JULIANA RIBEIRO 
 
IE - IMPOSTOS SOBRE A EXPORTAÇÃO, PARA O EXTERIOR, DE PRODUTOS 
NACIONAIS OU ESTRANGEIROS 
 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Pessoal 
a. sujeito ativo: União (CF, artº 153,II); 
b. sujeito passivo: é o exportador, assim considerada qualquer pessoa que promova a saída 
do produto nacional ou nacionalizado do território nacional (CTN/66, artº 27; DL, nº 1.578/77, 
artº 5º). 
Território Nacional (CF, artº 153,II). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Temporal Exportar, para o exterior, produtos nacionais ou nacionalizados (CF, artº 153, II). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Quantificativo 
a. Base de cálculo: estabelecida conf. artº 223 do Decreto nº 91.030/85: 
 
“Artº 223. A base de cálculo do imposto é o preço normal que a mercadoria, ou sua 
similar, alcançaria ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência 
no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo Congresso Monetário Nacional 
(Decreto-lei nº 1.578/77, artº 2º). 
§1º. O preço, a vista, da mercadoria, FOB ou colocada na fronteira, é indicativo do preço 
normal (decreto-lei nº 1.578/77, artº 2º, §1º). 
§2º. O Conselho Nacional estabelecerá critérios específicos para a apuração da base de 
cálculo ou fixará pauta de valor mínimo para a mercadoria cujo preço for de dificil apuração 
ou for suscetível de oscilações bruscas no mercado internacional (Decreto-lei nº 1.578/77, 
artº 2º, §2º)”. 
 
b. Alíquota: estabelecida conf. artº 224 do Decreto nº 91.030/85: 
 
“Artº 224. O imposto será calculado pela aplicação da alíquota de dez por cento 
(10%) sobre a base de cálculo (Decreto-lei nº 1.578/77, artº 3º). 
 
§1º. Poderá o Co0nselho Monetário Nacional reduzir ou elevar a alíquota para atender aos 
objetivos da política cambial e do comércio exterior (Decreto-lei nº 1.578/77, artº 3º). 
 §2º. A elevação da alíquota não poderá ser superior a quatro (4) vezes o percentual 
fixado neste artigo (Decreto-lei nº 1.578/77, artº 3º, parágrafo único). 
 
 Artº 225. O pagamento do imposto será realizado na forma e no momento fixados pelo 
Ministério da Fazenda, que poderá determinar sua exigibilidade antes da efetiva saída do 
território aduaneiro da mercadoria a ser exportada (Decreto-lei nº 1.578/77, artº 4º). 
 Parágrafo único. Não consumada a exportação ou correndo o seu desfazimento, 
restituir-se-á o imposto pago, a requerimento do interessado, fazendo este as provas 
necessárias (Decreto-lei nº 1.578/77, artº 6º). 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 27 
 
IR – IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA 
 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Pessoal 
a. sujeito ativo: União (CF, arTº 153,III). 
b. sujeito passivo: contribuinte é o titular (PJ ou PF) da disponibilidade a que se confere o 
artº 43 do CTN/66, sem prejuízo de lei atribuir essa condição ao possuidor, a qualquer 
título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. A lei pode atribuir à fonte 
pagadora a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam 
(CTN/66, artº 45). 
Território Nacional (CF, artº 153,III). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Temporal 
Momento da aquisição da disponibilidade. 
NOTA: quanto ao IR das PJ, entendemos que se aperfeiçoa à meia-noite do último dia do 
período, e não no 1º dia seguinte, como entende uma Segunda corrente. 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Material Auferir rendas e proventos de qualquer natureza (CF, artº 153,III). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Quantificativo 
a. base de cálculo: é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou proventos de 
qualquer natureza (CTN/66, artº 44). 
b. alíquota: 
PJ – variáveis. 
PF – progressiva (CF, artº 153/III/§2º/I). 
 
IPI - IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS 
 
Industrialização: espécies 
1 
TRANSFORMAÇÃO 
Conceito 
É a que, exercida, sobre matéria-prima, 
ou produto intermediário, importa na 
obtençãode espécie nova. 
Exemplo 
A obtenção da madeira cerrada ou 
aparelhada resulta em uma operação 
que, “exercida” sobre o produto 
intermediário – a madeira em bruto 
(posição 440300000), - resulta em 
espécie nova (440500000) – (PN-
398/71). 
2 
BENEFICIAMENTO 
O que importe em modificar, aperfeiçoar 
ou, de qualquer forma, alterar o 
funcionamento, a utilização, o 
acabamento ou a aparência do produto. 
A colocação de fechaduras, puchadores 
e porta-etiquetas, de fabricação do 
próprio estabelecimento industrial, em 
produtos semi-acabados, que adquire de 
terceiros, constitui operação de 
beneficiamento (PN-154/71). 
Característica principal: o produto resultante não sofre alteração na TIPI, mantendo-se a mesma classificação do produto 
originário. 
3 
MONTAGEM 
O que consiste na reunião de produtos, 
partes ou peças e de que resulte um 
novo produto ou unidade autônoma, 
ainda que sob a mesma classificação 
fiscal. 
A reunião de produtos, partes ou peças, 
mesmo importados, constitui operação 
de industrialização caracterizada como 
montagem, desde que dessa reunião 
resulte um novo produto ou unidade 
autônoma (PN-84/71). 
Característica principal: deve resultar um novo produto, ainda que este tenha a mesma ou diferente classificação fiscal dos 
produtos, partes ou peças reunidas. 
4 
ACONDICIONAMENTO 
OU 
REACONDICIONAMENTO 
Conceito 
A que importe em alterar a apresentação 
do produto, pela colocação de 
embalagem, ainda que em substituição 
da original., salvo quando a embalagem 
colocada se destine apenas ao 
transporte da mercadoria. 
Exemplo 
O engarrafamento de vinho natural 
caracteriza acondicionamento (PN-
160/71). 
A colocação de embalagem em produtos 
tributados adquiridos de terceiros, desde 
que não se destine ao simples transporte 
do produto, caracteriza industrialização – 
acondicionamento ou reacondiciona-
mento (PN-520/71). 
Constitui industrialização o 
acondicionamento de álcool em 
embalagem que não seja de simples 
transporte (PN-306/71). 
Aspecto principal: verificar se trata de embalagem para simples transporte ou de apresentação. 
5 
 
RENOVAÇÃO 
OU 
A que, exercida sobre produto usado ou 
parte remanescente de produto 
deteriorado ou inutilizado, renove ou 
restaure o produto para utilização. 
Os PN-GST 299/70 e 437/70 dizem que 
a recauchutagem constitui “renovação”. 
Porém, tendo em vista o item 57 da Lista 
de Serviços (DL nº 406/68 e 834/69) que 
28 JULIANA RIBEIRO 
 
RECONDICIONAMENTO diz que a “recauchutagem ou 
regeneração de pneumáticos” está 
sujeita ao ISS, é óbvio que, se é 
“serviço”, deixa de ser “industrialização”, 
porque essas leis complementares 
prevalecem sobre a lei ordinária do IPI. 
Aliás, o próprio 2º Conselho de 
Contribuintes , nos autos do Recurso nº 
74.212, Acórdão 61.724, sessão de 13-
9-83, decidiu à unanimidade, que “não 
caracteriza industrialização, para fins de 
incidência do IPI, o recondicionamento 
ou a renovação de produtos usados, que 
não se destinem à revenda pelo 
encomendante. Quando se tratar de 
produtos destinados a comércio pelo 
encomendante, para que se caracterize 
o recondicionamento ou a renovação de 
produtos usados, não basta que sejam 
efetuados pequenos consertos, mesmo 
que a operação restitua ao produto 
condições de funcionamento ou 
utilização como se fosse novo” 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 29 
 
IOF - IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO OU 
RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS 
 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Pessoal 
a. sujeito ativo: União (Cf, artº 153,V). 
b. sujeito passivo: contribuinte do IOF é qualquer das partes na operação tributada, como 
dispuser a lei (CTN/66, artº 66). 
Território nacional (CF, artº 153,V). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Temporal 
Nas operações de: 
I- crédito: entrega ou colocação à disposição do interessado; 
II- câmbio: entrega da moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a 
represente, ou sua colocação à disposição do interessado; 
III- seguro: a emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do 
prêmio, na forma da lei aplicável; 
IV- títulos ou valores: mobiliários: sua emissão, transmissão, pagamento ou resgate, na 
forma da lei aplicável. 
 
NOTA: a incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV e reciprocamente, quanto à 
emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de crédito 
(CTN/66, artº 63). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Material 
Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (CF, artº 
153, V). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Quantificativo 
a. base de cálculo: (CTN/66, artº 64); 
- CRÉDITO – o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros; 
- CÂMBIO – o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou 
posto à disposição; 
- SEGURO – o montante do prêmio; 
- TÍTULOS ou VALORES MOBILIÁRIOS: 
a) na emissão: o valor nominal mais o ágio, se houver; 
b) na transmissão: o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em 
Bolsa, como determinar a lei; 
c) no pagamento ou resgate: o preço. 
 
b. alíquota: fixada pela Lei (CF, artº 153, V e §1º). 
 
NOTA: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em 
lei, alterar as alíquotas (CF, artº 153, §1º). 
 
30 JULIANA RIBEIRO 
 
 
LEI nº 8.894/94. 
1. VALOR DA OPERAÇÃO 2. CONTRIBUINTES 
Nas operações de Crédito: 
- O valor do principal que continua objeto da obrigação, ou a 
sua colocação à disposição do interessado. 
- Os tomadores de crédito. 
Nas operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários: 
a. o valor de aquisição, resgate, cessão ou repactuação; 
 Obs: essa disposição aplica-se inclusive às 
operações de financiamento realizadas em bolsa de valores, 
de mercadorias, de futuros e assemelhadas; esse IOF será 
excluído da base de cálculo do IR incidente sobre o 
rendimento de operações com títulos e valores mobiliários, 
excetuadas as aplicações a que se refere o artº 21, §4º, da Lei 
nº 8.383/91 (isto é, as aplicações em FAF – Fundo de 
Aplicação Financeira). 
 
b. O valor do pagamento para a liquidação das operações 
referidas na leitura a supra, quando inferior a 95% do valor 
inicial da operação, expressos, respectivamente em 
quantidade de UFIR-Diárias. 
 
- Os adquirentes de títulos e valores mobiliários e os 
titulares de aplicações financeiras. 
 - As instituições financeiras e demais instituições autorizadas 
a funcionar pelo Banco Central do Brasil. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 31 
 
 
LEI nº 8.894/94 
1. VALOR DA OPERAÇÃO 2. CONTRIBUINTES 3. ALÍQUOTA 
Nas operações de Câmbio: 
 
pela operação referente à 
transferência financeira para/ ou do 
exterior, respectivamente. 
- Os compradores ou 
vendedores da moeda 
estrangeira na operação 
referente à transferência 
financeira para/ ou do 
exterior, respectivamente. 
a. 1,5% - Crédito e Títulos e Valores 
Mobiliários: o IOF será cobrado à alíquota máxima de 
1,5% ao dia, sobre o valor das operações de crédito e 
relativas a títulos e valores mobiliários, podendo o 
Poder Executivo, obedecidos tais limites máximos, 
alterar as alíquotas do IOF, tendo em vista os 
objetivos das políticas monetária e fiscal. 
 
b. 25% Câmbio: o IOF, incidente sobre 
operações de câmbio, será cobrado à alíquota de 25% 
sobre o valor de liquidação da operação cambial, 
podendo o Poder Ex ecutivo reduzir e restabelecer 
essa alíquota, tendo em vista os objetivos das 
políticas monetárias, cambial e fiscal. 
 
Obs: 1. Contrato de transferência de tecnologia – o 
Decreto nº 1.157/94 reduziu a zero por cento (0%), a 
partir de 22-6-94, a alíquota do IOF incidente sobre a 
operação de câmbio realizada para pagamento de 
contrato de transferência de tecnologiaaverbado pelo 
INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. 
 2. O artº 15 da Lei nº 9.718/98 estabeleceu a alíquota 
de 25% nas operações de seguro. 
(*) Serão acrescidos ao valor do resgate ou cessão de títulos e valores mobiliários os rendimentos periodicos recebidos 
pelo aplicador ou cedente durante o período da operação, atualizados pela variação acumulada da UFIR-Diária no período. 
 
ITR - IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL 
 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Pessoal 
a. sujeito ativo: União (CF, artº 153,V) 
b. sujeito passivo: (CTN/66, artº 29) 
- o proprietário; 
 - o detentor do domínio útil (na enfiteuse); 
 - o possuidor. 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Espacial 
? Território nacional (CF, artº 153, VI). 
? Momento estabelecido em Lei (1º janeiro – Lei nº 9.393/96). 
? Ser proprietário de território rural (CF, artº 153, VI). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Quantificativo 
a. base de cálculo: valor da terra nua (declarado pelo contribuinte ou avaliado pelo MIRAD – 
Ministério de Reforma e Desenvolvimento Agrário); 
b. alíquota: percentual diferenciado (CF, artº 153, §4º). 
 
32 JULIANA RIBEIRO 
 
ITCMD - IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE 
QUAISQUER BENS OU DIREITOS 
 
CF IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO: 
denominação e competência 
1824 
1891 
9º 
É a competência exclusiva dos Estados decretar 
impostos: 
3º sobre transmissão de propriedade. 
1934 
8º / I 
Compete exclusivamente aos Estados decretar 
impostos sobre: 
a. transmissão de propriedade causas mortis; 
transmissão de propriedade imobiliária inter vivos, 
inclusive a sua incorporação ao capital da 
sociedade. 
1937 
23/ I 
É de competência exclusiva dos Estados a 
decretação de impostos sobre: 
a. transmissão de propriedade causa mortis; 
b. transmissão de propriedade inter vivos, 
inclusive a sua incorporação ao capital da 
sociedade. 
 
_____ 
19 
Compete aos Estados decretar impostos sobre: 
II- transmissão de propriedade causa mortis; 
III- transmissão de propriedade imobiliária inter 
vivos e sua incorporação ao capital da sociedade. 
67 / 69 
23 
Compete aos Estados e ao Distrito Federal 
decretar impostos sobre: 
I- transmissão a qualquer titulo, de bens 
imóveis por natureza e acessão física e de 
direitos reais sobre imóveis exceto os de 
garantia, bem como sobre a cessão de direitos à 
sua aquisição. 
 
§2º. O imposto de que trata o item I compete ao 
Estado onde está situado o imóvel, ainda 
que, a transmissão resulte de sucessão 
aberta no estrangeiro; sua alíquota não 
excederá os limites estabelecidos em 
Resolução do Senado Federal por proposta 
do Presidente da República, na forma prevista 
em lei. 
 
§3º. O imposto a que se refere o item I não incide 
sobre a transmissão de bens ou direitos 
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em 
realização de capital, nem sobre a transmissão de 
bens ou direitos decorrentes de fusão, 
incorporação ou extinção de capital de pessoa 
jurídica, salvo se a atividade preponderante dessa 
entidade for o comércio desses bens ou direitos 
ou a locação de imóveis. 
1988 
155 
 
 
 
 
Compete aos Estados e ao distrito Federal 
instituir impostos sobre: 
I- transmissão causas mortis e doação, de 
quaisquer bens ou direitos. 
§1º. O imposto previsto no inciso I: 
I- relativamente a bens imóveis e 
DIREITO TRIBUTÁRIO 33 
 
CF IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO: 
denominação e competência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1988 
155 
respectivos direitos, compete ao Estado 
da situação do bem, ou ao Distrito 
Federal; 
II- relativamente a bens móveis, títulos e 
créditos, compete ao Estado onde se 
processar o inventário ou arrolamento, ou 
tiver domicílio o doador, ou ao Distrito 
Federal; 
III- terá a competência para sua instituição 
regulada por lei complementar: 
a. se o doador tiver domicilio ou 
residência no exterior; 
b. se o de cujus possuía bens, 
era residente ou domiciliado 
ou teve o seu inventário 
processado no exterior; 
IV- terá suas alíquotas máximas fixadas pelo 
Senado Federal. 
 
NOTA: dispõe, ainda, a CF de 1988: 
 “Art. 156. Compete aos Municípios 
instituir impostos sobre: 
II- Transmissão “inter vivos”, a qualquer 
titulo, por ato oneroso, de bens imóveis, 
por natureza ou acessão física, e de 
direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia, bem como cessão de direitos à 
sua aquisição. 
 
 § 2º. O imposto previsto no inciso II: I- 
não incide sobre a transmissão de bens ou 
direitos incorporados ao patrimônio de pessoa 
jurídica em realização de capital, nem sobre a 
transmissão de bens ou direitos decorrentes de 
fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa 
jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade 
preponderante do adquirente for a compra e 
venda desses bens ou direitos, locação de bens 
imóveis ou arrendamento mercantil; 
II- compete ao Município da situação do bem.” 
 
 
 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Pessoal 
a. sujeito ativo: Estados e Distrito Federal (CF, artº 155, I). 
b. sujeito passivo: contribuinte é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei 
(CTN/66, artº42). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Espacial 
a. bens imóveis e respectivos direitos: o imposto compete ao Estado da situação do bem, 
ou ao DF (CF, artº 155, §1º, I). 
b. bens móveis, títulos e créditos: o imposto compete ao Estado onde se processar o 
inventário ou arrolamento, ou tiver domicilio o doador, ou ao DF (CF, artº 155, §1º, II); 
c. Lei complementar: terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar: 
- se o doador tiver domicilio ou residência no exterior (CF, artº 155, §1º, III, a); 
- se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário 
processado no exterior (CF, artº 155, §1º, III, b). 
 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Temporal 
Momento da transmissão (CTN/66, artº 35), ou como estabelecer a Lei ordinária estadual 
competente. 
Transmissões causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (CF, artº 155, I). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
34 JULIANA RIBEIRO 
 
Quantificativo 
a. base de cálculo: valor venal dos bens ou direitos transmitidos (CTN/66, artº 38); 
b. alíquota: as alíquotas máximas serão fixadas pelo Senado Federal (CF, artº 155, §1º, IV). 
 
O Senado fixou-a em 8% (Resolução 09/92). 
 
ICMS – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE 
MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE 
INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO 
 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Pessoal 
a. sujeito ativo: Estados e Distrito Federal (CF, artº 155,I, b). 
b. sujeito passivo: (LC nº 87/96): 
“Artº 4º. Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em 
volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadorias ou prestações de 
serviços de transporte de mercadorias ou prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior”. 
Território do Estado ou do Distrito Federal (CF, artº 155, I, b). 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Espacial Território do Estado ou do Distrito Federal (CF, artº 155, I, b). 
DIREITO TRIBUTÁRIO 35 
 
 
ASPECTO DESCRIÇÃO 
Temporal 
LC nº 87/96: 
 “Artº 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
I- da saída da mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para 
outro estabelecimento do mesmo titular; 
II- do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer 
estabelecimento; 
III- da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém-geral ou em 
depósito fechado, no Estado transmitente; 
IV- da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de titulo que a represente, 
quando a mercadoria

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