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Resenha Coronelismo enaxada e voto cap 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
SOCIOLOGIA IV
Professora: Adélia; Estudante: Paulo Sergio Brandão.
LEAL, Victor Nunes. “Indicações sobre a estrutura e o processo do coronelismo”. In:________. Coronelismo, Enxada e voto. O município e o regime representativo no Brasil. São Paulo: Cia das letras, 2012. 43-74.
O poder do Coronel no Brasil.
Ao analisar o fenômeno do "coronelismo" Leal, no primeiro capítulo do livro “Coronelismo, enxada e voto”, apresenta de forma introdutória o fenômeno “coronelismo” como uma superposição de formas desenvolvidas do regime representativo a uma estrutura social econômica a uma inadequada troca de favores entre o poder público e o poder privado. 
A característica fundamental que garante a existência deste fenômeno e a propriedade da terra, como fator que determina a liderança local. Segundo Leal a figura do "coronel" apresenta considerações importantes, pois nem sempre os chefes políticos locais nem sempre são coronéis. Devido ao "Absenteístismo”; ao Coronel comandar grande quantidade de "votos de cabresto" e ao acúmulo de importantes instituições sociais na figura do Coronel. Pois quando o coronel ficava rico, devido as suas posses, em decorrência das vantagens políticas, assumia cargos políticos relevantes na capital e mantinha na sua base genros, parentes ou afiliados, que mantinham o controle do poder local. Com relação aos trabalhadores rurais, que eram muito pobres, só restava ficar refém do coronel, devido a empréstimos, compra no caderno do armazém e outras dependências que resultavam na defesa do coronel. E o trabalhador rural restava lutar “com” o coronel e “pelo” coronel. 
Assim, o coronel mantinha o poderio local e influenciava nas eleições devido ao voto de cabresto da população rural, que na época era a maioria. Assim desde a eleição para Presidente, Governadores, todos dependiam do "Coronel", que mantinha os Cabos eleitorais nos seus Currais eleitorais. O seu poder era oriundo da posse das terras que se dava por meio da grande concentração da propriedade fundiária local. A distribuição fundiária demarcava a composição de classes na sociedade rural pois apesar de existirem pequenas e médias propriedades, a concentração fundiária não diminuiu no Brasil, favorecendo em muito a concentração do poder nas mãos do “coronel”. 
Segundo Leal, o domínio da grande propriedade rural ainda é evidente e consequentemente, a situação dos pequenos proprietários é muito difícil. A sociedade rural era composta por empregadores, empregados, autônomos e membros das famílias de posição ignorada, sendo que 90,2% da população vivam em situação de dependência em relação ao poder local controlado pelo “coronel”. Neste cenário, segundo Leal, não é de se estranhar a existência dos votos de cabresto. “O coronel” exercia o controle pagando as despesas eleitorais e os melhoramentos locais, que conseguia obediência do eleitorado em sua maioria residente no interior. Os favores pessoais de toda ordem, como outro fator da liderança municipal contribui para a desorganização da administração municipal. Daí decorre o filhotismo, devido a generalizada incultura do interior e a convocação de agregados para a administração.
A utilização de dinheiro, bens e serviços do governo municipal nas batalhas eleitorais gera o mandonismo, que mostra o poder de mando do “coronel”. Este tipo de poder, esta fundado numa ética especial do governismo do eleitorado do interior em que a ausência de poder público revela um sistema de reciprocidade entre os coronéis e os governadores em que “o poder de 
fazer o bem e o mal" se coloca na arena política como fator determinante de modus de vida local. 
O poder local exerce ampla autonomia extralegal em que a inversão da autonomia local impera e os legisladores estaduais deixam de utilizar seus poderes constitucionais para corrigir corrupção. Eles acabam apoiando o sistema, para ter sua carreira política futura garantida, pois todos precisavam do apoio do “coronel”. O “Coronelismo” é sintoma de decadência dos senhores de terras, vê-se isso pois eles são obrigados a sacrificar a sua autonomia municipal para que se sustente no poder.

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