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FREUD: BIOGRAFIA
Sigmund Freud nasceu em 6 de maio de 1856 em Freiberg, pequena cidade da Morávia que na época pertencia à Àustria
Seus pais eram judeus, assim como Freud, que se reconheceu como tal ao longo de sua vida
Quando tinha 4 anos, sua família mudou-se para Viena, onde Freud viveu quase todo o resto de sua vida
De lá saiu aos 82 anos, para morar em Londres, onde morreu em 23 de setembro de 1939
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Freud era o mais velho dos oito filhos nascidos do segundo casamento de sua pai
Embora tivesse dois meios-irmãos, era o primeiro filho de sua mãe 
Havia grande expectativa de seus pais que se tornasse um homem brilhante
Um dos biógrafos de Freud relata que era o único filho que possuía um cômodo exclusivo para seus estudos
Freud possuía amplos conhecimentos sobre as culturas grega e latim, além de ter aprendido várias línguas durante o período escolar
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Freud iniciou seus estudos na Universidade de Viena em 1873
Se formou em 1881 e no ano seguinte começou a praticar neurologia, porém, como os estudos nessa área ainda eram escassos, Freud menciona que teve de ser seu próprio mestre
Em 1885 Freud foi à Paris, interessado em conhecer os trabalhos de Charcot, referência na época em Neuropatologia
Charcot afirmava que uma de suas pacientes tinha dificuldades de base sexual
A partir disso, Freud fica alerta para a sugestão de problemas sexuais em seus pacientes 
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Freud observou o uso da hipnose no tratamento da histeria, e posteriormente também utilizaria o método
Em 1886, Freud abre seus consultório particular e casa-se com Martha Bernays, de quem estava noivo há 4 anos
Nessa época, Freud estreita uma amizade com um renomado clínico geral, Joseph Breuer
Breuer atendia uma jovem que ficou conhecida como Ana O.
Ana O. apresentava uma gama de sintomas histéricos, como paralisia, perda de memória, distúrbios da visão, náuseas, entre outros
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Os sintomas começaram a aparecer quando cuidava de seu pai enfermo
Breuer a tratou utilizando-se da hipnose e descobriu que, quando hipnotizada, ela recordava experiências que pareciam ter gerado determinados sintomas
Falar sobre essas experiências em estado hipnótico parecia aliviar os sintomas
Ana O. se referia às conversas com Breuer pelo termos ‘limpeza de chaminé’ e ‘cura pela fala’
Breuer conclui que os sintomas se deviam a pensamentos ou eventos que a paciente considerava repulsivos, mas que, sob efeito da hipnose, poderia relembrá-los
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Breuer mesclava a hipnose com a ‘catarse’, que consistia em que fossem liberados pela paciente seus afetos e emoções que possuíssem conexão com traumas
A liberação de tais afetos ocasionaria o desaparecimento dos sintomas
Freud continua suas pesquisas tornando-se cada vez mais atraído pelas causas dos sintomas histéricos, até então não explicadas
Durante um tempo, continuou a utilizar a hipnose, dando ênfase na coleta de dados a respeito da história do paciente e de seu sintoma
Porém, observou que os efeitos benéficos da sugestão eram transitórios e endereçados ao médico, podendo retornar quando a situação de esgotasse
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Durante um período, utilizou também a catarse como forma de acesso às questões infantis dos pacientes
Mas esse método também foi abandonado porque não operava mudanças significativas, sendo útil simplesmente para um temporário alívio de emoções
Freud então lançou mão de um método denominado ‘análise psíquica’, no qual o paciente deveria estar deitado com os olhos fechados e concentrar-se em um sintoma particular, associando-o a qualquer lembrança que fosse evocada
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Esse método nem sempre trazia resultados, mas o fez elaborar o método que chamou de ‘associação livre’, criando assim o método da psicanálise
A associação livre consistia em colocar o paciente para falar, pedindo que ignorasse qualquer tipo de censura, os pensamentos que lhe ocorressem, mesmo que fossem considerados insignificantes ou desagradáveis
A associação livre marca o surgimento da psicanálise e a ‘descoberta’ do inconsciente
Em 1895, Freud e Breuer publicam “Estudos sobre histeria”
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A publicação é considerada um marco inicial do advento da psicanálise
Porém, Freud e Breuer rompem por discordarem a respeito da etiologia da histeria
Para Freud sempre haveria uma causa sexual
Freud na época entendia que suas pacientes tinham vivenciado experiências sexuais traumáticas na infância que seriam as causas dos problemas atuais
Ele pensava que não era possível a neurose se desenvolver em uma pessoa com uma vida sexual normal 
Porém, ao longo de um ano, retifica esta posição
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Freud constata que as experiências relatadas por suas pacientes não teriam ocorrido na realidade
As pacientes relatam, então, fantasias, que embora não tenham ocorrido na realidade, eram relembradas de forma bastante verdadeira, pois eram bem reais para quem as relatava (realidade psíquica)
No curso do trabalho, Freud começa a se interessar pelo conteúdo dos sonhos, o que o faz empregar o método da análise dos sonhos
Para Freud, os sonhos continham indícios que remetiam às causas subjacentes dos distúrbios
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Freud aproxima-se de Wilhem Fliess
Mantiveram uma intensa relação baseada na amizade e interesses científicos comuns
Trocaram correspondências entre 1887 e 1904
Fliess: considerado ‘analista’ de Freud, embora não interpretasse coisa alguma, serviu como suporte às descobertas
Fliess era ortorrinolaringologista e estava interessado em descobrir a relação entre certas doenças e a sexualidade
Trocaram ideias e reflexões científicas inicialmente
Mais tarde Freud passou a escrever cartas de caráter pessoal
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Tentava refletir sobre coisas de sua vida à luz das ideias que vinha construindo sobre o psiquismo, as quais discutia frequentemente com Fliess
Em 1900, Freud publica “A interpretação dos sonhos”, livro que lançou publicamente a Psicanálise
Freud recheou as cartas da época à Fliess com os sonhos
A obra foi fruto da análise de seus próprios sonhos e dos sonhos de seus pacientes
Nela apresenta formalmente a concepção de estrutura e funcionamento da personalidade, referindo-se aos três sistemas psíquicos: Inconsciente, Pré consciente e Consciente (primeira tópica)
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Os sonhos representariam uma forma de satisfação disfarçada dos desejos e anseios ‘recalcados’
Para ele, a essência do sonho é ‘a realização de desejos’, impedidos pela censura
Os sonhos têm um conteúdo manifesto (história contada quando nos recordamos do sonho) e um conteúdo latente (significado oculto, simbólico)
Os responsáveis pela distorção dos sonhos seriam os processos de condensação e deslocamento
A interpretação só é possível pelo trabalho de análise
Em 1901 Freud publicou “Psicopatologia da vida cotidiana”, mencionado que tanto nas pessoas ‘normais’ como nos neuróticos ocorreriam lapsos liguísticos ou esquecimentos que eram efeitos do inconsciente
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Freud volta sua atenção aos fenômenos lacunares para provar a existência do inconsciente como sistema psíquico
Ao contrário dos teóricos da Psicologia, Freud atribuiu importância aos fenômenos psíquicos que não possuíam uma explicação somática
A histeria e seus sintomas eram a prova de que algo escapava à ciência, o que inquietou Freud: como poderia o médico tratar esses fenômenos?
A construção da psicanálise ocorreu a partir da clínica e não em laboratórios ou experimentos: a psicanálise nasce da ciência, mas vai além dela por trazer à tona o que a ciência excluiu: o sujeito do inconsciente (ELIA, 2004)
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Em 1905, publica “Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade”, onde constata a presença da sexualidade ainda na vida infantil
Ainda que não genital, a libido se organizaria em zonas erógenas, que demarcariam o corpo do bebê
Freud rompe com o conceito de sexualidade até então baseado na biologia: a sexualidade não se restringe à reprodução e a anatomia não é o destino
Em 1905 publica o “Caso Dora” e em 1909 publica os casos que ficaram conhecidos como “Pequeno Hans”
e “O homem dos ratos”
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Em 1915 Freud publica os textos metapsicológicos, sustentando no meio científico que os processos psíquicos possuem aspectos topológicos, dinâmicos e econômicos
Formaliza esses aspectos principalmente através dos conceitos de recalque, pulsão e os sistemas Ics, Pcs/Cs
Ao formalizar esses conceitos, Freud mantém no círculo científico, suas posições, ressaltando que:
Afirmar que tudo o que acontece no psiquismo é necessariamente do nosso conhecimento consciente é uma pretensão insustentável e arrogante
A consciência só abarca um conteúdo psíquico pequeno
Acessar o Ics, que funciona com uma outra linguagem, é possível
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A análise prova que traduzir o Ics é possível, mas é preciso que o analisante supere as resistências que rechaçam os conteúdos e os transformam em material recalcado
Em 1923 Freud elabora a segunda tópica: Eu, Id e Supereu, e a na mesma época publica artigos sobre o Complexo de Édipo
Complexo de Édipo: núcleo das neuroses
Parte inicialmente do Édipo nos meninos até chegar a diferenciá-lo no caso das meninas 
Mesmo que duramente criticado, Freud amplia o conceito sexualidade vigente até então
Durante todo o percurso de Freud, alguns conceitos ainda seriam reformulados, desenvolvidos ou acrescentados a outros
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No entanto, o eixo de ideias e concepções estariam sempre ligados à lógica do inconsciente e às suas manifestações 
Ao instalar a associação livre como regra fundamental da psicanálise, Freud cria as condições para que as formações do Ics, ou o sujeito do inconsciente (Lacan) surja, causem efeitos
Freud se deparou então com a transferência, situando-a como mola e obstáculo ao tratamento
Ao convidar o paciente a falar livremente, sem preocupar-se com coerência ou julgamentos, Freud dá lugar ao sem sentido, recomenda que os psicanalistas trabalhem como uma ‘besta’, se mantenham em atenção flutuante e recalquem seu saber, possibilitando assim que o saber inconsciente possa ser acessado 
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Mesmo com o surgimento de várias outras teorias, a psicanálise não sucumbiu
As questões cruciais tratadas pela psicanálise não mudaram ao longo do tempo, pois referem-se às fontes principais do sofrimento psíquico humano: o sexo e a morte 
Citando ELIA (2004):
“[...] o inconsciente introduz no campo do saber novidades irredutíveis, que nos arrastam para longe das dualidades habituais com que estamos acostumados a pensar [...] o acesso a esse saber exige um trabalho (o trabalho analítico), que se realiza através de um determinado método (o método da psicanálise), que estabelece um dispositivo (o analítico) e que requer uma função operante (o psicanalista)

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