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Texto III - Natureza do processo criativo

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Grupo de Estudo / Sistema de Representação Bidimensional
Profª Sophia Costa
Design / CARUARU / 60 horas / manhã – 8:00 às 12:00 / noite – 18:00 às 22:00
Natureza do processo criativo
“Pensar específico sobre um fazer concreto” (Fayga Ostrower)
	A natureza da criatividade, como também as conseqüências que ela provoca, sempre despertou a atenção de estudiosos. Quando uma descoberta científica passa de um grupo restrito de especialistas para o grande público, se produz uma transformação de um sistema intelectual e de pensamento lógico, científico e individual, a um pensamento global. Quer dizer, toda noção específica segue regularmente um processo de assimilação que a converte em comum, própria de uma época e de uma cultura.
	Curiosamente, a noção de criatividade percorreu um processo inverso, no qual uma noção comum em sua origem se converteu em uma noção científica, de especialistas. Porém, suas origens, sua aceitação milenar, arrastam um estigma da dispersão banalizada e quando se faz necessária uma investigação epistemológica, o resultado é decepcionante, em 1959, I. A. Taylor encontrou mais de cem diferentes definições para o que é criatividade.
Uma combinação pouco usual – lógica e intuição
	Uma aparente contradição que, apesar de tudo funciona.
	Lógica e intuição, dois caminhos bem diferentes que o cérebro humano utiliza para encontrar a idéia que se determina descobrir, por um lado o caminho da lógica, da evidência, do acerto, da comprovação, e, por outro lado, o caminho da intuição, da criatividade, da inspiração, da inovação, da emotividade.
	O encontro entre a lógica e a intuição produziu na história da civilização constantes rupturas que, por sua vez originou grandes mudanças de direção. Algumas delas provocadoras de novas vias inovadoras.
	 A história da criatividade tecnológica e da criatividade inovadora é a história da humanidade e de seu progresso científico e econômico. Sobretudo é a história da genialidade humana. A história da humanidade é história das idéias e a história das idéias é a história da comunicação de idéias, de conhecimentos.
	Pode-se dizer que a moderna noção de criatividade tem um sentimento de investigação empírica baseado em diferentes linhas experimentais e teóricas: enfocar o estudo da criatividade como produto, como processo específico e como característica pessoal.
	A estas três linhas de investigação se somam às diferentes hipóteses referentes a controvertida e problemáticas medida de capacidade criativas. Em todo caso, diretamente relacionada com a característica pessoal.
	Das análises dos três enfoques se deduz a conclusão que estes três conteúdos foram definidos e estudados seguindo um complexo jogo de canais comunicantes, de tal maneira que se conclui a existência do processo a partir do reconhecimento do produto, que se explica o nascimento do produto (sua sugestão, suas características, seus resultados) através de uma característica pessoal; e que esta característica pessoal se identifica pela capacidade e o número de produtos elaborados.
Produto criativo > características pessoais > capacidade de elaboração
	A apreensão intelectual de cada uma das três direções depende implicitamente de cada uma das outras duas que, por sua vez, estão relacionadas à primeira. Falar de criatividade é aceitar a ausência de conceito e, conseqüentemente, aparece a dúvida de que o atributo criativo pode designar um conjunto específico e coerente de comportamentos.
	Arthur Koestler, em The Act of Creation (1969), propõe a criatividade como a capacidade de associar. Ou seja, como a capacidade de combinar dois ou mais elementos de conhecimento que geralmente não estão associados entre si. 
	Se é criativo quando se possui a capacidade de perceber semelhanças onde os demais só vêem diferenças. O fato de unir dois ou mais elementos que sempre se acreditou que não são compatíveis podem originar novas idéias.
	O matemático Francês Jules Henri Poincaré, define a criatividade em termos de formação de novas combinações. Com uma condição sine qua non: a nova combinação de elementos deve ter um valor que a faça diferente, nova. O descobrimento e a invenção, a solução de problemas, implica em combinações de pensamentos.
	A novidade ou originalidade, se avaliam ordinariamente como uma condição necessária, porém não suficiente, para o que se considera novo tenha a oportunidade de ser avaliado como criativo, será necessário que, segundo algum critério, possua um valor a mais ou específico. A criatividade pode ser definida, portanto, como aquele tipo de pensamento que resulta na produção de idéias (ou de outro tipo de produtos) que são ao mesmo tempo novas e válidas. 
	Para Charles Verbalin (1980), a criatividade supõe mais estudo e reflexão que ação, e a define como o processo de apresentar um problema à mente com claridade; imaginando, visualizando, supondo, contemplando. A criatividade é então, o resultado de uma combinação de processo e atributos que sejam novos para o criador.
Valores conceituais do processo de criação
De mudança e progresso. Ao definir criatividade como um modo de empregar a mente e de manejar informações. (Edward de Bono)
De renovação existencial. Ao definir criatividade como a capacidade de aportar algo novo a nossa existência. (Frank Barron)
De encontro do ser humano com seu mundo. Ao definir criatividade como a luta para trazer a vida novas classes de seres que produzam harmonia e integração. (Rollo May)
De destreza intelectual, que promova novas relações. Ao definir criatividade como uma habilidade científica básica que permite ver relações entre coisas aparentemente não relacionadas entre si. (Ernest Dichter)
De hipóteses científicas. Ao definir criatividade como um processo de formar idéias e hipóteses, verificá-las e comunicar resultados, supondo que o produto criado seja algo novo. (L. Thurstone)
De um inovador benefício estético e funcional. Ao definir criatividade como a harmonia na busca de um encontro. (J. M. Ricarte)
Terminamos esta exposição de definições sobre criatividade com a colaboração de Érika Landau (1987), que, partindo da base que criatividade é algo dinâmico, um processo em marcha e um desenvolvimento que leva em si sua origem e sua meta, a define como a capacidade para encontrar relações entre experiências antes não relacionadas, e que surgem na forma de novos esquemas mentais, como experiências, idéias ou novos produtos.
	Para uma melhor compreensão expomos alguns termos diretamente associados à criatividade.
Criar – Produzir, estabelecer, fundar, introduzir pela primeira vez alguma coisa: fazer nascer ou dar vida (sentido figurado).
Descobrir – Averiguar o que estava ignorado ou escondido, conhecer alguma coisa que se ignorava, algo desconhecido até então, existia porém não havia sido descoberto.
Imaginar – Representar idealmente em imagens uma coisa, inventar, criar na imaginação, faculdade de criar imagens mentais, idéias, projetos, etc., novos.
Intuir – Perceber ou entender íntima e instantaneamente uma idéia, sem argumentação, tal como estivesse vendo.
Inventar – Encontrar ou descobrir algo novo ou não conhecido, pensar ou idealizar algo que anteriormente não existia.
Resumindo, poderíamos dizer que a natureza da criatividade está ligada às diferentes capacidades de criação e que estas, por sua vez, constituem um conjunto de capacidades intelectuais e traços de personalidade.
A criatividade significa: adaptação, imaginação, construção, originalidade, evolução, liberdade interior, força poética e, em termos mais amplos, um certo distanciamento da base do problema. Interessa de maneira confusa e global a investigadores, pedagogos, industriais, artistas, cientistas, psicólogos, publicitários e, é claro a designers. Cada um desses grupos se sente atraídos por ela, necessitando dela e trata de inseri-la em uma subjetiva metodologia, adaptada a suas necessidades particulares.
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