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O EMPRESÁRIO E OS DIREITOS DO CONSUMIDOR

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O EMPRESÁRIO E OS DIREITOS DO CONSUMIDOR
Com a entrada da Lei n. 8.078/90 as relações e contratos dos consumidores, passaram a ter regime jurídico próprio, cuja as normas visam a proteção dos consumidores.
Com o entendimento sobre o que é uma relação de consumo se pode identificar quando o Código de defesa de Consumidor é aplicado. O Código de Defesa do Consumidor, protege os direitos do consumidor realmente, porque ele está numa relação de desigual, onde através da proteção se equilibra a relação de consumo. De início deve se identificar quando se tem uma relação de consumo, e quais os elementos que compõe essa relação, tem-se consumidor e fornecedor como sujeito dessa relação; e como objeto produto ou serviço.
O próprio Código de Defesa do Consumidor conceitua o que é consumidor, fornecedor e serviço em seus primeiros artigos. Expresso em seu Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. A relação de consumo deve ser caracterizada como final do produto ou serviço utilizado. Aquele que compra para revenda, se caracteriza como meio entre comprador e fornecedor, na qual será regida pelas normas do código civil.
TJ-SC - Apelação Cível AC 271549 SC 2002.027154-9 (TJ-SC)
Data de publicação: 29/06/2004
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO -CONTRATO DE LOCAÇÃO DE VEÍCULOS - RELAÇÃO CONSUMERISTA AFASTADA - POSSIBILIDADE DE RESOLUÇÃO POR QUALQUER DAS PARTES - ABUSIVIDADE NÃO COMPROVADA - RECURSO DESPROVIDO. O contrato de locação firmado entre pessoas que não se enquadram no conceito de consumidor e fornecedor não pode ser subordinado à legislação consumerista. Não há abusividade na cláusula que prevê resolução contratual por qualquer dos contratantes, pois observado o princípio da equidade contratual. Apelação Cível AC 271549 SC 2002.027154-9 (TJ-SC)
O Código de Defesa do Consumidor inseriu três conceitos sobre a qualidade dos produtos ou serviços: Fornecimento Perigoso, Defeituoso ou Viciado.
No fornecimento perigoso o dano ocorre pela insuficiência ou falta de informações necessárias dadas ao consumidor. Mesmo que o dano do produto tenha sido causado da má utilização do produto, a má utilização pode ter decorrido também da falta de informações do fornecedor, onde assim também se enquadra fornecimento perigoso.
É dever do fornecedor alertar o consumidor sobre os riscos de determinados produtos. Quando o risco sobre o produto é conhecido pelas pessoas no geral, ele estará dispensado de alertar. Por exemplo um fabricante de canivetes, não necessariamente terá obrigação de informar sobre o risco, pois é de conhecimento das pessoas, e tem-se já uma previsibilidade do risco. Respondem pelo dano de fornecimento perigoso o fabricante, o produto, o construtor, o importador e o prestador de serviços.
Fornecimento defeituoso decorre quando o produto ou serviço fornecido apresenta alguma impropriedade danosa ao consumidor. No fornecimento defeituoso o dano não provém da falta de informações prestadas ao consumidor sobre os seus riscos, mas em razão de problema intrínseco ao fornecimento. Por exemplo, por razão no envasamento de uma coca cola, ocorreu maior concentração de gás, a garrafa veio a estourar, causando ferimentos ao consumidor. Por mais que haja cautela, aperfeiçoamento, cuidados necessários, controle de qualidade, sempre acaba ocorrendo algum defeito. A responsabilidade do fabricante, produtor, construtor e importador do produto, nesse caso é objetiva, ou seja tem-se a obrigação de indenizar, mesmo que sem culpa. 
Exclui-se a responsabilidade objetiva do fornecedor, nos seguintes casos: 1. A prova de que não houve fornecimento (ex.: detectado o defeito, o produto foi separado para inutilização, mas terceiros o furtaram e o comercializaram); 2. Inexistência do defeito (situação em que os danos somente podem ser atribuídos a outros fatores, como a força maior ou o caso fortuito posteriores ao fornecimento); 3. Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Os profissionais liberais respondem de forma subjetiva. O prazo de prescrição para responsabilização do fornecedor é de 5 anos.
O fornecimento viciado não decorre diretamente de um dano ao consumidor, ocorre quando o produto ou serviço apresenta impropriedade inócua. A impropriedade pode ser vicio ou defeito. O vício é detectado antes da ocorrência de dano ao consumidor, já o defeito não é detectado a tempo, resultando em dano. No caso de vicio, o consumidor opta por três alternativas; Desfazimento do negócio, com o pagamento dos valores já pagos; Redução proporcional do preço; Eliminação do vício, com substituição do produto ou reexecução do serviço.
Os Tipos de fornecimentos de serviços viciados são: vicio de qualidade dos produtos; vicio de quantidade dos produtos; vicio de qualidade dos serviços.
Vícios de qualidade de produto: se este é impróprio ao consumo, tem impropriedade que lhe reduz o valor ou se há disparidade entre a sua realidade e as informações do fornecedor (CDC, art. 18). É impróprio ao consumo se está vencido o seu prazo de validade, se há adulteração, alteração, avaria, falsificação, inobservância de normas técnicas ou se, por qualquer razão, não atende às finalidades a que se destina (CDC, art. 18, §6). No vicio de qualidade, tem o fornecedor direito de tentar o saneamento da impropriedade (CDC, art. 18). Esse direito não existe se o produto for essencial ao consumidor ou se a eliminação do vício não for possível sem o comprometimento da sua eficácia, característica ou valor (CDC, art. 18, § 4). 
Vícios de quantidade de produto: ocorre em seu conteúdo líquido que é inferior às indicações constantes da rotulagem, embalagem ou publicidade, salvo as variações próprias de sua natureza. Diante deste vicio, pode o consumidor pleitear, de imediato, o seu saneamento, mediante a complementação do peso ou medida (CDC, art. 19, II). 
Vício de qualidade de serviços: ocorre se o serviço é inadequado para o fim que razoavelmente dele se espera, ou ocorrer inobservância de normas regulamentares de prestabilidade (CDC, art. 20, §2°).
O direito para reclamar por vícios no fornecimento decai em 30 dias (produtos e serviços não-duráveis), ex.: alimentos e bebidas. Ou de 90 dias (produtos e serviços duráveis), ex.: lavagem de um automóvel.
O início da contagem será o da data da entrega do produto ou o término da execução do serviço, quando o vício é aparente ou de fácil constatação. (CDC art. 26 § 1o) e é da sua manifestação, na hipótese de vício oculto. CDC, art. 26 § 3o).
TJ-PR - PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO Recursos Recurso Inominado RI 003633120201181600190 PR 0036331-20.2011.8.16.0019/0 (Acórdão) (TJ-PR)
Data de publicação: 04/02/2015
Ementa: VÍCIO NO PRODUTO. RECLAMANTE ALEGA QUE, EM 2009, COMPROU UM FILTRO DE ÁGUA DA RECLAMADA G.A.B E DE FABRICAÇÃO DA RECLAMADA BRASFILTER. EM 23.06.2011 O REPRESENTANTE DA EMPRESA COMPARECEU A RESIDÊNCIA DO RECLAMANTE E INFORMOU QUE ERA NECESSÁRIO REALIZAR UMA MANUTENÇÃO DO APARELHO POR TER VENCIDO O PRAZO DE DOIS ANOS DE USO. O TÉCNICO INFORMOU QUE FOI REALIZADA A TROCA DE UMA PEÇA E QUE POSSUÍA UMA GARANTIA DE TRÊS MESES, ENTRETANTO, O APARELHO COMEÇOU A APRESENTAR VÍCIOS, COMO VAZAMENTO DE ÁGUA. PLEITEIA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, DIANTE DOS DIVERSOS ABORRECIMENTOS CAUSADOS. SOBREVEIO SENTENÇA QUE CONDENOU AS RECLAMADAS, SOLIDARIAMENTE, AO PAGAMENTO DE R$ 5.000,00 À TÍTULO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSURGÊNCIA RECURSAL DA RECLAMADA BRASFILTER ARGUIU PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA E, NO MÉRITO, PUGNA PELO AFASTAMENTO DOS DANOS MORAIS OU, SUBSIDIARIAMENTE, MINORAÇÃO DO VALOR. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AFASTADA, EM RAZÃO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE O FABRICANTE DO PRODUTO E A EMPRESA QUE O REVENDE. ALEGAÇÃO DE QUE O PRAZO DE GARANTIA ESTÁ EXPIRADO NÃO MERECE PROSPERAR. PORQUANTO, A GARANTIA CONTRATUAL COMEÇA A CONTAR SOMENTE DEPOIS DE VENCIDA A GARANTIA LEGAL, DAÍ PORQUE NÃO SE AFIGURA EXPIRADO O PRAZO DE GARANTIA, DEVENDO A RECLAMADA RESPONDER PELOS DEFEITOS DO PRODUTO DESUA FABRICAÇÃO. NESSE SENTIDO, O PRODUTO AINDA ENCONTRA-SE DENTRO DA GARANTIA LEGAL ESTABELECIDA. PELAS ALEGAÇÕES CONSTANTES NOS AUTOS, O OBJETO DA PRESENTE DEMANDA É (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0036331-20.2011.8.16.0019/0 - Ponta Grossa - Rel.: Fernando Swain Ganem - - J. 29.01.2015)
Os contratos da legislação civil pressupõem pleno domínio da vontade das partes, onde cada um contrata se quiser e como quiser, e as cláusulas entre eles estabelecidas são leis entre as partes.
Nas relações de consumo, o consumidor não contrata como quer, não estabelece as cláusulas, mas se ve muitas vezes obrigado a contratar bens e serviços, sem a menor possibilidade de discutir os termos de negociação. O consumidor fica numa situação de vulnerabilidade.
O código de defesa do consumidor traz ao consumidor cinco princípios para o proteger da vulnerabilidade em que se encontram perante ao fornecedor.
Irrenunciabilidade dos direitos: É considerado nula as cláusulas expressa ou tacitamente que importe em renúncia dos direitos que é assegurado ao consumidor. A proteção ao consumidor é de ordem pública e caráter cogente. Não se admite a renúncia dos direitos nem por meio de clausula já adicionada no contrato de adesão.
Equilíbrio Contratual: a equidade nas relações de consumo é um dos valores fundamentais presentes no sistema de proteção contratual. O consumidor não pode ficar em situação desvantajosa perante o empresário, nenhuma oneração excessiva será imposta aos consumidores. O empresário não pode impor clausula contratual injustificável ao consumidor.
Transparência: Deve-se haver transparência nas relações de consumo, o consumidor deve ter prévio e completo conhecimento das obrigações assumidas por ele. Os contratos de adesão devem ser redigidos de forma clara e compreensível e elaborada com destaque para as cláusulas limitativas de direitos do consumidor. 
Interpretação Favorável ao consumidor: a interpretação do contrato deve favorecer o consumidor, de modo que uma tentativa de redação ambígua ou obscura o resulte em ineficaz. Se o contrato trouxer mais de uma interpretação, deve prevalecer a que trouxer mais vantagens ao consumidor.
Execução específica dos contratos de consumo: Nos contratos de consumo, o juiz pode adotar uma medida especifica para que se concretize o efeito pretendido pelas partes. A obrigação só será resolvida por perdas e danos, por opção do autor da demanda ou por impossibilidade material da tutela especifica ou do resultado prático correspondente. A mesma proteção é deferida a toda manifestação escrita de vontade, recibos e pré-contratos (CDC, art. 48)
O código de defesa do consumidor prevê três tipos de publicidade que fere os direitos do consumidor a publicidade simulada, enganosa e abusiva.
Publicidade Simulada é aquela que seu conteúdo é oculto como caráter de propaganda, o artigo 36 do CDC estabelece que a publicidade deve ser feita de modo que o consumidor possa percebê-la, fácil e de imediato. Um exemplo de Publicidade Simulada é a inserção em jornais e periódicos, de propagandas com aparência externa de reportagem.
Publicidade enganosa é aquela com capacidade de induzir o consumidor ao erro. O artigo 37, § 1° do CDC, cita a transmissão de informação parcial ou totalmente falsa. De fato se deve analisar cada caso concreto, nem tudo que é falso tende a enganar o consumidor, como exemplo, a propaganda do “Red Bull te dá asas” …É obvio que ao tomarmos a bebida não criaremos asas, esse é um tipo de publicidade não enganosa, deve olhar o potencial de enganosidade no anúncio.
Publicidade abusiva é aquela que agride valores sociais, como exemplo a publicidade racista, sexistas, discriminatória e a lesiva ao meio ambiente. A publicidade abusiva ou enganosa gera responsabilidade civil, penal e administrativa, assim o fornecedor que promover esse tipo de publicidade tem o dever de indenizar moralmente e materialmente o consumidor.
O código de defesa do consumidor trouxe outras importantes inovações, inclusive em matéria penal, processual e societária, assegurando a proteção do consumidor. Assim desde a omissão de informação sobre o perigo do produto, até a promoção de publicidade enganosa ou abusiva, o código define uma serie de infrações penais, responsabilizado quem concorre a essa pratica. Introduziu também o código no direito nacional um dispositivo que autoriza expressamente a desconsideração da personalidade jurídica, impedindo assim que a sociedade empresaria possa ser utilizada como meio de fraude ou abuso de direito em prejuízo da satisfação de um interesse do consumidor.
Por fim, o código de defesa do consumidor visa proteger o consumidor a vulnerabilidade, e a uma relação de consumo mais justa, aplicando-se as suas normas sempre que a relação de consumo for caracterizada como final.

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