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MANUAL DE EXAME FÍSICO EM REUMATOLOGIA - 2013 EXAME FÍSICO DO OMBRO 1 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 EXAME FÍSICO DO OMBRO ANATOMIA Vista Anterior Vista Posterior Músculo supra - espinhoso. Origem: fossa supra espinhal; inserção tubérculo maior do úmero. Ação: elevação do ombro no plano da escápula. Músculo sub-escapular. Origem: fossa sub-escapular; inserção: tubérculo menor do úmero. Ação: rotação interna. Músculo infra-espinhoso. Origem: fossa infra-espinhal; inserção: tubérculo maior do úmero. Ação: rotação externa Músculo redondo menor. Origem: borda lateral da escápula; inserção tubérculo maior do úmero. Ação: auxilia o infra - espinhoso na rotação externa do úmero Tubérculo maior Tubérculo menor Sulco intertubercular Acrômio Clavícula Processo coracóide Fossa Sub- escapular Tubérculo maior Acrômio Espinha da Escápula Cabeça do úmero Fossa infra- espinhal Fossa supra - espinhal Clavícula Vista Anterior Supra espinhoso Vista Posterior Tríceps (porção longa) Redondo maior Vista Anterior Supra espinhoso Sub escapular Redondo maior Supra espinhoso Infra espinhoso Tríceps Redondo menor Vista Posterior Tríceps Redondo maior Redondo menor Vista Posterior Supra espinhoso EXAME FÍSICO DO OMBRO 2 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Cabeça longa do bíceps. Origem: tubérculo supra-glenoidal da escápula; inserção: tuberosidade radial. Ação na articulação do ombro: flexão do ombro; estabilização da cabeça do úmero durante a contração do deltóide. O cabo longo do bíceps não faz parte do manguito rotador. INSPEÇÃO ESTÁTICA simetria, alterações do relevo muscular que possam revelar atrofia ou ruptura hipotrofia muscular generalizada por desuso, mais evidente a direita rotura da cabeça longa do bíceps Bíceps - cabeça curta Bíceps - cabeça longa Sulco inter-tubercular Tubérculo menor Tubérculo maior Tubérculo supra glenoidal Processo coracóide Escápula – face costal Braquial Epicôndilo lateral Inserção do bíceps braquial na tuberosidade do rádio Inserção do braquial na tuberosidade da ulna Aponeurose do bíceps braquial Bíceps braquial Epicôndilo medial Visão Anterior EXAME FÍSICO DO OMBRO 3 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 INSPEÇÃO DINÂMICA Abdução: no plano coronal, de 0 a 90°. adução - oposta a abdução, movimento realizado em direção a linha mediana do corpo. Quando o braço está em flexão de 30°, de 0 a 75°, passando anteriormente ao tórax elevação – realizada no plano da escápula que está angulada anteriormente a 45° em relação ao plano coronal ; de 0 a 180°. flexão – realizada anteriormente ao plano coronal, paralela ao plano sagital, de 0 a 180° EXAME FÍSICO DO OMBRO 4 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 extensão – realizada no plano sagital, posteriormente ao plano coronal, de 0 a 60° rotação interna - permite opor o dorso da mão às costas – comparar os dois lados rotação externa – com o cotovelo em 90° de flexão vai de 0 a 75°, podendo atingir 90° dependendo da elasticidade ligamentar do paciente. Provas funcionais mão/nádega oposta mão/costas mão/ombro oposto mão/nuca EXAME FÍSICO DO OMBRO 5 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Palpação articulação esterno-clavicular clavícula articulação acrômio clavicular tubérculo maior (inserção do supra, infra-espinhoso e redondo menor) tubérculo menor (inserção do sub-escapular) cabo longo do bíceps Quando houver necessidade de realizar as manobras especiais, pensem sempre na anatomia da estrutura pesquisada. Conhecendo-se a origem e inserção de cada músculo, é possível deduzir qual a sua ação, basta imaginar que movimento resulta da contração (ou encurtamento) das fibras musculares. Entendendo -se a ação de cada músculo, é possível deduzir qual a manobra para testá-lo, uma vez que o objetivo destas manobras é submeter o músculo à tensão máxima. Para isto, basta pedir que o paciente faça o movimento pelo qual o músculo é responsável, contra resistência oferecida pelo examinador. Uma vez que ocorra qualquer tipo de lesão, a tensão máxima de suas fibras reproduzirá dor. Além disto, se houver ruptura total do músculo, o paciente terá dificuldade para realizar a manobra, traduzida por diminuição de força ou mesmo incapacidade de realizar o movimento. Manobras para avaliar impacto membro superior em extensão e rotação neutra é elevado passiva e rapidamente no plano da escápula pelo examinador, o que resulta na projeção do tubérculo maior contra a face antero-inferior do acrômio. EXAME FÍSICO DO OMBRO 6 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 teste de Hawkins- Kennedy: - o membro superior é colocado em 90º de elevação, rotação neutra e com o cotovelo fletido a 90º e é passivamente submetido a rotação interna pelo examinador. Nesta posição, o tubérculo maior é projetado contra o ligamento coraco- acromial, o tubérculo menor aproxima-se da ponta do processo coracóide reproduzindo o impacto coracóide. teste de Yokum - o paciente coloca a mão sobre o ombro oposto e procura fletir o braço, levantando o cotovelo, sem elevar o cíngulo escapular (A). Nesse movimento, o tubérculo maior desloca-se não apenas sob o ligamento coraco-acromial, mas também sob a articulação acrômio-clavicular, que, se for saliente devido a presença de osteofitos, desencadeará dor. Manobras para avaliar tendinopatia teste de Jobe - o membro superior é colocado em extensão rotação e interna e o paciente deve elevar o membro superior no plano da escápula contra resistência oferecida pelo examinador. Esta manobra testa o supra-espinhso e a rotação interna do úmero provoca estiramento máximo de suas fibras, aumentando a sensibilidade do tendão. EXAME FÍSICO DO OMBRO 7 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 teste de Gerber: o paciente deve colocar o dorso da mão na altura de L5 e procura ativamente afastá- la das costas, rodando internamente o ombro. A dor ou incapacidade de fazer este movimento indica lesão do sub- escapular. teste da prensa abdominal: o paciente coloca a mão no abdome, mantendo alinhamento do plano coronal. Ao forçar a mão contra o abdome, o cotovelo se deslocará posteriormente se o subescapular estiver lesado, pois não será possível realizar a rotação interna do ombro. teste do infra- espinhoso: o membro superior posicionado ao lado do tórax e o cotovelo em 90º de flexão. O paciente deve realizar rotação externa contra resistência imposta pelo examinador. teste de Pate: membro superior em 90º de abdução com o cotovelo em 90° de flexão e o paciente deve realizar rotação externa contra resistência. EXAME FÍSICO DO OMBRO 8 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 teste "palm up" - o paciente deve realizar flexão do ombro com o membro superior em extensão e rotação externa contra a resistência oferecida pelo examinador. Dor no sulco intertubercular ou diminuição de força indicam alterações na cabeça longa do bíceps. Exame físico do cotovelo 9 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 EXAME FÍSICO DO COTOVELO ANATOMIA Vista AnteriorVista Posterior Visão Lateral Visão Medial Exame físico do cotovelo 10 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 ANATOMIA Vista anterior (ventral) Os músculos flexores do punho originam-se no epicôndilo medial. Portanto, a tensão excessiva sofrida por estes músculos se transmite ao epicôndilo medial, gerando dor neste local. Vista póstero-lateral Os músculos extensores do punho e dos dedos se inserem no epicôndilo lateral. Uma vez submetidos a tensão excessiva, causarão dor no epicôndilo lateral. Observe ainda o local de inserção do tendão tríceps no olécrano. tendinopatia deste músculo pode ser causa de dor no cotovelo, desencadeada ao exame físico pela palpação do olécrano. Epicôndilo medial, cabeça comum dos flexores Pronador redondo Flexor radial do carpo Palmar longo Flexor ulnar do carpo Flexor superficial dos dedos Palmar longo Flexor superficial dos dedos, tendões de inserção Músculos do antebraço direito em vista anterior (ventral) Epicôndilo lateral Extensor radial longo do carpo Extensor radial curto do carpo Fáscia do antebraço Extensor dos dedos Extensor ulnar do carpo Extensor do dedo mínimo Extensor ulnar do carpo, tendão Extensor dos dedos Extensor radial longo e curto do carpo, tendões Retináculo dos extensores Olécrano Músculos do antebraço em vista póstero - lateral Tendão do tríceps Exame físico do cotovelo 11 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 INSPEÇÃO ESTATÍCA Alteração Significado Aumento de volume na região do olécrano Bursite tofo gotoso Nódulo Nódulo reumatóide Placas descamativas grosseiras Psoríase Exame físico do cotovelo 12 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Pápulas eritematosas ou violáceas na superficie extensora do cotovelo 1 Sinal de Gottron (sinal característico da dermatomiosite) INSPEÇÃO DINÂMICA Flexão e extensão Rotação – pronação e supinação 1 as pápulas de Gottron também podem ser observadas nas superfícies extensoras dos dedos e dos joelhos. Exame físico do cotovelo 13 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Palpação Temperatura Ponto de inserção do tríceps Epicôndilo lateral Epicôndilo medial Recesso lateral entre a cabeça do rádio, olécrano e epicondilo lateral ( se estiver preenchido: sinovite) Nervo ulnar Manobras Especiais Estresse em valgo: avalia o ligamento colateral medial. Com o cotovelo discretamente fletido a 15º com o úmero em rotação externa. Em seguida empurre o braço medialmente e o cotovelo lateralmente. Exame físico do cotovelo 14 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Estresse em varo: avalia o ligamento colateral lateral. Com o cotovelo em flexão de 15º e o úmero em rotação interna, empurre o braço em sentido lateral e o antebraço em sentido medial. Teste da epicondilite medial: o cotovelo é fletido, o antebraço mantido em supinação e o punho em extensão. Em seguida, o cotovelo será estendido vagarosamente. Este movimento aumenta a tensão nos flexores do punho e provocará dor no epicôndilo medial na presença de epicondilite medial. teste de Cozen: avalia epicôndilite lateral. O examinador segura o cotovelo do paciente com uma mão, com o polegar posicionado sobre o epicôndilo lateral e o paciente é instruído a cerrar a mão e estender o punho contra a resistência oferecida pelo examinador. teste de Mill - o cotovelo é posicionado em flexão de 90º com o antebraço em pronação, paralelo ao chão. O examinador segura o cotovelo do paciente com uma mão, enquanto que com a outra mão, flete o punho do paciente, que deve resistir ao movimento. O teste será positivo para epicondilite lateral se esta manobra reproduzir dor no epicondilo lateral ou no trajeto dos extensores do punho. Observe que, quando o punho é submetido a flexão forçada, as fibras dos extensores do punho são submetidas ao estiramento máximo. Exame físico da mão e punho 15 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 EXAME FÍSICO DA MÃO E PUNHO A mão e o cartão de visita de muitas doenças na Reumatologia. Assim, já na anamnese existem dados que auxiliam no diagnóstico, como podemos ver na tabela abaixo. doença simetria punhos IFP IFD rigidez matinal manifestações extra- articulares artrite reumatóide sempre presente sim sim não sim, prolongada quando presentes: nódulos reumatóides, esclerite ou episclerite, doença intersticial pulmonar, vasculite lúpus eritematoso eistêmico e outras colagenoses sempre presente sim sim não sim eritema em asa de borboleta, lesões discóides, fotossensibilidade, raynaud artrite psoriásica Em geral sim (nas mãos). sim sim sim sim unhas em dedal, placas eritemato-descamativas grosseiras osteoartrite Sim ou não não sim sim sim, curta duração não gota em geral não sim sim sim sim tofos gotosos tenossinovite tendinite de de Quervain não sim, no 1º compartimento não não não não síndrome do túnel do carpo depende não não não não parestesia em trajeto do nervo mediano ANATOMIA Exame físico da mão e punho 16 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 INSPEÇÃO Avaliar unhas (ex. pitting ungueal=psoriase, baqueteamento digital, hemorragias em estilha), alterações cutâneas (raynaud), mal formações (ex.sindactilia) Cisto sinovial Contratura de Dupuytren Esclerodermia OSTEOARTRITE: nódulos de Heberden (IFD) e Bouchard (IFP) Tofos de Gota ARTRITE REUMATOIDE: mão em ventania, sinovite em 3 a IFP (setas) caracterizando dedo em fuso (A), alargamento de punhso com abaulamento (B e C), deformidade em botoneira (D) e pescoço de cisne (E) A B C D E Exame físico da mão e punho 17 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 PALPAÇÃO Palpação latero-lateral e antero-posterior em busca de artrites, dores e deformidades. MOBILIZAÇÃO DERMATOMOS Exame físico da mão e punho 18 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 MANOBRAS ESPECIAIS TESTE DE FINKELSTEIN TENOSINOVITE DE DE QUERVAIN: paciente punho cerrado + polegar por baixo desvio ulnar do punho dor aguda na área de projeção . 1 TETSTE DE TINEL 2. TESTE DE PHALEN SÍNDROME DO TÚNELDO CARPO: Sinal De Tinel: percurte sobre a projeção do ligamento carpal volar, se tiver dor ou parestesias confirma a síndrome do túnel do carpo. Teste De Phalen: com a flexão máxima do punho e a manutenção do mesmo nesta posição por no mínimo um minuto, se reproduzir parestesia confirma a síndrome do túnel do carpo. DEDO EM GATILHO 1 2 Exame físico da mão e punho 19 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 ACHADOS DE EXAME FÍSICO NAS PRINCIPAIS DOENÇAS DA REUMATOLOGIA Doença Inspeção/palpação Osteoartrose nodal Aumento de volume de consistência endurecida nas articulações interfalangeanas distais (nódulos de Heberden) e nas proximais (nódulos de Bouchard) (figura 8A) Artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico, dermatomiosite ou polimiosite, doença mista do tecido conjuntivo, forma artrite reumatóide “like” da artrite psoriásica Alargamento de punhos, aumento de volume de consistência borrachosa em punhos,metacarpofalangeanas, interfalangeanas proximais polpando interfalangeanas distais, simétrico (figura 8B) Artrite psoriásica Dedos em salsicha (figura 8C) Artrite psoriásica Aumento de volume em articulações interfalageanas distais, de consistência borrachosa, geralmente associado a dedo em dedal ou distrofia ungueal (figura 8D) Doença mista do tecido conjuntivo “Puffy hands”(figura 8E) Fenômeno de Raynaud primário, esclerose sistêmica, doença mista do tecido conjuntivo, lúpus eritematoso sistêmico Mãos cianóticas, posteriormente pálidas com ou sem hiperemia reativa associada (figura 8F) Esclerose Sistêmica Cicatrizes estelares (figura 8G) Dermatomiosite Pápulas eritemato-violáceas nas superfícies extensoras das interfalangeanas proximais e metacarpofalangeanas (pápulas de Gottron) (figura 8H) Dermatomiosite Mãos de mecânico (descamação grosseira nas mãos) (figura 8I) Gota Tofos gotosos (depósitos de ácido úrico no tecido celular subcutâneo) (figura 8J) Distrofia simpático-reflexa Edema difuso de toda a mão, associada mudança de temperatura em relação ao lado sadio (figura 8L) Fascite palmar paraneoplásica Eritema e edema palmar doloroso das mãos, associado ao espessamento da fascia palmar (figura 8M) Contratura de Dupuytren Espessamento da fáscia palmar causando contratura em flexão. Pode estar associado a diabetes e alcoolismo (figura 8N) Cisto sinovial ou gangliônico Herniação da membrana sinovial que envolve os tendões, não está associado a nenhuma doença (figura 8O) Dedo em gatilho Tenossinovite dos flexores dos dedos levando a formação de nodulação que impede a extensão do quirodáctilo acometido (figura 8P e 9). Palpa-se uma nodulação no local e no momento em que ocorre a extensão, sente-se um estalo. Exame físico da mão e punho 20 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Em A, mão típica de paciente com osteoartrite, com nódulos de Heberden (seta branca) nas articulações inter-falangeanas distais e nódulos de Bouchard (seta preta) nas articulações inter-falangeanas proximais. Metacarpofalangenas e punhos são poupadas. Em B, aumento de volume nas articulações metacarpo-falangeanas (seta preta). Este paciente tem artrite reumatóide, pois já apresenta dedo em pescoço de cisne (seta branca). Em C, aumento de volume difuso do 3º quirodáctilo, indicando tenossinovite ou dedo em salsicha, achado característico da artrite psoriásica e da artrite reativa. Em D, artrite das interfalangeanas distais (seta preta), manifestação de outro subtipo de artrite psoriásica. A onicodistrofia em geral acompanha a artrite das inter-falangeanas distais (seta branca). Em E edema difuso e simétrico das mãos caracterizado como “puffy hands”, manifestação específica da doença mista do tecido conjuntivo. Em F, fenômeno de Raynaud caracterizado pela fase de palidez (obrigatória) e cianose. Em G, cicatrizes estelares, indicativas de isquemia digital decorrente do fenômeno de Raynaud secundário a esclerose sistêmica. Em H, papúlas de Gotron, pápulas eritematosas descamativas nas superfícies extensoras das inter-falangeanas e das metacarpofalangeanas características da dermatomiosite. Em I, descamação grosseira característica das mãos de mecânico, manifestação da síndrome anti-sintetase, subtipo de dermato/polimiosite associada à pneumopatia intersticial. Em J, tofos gotosos em mãos. Em L, edema assimétrico atingindo a mão direita, associado a alterações de pilificação e temperatura, característico da distrofia simpático reflexo. Em M, aumento de volume e espessamento difuso da fáscia palmar, doloroso, indicativo de síndrome paraneoplásica. Em N, contratura de Dupruyten, caracterizada pelo espessamento da fáscia palmar. Em M, cisto sinovial ou ganglionico. Em G, dedo em gatilho causado pela tenossinovite dos flexores dos dedos. E Doença mista do tecido conjuntivo Fenômeno de Raynaud F M Fasceíte palmar paraneoplásica P Dedo em gatilho A osteoartrite B artrite reumatóide C artrite psoriásica D artrite psoriásica G Esclerose sistêmica H Dermatomiosite Dermatomiosite I J Gota Distrofia simpático-reflexa L N Contratura de Dupuytren Cisto sinovial O Exame físico da coluna 21 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 EXAME FÍSICO DA COLUNA INSPEÇÃO ESTÁTICA deformidades Postura de isquiador (espondilite anquilosante de longa evolução) – retificação da coluna lombar com anteriorização da coluna dorsal e cervical, protrusão abdominal e leve flexão do quadril INSPEÇÃO DINÂMICA flexão extensão rotação lateralização Exame físico da coluna 22 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 PALPAÇÃO apófises espinhosas Articulação sacro-ilíaca trapézio e musculatura paravertbral pontos gatilhos Exame físico da coluna 23 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 MEDIDAS ESPECIAIS Distância occipito-parede (seta cinza) ou tragus-parede (seta branca). O paciente deve manter os calcanhares e a região lombar encostados contra a parede e tentar encostar a região occiptal na parede. Alguns pacientes com espondilite anquilosante tem dor ou não conseguem encostar a região occipital na parede,devendo-se medir a distância entre o occipício e a parede ou entre o tragus e a parede (serve para mais para seguimento). Expansibilidade torácica (diminuída na espondilite anquilosante). Colocar a fita métrica na linha mamilar ou 5º espaço intercostal e medir o diâmetro do tórax em inspiração máxima e depois em expiração máxima; uma diferença menor de 5 cm é anormal Schober: fazer uma marca na altura de L5, que corresponde às cristas ilíacas póstero- superiores, e outra 10 cm acima. Pedir para o paciente flexionar a coluna, tentando encostar a mão no chão. A mobilidade da coluna lombar estará preservada se a medida expandir 5 cm ou mais. Exame físico da coluna 24 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 EXAME NEUROLÓGICO Sensibilidade Força muscular Reflexos superficiais (cutâneo-abdominal; cutâneo abdominal) Reflexos profundos Spurling (deve desencadear dor no trajeto radicular) Lasegue Exame físico da coluna 25 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 EXAME NEUROLÓGICO Raiz nervosa Músculos Reflexo profundo C5 Flexores do cotovelo Biciptal C6 Extensores do punho Braquioradial C7 Extensores do cotovelo Triciptal C8 e T1 Interósseos Não há L4 Extensores da perna Patelar L5 Extensão do hálux Não há S1 Flexão plantar do pé Aquileu Exame físico do quadril 26 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 EXAME FÍSICO DO QUADRIL INSPEÇÃO TRENDELENBURG - Marcha: claudicação, assimetria - Bengala – altura apropriada e lado apropriado - Paciente em pé: simetria, teste de Trendelenburg (pedir para flexionar o joelho, queda da crista ilíaca indica fraqueza do glúteo médio contralateral). - Paciente deitado: discrepância de membros inferiores (distância entre a crista ilíaca antero-superior e o maléolo medial ou entre o apendice xifóide e o maléolo media) avaliar flexo de quadril (teste de Thomas – estabiliza-se a pelve e pede para o paciente abraçar o joelho. Se o teste for normal o joelho contralateral tocará a maca; a impossibilidade da região poplítea tocar a maca indica flexo de quaril) PALPAÇÃO Trocanter maior: dor a palpação sobre o trocanter maior = bursite trocantérica. Dor a palpação posterior ao trocanter maior = tendinite de piriforme Dor a palpação superior ao trocanter maior = tendinite de glúteo médio Tuberosidades isquiádicas: bursite isquiádicaDERMÁTOMOS. RAÍZES NERVOSAS PERIFÉRICAS Exame físico do quadril 27 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 MOBILIZAÇÃO Mobilidade (estabilizar a pelve) : adução, abdução, flexão, rotação interna e rotação externa MANOBRAS ESPECIAIS FABERE (flexão/abdução/rot ext) AVALIA QUADRIL E SACRO-ILIACAS: dor em região lateral pensar em causa na articulação de quadril, dor posterior, pensar em doença em articulção sacro-iliaca. FADIR (flexão/adução/rot int) . AVALIA ARTICULÇÃO DO QUADRIL E MM PIRIORME: Dor no quadril indica pinçamento de estruturas articulares; dor posterior pensar em síndrome piriforme. Exame físico do joelho 28 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 EXAME FÍSICO DO JOELHO ANATOMIA ANATOMIA INSPEÇÃO - Deformidades são causa d osteoartirte, lesões estruturais, lembrar da síndrome de hipermobilidade articular. Exame físico do joelho 29 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 PALPAÇÃO Se tíbia em rotação interna, o menisco medial é palpável, mas se retrai a rot externa. Ligamento Colateral Medial - faz parte da cápsula articular e pode estar rompido em lesões com esforço valgo. Procurar dor na sua extensão. Tendão comum da pata de ganso: semitendinoso (é o mais posterior e inferior). O grácil (anterior e medial ao semitendinoso). O músculo sartório está abaixo do tendão do grácil. O semimembranoso (abaixo do grupo tendinoso, na face posterior da tíbia). Na inserção comum destes músculos, situa-se a bolsa do pes anserine. MOBILIZAÇÃO Extensão = até 10º Flexão = 130º Observar CREPITAÇÃO (sinal de osteoartrite) Checar dermátomos se necessário Exame físico do joelho 30 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 REFLEXO PATELAR Testa L2, L3 e L4. Quando houver necessidade de realizar as manobras especiais, pensem sempre na anatomia da estrutura pesquisada, fica mais fácil entender como deve ser feita a manobra e qual sua indicação! MANOBRAS ESPECIAIS TESTE DE OBER OU DA RETRAÇÃO DA BANDA ILEOTIBIAL Pcte em DLE sobre lado não lesado, examinador estabiliza a pelve com uma das mãos e com a outra controla o membro a ser examinado. O quadril é inicialmente abduzido e estendido e em seguida faz- se a adução. A retração é demonstrada se o quadril permanecer passivamente abduzido. TESTE DE ESTRESSE EM VALGO OU ABDUÇÃO(1) E DO ESTRESEE EM VARO OU ADUÇÃO (2) Avalia ligamentos colaterais: para o estresse em VALGO: segure o tornozelo com uma das mãos e coloque a outra mão em torno dos joelhos com a eminência tenar de encontro à cabeça da fíbula do paciente. Manter perna ângulo 30º. Em seguida empurre o joelho medialmente e o tornozelo lateralmente na tentativa de abrir a face medial do espaço inter-articular do joelho (esforço valgo). Mantenha o pé fixo sob a sua axila, e com a mão livre palpe a linha articular medial, se houver uma lacuna, o ligamento não está sustentando o joelho. Na extinção do esforço exercido perceberá a coalisão da tíbia com o fêmur ao se fecharem. A positividade em hiperextensão pode significar lesão do lig. cruzado posterior. Para o estresse em VARO: a mesma forma com a força em adução da perna. TESTE DE LACHMANN Avalia ligamento cruzado anterior: pcte em decúbito dorsal, joelho fletido 30º, o examinador segura com uma das mãos a região supracondilar do fêmur e, com a outra, a região superior da tíbia e provoca movimento antagônico com cada uma das mãos, 1 2 Exame físico do joelho 31 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 uma para frente e a outra para atrás, a fim de fazer o deslizamento de uma superfície articular sobre a outra. TESTE DA GAVETA Avalia ligamentos cruzados anterior e posterior: paciente em decúbito dorsal com os joelhos fletidos 90º e os pés aplanados sobre a mesa. Coloque-se no bordo da mesa fixando os pés do paciente sentando sobre eles. Em seguida, envolva-lhe o joelho com ambas as mãos de forma que seus polegares superponham-se às linhas articulares medial e lateral e os outros dedos se apoiem na projeção da inserção dos tendões medial e lateral da coxa. Movimento anterior avaliar LCA, posterior avalia LCP. MANOBRA DA OPRESSÃO DE APPLEY AVALIA MENISCOS: paciente em decúbito ventral com uma das pernas fletidas a 90º. Apoie seu joelho sobre a face posterior da coxa do paciente, suavemente, para fixá-la, enquanto imobiliza o calcanhar com firmeza visando comprimir os meniscos laterais e medial entre a tíbia e o fêmur. Em seguida, rode a tíbia interna e externamente e continue mantendo uma firme compressão. Se a manobra provoca dor, provavelmente, haverá lesão do menisco. Peça ao paciente para localizar a dor com precisão. A dor na face medial (lesão do menisco medial); na face lateral (lesão do menisco lateral). AVALIAR ARTRITES MENORES: não há líquido suficiente para deslocar a patela. Mantenha a perna do paciente estendida e force a passagem do líquido contido no espaço suprapatelar e na face lateral para face medial do joelho. Quando o fluido estiver sendo forçado para a face medial, percuta suavemente a articulação sobre o fluido, o qual atravessará o joelho ocupando a face lateral da articulação. Existem muitas outras manobras e muitos outros epônimos, a intenção no momento é saber ao menos uma manobra para examinar as principais estruturas do joelho. Exame físico do tornozelo e pé 32 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 EXAME FÍSICO DO TORNOZELO E PÉ ANATOMIA Ligamentos – Visão lateral Ligamentos –Visão medial Exame físico do tornozelo e pé 33 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Visão Lateral Visão Medial Exame físico do tornozelo e pé 34 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 O exame físico inicia-se com uma abordagem geral buscando-se alterações em todos os segmentos corporais, especialmente a coluna vertebral e articulações do punho, mão, cotovelos e joelhos, o que pode indicar a presença de doenças reumatológicas como gota, espondilite anquilosante ou artrite reumatóide. Os membros inferiores devem ser considerados como um todo, objetivando-se notar defeitos, angulares (genu varum e genu valgum) e dismetria (discrepância de membros). INSPEÇÃO ESTATÍCA – paciente em pé coluna, quadril, joelhos Ângulo do retropé retropé calcâneo varo retropé calcâneo valgo Tendão de Aquiles Tendinite de aquileu Exame físico do tornozelo e pé 35 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 INSPEÇÃO ESTATÍCA – paciente em pé Tornozelo Artrite Tipo de pisada Arco longitudinal medial Deformidades dos dedos dedo em martelo: hiper- extensão da MTF e da IFP com flexão da IFP; dedo em garra: hiperflexão das interfalangeanas com ou sem hiperextensão das MTF; dedo em taco de golfe: hiperextensão da IFD. pronada supinadanormal Exame físico do tornozelo e pé 36 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 INSPEÇÃO DINÂMICA – Marcha Observar como o calcanhar toca o chão, as reações do médio e antepé quando o passo se desenvolve e a relação dos dedos com o solo. Durante a mudança de passo, a primeira região a tocar o solo é a borda posterior e lateral com calcanhar; a seguir, todo o calcanhar se encontra apoiado e inicia-se a distribuiçãodo peso pelo mediopé, pela borda lateral. Em seguida toda a porção anterior da planta do pé se apóia no chão, de lateral para medial. Enquanto isto acontece os dedos são estendidos ao grau máximo, de forma que o peso do corpo concentra-se no médio-pé (50% na primeira metatarsofalangeana e o restante nas outras) até que o hálux se adere ao solo, ao mesmo tempo que o retropé se ergue do solo. Por último, o peso do corpo concentra-se nas cabeças do 1º metatarso e transmite-se para o hálux que sofre dorsiflexão elevando-se até o pé se desprender do solo, iniciando a fase de balanço. Eixo da marcha Claudicação Exame físico do tornozelo e pé 37 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 INSPEÇÃO ESTÁTICA – paciente deitado Unhas Onicodistrofia Pele entre os dedos Tínea Calosidades (indicam apoio e atrito com calçados) Úlceras Artrite Dactilite Deformidades nos dedos (dedos em garra e hálux valgo) A inspeção dinâmica da mobilidade articular pode ser avaliada simultaneamente com a palpação. PALPAÇÃO & MOBILIZAÇÃO Temperatura (quente – artrite; frio – insuf. arterial periférica) Pulsos pediosos e tibiais posteriores – avaliar também enchimento capilar Exame físico do tornozelo e pé 38 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Maléolo lateral (musc. fibulares, ligamentos talo- fibulares e calcaneo-fibulares) Articulação tibio talar (avaliar flexão e extensão) O dedo indicador deve ser posicionado entre o tendão extensor longo do hálux e o extensor longo dos dedos. Em gerla existe uma depressão neste local. Se a interlinha articular estiver preenchida há artrite Maléolo medial (flexor longo do hálux, flexor longo dos dedos, tibial posterior, nervo tibial, artéria tibial posterior, ligamento deltóide) Exame físico do tornozelo e pé 39 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Maléolo medial (flexor longo do hálux, flexor longo dos dedos, tibial posterior, nervo tibial, artéria tibial posterior, ligamento deltóide) Tendão de Aquiles e sua inserção Fáscia plantar e sua inserção Articulação subtalar (avaliar inversão e eversão do o examinador deve usar uma das mãos para realizar a dorsiflexão do pée fixar a articulação do tornozelo. Os dedos polegar, indicador e médio da outra mão devem ser posicionados em cada lado da articulação subtalar. Exame físico do tornozelo e pé 40 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 calcaneo) Articulações mediotársicas (avaliar inversão e eversão) O examinador fixa o tornozelo com uma das mãos. A outra mão deve ficar posiocionada no médiopé com o polegar de um lado e so dedos indicador e médio do outro lado do pé. Articulações mediotársicas (avaliar inversão e eversão) Articulações metatarsofalangeanas (avaliar flexão e extensão) Cabeças dos metatarsos Espaço entre as cabeças dos metatarsos ( permite identificar neuroma de Mórton, geralmente presente entre o 3] e 4º metatarsos Articulações interfalangeanas (avaliar flexão e extensão) Exame físico do tornozelo e pé 41 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Existem inúmeras manobras especiais para avaliar o tornozelo. Serão abordadas aquelas que são mais frequentemente utilizadas no ambulatório de reumatologia. Manobras Especiais Tompson (Avalia a integridade do tendão de Aquiles) Quando negativa a compressão da panturrilha resulta em flexão plantar. Quando há ruptura do tendão de Aquiles não há movimento do pé. Kelikian-Ducroquet (Avalia flexibilidade da deformidade dos artelhos – deformidades reversíveis: órteses) Realizar pressão plantar sobre a cabeça dos metatarsos. Aplicada a pressão plantar, ocorre correção das deformidades do 2º e3º dedos (flexiveis) e mantém-se a deformidade do 4º Squeeze (Muito importante para o diagnóstico precoce da artrite reumatóide, pois indica artrite nas metatarso-falangeanas. Também indica neuroma de Mórton) Exame físico do tornozelo e pé 42 MANUAL DE EXAME FÍSICO 2013 Teste da Gaveta anterior (testa o ligamento talofibular anterior e a integridade da cápsula articular) O examinador apóia uma das amãos sobre a face anterior da tíbia logo acima do otrnozelo e com a outra mão aplica força no sentido de deslocar anteriormente o pé. Teste do estresse em varo (testa o ligamento fibulocalcâneo e cápsula lateral do tornozelo) O examinador aplica com uma das mãos força varizante mantendo a exrtremidade distal da perna fixa com a outra mão.
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