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Técnica Operatória! Jaqueline Ogeda ! ! ! ! PRINCÍPIOS DE MICROCIRURGIA!! ! Se refere mais a cirurgia plástica reconstrutiva mas possui um amplo espectro de ação de várias outras especialidades. A microrcirurgia é uma especialidade que se destina a manipulação de pequenas estruturas, aquelas quais precisam de magnificação de imagem, ou seja, não significam cirurgias pequenas. São cirurgias longas e de forma geral complexas. Sua aplicação não é só na cirurgia plástica, também na oftalmologia, urologia, ginecologia, otorrinolaringologia. !! **Histórico:! 1590 - microscópio. Muller foi o primeiro cirurgião a utilizar o microscópio para cirurgias, até então ele era utilizado para analise apenas histológica.! 1912 - premio Nobel (CARREL)! 1920 - cirurgia de labirinto de coelhos.! 1922 - microscópio binocular (ZEISS)! 1960 - anastomose de vasos < 2mm (JACOBSON). Foi um marco, ja que fizeram trabalhos mostrando claramente a técnica da microcirurgia. Até então ninguém dominava anastomoses em vasos menores de 2mm. Anteriormente, quando havia necessidade de amputação de dedos, mãos, era feita apenas a cirurgia de amputação, não havendo nenhuma possibilidade de reconstrução e reimplante.! ! A partir de Jacobson, começou a chamada era dos implantes: ! 1961- reimplante do braço (MALT e McKAHN). ! 1965*- reimplante de polegar (KOMATSE e TAMAI). Primeiro caso de reimplante do polegar, sendo um marco muito importante já que o polegar é responsável por 80% da função da mão. ! ! A partir dessa época a técnica microcirurgica já estava bem estabelecida, o que permitia a anastomose de vasos < 2mm, o reimplante de uma parte do corpo, consequentemente logo em seguida veio a possibilidade de fazer um retalho pediculado de uma parte do corpo, seccionar o pedicuro e transplanta-lo para uma área necessitada.! 1972 - transferência de omento maior para reconstrução de escalpo (McLEAN e BUNKE). ! 1973 - transplante de retalho inguinal livre para reconstrução de membro inferior (DANIEL e TAYLOR)!! Ratos Winstar: geram uma certa facilidade no treinamento necessário para esse tipo de cirurgia, seja de vasos ou nervos. O nervo ciático do rato tem um tamanho muito pequeno, compatível com o do nervo facial do ser humano. A parte dos vasos também é favorável, pois a carótida do rato possui cerda de 1,5mm de calibre, sendo portanto um vaso que, com treinamento, muitos vasos a serem anastomosados principalmente em implante de dedo são desse calibre. ! - É o animal ideal! - Via de acesso: posição prona, incisão transversa na raiz da coxa. ! - Vasos: a carótida do rato tem cerca de 1,5 mm de calibre, sendo portanto um vaso que se fazendo treinamento, muitos vasos dos retalhos livres ou reimplantes são de calibre semelhante.! - Artérias carótidas (1,5 mm), femorais (1 mm)! - Veias femorais: calibre menor ainda (tamanho comparado com vaso de dedo de criança), criando grau de dificuldade maior. ! - Nervo ciático: se assemelha ao nervo facial.! - Modelos de reimplantes.!! MAGNIFICAÇÃO: possível com lupas e microscópios! - Microscópio cirúrgico: possui 3 partes fundamentais! ! Lentes objetivas (distancia focal): próximo ao objeto de aumento.! ! Sistema binocular (ampliação): onde colocamos os olhos. ! ! Terceiro sistema óptico (variação): comunica as objetivas com as binoculares, e é responsável pelo zoom da imagem.!! - Lupas:! ! Aumentam cerda de 2,5 - 8x a imagem. ! ! São cansativas, pois são um pouco mais pesadas, mas isso vai da preferência do cirurgião. ! �1 Técnica Operatória! Jaqueline Ogeda ! São muito boas para a realização do preparo de campo: antes de chegar a fazer a microanastomose, devo dissecar, soltar, limpar, para depois de fato realizar a anastomose. As lupas são muito úteis nesse tipo de ato. na dissecação, incisão.!! UTILIZAÇÃO do microscopio cirúrgico! - Ampliação de até 40x: ! ! 10x: preparo de campo! ! 10-20x: suturas vasculares! ! 30-40x: reimplante! ! foco ajustáveis antes da cirurgia ! ! binoculares para o auxiliar possa participar da cirurgia. ! - Respeitar uma certa postura, conforto, coluna reta, ombros relaxados, antebraço apoiado, posicionamento das mãos.! * Todos possuem tremor essencial e este não impossibilita uma microcirurgia, mas deve-se respeitar as posições de apoio e relaxamento para garantir que este será o menor possível. !! INSTRUMENTAL CIRÚRGICO: são totalmente diferentes dos utilizados em cirurgias normais. ! - Pinças retas de relojoeiro ! - Porta agulhas! - Tesouras retas e curvas! - Pinças anguladas, em plataforma.! - Dilatador de vasos: sempre que manipulamos os vasos eles contraem, sendo portanto necessário utilizar pinças para manter aberto o trajeto. ! - Clampes microvasculares simples e duplos.!! Fios:! - Especiais para o tecido, sendo muito mais finos que os comuns. ! - Sempre são monofilamentares de nylon (inabsorvivel e monofilamentar, que se adequa para microanastomoses vasculares e nervosas).! - Variação: espessura, agulhas! - 8.0, 9.0, 10.0, 11.0 : o 10.0 é o mais comum*! - Agulhas de 30 a 130, atraumáticas. ! - Cola de fibrina, cianoacrilato. Utilizados apenas nos casos de anastomoses nervosas*, em vasos são fios ou stappler.!! Material auxiliar: quando anastomosamos vasos é muito comum a formação de trombo, portanto quando estivermos fazendo uma cirurgia desse tipo é sempre realizada uma irrigação do vaso com heparina. ! - Solução de heparina (1000U ou 1mL em 100cc de SSI)! - Lidocaina 1% sem adrenalina (vasoconstritor). Sem vasoconstritor ela é vasodilatadora, utilizada para contrapor o vasoespasmo (reduz na metade a área do vaso) no começo da manipulação. ! - Bisturi bipolar: é normalmente o único utilizado, principalmente a parte vascular. Isso porque ele conduz corrente apenas entre as 2 pás do bisturi - é uma pinça; diferente do monopolar, em que se tem uma circunferência enorme ao redor das pás, lesando estruturas ao lado já que estamos lidando com microregiões.! - Afastadores auto-estáticos. !! TÉCNICA CIRÚRGICA! - Modelos não animais (suturas em borracha), utilizados no começo do treinamento. ! - A distância que se deve pegar da borda é de 2 a 3x a espessura, principalmente em vasos. Se não respeitar essa regra há sobreposição dos bordos. E quando nos referimos a vasos isso é importante pois qualquer turbilhonamento de fluxo sanguíneo pode ser o fator desencadeante de uma trombose, perdendo estragar toda a cirurgia. ! - Ponto de entrada da agulha deve ter uma angulação obrigatória de 90 graus: se não respeitar, pode gerar bordos invaginados e mais uma vez turbilhonamento. ! - Borda apresentada por contrapressão: evitando qualquer tipo de traumatismos de bordo do vaso.! �2 Técnica Operatória! Jaqueline Ogeda - Movimentos delicados para retirar a agulha.! - 3 seminós: exatamente os mesmos já usados, embora com fios extremamente simples.! - Distância entre os pontos deve permitir uma boa coaptação dos bordos. Em vasos, uma boa coartação é aquela que evita o sangramento do vaso entre os pontos, nos nervos, é a que impossibilita a herniação dos fascículos neurais entre os pontos. ! - Tensão só para aproximar as extremidades !! Microcirurgia em nervos:! - Pontos a cada 180 graus, diametralmente opostos.! - A penetração de agulha foge a regra dos 90 graus, devendo entrar com maior angulação pois dentro do nervo não tenho parte oca como nos vasos, lesando assim algum fascículo se utilizar a mesma técnica. Penetração um pouco mais angulada. ! - 3 tipos básicos de sutura dos nervos: epineural, perineural, epiperineural. Depende muito do calibre do nervo.! ! Epineuro (externo)- perineuro (reveste cada um dos fascículos) - endoneuro (reveste cada uma das fibras neuronais que formam os fascículos). O primeiro tipo, epineural, microanastomosa só o epineuro. O segundo tipo faz a conexão direta de cada um dos fascículos do nervo, perineural (junta perineuro com perineuro). O terceiro tipo é um mix, epiperineural, que primeiramente é feita a perineural e depois a epineural.! ! Em nervos de pequeno calibre, como nervo ciático, vamos fazer a sutura epineural pois veremos que o fascículo é tão minúsculo que nem se consegue fazer a sutura de cada um deles. Em nervo mediano, extremamente grosso, consegue-se separar os fascículos podendo portanto fazer uma sutura epiperineural (epineural seguida de perineural).! * Nervos grossos, via de regra é feita sutura epiperineural, nervos finos é feita a epineural. ! - Enxertos: comuns em suturas vasculares. Muitas vezes não conseguimos fazer uma sutura primária entre o coto proximal e distal do nervo lesado. Ex: tumor de parótida que infiltra o nervo facial: nesse caso devo retirar uma parte do nervo, ficando um coto distal e proximal muito longe. Jamais poderei, portanto, unir esse cotos pois seria uma sutura realizada sob tensão, e uma anastomose nervosa sob pressão prejudica muito o crescimento do nervo. É indicada a interposição de enxertos nervosos, o que nada mais é que uma ponte entre os 2 cotos restantes. Há vários nervos doadores sendo o mais utilizado o nervo sural, que fica na região lateral posterior da perna, passando atras do malévolo lateral junto com a veia safena parva - é o mais utilizado pois é apenas sensitivo responsável pela parte lateral inferior do calcanhar. ! * Jamais realizar microanastomoses nervosas sob tensão ! - A cola de microsutura também é muito utilizada. ! ********Crescimento de nervo: 1mm / dia. O tempo total depende da distância da placa motora até a parte distal da secção. Ex. se a distância for 4cm, o tempo seria 40 dias. (prova)!! Microcirurgia de vasos x nervos:! - Os procedimentos mais comuns são os em nervos.! - Microanastomose nervosa: quando tenho lesão de nervo periférico (conjunto de axônios), ha um processo chamado Degeneração Valeriana do segmento distal desse nervo. Aquele axônio distal à lesão é fagocitado, e tudo que esta distal (dentro do axônio) é substituído por um arcabouço de células de Schwann (célula gordurosa responsável pela propagação do potencial de ação). Assim, a degeneração valeriana distal do nervo nada mais é que esse arcabouço que gera uma condição favorável de crescimento do nervo de proximal para distal através de estímulos liberados pelo nervo para o alongamento do coto proximal.! - A regeneração depende do crescimento adequado do axônio e do estado do órgão alvo. A microanastomose em si faz o papel de ponte e a degeneração valeriana um túnel distal a essa ponte, sendo muito importante o estimulo de crescimento do axônio pelo corpo do neurônio e o estado do órgão alvo (principalmente quando falamos de inervação motora). !! Microcirurgia vascular:! �3 Técnica Operatória! Jaqueline Ogeda ! Tecnicamente é mais difícil perto do nervo, devido a serie de fatores, como o fluxo e susceptibilidade aos fenômenos tromboembólicos, podendo qualquer alteração de fluxo evoluir com perda de retalho.! - Espasmo vascular dificulta muito a micro vascular.! - Cuidados ao manipular pequenos vasos:! ! nunca pegar o vaso pelo bordo do mesmo (predispõe lesões que influenciam o fluxo)! ! sempre pinçar pela adventícia (camada mais externa, depois vem a túnica média e endotélio)! ! expor bem o campo! ! melhor foco! ! evitar acumular sangue, ! ! uso de lidocaína.! - Passos das microvaculares:! 1. colocação e posicionamento do clampe para segurar o fluxo sanguíneo. ! 2. Regularizar os bordos! 3. Aproximar os cotos ! 4. Ressecção dos restos de adventícia, pois ela pode na hora de fazer anastomose entrar no vaso e gerar turbilhonamento, sendo fundamental esse passo.! 5. Dilatar o lumen, para contrapor o espasmo.! 6. Utilizar o material auxiliar: irrigação com heparina principalmente para limpar restos de tecido, trombos.! 7. *Sutura: iniciamos com 3 pontos a 120 graus cada um. Isso é feio pela existência do Efeito Carrel (biangulação assimétrica): o vaso, como tem luz, é passivel de colabamento (diferente do nervo que é preenchido por fascículos), podendo pegar a parede posterior junto com a anterior fechando de vez a parede do vaso; esse efeito é comum na angulação de 180 graus. Nessa nova técnica, os pontos são feitos em biangulação assimétrica e assim diminui-se a chance de colabamento. ! 8. Inversão do clampe e sutura parede posterior. ! 9. Após terminar a parede anterior e posterior, deve-se remover o clampe para verificar a anastomose. Deve-se remover primeiro a pá distal ao fluxo sangüíneo e depois a proximal para não sobrecarregar a anastomose.! 10. Testes para a verificação da anastomose, sendo o principal pinçar clampeando a parte distal à anastomose e ordenhar com outra pinça a parte proximal, criando um espaço sem sangue, depois se solta o clampe e verifica se o segmento se preencheu de sangue. Se o fluxo voltou, a anastomose está pérvea. Esse teste é chamado de Milk test ou teste da ordenha. Não adianta olhar o pulso já que ele pode ser transmitido por ondas de choque, podendo este ter vindo de um vaso próximo ao da anastomose. ! 11. É comum ter um pouco de saneamento após o termino da anastomose, mas é autolimitado. !! ANASTOMOSES: termino-terminal e termino-lateral.! Termino-lateral: grande indicação em cirurgia de membros pois os nervos possuem uma certa escassez de vasos (3, e muitas vezes, se há traumatismos pode ter restado menos). São utilizadas pois elas mantém o fluxo sangüíneo da artéria receptora. ! ! Indicações: ! ! - manutenção de fluxo na artéria receptora. Ex. paciente atropelado com lesão grande em membro inferior, sendo que o pé esta sendo irrigado apenas por 1, das que antes eram 3, artéria. É fácil entender que ao realizar um retalho livre e seccionar esse vaso que restou haverá uma necrose do membro, até porque ele não desenvolveu uma circulação colateral com esse trauma agudo. Nesse caso, ao realizar uma anastomose termino-lateral se mantém o fluxo do retalho e da artéria existente. ! ! - incompatibilidade de calibre entre o vaso doador e receptor. Como exemplo a reconstrução de mandíbula a partir da fíbula, onde se realiza uma anastomose de artéria fibular e carótida interna (muito mais calibrosa).!! Quando a diferença de calibre entre os vasos é < 30% lanço mão de 2 técnicas:! 1. Biselamento do vaso de menor calibre, com isso aumento a circunferência dele e faço uma melhor compatibilidade entre eles. ! 2. Secção de triângulos do vaso menor, de modo também a aumentar a área de contato do vaso de menor calibre com o maior.! �4 Técnica Operatória! Jaqueline Ogeda ***Se a diferença de calibre for > 30%, há indicação formal de anastomose término-lateral! * Não vai gerar turbilhonamento dos vasos!! INDICAÇÕES DA MICROCIRURGIA:! - Reconstrução de cabeça e pescoço (1) ! - Reconstrução de membros (1)! - Reconstrução de mama! - Reconstrução muscular funcional (paralisia facial)! - Reimplantes! (1) Essas regiões tem escassez de tecido ao redor para fazer reconstrução. !! TÁTICA CIRÚRGICA - deve seguir a seguinte ordem:! 1. Avaliar defeito! 2. Vasos receptores: a maior causa de perda de retalhos cirúrgicos são vasos receptores mal escolhidos.! ! Antes do retalho! ! Distância do defeito! ! Qualidade (fluxo)! ! Radioterapia, aterosclerose, trauma, infecção! * Avaliação da compatibilidade de fluxo com o retalho que irei implantar. ! 3. Comprimento do pedículo: sempreavaliar a distância entre o defeito e o vaso receptor antes de levantar o retalho, para assim escolher um retalho com pedículo mais longo ou fazer uma ponte vascular antes de começar a reconstrução (ex. ponte de safena). O ideal é que o pedículo chegue ao vaso receptor, mas se isso não for possível então tem que programar uma ponte vascular (ponte de safena). Após a ponte vascular que se levanta o retalho.! 4. Boa exposição para anastomose! * A principal razão de perda dos retalhos é um vaso receptor inadequado. (prova)! * A dificuldade na microcx é a veia (fluxo mais lento e mais propicia a trombose)! * Para analisar a condição vascular do local para garantir um bom fluxo sangüíneo, em pacientes de divicil avaliação e lesão extensa o ideal é fazer uma Arteriografia. Se o paciente for saudável, a reconstrução for na cabeça ou pescoço não é necessário exame pois o suprimento é farto. Se for uma pessoa mais idosa, sem doença de base grave porém alguma lesão vascular, pode-se pedir um EcoDoppler. Concluimos que avaliação vai desde a clínica até um possível exame de imagem. Na prática raramente é pedida arteriografia, pois o ecoDoppler está muito avançado e não é invasivo. A grande questão a respeito dos exames de imagem é a avaliação da parte venosa, pois a grande dificuldade na microanastomose é a veia - na arteriografia não é vista, no ecoDoppler não é muito bem vista também. !! COMPLICAÇÕES! - Trombose arterial e venosa, causa mais comum.! - Trombose primária: normalmente por falha da técnica de sutura, há lesão do endotélio.! - Trombose secundária: são mais comuns. Se formam depois da cirúrgica e podem ter como fatores predisponentes: ! ! Kinking (acotovelamento do vaso)! ! Compressão (hematoma, edema ou ponto de sutura)! ! Microêmbolos de trombose primária parcial. ! ! Oclusão venosa – mais deletéria! * As tromboses não são infrequentes mas o principal é: ter um nível de suspeita elevado, monitoramento frequente e ao menor sinal de trombose deve-se mandar o paciente para o CC e explorar. O índice de reexploração do retalho é muito alto (até 36%). ***! * O ideal é monitorar a cada 2 horas, verificando a temperatura (frio - sinal de isquemia arterial), cor (cianose - sinal de congestão venosa), enchimento capilar (isquemia arterial se lento, se rápido é sinal de congestão venosa). ! - Oclusão venosa: muito mais comum que a trombose venosa pois o fluxo sangüíneo é mais lento, sendo muito mais comum trombose em veias que artérias. ! - Índice de reexploração é muito alto (> 34%, 1 em cada 3 pacientes). A reexploração da anastomose é feita para salvar o retalho baseado nos sinais clínicos anteriormente citados.! �5 Técnica Operatória! Jaqueline Ogeda - Em alguns casos pode-se utilizar agentes trombolíticos para tentar desmanchar os trombos.! - Sanguessugas: recurso extremamente útil em microcirurgia. Utilizada principalmente em reimplante, onde o problema inicial é um fluxo arterial muito grande com uma drenagem venosa muito ruim, há congestão. Como essa congestão pode matar o retalho, o uso de sanguessugas salva o membro avulsionado.Mas não é utilizado no Brasil.! * Amputação: para reimplante de um membro perdido, deve-se pegar a parte avulsionada, envolvê-la em uma compressa com soro fisiológico, colocar dentro de um saco plástico e este colocar em recipiente com gelo (nunca diretamente). É feita com isso uma isquemia fria, e não quente.! * Não é realizada a profilaxia com anticoagulantes, pois pode predispor a formação de hematomas, que pode comprimir o pedículo vascular. Via de regra nunca anticoagula o paciente com microanastomose, faz-se uma dose preventiva de TVP. Na prática apenas observa. !! SINAIS CLÍNICOS dos retalhos:! - Temperatura! - Cor! - Enchimento capilar: quando faço compressão e ele está muito lento é sinal de isquemia arterial, se rápido e cianótico é sinal se congestão venosa.! - Sangramento: se faz uma microescarificação no retalho e analisa o sangramento. Se não sangrar, o retalho não está recebendo adequado fluxo sangüíneo, se sangrar lentamente e arterial é o padrão buscado, se sangrar muito e for venoso é congestão venosa. O padrão ideal é lento e arterial (vermelho). O sangramento lento e vermelho vivo (arterial é o buscado), se sangrar muito e cor mais escura é sinal venoso.! - Medidas transcutâneas: O2,pH, oximetria, Doppler e laser Doppler!! RESISTÊNCIA DOS TECIDOS! Depende do metabolismo dos tecidos em isquemia:! - Retalhos musculares: 6 horas (tecido muito vascularizado, com metabolismo rápido). ! - Retalhos cutâneos: 8 a 12 horas! - Reconstrução de cabeça e pescoço: utiliza retalho ântero-lateral de coxa (parte interna e externa).! - Retalho de fíbula é de eleição para reconstruir parte óssea (mandíbula).! * Em avulsão de grandes segmentos corporais, como orelha, a primeira indicação é reimplante. ! * Em regiões de apoio, como em membro inferior, o ideal é utilização de retalho.!! �6
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