Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ca´lculo I Notas de aulas Andre´ Arbex Hallack Setembro/2009 I´ndice 1 Nu´meros reais 1 1.1 Nu´meros reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 Relac¸a˜o de ordem em IR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.3 Valor absoluto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.4 Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 2 Func¸o˜es 13 2.1 Definic¸a˜o e elementos ba´sicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2.2 Construc¸a˜o de func¸o˜es a partir de outras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 2.3 Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 2.4 Inversa˜o de func¸o˜es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.5 Func¸o˜es exponenciais e logar´ıtmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 2.6 Func¸o˜es trigonome´tricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 2.7 Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 3 Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 47 3.1 Motivac¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 3.2 Limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 3.3 Teoremas para (ajudar no) ca´lculo de limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 3.4 Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 3.5 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 3.6 Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 i 4 Derivada 69 4.1 A definic¸a˜o da Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 4.2 Derivadas e continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 4.3 Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 4.4 Regras de derivac¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 4.5 Derivac¸a˜o impl´ıcita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 4.6 Exerc´ıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 5 Aplicac¸o˜es da Derivada 93 5.1 Acre´scimos e diferenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 5.2 A Derivada como raza˜o de variac¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 5.3 Taxas relacionadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 5.4 Alguns resultados importantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 5.5 Concavidade e pontos de inflexa˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 5.6 Aplicac¸o˜es em problemas de ma´ximos e/ou mı´nimos . . . . . . . . . . . . . . . 120 5.7 Aplicac¸o˜es em esboc¸os de gra´ficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 5.8 Apeˆndice A : Limites no infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 5.9 Apeˆndice B : Limites infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 5.10 Apeˆndice C : Formas indeterminadas e a Regra de L’Hopital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 5.11 Apeˆndice D: Aproximac¸o˜es via Polinoˆmios de Taylor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 Refereˆncias 147 Cap´ıtulo 1 Nu´meros reais 1.1 Nu´meros reais Ao longo deste curso iremos trabalhar sobretudo com o conjunto IR dos nu´meros reais, os quais identificamos geometricamente com os pontos de uma reta (orientada), a “reta real”: Vejamos agora alguns conjuntos de nu´meros reais nessa identificac¸a˜o: IN = { 1, 2, 3, . . . } (nu´meros naturais) ⊂ IR ∩ Z = { . . . ,−2,−1, 0, 1, 2, 3, . . . } (nu´meros inteiros) ⊂ IR ∩ Q = { p/q ; p, q ∈ Z , q 6= 0 } (nu´meros racionais) ⊂ IR Temos ainda nu´meros reais que na˜o sa˜o racionais. Sa˜o os chamados nu´meros irracionais. Alguns exemplos: (A) Consideremos um triaˆngulo retaˆngulo cujos catetos medem 1: Do Teorema de Pita´goras, temos a2 = b2 + c2 = 2 . Portanto a = √ 2 (e √ 2 na˜o e´ racional). 1 2 CAPI´TULO 1 (B) Outro nu´mero irracional famoso: FATO: A raza˜o entre o comprimento e o diaˆmetro de qualquer circunfereˆncia e´ constante. Essa raza˜o e´ um nu´mero chamado pi . Assim, se C e´ qualquer circunfereˆncia, l o seu comprimento e r seu raio, temos: l 2r = pi pi e´ um nu´mero irracional (pi ≈ 3, 141592 ) Obs.: Existem muito mais nu´meros irracionais do que racionais ! Operac¸o˜es ba´sicas em IR Existem em IR duas operac¸o˜es ba´sicas: ADIC¸A˜O: a ∈ IR, b ∈ IR 7−→ a+ b ∈ IR (soma) MULTIPLICAC¸A˜O: a ∈ IR, b ∈ IR 7−→ a · b ∈ IR (produto) Essas operac¸o˜es possuem as seguintes propriedades: COMUTATIVIDADE: a+ b = b+ a a · b = b · a quaisquer que sejam a, b ∈ IR. ASSOCIATIVIDADE: a+ (b+ c) = (a+ b) + c a · (b · c) = (a · b) · c quaisquer que sejam a, b e c ∈ IR. EXISTEˆNCIA DE ELEMENTOS NEUTROS: a+ 0 = a a · 1 = a para todo a ∈ IR. EXISTEˆNCIA DE INVERSOS: Todo a ∈ IR possui um INVERSO ADITIVO (−a) ∈ IR tal que a+ (−a) = 0 . Todo a 6= 0 em IR possui um INVERSO MULTIPLICATIVO a−1 ∈ IR tal que a · a−1 = 1 . DISTRIBUTIVIDADE: a · (b+ c) = (a · b) + (a · c) para todos a, b e c ∈ IR . Nu´meros reais 3 Obs.: O nu´mero 0 e´ o u´nico elemento neutro para a adic¸a˜o e o nu´mero 1 e´ o u´nico elemento neutro para a multiplicac¸a˜o. Consequ¨eˆncias: (das propriedades) 1) Duas novas operac¸o˜es: Subtrac¸a˜o: Dados a, b ∈ IR, definimos: a− b = a+ (−b) ; Divisa˜o: Dados a, b ∈ IR, com b 6= 0, definimos: a b = a · b−1 . 2) a · 0 = 0 para todo a ∈ IR . 3) Se a · b = 0 , enta˜o a = 0 ou b = 0 . 4) Cada a ∈ IR possui um u´nico inverso aditivo −a ∈ IR. Cada a 6= 0 em IR possui um u´nico inverso multiplicativo a−1 ∈ IR . 5) −a = (−1) · a para todo a ∈ IR. 6) a−1 = 1 a para todo a 6= 0 em IR. 7) Para todos a, b ∈ IR , temos: a · (−b) = (−a) · b = −(a · b) e (−a) · (−b) = a · b . 8) Se a2 = b2 enta˜o a = ±b . Exerc´ıcio: Tente provar as consequeˆncias de 2) a 8) acima. 1.2 Relac¸a˜o de ordem em IR Podemos decompor a reta IR como uma unia˜o disjunta IR = IR+ ∪ IR− ∪ { 0} : IR+ e´ o conjunto dos nu´meros reais POSITIVOS; IR− e´ o conjunto dos nu´meros reais NEGATIVOS. De modo que: • Dado a ∈ IR, ocorre uma, e apenas uma, das seguintes alternativas: ou a ∈ IR+ ou a = 0 ou a ∈ IR− 4 CAPI´TULO 1 • a ∈ IR+ ⇔ −a ∈ IR− ; • A soma de dois nu´meros positivos e´ um nu´mero positivo. O produto de dois nu´meros positivos e´ um nu´mero positivo. Exerc´ıcio: Prove que: a) A soma de dois nu´meros negativos e´ um nu´mero negativo; b) O produto de dois nu´meros negativos e´ um nu´mero positivo; c) O produto de um nu´mero positivo por um nu´mero negativo e´ um nu´mero negativo. Dados nu´meros reais a e b, escrevemos a < b (ou b > a ) e dizemos que a e´ menor do que b (ou b e´ maior do que a ) quando b− a ∈ IR+ , ou seja, b− a e´ um nu´mero positivo: Obs.: Escrevemos a ≤ b e dizemos que a e´ menor ou igual a b quando a < b ou a = b . Propriedades da relac¸a˜o de ordem: ( Exerc´ıcio: Tente prova´-las ! ) 1) Para todo a 6= 0 em IR, tem-se a2 > 0 . 2) Se a < b e b < c enta˜o a < c . 3) Se a, b ∈ IR enta˜o a = b ou a < b ou a > b . 4) Se a < b enta˜o a+ c < b+ c para todo c ∈ IR. 5) Se a < b , temos: c > 0 ⇒ a · c < b · c c < 0 ⇒ a · c > b · c 6) Se a < b e a′ < b′ enta˜o a+ a′ < b+ b′ . 7) Se 0 < a < b e 0 < a′ < b′ enta˜o 0 < a · a′ < b · b′ . 8) Se a > 0 enta˜o 1 a > 0 . 9) Se 0 < a < b enta˜o 0 < 1 b < 1 a . Nu´meros reais 5 Intervalos: Dados nu´meros reais a < b , definimos: (a, b) = { x ∈ IR ; a < x < b } [a, b] = { x ∈ IR ; a ≤ x ≤ b } (a, b] = { x ∈ IR ; a < x ≤ b } [a, b) = { x ∈ IR ; a ≤ x < b } (a,+∞) = { x ∈ IR ; x > a } [a,+∞) = { x ∈ IR ; x ≥ a } (−∞, b) = { x ∈ IR ; x < b } (−∞, b] = { x ∈ IR ; x ≤ b } (−∞,+∞) = IR • Atenc¸a˜o: +∞ e −∞ na˜osa˜o nu´meros reais ! Sa˜o apenas s´ımbolos ! Exemplo: Encontre os nu´meros reais que satisfac¸am as desigualdades abaixo e fac¸a a representac¸a˜o gra´fica na reta real: (a) 2 + 3x < 5x+ 8 (b) 4 < 3x− 2 ≤ 10 6 CAPI´TULO 1 (c) 7 x > 2 , x 6= 0 (d) x x− 3 < 4 , x 6= 3 (e) (x+ 1)(x+ 5) > 0 Conjuntos limitados: Um subconjunto X ⊂ IR e´ dito LIMITADO quando existem nu´meros reais a e b tais que, para todo x ∈ X tem-se a ≤ x ≤ b . Isto significa que X ⊂ [a, b] , com a, b ∈ IR . Um conjunto e´ dito ILIMITADO quando ele na˜o e´ limitado. (Exemplos) Observac¸o˜es: (A) Todo conjunto finito e´ limitado. (B) CUIDADO ! NA˜O CONFUNDA ILIMITADO COM INFINITO ! Podemos ter conjuntos infinitos que sejam limitados. Nu´meros reais 7 (C) FATO: O conjunto IN = { 1, 2, 3, 4, . . .} dos nu´meros naturais NA˜O E´ limitado. Consequ¨eˆncias importantes deste fato: (C.1) Propriedade arquimediana: Dados nu´meros reais a e b , com a > 0 , e´ poss´ıvel obter um nu´mero natural n ∈ IN tal que n · a > b . ⇓ (C.2) Densidade dos racionais: Dados dois nu´meros reais a e b quaisquer, com a < b , e´ poss´ıvel obter um nu´mero RACIONAL r = p/q ∈ Q (p, q ∈ Z, q 6= 0) tal que a < r < b (por menor que seja a distaˆncia entre a e b ). A “densidade dos racionais” nos permite concluir que, dado qualquer nu´mero real x (mesmo irracional), e´ poss´ıvel obter uma sequ¨eˆncia de nu´meros RACIONAIS que se aproximam de x tanto quanto quisermos !!! Exemplos: 1) pi = 3, 141592 . . . 3 3, 1 = 31 10 3, 14 = 314 100 3, 141 = 3141 1000 3, 1415 = 31415 10000 . . . −→ pi 2) Tome um nu´mero racional r1 > 0 e considere: r2 = 1 2 ( r1 + 3 r1 ) ∈ Q (r2 > 0 , r22 > 3 ) ↓ r3 = 1 2 ( r2 + 3 r2 ) ∈ Q (r2 ≥ r3 > 0 , r23 > 3 ) ↓ r4 = 1 2 ( r3 + 3 r3 ) ∈ Q (r2 ≥ r3 ≥ r4 > 0 , r24 > 3 ) ↓ ... ↓ rn+1 = 1 2 ( rn + 3 rn ) ∈ Q (rn ≥ rn+1 > 0 , r2n+1 > 3 ) ↓ ... Esta sequ¨eˆncia de racionais (r1, r2, r3, . . . ) se aproxima (cada vez mais) de um certo nu´mero real. Qual ? Tente generalizar esse processo ! 8 CAPI´TULO 1 1.3 Valor absoluto Dado qualquer nu´mero real x , definimos o VALOR ABSOLUTO DE x (ou MO´DULO DE x ) da seguinte forma: |x| = { x se x ≥ 0 −x se x < 0 Geometricamente (na Reta), o valor absoluto de um nu´mero real x e´ a distaˆncia de x ate´ o 0 (zero). (Exemplos) Obs.: Sa˜o imediatos da definic¸a˜o: |x| ≥ 0 para todo x ∈ IR ; |x| = 0 se, e somente se (⇔), x = 0 . Propriedades: 1) Para todo x ∈ IR temos |x| = max {x,−x} (o maior dos dois valores). 2) Para todo x ∈ IR temos |x|2 = x2 . 3) |a · b| = |a| · |b| quaisquer que sejam a, b ∈ IR . Exerc´ıcio: Se b 6= 0 em IR, mostre que ∣∣∣∣ 1b ∣∣∣∣ = 1| b | . Conclua que se a, b ∈ IR com b 6= 0 enta˜o ∣∣∣ a b ∣∣∣ = | a || b | . Nu´meros reais 9 4) |a+ b| ≤ |a|+ |b| quaisquer que sejam a, b ∈ IR . Exerc´ıcio: Mostre que |a− b| ≥ | |a| − |b| | ≥ |a| − |b| , para todos a, b ∈ IR . 5) Seja c > 0 : |x| ≤ c ⇔ −c ≤ x ≤ c |x| ≥ c ⇔ x ≤ −c ou x ≥ c Exemplos: 1) Resolva as seguintes equac¸o˜es: (a) |3x+ 2| = 5 (b) |2x− 1| = |4x+ 3| (c) |5x+ 4| = −3 10 CAPI´TULO 1 (d) |x|+ 2 |x− 2| = 1 + 4x 2) Encontre os nu´meros reais que satisfac¸am as seguintes desigualdades: (a) |x− 5| < 4 Nu´meros reais 11 (b) ∣∣∣∣3− 2x2 + x ∣∣∣∣ ≤ 4 , x 6= −2 (c) |3x+ 2| > 5 12 CAPI´TULO 1 1.4 Exerc´ıcios Pa´ginas 10 e 11 da refereˆncia bibliogra´fica [1]. Cap´ıtulo 2 Func¸o˜es 2.1 Definic¸a˜o e elementos ba´sicos Definic¸a˜o 2.1. Uma func¸a˜o f : X → Y e´ constitu´ıda de: (a) Um conjunto X, na˜o-vazio, chamado o DOMI´NIO da func¸a˜o (onde a func¸a˜o esta´ definida) (b) Um conjunto Y , na˜o-vazio, chamado o CONTRA-DOMI´NIO da func¸a˜o (onde f “toma os valores”) (c) Uma correspondeˆncia que associa, de modo bem determinado, a CADA elemento x ∈ X um U´NICO elemento f(x) = y ∈ Y . Obs.: Estaremos interessados em estudar func¸o˜es tais que X e Y sa˜o conjuntos de nu´meros reais. Por isso vamos sempre considerar este caso de agora em diante. • Imagem: Dada uma func¸a˜o f : X → Y , sua IMAGEM e´ o conjunto Im (f) = f(X) = { y = f(x) ; x ∈ X } ⊂ Y • Os elementos do domı´nio sa˜o representados por uma VARIA´VEL INDEPENDENTE. Os elementos da imagem sa˜o representados por uma VARIA´VEL DEPENDENTE. • Gra´fico: O GRA´FICO de uma func¸a˜o f : X → Y e´ o conjunto dos pontos (x, y) do Plano Cartesiano tais que y = f(x) , com x ∈ X . • Func¸o˜es limitadas: Uma func¸a˜o f : X → Y e´ dita LIMITADA quando sua imagem f(X) e´ um conjunto limitado. Em geral, e´ dita LIMITADA EM A ⊂ X quando f(A) e´ um conjunto limitado. 13 14 CAPI´TULO 2 • Func¸o˜es crescentes ou decrescentes: Uma func¸a˜o f : X → Y e´ dita ... ... CRESCENTE quando x1 < x2 em X ⇒ f(x1) < f(x2) . ... DECRESCENTE quando x1 < x2 em X ⇒ f(x1) > f(x2) . (Obs.: o mesmo tipo de definic¸a˜o se aplica tambe´m a subconjuntos do domı´nio - por exemplo, podemos dizer que uma certa func¸a˜o e´ crescente ou decrescente em um determinado intervalo dentro do domı´nio). Exemplos: (A) f1 : IR→ IR dada por f1(x) = −x2 + 4 . (B) f2 : [1, 3]→ IR dada por f2(x) = −x2 + 4 . Obs.: Note que as func¸o˜es f1 e f2 acima SA˜O FUNC¸O˜ES DISTINTAS. Apesar de possu´ırem o mesmo contra-domı´nio e a mesma maneira de associar x 7→ y = f(x) , elas teˆm domı´nios diferentes (veja a definic¸a˜o de func¸a˜o). Como consequeˆncia, possuem caracter´ısticas diferentes (f2 e´ limitada, decrescente, enquanto que f1 na˜o e´ limitada, na˜o e´ decrescente e nem crescente). Func¸o˜es 15 (C) f3 : IR→ IR dada por f3(x) = |x| . (D) f4 : IR→ IR dada por f4(x) = |−x2 + 4| . (E) f5 : [−1, 1]→ [0,+∞) dada por f5(x) = √ 1− x2 . (F) f6 : [−1, 1]→ IR que associa x 7→ y tais que x2 + y2 = 1 . 16 CAPI´TULO 2 (G) f7 : IR→ IR dada por f7(x) = 1 x se x > 1 4 −3 se x ≤ 1 4 (H) f8 : (−∞, 0) ∪ (1, 2]→ IR dada por f8(x) = x . (I) f9 : IR→ IR dada por f9(x) = −2x+ 1 . (J) f10 : [0,+∞)→ IR dada por f10(x) = − √ x . Func¸o˜es 17 • Ma´ximos e mı´nimos: Dizemos que uma func¸a˜o f : X → Y assume VALOR MA´XIMO ABSOLUTO (ou GLOBAL) em um ponto c ∈ X quando f(c) ≥ f(x) para todo x ∈ X . Neste caso f(c) e´ chamado VALOR MA´XIMO ABSOLUTO DE f . Quando existir um intervalo (a, b) contendo c ∈ X tal que f(c) ≥ f(x) para todo x ∈ (a, b) ∩X , enta˜o c e´ dito um PONTO DE MA´XIMO RELATIVO (ou LOCAL) e f(c) e´ um VALOR MA´XIMO RELATIVO DE f . De modo ana´logo, definimos tambe´m MI´NIMOS ABSOLUTOS (GLOBAIS) E MI´NIMOS RELATIVOS (LOCAIS). (Ilustrac¸a˜o) Exemplo: f4 : IR→ IR dada por f4(x) = |−x2 + 4| . Observac¸o˜es: (i) Todo ma´ximo (mı´nimo) absoluto e´ ma´ximo (mı´nimo) local. (ii) Uma func¸a˜o PODE NA˜O ASSUMIR valores ma´ximos ou mı´nimos. Exerc´ıcio: Para cada uma das func¸o˜es dos exemplos anteriores (Exemplos (A)-(J)), de- termine seus pontos e valores ma´ximos e mı´nimos, se existirem. 18 CAPI´TULO 2 2.2 Construc¸a˜o de func¸o˜es a partir de outras Via operac¸o˜es aritme´ticas: Sejam f : X → IR e g : Y → IR func¸o˜es tais que X ∩ Y 6= φ . A partir de f e g vamos construir novas func¸o˜es (f + g), (f − g), (f · g) : (f + g) : X ∩ Y → IR dada por (f + g)(x) = f(x) + g(x) (f − g) : X ∩ Y → IR dada por (f − g)(x) = f(x)− g(x) (f · g) : X ∩ Y → IR dada por (f · g)(x) = f(x) · g(x) Exemplos: (A) Sejam f : (−∞, 4] → IR dada por f(x) = √4− x e g : (−∞,−1] ∪ [1,+∞) dada por g(x) = √ x2 − 1 : (B) Consideremos agora a func¸a˜o indentidade f : IR→ IR dada por f(x) = x e func¸o˜es constantes do tipo gc : IR → IR dadas por gc(x) = c (cada c e´ um nu´mero real qualquer, fixado). Utilizando a func¸a˜o identidade e func¸o˜es constantes, podemos construir (atrave´s das operac¸o˜es de adic¸a˜o e multiplicac¸a˜o) um importante tipo de func¸a˜o p : IR → IR chamada FUNC¸A˜O POLINOMIAL e dada por: p(x) = anx n + an−xn−1 + . . .+ a2x2 + a1x+ a0 para todo x ∈ IR an, an−1, . . . , a2, a1, a0 ∈ IR , an 6= 0 (essa e´ dita uma func¸a˜o polinomial de grau n) (Exemplos) Func¸o˜es 19 Obs.: Alguns tipos especiais de func¸o˜es polinomiais: 1) Func¸o˜es constantes: f : IR→ IR com f(x) = c ∀ x ∈ IR , sendoc ∈ IR fixo. Sa˜o as func¸o˜es polinomiais de grau 0 (zero). (Exemplos) 2) Func¸o˜es polinomiais de grau 1: f : IR→ IR com f(x) = ax+ b , a, b ∈ IR e a 6= 0 . Seus gra´ficos sa˜o retas, na˜o paralelas aos eixos coordenados. Se a > 0, f e´ crescente. Se a < 0, f e´ decrescente. (Exemplos) 3) Func¸o˜es quadra´ticas: f : IR→ IR com f(x) = ax2 + bx+ c , a, b, c ∈ IR e a 6= 0 . Sa˜o as func¸o˜es polinomiais de grau 2. Seus gra´ficos sa˜o para´bolas com eixos de simetria paralelos ao eixo Oy e com concavidade voltada para cima se a > 0 ou voltada para baixo se a < 0. A intersec¸a˜o da para´bola (gra´fico) com o eixo de simetria e´ o VE´RTICE da para´bola, tem coordenadas (−b 2a , −∆ 4a ) , sendo ∆ = b2 − 4ac , e representa o ma´ximo ou mı´nimo absoluto da func¸a˜o, de acordo com a concavidade do gra´fico (sinal de a). (Exemplos) 20 CAPI´TULO 2 Se quisermos agora utilizar a operac¸a˜o de divisa˜o para construir o quociente de duas func¸o˜es dadas, temos que tomar o cuidado para evitar “diviso˜es por 0 (zero)”. Assim, dadas f : X → IR e g : Y → IR , sendo Z = { x ∈ Y ; g(x) = 0 } , podemos definir: (f/g) : (X ∩ Y )− Z → IR pondo (f/g)(x) = f(x) g(x) Exemplos: (A) Sejam f : (−∞, 4] → IR dada por f(x) = √4− x e g : (−∞,−1] ∪ [1,+∞) dada por g(x) = √ x2 − 1 : (B) Chamamos de FUNC¸O˜ES RACIONAIS as func¸o˜es dadas pelo quociente de func¸o˜es polinomiais: p, q : IR→ IR (polinomiais) , Z = { x ∈ IR ; q(x) = 0 } ⇓ (p/q) : IR− Z → IR dada por (p/q)(x) = p(x) q(x) (Exemplos) Func¸o˜es 21 Via composic¸a˜o de func¸o˜es: Sejam f : X → IR e g : Y → Z func¸o˜es tais que f(X) ⊂ Y (a imagem de f esta´ contida no domı´nio de g). A cada elemento de X associamos um u´nico elemento de Z, aplicando inicialmente a func¸a˜o f e depois a func¸a˜o g. Podemos pensar enta˜o em uma func¸a˜o de X em Z que associa a cada elemento x ∈ X um u´nico elemento g(f(x)) ∈ Z : (g ◦ f) : X −→ Z x 7−→ g(f(x)) Essa nova func¸a˜o g ◦ f : X → Z e´ chamada a func¸a˜o COMPOSTA de g com f . Exemplos: (a) Se f : IR→ IR e´ dada por f(x) = x2+5 e g : [0,+∞)→ IR e´ dada por g(x) = √x , obtenha g ◦ f e f ◦ g , se poss´ıvel. (b) Seja h : IR→ IR dada por h(x) = (5x2− 2x+1)5 . Obtenha func¸o˜es f e g tais que h = g ◦ f . 22 CAPI´TULO 2 2.3 Exerc´ıcios 1) Sejam f : IR → IR dada por f(x) = 3x − 1 , g : IR → IR dada por g(x) = x − 7 e h = f/g . Obtenha: (a) O Domı´nio de h ; (b) 5h(−1)− 2h(0) + 3h(5) 7 ; (c) f ◦ h ; (d) h2(5) = [h(5)]2 = h(5).h(5) ; (e) h[h(5)] = (h ◦ h)(5) . 2) Para cada uma das func¸o˜es dadas abaixo, fac¸a um esboc¸o do gra´fico da func¸a˜o e obtenha: o conjunto imagem da func¸a˜o, se a func¸a˜o e´ ou na˜o limitada, ma´ximos e mı´nimos (absolutos ou locais), intervalos do domı´nio onde a func¸a˜o e´ crescente ou decrescente e identifique ainda quais sa˜o polinomiais ou racionais: (a) f1 : IR→ IR dada por f1(x) = x2 + 8x+ 14 (b) f2 : IR→ IR dada por f2(x) = −x2 + 4x− 1 (c) f3 : IR→ IR dada por f3(x) = (x− 2)2 (d) f4 : IR→ IR dada por f4(x) = −(x+ 2)2 (e) f5 : IR→ IR dada por f5(x) = x3 (f) f6 : IR→ IR dada por f6(x) = 4− x3 (g) f7 : (−5, 3]→ IR dada por f7(x) = |x| (h) f8 : IR− {2} → IR dada por f8(x) = 1 x− 2 (i) f9 : [−4, 7]→ IR dada por f9(x) = −2 x+ 5 (j) f10 : [0,+∞)→ IR dada por f10(x) = √ 2x 3) Exprimir como func¸a˜o de x (na˜o se esquec¸a do domı´nio e do contra-domı´nio): (a) A a´rea de um cubo de aresta x. (b) A a´rea total de uma caixa de volume V , sabendo que a base e´ um quadrado de lado x. (c) O comprimento l de uma corda de um c´ırculo de raio 4 cm, sendo x a distaˆncia da corda ao centro do c´ırculo. 4) Exprimir a func¸a˜o l obtida na Letra (c) do Exerc´ıcio 3) acima como a composta de duas func¸o˜es. Func¸o˜es 23 5) Sejam f, g : IR→ IR dadas por f(x) = x + 3 e g(x) = 5− 2x . Fac¸a um esboc¸o dos gra´ficos de f e g no mesmo Plano Cartesiano e tente deduzir, a partir dos gra´ficos, os valores de x para os quais f(x) < g(x) . Resolva algebricamente a inequac¸a˜o. 6) X ⊂ IR e´ dito sime´trico em relac¸a˜o a` origem 0 quando x ∈ X ⇔ −x ∈ X . Exemplos: (−6, 6), [−13, 13], {−12} ∪ (−7, 7) ∪ {12} , IR , etc. Y = (−5, 3] na˜o e´ sime´trico em relac¸a˜o a` origem, pois −4 ∈ Y mas 4 6∈ Y . Seja f : X → IR uma func¸a˜o tal que X e´ sime´trico em relac¸a˜o a` origem. A func¸a˜o f e´ dita... ... PAR quando f(−x) = f(x) para todo x ∈ X . Exemplos: −√x4 − 16 (−2 ≤ x ≤ 2) , −3x6 + x2 − 5 (x ∈ IR) , 1 1 + x2 (x ∈ IR) , etc. ... I´MPAR quando f(−x) = −f(x) para todo x ∈ X . Exemplos: x3 + 2x (x ∈ IR) , x 1 + x2 (x ∈ IR) , etc. Alguma observac¸o˜es e propriedades interessantes: (1) O produto/quociente de duas func¸o˜es pares (ou duas ı´mpares) e´ uma func¸a˜o PAR (prove); (2) O produto/quociente de uma func¸a˜o par por uma func¸a˜o ı´mpar (ou vice-versa) e´ uma func¸a˜o I´MPAR (prove); (3) O gra´fico de uma func¸a˜o par e´ sime´trico em relac¸a˜o ao eixo Oy das ordenadas (ilustre); (4) O gra´fico de uma func¸a˜o ı´mpar e´ sime´trico em relac¸a˜o a` origem O(0, 0) (ilustre); (5) E´ o´bvio que existem func¸o˜es que na˜o sa˜o pares nem sa˜o ı´mpares (deˆ exemplos); (6) Toda func¸a˜o f : X → IR (X sime´trico em relac¸a˜o ao 0) pode ser escrita como a soma de uma func¸a˜o par com uma func¸a˜o ı´mpar (desafio = tente provar). 7) Sejam f, g : IR→ IR dadas por f(x) = 3x− 5 2 e g(y) = 2y + 5 3 . (a) Obtenha (g ◦ f)(x) e (f ◦ g)(y) . (b) Fac¸a esboc¸os dos gra´ficos de f e g. O que se pode concluir sobre os gra´ficos de f e g ? (c) Seja f : [1, 3]→ [−5, 3] dada por f(x) = 4− x2 . Obtenha uma func¸a˜o g : [−5, 3]→ [1, 3] que cumpre as condic¸o˜es da Letra (a) e fac¸a esboc¸os dos gra´ficos de f e g. 24 CAPI´TULO 2 8) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = −x2 + 4x− 3 . (a) Fac¸a um esboc¸o do gra´fico de f . (b) Dado h 6= 0, calcule m0(h) = f(0 + h)− f(0) h e deˆ uma interpretac¸a˜o geome´trica para m0(h) . (c) Qual o significado de m0(h) quando h se aproxima de 0 ? (d) Sabemos que o gra´fico de f e´ uma para´bola. Se V = (a, b) e´ o ve´rtice dessa para´bola, obtenha suas coordenadas a e b. (e) Fixando a obtido na Letra (d) acima (abscissa do ve´rtice) e, dado h 6= 0, tente adivi- nhar, SEM FAZER NENHUMA CONTA, o que ocorre com ma(h) = f(a+ h)− f(a) h quando h se aproxima de 0. Finalmente, confira sua resposta (fazendo as contas). 9) Se f : IR → IR e´ dada por f(x) = ax2 + bx + c , com a 6= 0 , USE O EXERCI´CIO ANTERIOR para deduzir as coordenadas do ve´rtice da para´bola que e´ o gra´fico da func¸a˜o f . 10) Um grupo de amigos trabalha no per´ıodo de fe´rias vendendo salgadinhos nas praias. O aluguel do trailler e todos os equipamentos necessa´rios para a produc¸a˜o custam R$ 2000,00 por meˆs. O custo do material de cada salgadinho e´ de R$ 0,10. Expressar o custo total mensal como func¸a˜o do nu´mero de salgadinhos elaborados. 11) Um fabricante produz pec¸as para computadores pelo prec¸o de R$ 2,00 cada uma. Calcula-se que, se cada pec¸a for vendida por x reais, os consumidores comprara˜o por meˆs (600 − x) unidades. Expressar o lucro mensal do do fabricante como func¸a˜o do prec¸o. Obter o prec¸o o´timo de venda. 12) O prec¸o de uma corrida de ta´xi e´ constitu´ıdo de uma parte fixa, chamada bandeirada, e de uma parte varia´vel, que depende do nu´mero de quiloˆmetros rodados. Em uma cidade X a bandeirada e´ R$ 10,00 e o prec¸o do quiloˆmetro rodado e´ R$ 0,50. (a) Determine a func¸a˜o que representa o prec¸o da corrida. (b) Se algue´m pegar um ta´xi no centro da cidade e se deslocar para sua casa a 8 km de distaˆncia, quanto pagara´ pela corrida ? 13) Um avia˜o com 120 lugares e´ fretado para uma excursa˜o. A companhia exige de cada passageiro R$ 900,00 mais uma taxa de R$ 10,00 para cada lugar vago. Qual o nu´mero de passageiros que torna ma´xima a receita da companhia ? Func¸o˜es 25 14) Uma indu´stria comercializa um certo produto e tem func¸a˜o custo total em mil reais, dada por CT (q) = q2 + 20q + 475 , sendo q ≥ 0 a quantidade do produto. A func¸a˜o receita total em mil reais e´ dada por R(q) = 120q . (a) Determinar o lucropara a venda de 80 unidades. (b) Em que valor de q acontecera´ lucro ma´ximo ? Respostas: 1) (a) IR− {7} (b) −263 98 (c) f ◦ h : IR− {7} → IR dada por (f ◦ h)(x) = 8x+ 4 x− 7 (d) h2(5) = 49 (e) (h ◦ h)(5) = 11 7 2) (a) Im (f1) = [−2,+∞) , f1 na˜o e´ limitada, x = −4 e´ ponto de mı´nimo absoluto. f1 e´ decrescente em (−∞,−4] e crescente em [−4,+∞) . f1 e´ polinomial. (b) Im (f2) = (−∞, 3] , f2 na˜o e´ limitada, x = 2 e´ ponto de ma´ximo absoluto. f2 e´ crescente em (−∞, 2] e decrescente em [2,+∞) . f2 e´ polinomial. (c) Im (f3) = [0,+∞) , f3 na˜o e´ limitada, x = 2 e´ ponto de mı´nimo absoluto. f3 e´ decrescente em (−∞, 2] e crescente em [2,+∞) . f3 e´ polinomial. (d) Im (f4) = [−∞, 0] , f4 na˜o e´ limitada, x = −2 e´ ponto de ma´ximo absoluto. f4 e´ crescente em (−∞,−2] e decrescente em [−2,+∞) . f4 e´ polinomial. (e) Im (f5) = IR , f5 na˜o e´ limitada e na˜o possui ma´ximos ou mı´nimos. f5 e´ crescente (em todo seu domı´nio). f5 e´ polinomial. (f) Im (f6) = IR , f6 na˜o e´ limitada e na˜o possui ma´ximos ou mı´nimos. f6 e´ decrescente (em todo seu domı´nio). f6 e´ polinomial. (g) Im (f7) = [0, 5] , f7 e´ limitada, x = 0 e´ ponto de mı´nimo absoluto, x = 3 e´ ponto de ma´ximo local. f7 e´ decrescente em (−5, 0] e crescente em [0, 3] . (h) Im (f8) = IR − {0} , f8 na˜o e´ limitada e na˜o possui ma´ximos ou mı´nimos. f8 e´ decrescente em (−∞, 2) e crescente em (2,+∞) . f8 e´ racional. (i) Im (f9) = [−2,−1/6] , f9 e´ limitada, x = −4 e´ ponto de mı´nimo absoluto, x = 7 e´ ponto de ma´ximo absoluto. f9 e´ crescente (em todo seu domı´nio). f9 e´ racional. (j) Im (f10) = [0,+∞) , f10 na˜o e´ limitada, x = 0 e´ ponto de ma´ximo absoluto. f10 e´ crescente (em todo seu domı´nio). 3) (a) A : (0,+∞)→ IR dada por A(x) = 6x2 ; (b) A : (0,+∞)→ IR dada por A(x) = 2x2 + 4V x ; 26 CAPI´TULO 2 (c) l : [0, 4]→ IR dada por l(x) = 2√16− x2 . 4) l = g ◦ f , com f : [0, 4]→ IR dada por f(x) = 16− x2 e g : [0,+∞)→ IR dada por g(x) = 2 √ x . 5) S = ( −∞ , 2 3 ) 7) (a) (g ◦ f)(x) = x e (f ◦ g)(y) = y (b) Os gra´ficos de f e g sa˜o sime´tricos em relac¸a˜o a` reta y = x . (c) g[−5, 3]→ [1, 3] dada por g(y) = √4− y . 8) (b) m0(h) = −h + 4 e´ o coeficiente angular da reta secante ao gra´fico de f , passando pelos pontos (0, f(0)) e (h, f(h)). (c) Como h varia, o ponto (h, f(h)) varia sobre o gra´fico de f , enquanto que o ponto (0, f(0)) permanece fixo. Assim, quando h se aproxima de 0, a reta secante se aproxima da reta tangente ao gra´fico de f no ponto (0, f(0)) e m0(h) se aproxima do coeficiente angular dessa tangente. (d) a = 2 e b = 1 , ou seja, V (2, 1) e´ o ve´rtice da para´bola. (e) ma(h) = −h tende a 0 quando h tende a 0. 10) C : IN ∪ {0} → IR dada por C(x) = 2000 + x 10 (x e´ o nu´mero de salgadinhos elaborados) 11) l : [0, 600] → IR dada por l(x) = −x2 + 602x − 1200 . Prec¸o o´timo de venda: x = 301 . 12) (a) P : [0,+∞) dada por P (x) = 10 + x 2 . (b) R$ 14,00. 13) 105 passageiros. 14) L : [0,+∞)→ IR dada por L(q) = −q2 + 100q − 475 . (a) L(80) = R$1.125.000,00 ; (b) Em q = 50 acontecera´ lucro ma´ximo. Func¸o˜es 27 2.4 Inversa˜o de func¸o˜es Seja f : X → Y uma func¸a˜o. A cada x ∈ X esta´ associado um u´nico f(x) ∈ Y . Nos interessa a situac¸a˜o em que a associac¸a˜o inversa f(x) 7→ x e´ uma func¸a˜o de Y em X. Para isso, f devera´ possuir duas caracter´ısticas: • f(X) = Y (a imagem de f e´ todo o conjunto Y ); • x1 6= x2 em X ⇒ f(x1) 6= f(x2) em Y . Uma func¸a˜o f : X → Y e´ chamada SOBREJETORA quando f(X) = Y , ou seja, a imagem de f e´ todo o contradomı´nio Y . Uma func¸a˜o f : X → Y e´ chamada INJETORA quando elementos distintos do domı´nio teˆm sempre imagens distintas, ou seja, x1 6= x2 em X ⇒ f(x1) 6= f(x2) em Y . Exemplos: (a) (b) 28 CAPI´TULO 2 (c) Uma func¸a˜o f : X → Y e´ INVERTI´VEL quando ela e´ sobrejetora e injetora ao mesmo tempo (BIJETORA). Neste caso existe uma FUNC¸A˜O g : Y → X que associa y 7→ g(y) e tal que g(f(x)) = x ∀ x ∈ X e f(g(y)) = y ∀ y ∈ Y . g e´ dita A INVERSA DA FUNC¸A˜O f e escrevemos g = f−1 . Exemplo: Func¸o˜es 29 Exerc´ıcio: Para cada uma das func¸o˜es dadas posteriormente, fac¸a o que se pede: a) Fac¸a um esboc¸o do GRA´FICO da func¸a˜o. b) Obtenha o conjunto IMAGEM e responda se a func¸a˜o dada e´ LIMITADA ou na˜o. c) Em que partes de seu domı´nio a func¸a˜o e´ CRESCENTE ou DECRESCENTE ? d) Determine pontos e valores MA´XIMOS ou MI´NIMOS (quando existirem). e) A func¸a˜o e´ INJETORA ? Justifique. f) A func¸a˜o e´ SOBREJETORA ? Justifique. g) Se a func¸a˜o dada for INVERTI´VEL, determine sua INVERSA e fac¸a um esboc¸o do GRA´FICO DA FUNC¸A˜O INVERSA. 1) f1 : IR→ IR dada por f1(x) = 3x− 1 . 2) g1 : IR→ [0,+∞) dada por g1(x) = |3x− 1| . 3) h1 : IR→ IR dada por h1(x) = −x2 + 9 . 4) p1 : (0, 3]→ (0, 6] dada por p1(x) = 2x . 5) q1 : (−∞, 5]→ IR dada por q1(x) = { x2 se x < 1 −x+ 2 se x ≥ 1 . 6) r1 : [0,+∞)→ [0,+∞) dada por r1(x) = |x2 − 3x| . 7) s1 : IR→ IR dada por s1(x) = x2 + 2 . 8) u1 : [−2, 3]→ IR dada por u1(x) = x2 + 2 . 9) v1 : IR + → IR+ dada por v1(x) = x2 . 10) f2 : IR→ IR dada por f2(x) = − |x| . 11) g2 : IR→ IR dada por g2(x) = − x 3 + 1 . 30 CAPI´TULO 2 12) h2 : (−3,+∞)→ IR dada por h2(x) = − x 3 + 1 . 13) p2 : [0,+∞)→ (−∞, 0] dada por p2(x) = − √ 2x . 14) q2 : IR→ IR dada por q2(x) = { 1 se 1 ≤ x ≤ 3 0 se x < 1 ou x > 3 . 15) r2 : IR→ IR dada por r2 = q2.s1 . 16) s2 : IR→ IR dada por s2(x) = { 1/x se x 6= 0 0 se x = 0 . 17) v2 : (−∞,−1) ∪ [0,+∞)→ IR dada por v2(x) = { −pi se x < −1 x2 se x ≥ 0 . 18) f3 : (−1, 1]→ IR dada por f3(x) = 1− √ 1− x2 . 2.5 Func¸o˜es exponenciais e logar´ıtmicas Revisa˜o: a ∈ IR , n = 1, 2, 3, . . . ⇒ an = a · a · a · . . . · a (n vezes). a 6= 0 ⇒ a0 = 1 e a−n = 1 an (n = 1, 2, 3, . . .) . n PAR e a ≥ 0 : b = n√a ⇔ bn = a , b ≥ 0 . n I´MPAR e a ∈ IR : b = n√a ⇔ bn = a . Definimos poteˆncias RACIONAIS de nu´meros reais positivos do seguinte modo: a > 0 , p, q inteiros , q 6= 0 ⇒ ap/q = q√ap Temos, neste caso: ar1 · ar2 = ar1+r2 e ar > 0 . Nos interessa agora definir ax , com x ∈ IR (qualquer, mesmo irracional). Para isso consideremos a > 0 . Se x e´ racional, ja´ temos ap/q = q √ ap . Func¸o˜es 31 Se x e´ IRRACIONAL, sabemos que e´ poss´ıvel obter uma sequ¨eˆncia de racionais r1, r2, r3, . . . que se aproxima de x tanto quanto quisermos: r1, r2, r3, r4, r5, . . . −→ x FATO: A sequ¨eˆncia ar1 , ar2 , ar3 , . . . se aproxima de um nu´mero real, o qual DEFINI- MOS como ax . Temos enta˜o a nossa func¸a˜o exponencial de base a: • Fixado a > 0 em IR, a func¸a˜o fa : IR→ IR+ dada por fa(x) = ax para todo x ∈ IR e´ chamada FUNC¸A˜O EXPONENCIAL DE BASE a. Propriedades: ax · ay = ax+y , (ax)y = ax·y , (a · b)x = ax · bx , a0 = 1 Gra´fico: Crescimento ou decrescimento: fa(x) = a x e´ { CRECENTE se a > 1 DECRESCENTE se a < 1 Inversa: Se a 6= 1 enta˜o fa : IR → IR+ x 7→ ax e´ SOBREJETORA e INJETORA, ad- mitindo portanto uma func¸a˜o inversa f−1a : IR + → IR y 7→ f−1a (y) . f−1a e´ chamada FUNC¸A˜O LOGARI´TMICA DE BASE a e escrevemos f −1 a (y) = loga y . Temos enta˜o: y = ax ⇔ x = loga y . x fa7−→ ax = y f −1 a7−→ x = loga y = loga ax y f−1a7−→ x = loga y fa7−→ y = ax = aloga y 32 CAPI´TULO 2 • Fixado a > 0 , a 6= 1 em IR, temos a func¸a˜o f−1a : IR+ → IR dada por f−1a (y) = loga y . Propriedades: loga(x · y) = loga x+ loga y , loga(xy) = y · loga x , loga 1 = 0 Gra´fico: Um nu´mero especial: Consideremos a soma 1 + 1 + 1 2! + 1 3! + 1 4! + 1 5! + . . . . Mostra-se que esta soma converge (“se aproxima cada vez mais e tanto quanto desejarmos”) para um nu´mero real conhecido por CONSTANTE DE EULER e denotado por e . Assim, podemos escrever e = 1 + 1 + 1 2! + 1 3! + 1 4! + 1 5! + . . . . E´ fa´cil ver que 2 < e < 3 : 2 < 1 + 1 + 1 2! + 1 3! + 1 4! + 1 5! + . . . < 1 + 1 + 1 2 + 1 22 + 1 23 + 1 24 + . . . = 3 O nu´mero real e acima definido ira´ desempenhar um importante papel ao longo do nosso curso de Ca´lculo I, no que se refere a`s func¸o˜es exponencial e logar´ıtmica, nabase e : fe : IR → IR+ dada por fe(x) = ex (func¸a˜o exponencial de base e) e sua inversa f−1e : IR + → IR dada por f−1e (x) = loge x (func¸a˜o logar´ıtmica de base e). Escrevemos tambe´m loge x = log x = lnx . Obs.: Outro modo de obter o nu´mero e :( 1 + 1 1 )1 , ( 1 + 1 2 )2 , ( 1 + 1 3 )3 , ( 1 + 1 4 )4 , ( 1 + 1 5 )5 , . . . −→ e Func¸o˜es 33 2.6 Func¸o˜es trigonome´tricas • Medidas de aˆngulos em radianos: Um aˆngulo mede 1 RADIANO quando corresponde a um arco de circunfereˆncia (centrada no ve´rtice do aˆngulo) de comprimento igual ao raio da circunfereˆncia considerada: Assim, um aˆngulo que mede θ rad corresponde a um arco de comprimento θ · r , sendo r o raio da circunfereˆncia considerada: θ 1 = l r ⇒ l = θ · r Desta forma, e´ fa´cil ver que a medida de “uma volta” em radianos e´ 2pi rad : 2pir = θ · r ⇒ θ = 2pi rad • Relac¸o˜es trigonome´tricas nos triaˆngulos retaˆngulos: Consideremos 0 < θ < pi 2 e um aˆngulo de θ rad em um triaˆngulo retaˆngulo: sen θ = b a cos θ = c a tg θ = sen θ cos θ = b c cos2 θ + sen 2θ = 1 34 CAPI´TULO 2 • O c´ırculo trigonome´trico: Relac¸o˜es: cos2 θ + sen 2θ = 1 , sec2 θ = 1 + tg 2θ , csc2 θ = 1 + ctg 2θ ctg θ = 1 tg θ ( sen θ 6= 0) , sec θ = 1 cos θ (cos θ 6= 0) , csc θ = 1 sen θ ( sen θ 6= 0) • Aˆngulos nota´veis: θ (rad) 0 pi/6 pi/4 pi/3 pi/2 pi 3pi/2 2pi sen θ 0 1 2 √ 2 2 √ 3 2 1 0 −1 0 cos θ 1 √ 3 2 √ 2 2 1 2 0 −1 0 1 tg θ 0 √ 3 3 1 √ 3 @ 0 @ 0 • Fo´rmulas de transformac¸a˜o: A partir das fo´rmulas abaixo, para cosseno e seno da soma e da diferenc¸a de dois aˆngulos, podemos deduzir (veja exerc´ıcios mais a` frente) outras importantes fo´rmulas de transformac¸a˜o, as quais teˆm utilidade no ca´lculo de certas integrais trigonome´tricas. cos(a+ b) = cos a · cos b− sen a · sen b cos(a− b) = cos a · cos b+ sen a · sen bsen (a+ b) = sen a · cos b+ sen b · cos a sen (a− b) = sen a · cos b− sen b · cos a Func¸o˜es 35 • Func¸o˜es trigonome´tricas: Func¸a˜o SENO: sen : IR −→ IR x 7−→ sen x Gra´fico: Im ( sen ) = [−1, 1] sen (−x) = − sen x (e´ uma func¸a˜o I´MPAR) sen (x+ 2pi) = senx (e´ uma func¸a˜o PERIO´DICA de per´ıodo T = 2pi) A func¸a˜o SENO e´ ... ... CRESCENTE em [kpi − pi/2 , kpi + pi/2] , k PAR, k ∈ Z ... DECRESCENTE em [kpi − pi/2 , kpi + pi/2] , k I´MPAR, k ∈ Z Assume o VALOR MA´XIMO ABSOLUTO 1 em x = 2kpi + pi/2 (k ∈ Z) Assume o VALOR MI´NIMO ABSOLUTO −1 em x = 2kpi + 3pi/2 (k ∈ Z) Se sen x 6= 0 , enta˜o temos cscx = 1 sen x . Assim, na˜o e´ dif´ıcil ver que a func¸a˜o csc : IR− {kpi , k ∈ Z} → IR , que associa x 7→ csc x = 1/ sen x tem gra´fico: 36 CAPI´TULO 2 A func¸a˜o SENO NA˜O E´ injetora e NA˜O E´ sobrejetora, mas a quando restringimos seu domı´nio e seu contra-domı´nio, temos uma nova func¸a˜o f : [−pi/2, pi/2] −→ [−1, 1] x 7−→ sen x , a qual e´ BIJETORA e tem portanto inversa f −1 : [−1, 1] −→ [−pi/2, pi/2] y 7−→ f−1(y) = arc sen y Exerc´ıcio: Fac¸a um estudo semelhante ao que fizemos com a func¸a˜o SENO, para as func¸o˜es COSSENO e TANGENTE. 2.7 Exerc´ıcios 1) Sabendo que f : IR → IR e´ uma func¸a˜o polinomial do 1o grau, que f(−1) = 2 e f(2) = 3 , determine f(x) para cada x ∈ IR (uma func¸a˜o polinomial do 1o grau esta´ totalmente determinada quando conhecemos seus valores em 2 pontos distintos = uma reta esta´ totalmente determinada quando conhecemos 2 de seus pontos). 2) Sabendo que g : IR → IR e´ uma func¸a˜o polinomial do 2o grau, que g(1) = 3 , g(−1) = −1 e g(2) = 6 , determine g(x) para cada x ∈ IR (uma func¸a˜o polinomial do 2o grau esta´ totalmente determinada quando conhecemos seus valores em 3 pontos distintos = uma para´bola esta´ totalmente determinada quando conhecemos 3 de seus pontos). Func¸o˜es 37 3) (Polinoˆmios de Lagrange) Sejam x1, x2, x3 nu´meros reais distintos e y1, y2, y3 nu´meros reais na˜o necessariamente distintos. O u´nico polinoˆmio p(x) do 2o grau tal que p(x1) = y1 , p(x2) = y2 e p(x3) = y3 e´ dado por p(x) = y1 · (x− x2)(x− x3) (x1 − x2)(x1 − x3) + y2 · (x− x1)(x− x3) (x2 − x1)(x2 − x3) + y3 · (x− x1)(x− x2) (x3 − x1)(x3 − x2) (a) Usando o resultado acima, refac¸a o exerc´ıcio anterior. (b) Generalize o resultado acima e obtenha a func¸a˜o polinomial do 3o grau que assume em −1, 0, 1, 4 os valores 1, 0, 0,−2 , respectivamente. 4) Sejam X ⊂ IR um conjunto sime´trico em relac¸a˜o a` origem 0 e f : X → IR uma func¸a˜o. (a) Mostre que g : X → IR dada por g(x) = 1 2 [f(x) + f(−x)] e´ uma func¸a˜o par e que h : X → IR dada por h(x) = 1 2 [f(x)− f(−x)] e´ ı´mpar (veja Exerc´ıcio 6 da pa´g. 23). (b) Obtenha a soma g+h e tente fazer agora (se voceˆ ainda na˜o fez) o item 6) do Exerc´ıcio 6 da pa´g. 23. (c) Seja f : IR−{−1, 1} → IR a func¸a˜o dada por f(x) = x− 1 x+ 1 . Mostre que f na˜o e´ par e na˜o e´ ı´mpar. Escreva f como a soma de uma func¸a˜o par com uma func¸a˜o ı´mpar. 5) Prove que cada uma das func¸o˜es abaixo e´ invert´ıvel (bijetora) e obtenha a inversa: (a) f : IR→ IR dada por f(x) = 3x+ 4 ; (b) g : IR− {a} → IR− {0} dada por g(x) = 1 x− a (a ∈ IR) ; (c) h : IR− {a} → IR− {1} dada por g(x) = x+ a x− a (a ∈ IR) ; (d) r : [1,+∞)→ [0,+∞) dada por r(x) = √x− 1 . 6) (Desafio) Seja g : (−1, 1) → IR dada por g(x) = x 1− |x| . Prove que g e´ invert´ıvel (ou seja, bijetora) e obtenha g−1 . 7) Se f : IR→ IR e´ dada por f(x) = 2x , mostre que f(x+ 3)− f(x− 1) = 15 2f(x) . 8) Dada φ : (−1, 1)→ IR dada por φ(x) = ln 1− x 1 + x , verifique a igualdade: φ(a) + φ(b) = φ ( a+ b 1 + ab ) 38 CAPI´TULO 2 9) (Decaimento exponencial) A massa de materiais radioativos, tais como o ra´dio, o uraˆnio ou o carbono-14, se desintegra com o passar do tempo. Uma maneira usual de expressar a taxa de decaimento da massa desses materiais e´ utilizando o conceito de meia-vida. A meia-vida de um material radioativo e´ definida como o tempo necessa´rio para que sua massa seja reduzida a` metade. Denotando por M0 a massa inicial (correspondente ao instante t = 0) e por M a massa presente num instante qualquer t, podemos estimar M pela func¸a˜o exponencial dada por M = M0e −Kt sendo t > 0 e K > 0 uma constante que depende do material. A equac¸a˜o acima e´ conhecida como modelo de decaimento exponencial. Sabendo que a meia-vida do carbono-14 e´ de aproximadamente 5730 anos, determinar: (a) A constante K, do modelo de decaimento exponencial para esse material; (b) A quantidade de massa presente apo´s dois per´ıodos de meia-vida, se no instante t = 0 a massa era M0; (c) A idade estimada de um organismo morto, sabendo que a presenc¸a do carbono-14 neste e´ 80% da quantidade original. 10) Uma certa substaˆncia radioativa decai exponencialmente e, apo´s 100 anos, ainda restam 60% da quantidade inicial. (a) Obtenha o modelo de decaimento exponencial para esta substaˆncia. (b) Determinar a sua meia-vida. (c) Determinar o tempo necessa´rio para que reste somente 15% de uma dada massa inicial. 11) Fac¸a esboc¸os dos gra´ficos das seguintes func¸o˜es: (a) f : IR→ IR dada por f(x) = 2x ; (b) g : IR→ IR dada por g(x) = e−x ; (c) h : IR→ IR dada por h(x) = −ex ; (d) s : IR− {0} → IR dada por s(x) = ln |x| ; (e) l : (−∞, 0)→ IR dada por l(x) = ln(−x) ; (f) m : IR+ → IR dada por m(x) = |lnx| ; (g) n : (−1,+∞)→ IR dada por n(x) = − ln(1 + x) . Func¸o˜es 39 12) Uma func¸a˜o f : X → IR e´ dita PERIO´DICA quando existe um nu´mero T > 0 (chamado o per´ıodo de f) tal que f(x+T ) = f(x) para todo x ∈ X . Neste caso, seu gra´fico se repete a cada intervalo de comprimento T . As func¸o˜es trigonome´tricas constituem exemplos cla´ssicos de func¸o˜es perio´dicas: (a) Mostre que as func¸o˜es fn : IR→ IR dadas por fn(x) = sennx (n = 1, 2, 3, 4, . . .) sa˜o todas ı´mpares e perio´dicas de per´ıodo T = 2pi . (b) Mostre que as func¸o˜es gn : IR → IR dadas por gn(x) = cosnx (n = 0, 1, 2, 3, 4, . . .) sa˜o todas pares e perio´dicas de per´ıodo T = 2pi . 13) (Fo´rmulas de Transformac¸a˜o) Prove as seguintes identidades trigonome´tricas: sen 2a = 1− cos 2a 2 cos2 a = 1 + cos 2a 2cos a · cos b = 1 2 · cos(a+ b) + 1 2 · cos(a− b) sen a · sen b = 1 2 · cos(a− b)− 1 2 · cos(a+ b) sen a · cos b = 1 2 · sen (a+ b) + 1 2 · sen (a− b) 14) Seja f : IR− {x ∈ IR ; cos x = 0 } → IR dada por f(θ) = tg θ . Verifique: f(2θ) = 2f(θ) 1− [f(θ)]2 15) Fac¸a esboc¸os dos gra´ficos das seguintes func¸o˜es: (a) f : IR→ IR dada por f(x) = sen 3x ; (b) g : IR→ IR dada por g(x) = 2 cos 2x ; (c) h : IR→ IR dada por h(x) = 1 + senx ; (d) s : IR→ IR dada por s(x) = | sen x| ; (e) l : IR→ IR dada por l(x) = sen (x− (pi/2)) . 16) Seja f : [1, 100]→ IR dada por f(x) = arc sen [log10(x/10)] . Obtenha f(1), f(100) e f( √ 10 ) . 40 CAPI´TULO 2 17) (Func¸o˜es Hiperbo´licas) Definimos as func¸o˜es hiperbo´licas ba´sicas: • Func¸a˜o Seno Hiperbo´lico: senh : IR→ IR dada por senhx = e x − e−x 2 • Func¸a˜o Cosseno Hiperbo´lico: cosh : IR→ IR dada por coshx = e x + e−x 2 (a) Fac¸a um esboc¸o do gra´fico das func¸o˜es senh e cosh. (b) Prove que cosh2 x− senh 2x = 1 para todo x ∈ IR . (c) Prove que coshx ≥ 1 para todo x ∈ IR . Definimos ainda: tgh : IR→ IR dada por tghx = senh x coshx ctgh : IR− {0} → IR dada por ctghx = coshx senh x sech : IR→ IR dada por sechx = 1 coshx csch : IR− {0} → IR dada por cschx = 1 senh x (d) Obtenha (prove) relac¸o˜es entre as func¸o˜es tgh e sech e entre ctgh e csch . 18) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = 2 senhx−3 tghx . Obtenha f(2) , f(−1) e f(0) . Respostas de exerc´ıcios: • Exerc´ıcio da pa´gina 17: (A) Ma´ximo absoluto (e local) em x = 0 onde assume o valor ma´ximo absoluto f1(0) = 4 . f1 na˜o possui nenhum ponto de mı´nimo. (B) Ma´ximo absoluto (e local) em x = 1 onde assume o valor ma´ximo absoluto f2(1) = 3 . Mı´nimo absoluto (e local) em x = 3 onde assume o valor mı´nimo absoluto f2(3) = −5 . (C) Mı´nimo absoluto (e local) em x = 0 onde assume o valor mı´nimo absoluto f3(0) = 0 . (D) Ma´ximo local em x = 0 onde assume o valor ma´ximo local f4(0) = 4 . Mı´nimo absoluto (e local) no conjunto {−2, 2} , onde assume o valor mı´nimo absoluto f4(2) = 0 . (E) Ma´ximo absoluto (e local) em x = 0 onde assume o valor ma´ximo absoluto f5(0) = 1 . Mı´nimo absoluto (e local) no conjunto {−1, 1} , onde assume o valor mı´nimo absoluto Func¸o˜es 41 f5(−1) = 0 . (F) f6 na˜o e´ func¸a˜o. (G) Ma´ximo local no conjunto (−∞, 1/4) , onde assume o valor ma´ximo local f7(−2) = −3 . Mı´nimo absoluto (e local) no conjunto (−∞, 1/4] , onde assume o valor mı´nimo absoluto f7(−4) = −3 . (H) Ma´ximo absoluto (e local) em x = 2 onde assume o valor ma´ximo absoluto f8(2) = 2 . f8 na˜o possui nenhum ponto de mı´nimo. (I) f9 na˜o possui nenhum ponto de ma´ximo ou de mı´nimo. (J) Ma´ximo absoluto (e local) em x = 0 onde assume o valor ma´ximo absoluto f10(0) = 0 . f10 na˜o possui nenhum ponto de mı´nimo. • Exerc´ıcio da pa´gina 29: 1) Im (f1) = IR . f1 na˜o e´ limitada. f1 e´ crescente em todo o seu domı´nio. f1 na˜o possui nenhum ponto de ma´ximo ou de mı´nimo. f1 e´ injetora e sobrejetora, possuindo inversa f−11 : IR→ IR dada por f−11 (y) = y + 1 3 . 2) Im (g1) = [0,+∞) . g1 na˜o e´ limitada. g1 e´ decrescente em (−∞, 1/3] e crescente em [1/3,+∞) . g1 possui ponto de mı´nimo absoluto (e local) em x = 1/3 onde assume valor mı´nimo absoluto 0. g1 na˜o possui nenhum ponto de ma´ximo. g1 e´ sobrejetora mas na˜o e´ injetora e por isso na˜o e´ invert´ıvel. 3) Im (h1) = (−∞, 9] . h1 na˜o e´ limitada. h1 e´ crescente em (−∞, 0] e decrescente em [0,+∞) . h1 possui ponto de ma´ximo absoluto (e local) em x = 0 onde assume valor ma´ximo absoluto 9. h1 na˜o possui nenhum ponto de mı´nimo. h1 na˜o e´ injetora e na˜o e´ sobrejetora, e por isso na˜o e´ invert´ıvel. 4) Im (p1) = (0, 6] . p1 e´ limitada. p1 e´ crescente (em todo o seu domı´nio). p1 possui ponto de ma´ximo absoluto (e local) em x = 3 onde assume valor ma´ximo 6. p1 na˜o possui nenhum ponto de mı´nimo. p1 e´ injetora e sobrejetora, possuindo inversa p −1 1 : (0, 6]→ (0, 3] dada por p−11 (w) = w 2 . 5) Im (q1) = [−3,+∞) . q1 na˜o e´ limitada. q1 e´ crescente em [0, 1] e decrescente em (−∞, 0] e em [1, 5] . q1 possui ponto de ma´ximo local em x = 1 onde assume valor ma´ximo local 1. q1 possui ponto de mı´nimo absoluto (e local) em x = 5 onde assume valor mı´nimo absoluto −3 e possui ponto de mı´nimo local em x = 0 onde assume valor mı´nimo local 0. q1 na˜o e´ injetora e na˜o e´ sobrejetora, e por isso na˜o e´ invert´ıvel. 6) Im (r1) = [0,+∞) . r1 na˜o e´ limitada. r1 e´ crescente em [0, 3/2] e em [3,+∞) e decrescente em [3/2, 3] . r1 possui ponto de ma´ximo local em x = 3/2 onde assume 42 CAPI´TULO 2 valor ma´ximo local 9/4. r1 possui ponto de mı´nimo absoluto (e local) no conjunto {0, 3} onde assume valor mı´nimo absoluto 0. r1 e´ sobrejetora mas na˜o e´ injetora e por isso na˜o e´ invert´ıvel. 7) Im (s1) = [2,+∞) . s1 na˜o e´ limitada. s1 e´ decrescente em (−∞, 0] e crescente em [0,+∞) . s1 possui ponto de mı´nimo absoluto (e local) em x = 0 onde assume valor mı´nimo absoluto 2. s1 na˜o possui nenhum ponto de ma´ximo. s1 na˜o e´ sobrejetora e na˜o e´ injetora, e por isso na˜o e´ invert´ıvel. 8) Im (u1) = [2, 11] . u1 e´ limitada. u1 e´ decrescente em [−2, 0] e crescente em [0, 3] . u1 possui ponto de mı´nimo absoluto (e local) em x = 0 onde assume valor mı´nimo absoluto 2. u1 possui ponto de ma´ximo absoluto (e local) em x = 3 onde assume valor ma´ximo absoluto 9 e possui ponto de ma´ximo local em x = −2 onde assume valor ma´ximo local 6. u1 na˜o e´ sobrejetora e na˜o e´ injetora, e por isso na˜o e´ invert´ıvel. 9) Im (v1) = IR + . v1 na˜o e´ limitada. v1 e´ crescente em todo o seu domı´nio. v1 na˜o possui nenhum ponto de ma´ximo ou de mı´nimo. v1 e´ injetora e sobrejetora, possuindo inversa v−11 : IR + → IR+ dada por v−11 (z) = √ z . 10) Im (f2) = (−∞, 0] . f2 na˜o e´ limitada. f2 e´ crescente em (−∞, 0] e decrescente em [0,+∞) . f2 possui ponto de ma´ximo absoluto (e local) em x = 0 onde assume valor ma´ximo absoluto 0. f2 na˜o possui nenhum ponto de mı´nimo. f2 na˜o e´ sobrejetora e na˜o e´ injetora, e por isso na˜o e´ invert´ıvel. 11) Im (g2) = IR . g2 na˜o e´ limitada. g2 e´ decrescente em todo o seu domı´nio. g2 na˜o possui nenhum ponto de ma´ximo ou de mı´nimo. g2 e´ injetora e sobrejetora, possuindo inversa g−12 : IR→ IR dada por g−12 (y) = −3y + 3 . 12) Im (h2) = (−∞, 2) . h2 na˜o e´ limitada. h2 e´ decrescente em todo o seu domı´nio. h2 na˜o possui nenhum ponto de ma´ximo ou de mı´nimo. h2 e´ injetora mas na˜o e´ sobrejetora e por isso na˜o e´ invert´ıvel. 13) Im (p2) = (−∞, 0] . p2 na˜o e´ limitada. p2 e´ decrescente em todo o seu domı´nio. p2 possui nenhum ponto de ma´ximo absoluto (e local) em x = 0 onde assume o valor ma´ximo absoluto 0. p2 na˜o possui nenhum ponto de mı´nimo. p2 e´ injetora e sobrejetora, possuindo inversa p−12 : (−∞, 0]→ [0,+∞) dada por p−12 (t) = t2 2 . 14) Im (q2) = {0, 1} . q2 e´ limitada. q2 na˜o e´ crescente ou decrescente em intervalo algum. q2 possui ponto de ma´ximo absoluto (e local) no conjunto [1, 3] onde assume valor ma´ximo absoluto 1. q2 possui ponto de mı´nimo local no conjunto (1, 3) onde assume valor mı´nimo local 1. q2 possui ponto de mı´nimo absoluto (e local) no conjunto IR − [1, 3] onde assume valor mı´nimo absoluto 0. q2 possui ponto de ma´ximo local no conjunto IR − [1, 3] onde assume valor ma´ximo local 0. q2 na˜o e´ sobrejetora e na˜o e´ injetora, e por isso na˜o e´ Func¸o˜es 43 invert´ıvel. 15) Im (r2) = {0} ∪ [3, 11] . r2 e´ limitada. r2 e´ crescente em [1, 3] . r2 possui ponto de ma´ximo absoluto (e local) em x = 3 onde assume valor ma´ximo absoluto 11. r2 possui ponto de mı´nimo absoluto (e local) no conjunto IR− [1, 3] onde assume valor mı´nimo absoluto 0. r2 possui ponto de ma´ximo local no conjunto IR− [1, 3] onde assume valor ma´ximo local 0. r2 na˜o e´ sobrejetora e na˜o e´ injetora, e por isso na˜o e´ invert´ıvel. 16) Im (s2) = IR . s2 na˜o e´ limitada. s2 e´ decrescente em (−∞, 0] e em [0,+∞) . s2 na˜o possui nenhum ponto de ma´ximo ou de mı´nimo. s2 e´ injetora e sobrejetora, possuindo inversas−12 = s2 . 17) Im (v2) = {−pi} ∪ [0,+∞) . v2 na˜o e´ limitada. v2 e´ crescente em [0,+∞) . v2 possui ponto de ma´ximo local em (−∞,−1) onde assume valor ma´ximo local −pi. v2 possui ponto de mı´nimo absoluto (e local) no conjunto (−∞,−1) onde assume valor mı´nimo absoluto −pi. v2 possui ponto de mı´nimo local em x = 0 onde assume valor mı´nimo local 0. v2 na˜o e´ sobrejetora e na˜o e´ injetora, e por isso na˜o e´ invert´ıvel. 18) Im (f3) = [0, 1] . f3 e´ limitada. f3 e´ crescente em (−1, 0] e decrescente em [0, 1] . f3 possui ponto de ma´ximo absoluto (e local) em x = 1 onde assume valor ma´ximo absoluto 1. f3 possui ponto de mı´nimo absoluto (e local) em x = 0 onde assume valor mı´nimo absoluto 0. f3 na˜o e´ sobrejetora e na˜o e´ injetora, e por isso na˜o e´ invert´ıvel. • Exerc´ıcio da pa´gina 36 (antes da Sec¸a˜o 2.7): Func¸a˜o COSSENO: cos : IR −→ IR x 7−→ cosx (Gra´fico) Im (cos) = [−1, 1] cos(−x) = cosx (e´ uma func¸a˜o PAR) cos(x+ 2pi) = cosx (e´ uma func¸a˜o PERIO´DICA de per´ıodo T = 2pi) A func¸a˜o COSSENO e´ ... ... CRESCENTE em [kpi, (k + 1)pi] , k I´MPAR, k ∈ Z ... DECRESCENTE em [kpi, (k + 1)pi] , k PAR, k ∈ Z Assume o VALOR MA´XIMO ABSOLUTO 1 em x = 2kpi (k ∈ Z) Assume o VALOR MI´NIMO ABSOLUTO −1 em x = 2kpi + pi (k ∈ Z) 44 CAPI´TULO 2 Se cos x 6= 0 , enta˜o definimos secx = 1 cosx . Assim, sec : IR− {kpi + pi/2 , k ∈ Z} → IR associa x 7→ sec x = 1/ cosx . (Gra´fico) A func¸a˜o COSSENO NA˜O E´ injetora e NA˜O E´ sobrejetora, mas a quando restringimos seu domı´nio e seu contra-domı´nio, temos uma nova func¸a˜o g : [0, pi] −→ [−1, 1] x 7−→ cosx , a qual e´ BI- JETORA (Gra´fico) e tem portanto inversa g −1 : [−1, 1] −→ [0, pi] y 7−→ g−1(y) = arc cos y (Gra´fico) Func¸a˜o TANGENTE: tg : IR− {x ∈ IR ; cos x = 0 } −→ IR x 7−→ tg x = sen x cosx (Gra´fico) Im ( tg ) = IR tg (−x) = − tg x (e´ uma func¸a˜o I´MPAR) tg (x+ pi) = tg x (e´ uma func¸a˜o PERIO´DICA de per´ıodo T = pi) A func¸a˜o TANGENTE e´ ... ... CRESCENTE em [kpi − pi/2, kpi + pi/2] , k ∈ Z NA˜O ASSUME VALOR MA´XIMO OU MI´NIMO EM NENHUM PONTO. Se tg x 6= 0 , enta˜o definimos ctg x = 1 tg x = cosx sen x . Assim, ctg : IR − {x ∈ IR ; sen x = 0 } → IR associa x 7→ ctg x = 1/ tg x = cosx sen x . (Gra´fico) A func¸a˜o TANGENTE E´ SOBREJETORA e NA˜O E´ injetora, mas a quando restringimos seu domı´nio temos uma nova func¸a˜o h : (−pi/2, pi/2) −→ IR x 7−→ tg x , a qual e´ BIJETORA (Gra´fico) e tem portanto inversa h −1 : IR −→ (−pi/2, pi/2) y 7−→ h−1(y) = arc tg y (Gra´fico) Func¸o˜es 45 • Exerc´ıcios da Sec¸a˜o 2.7: 1) f(x) = x+ 7 3 . 2) g(x) = x2 3 + 2x+ 2 3 . 3) (b) h : IR→ IR dada por h(x) = −4x 3 + 15x2 − 11x 30 . 4) (b) g + h = f (c) f(x) = x2 + 1 x2 − 1 + 2x 1− x2 . 5) (a) f−1 : IR→ IR dada por f−1(y) = y − 4 3 . (b) g−1 : IR− {0} → IR− {a} dada por g−1(w) = 1 + aw w . (c) h−1 : IR− {1} → IR− {a} dada por h−1(z) = a+ az z − 1 . (d) r−1 : [0,+∞)→ [1,+∞) dada por r−1(x) = x2 + 1 . 9) (a) K = log 2 5730 (b) M0/2 (c) t = [− log(0, 8)] · 5730 log 2 ≈ 1846 anos. 10) (a) M = M0 · e log 0, 6 100 · t (b) t1/2 = −100. log 2 log 0, 6 ≈ 135, 6915448856724 anos. (c) t = 100. log 0, 15 log 0, 6 ≈ 371, 3830897713448167 anos. 16) f(1) = −pi/2 , f(100) = pi/2 , f(√10 ) = −pi/6 . 17) (d) 1− tgh 2x = sech 2x e 1− ctgh 2x = − csch 2x . 18) f(2) = e8 − 3e6 + 3e2 − 1 e6 + e2 , f(−1) = 1− 3e+ 3e 3 − e4 e3 + e , f(0) = 0 . 46 CAPI´TULO 2 Cap´ıtulo 3 Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 3.1 Motivac¸a˜o Seja dada uma func¸a˜o f : X → Y (X, Y ⊂ IR) . Para cada x ∈ X , a melhor maneira de se aproximar f numa vizinhanc¸a de x por uma func¸a˜o cujo gra´fico e´ uma reta e´ atrave´s da reta tangente ao gra´fico de f no ponto (x, f(x)) , se houver esta tangente. Consequ¨eˆncia: Podemos relacionar uma se´rie de informac¸o˜es sobre o comportamento de f com o coeficiente angular mt da reta tangente ao gra´fico de f em cada ponto (onde existir). Por exemplo: (A) f crescente em um intervalo ⇔ mt > 0 neste intervalo. 47 48 CAPI´TULO 3 (B) f decrescente em um intervalo ⇔ mt < 0 neste intervalo. (C) f assumindo ma´ximo ou mı´nimo local no interior de um intervalo } ⇒ mt = 0 no ponto de ma´ximo ou mı´nimo. (D) Concavidade do gra´fico de f voltada para cima, em um intervalo } ⇒ mt crescente neste intervalo. (E) Concavidade do gra´fico de f voltada para baixo, em um intervalo } ⇒ mt decrescente neste intervalo. Obtendo “mt” (coeficiente angular da reta tangente) Dada f : X → Y (X, Y ⊂ IR) , seja a ∈ I(intervalo aberto) ⊂ X. Queremos obter o coeficiente angular mta da reta ta , tangente ao gra´fico de f no ponto (a, f(a)) : Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 49 Para fazermos isso, vamos utilizar “APROXIMAC¸O˜ES POR RETAS SECANTES”: Para cada x 6= a (em I), temos uma reta secante sa (que depende do ponto x), secante ao gra´fico de f , passando pelos pontos (a, f(a)) e (x, f(x)) : Temos enta˜o uma func¸a˜o msa : I − {a} → IR x 7→ msa(x) = f(x)− f(a) x− a Nos interessa investigar o comportamento de msa(x) (coeficiente angular das secantes) quando x se aproxima de a , sem assumir o valor a ( x→ a ). O esperado e´ que, quando x→ a , msa(x) se aproxime tanto quanto quisermos de algum nu´mero real e teremos msa(x)→ mta ∈ IR , quando x→ a Neste caso, dizemos que a func¸a˜o f e´ deriva´vel no ponto a, existe a reta tangente ao gra´fico de f no ponto (a, f(a)) e seu coeficiente angular mta e´ chamado a derivada de f no ponto a (escrevemos f ′(a) ). Obs.: E´ fundamental, para fazermos x→ a , que possamos aproximar o ponto a por uma sequ¨eˆncia de pontos do domı´nio X de f , diferentes de a. Exemplo: 50 CAPI´TULO 3 Precisamos portanto sistematizar o todo este processo, ou seja, Dada uma func¸a˜o g : X → Y e um ponto a que pode ser aproximado por pontos x ∈ X , x 6= a queremos estudar o comportamento de g(x) quando x→ a (x se aproxima de a por valores diferentes de a) e saber se g(x)→ L ∈ IR quando x→ a . 3.2 Limites Dada uma func¸a˜o f : X → IR , nos interessa conhecer o comportamento de f(x) quando x se aproxima de a , x 6= a . Para isso, a na˜o precisa pertencer ao domı´nio de f , mas deve ser aproximado por pontos do domı´nio: Definic¸a˜o 3.1. (Ponto de acumulac¸a˜o): Um ponto a e´ chamado um PONTO DE ACUMULAC¸A˜O do conjunto X quando podemos encontrar pontos de X, diferentes de a, ta˜o pro´ximos de a quanto quisermos, ou seja, a pode ser aproximado por pontos de X diferentes de a. Denotamos por X ′ o conjunto dos pontos de acumulac¸a˜o de X. Exemplos: (A) A = [−1, 3) (B) B = (0, 2) ∪ (2, 3) (C) C = [1, 2] ∪ (3, 5) ∪ {7} Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 51 Consideremos agora, por exemplo, a func¸a˜o f : IR− {1} → IR dada por f(x) = 3x2 − 2x− 1 x− 1 1 na˜o pertence ao domı´nio de f , mas e´ ponto de acumulac¸a˜o de IR − {1} . Podemos enta˜o observar o comportamento de f(x) quando x→ 1 (x se aproxima de 1, x 6= 1) Temos: x 0 0, 9 0, 99 0, 999 0, 9999 f(x) 1 3, 7 3, 97 3, 997 3, 9997 x 2 1, 1 1, 01 1, 001 1, 0001 f(x) 7 4, 3 4, 03 4, 003 4, 0003 Observemos que f(x) se aproxima cada vez mais de 4 a` medida que x→ 1 . Dizemos enta˜o que 4 e´ o limite de f(x) quando x tende a 1 (x→ 1) e escrevemos: lim x→1 3x2 − 2x− 1 x− 1 = 4 . A definic¸a˜o de limite Definic¸a˜o 3.2. Sejam f : X → IR uma func¸a˜o e a ∈ X ′ (a e´ ponto de acumulac¸a˜o do domı´nio - na˜o precisa pertencer a X). Dizemos que um nu´mero real L e´ o LIMITE de f(x) quando x tende a a , e escrevemos lim x→a f(x) = L quando ... ... podemos obter f(x) ta˜o pro´ximo de L quanto desejarmos, sempre que x se aproxima de a, por va- lores (no domı´nio de f) diferentes de a . m TRADUZINDO ... para cada � > 0 dado, e´ poss´ıvel obter um δ > 0 (em geral dependendo do �) tal que : se x ∈ X e 0 < |x− a| < δ enta˜o |f(x)− L| < � . 52 CAPI´TULO 3 Alguns limites fundamentais • Fixemos c ∈ IR e seja f1 : IR→ IR dada por f1(x) = c ∀ x ∈ IR (func¸a˜o constante). Para cada a ∈ IR temos: lim x→a f1(x) = lim x→a c = c • Seja f2 : IR→ IR dada por f2(x) = x ∀ x∈ IR (func¸a˜o identidade). Para cada a ∈ IR temos: lim x→a f2(x) = lim x→a x = a • Seja f3 : IR→ IR dada por f3(x) = senx ∀ x ∈ IR . Temos: lim x→0 sen x = 0 • Seja f4 : IR→ IR dada por f4(x) = cosx ∀ x ∈ IR . Temos: lim x→0 cosx = 1 • Seja f5 : IR− { 0} → IR dada por f5(x) = sen x x ∀ x 6= 0 . Temos: lim x→0 sen x x = 1 • Seja f6 : IR− { 0} → IR dada por f6(x) = cosx− 1 x ∀ x 6= 0 . Temos: lim x→0 cosx− 1 x = 0 • Seja f7 : IR− { 0} → IR dada por f7(x) = e x − 1 x ∀ x 6= 0 . Temos: lim x→0 ex − 1 x = 1 Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 53 3.3 Teoremas para (ajudar no) ca´lculo de limites Teorema 3.1. Sejam f : X → IR e a ∈ X ′ . Temos: lim x→a f(x) = L ⇔ lim x→a (f(x)− L) = 0 ⇔ lim x→a |f(x)− L| = 0 Em particular, considerando L = 0 , temos: lim x→a f(x) = 0 ⇔ lim x→a |f(x)| = 0 . Exemplo: Sabemos que lim x→0 x = 0 . Enta˜o segue que lim x→0 |x| = 0 . Teorema 3.2. (Sandu´ıche) Sejam f , g , h func¸o˜es tais que f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) para todo x 6= a em um intervalo aberto contendo a . Se lim x→a f(x) = L = lim x→a h(x) , enta˜o lim x→a g(x) = L . Exemplo: Vamos mostrar que lim x→0 sen x = 0 . 54 CAPI´TULO 3 Teorema 3.3. Sejam f , g : X → IR , a ∈ X ′ e lim x→a f(x) = L , lim x→a g(x) = M . Enta˜o: lim x→a [f(x)± g(x)] = L±M ; lim x→a f(x) · g(x) = L ·M ; lim x→a f(x) g(x) = L M se M 6= 0 ; lim x→a n √ f(x) = n √ L { se n e´ I´MPAR e L e´ qualquer real se n e´ PAR e L > 0 Exemplos: (A) Seja p : IR→ IR dada por p(x) = cnxn + cn−1xn−1 + . . .+ c1x+ c0 , com cn, cn−1, . . . , c1, c0 ∈ IR (constantes) e cn 6= 0 ( p e´ uma func¸a˜o polinomial de grau n). Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 55 (B) Func¸o˜es racionais (quocientes de func¸o˜es polinomiais) (C) lim x→0 cosx = 1 56 CAPI´TULO 3 (D) lim x→0 sen x x = 1 (E) lim x→0 cosx− 1 x = 0 Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 57 Teorema 3.4. Se lim x→a f(x) = 0 e g e´ limitada num intervalo aberto contendo o ponto a (sem precisar estar definida em a), enta˜o lim x→a f(x) · g(x) = 0 . (Exemplo) Teorema 3.5. (Troca de varia´veis) Se lim u→b f(u) = L , lim x→a u(x) = b (x → a ⇒ u → b) e x 6= a⇒ u 6= b , enta˜o lim x→a f(u(x)) = lim u→b f(u) = L Exemplos: (A) lim x→0 sen 4x 4x (B) lim x→0 sen 3x x (C) lim x→0 5x − 1 x 58 CAPI´TULO 3 3.4 Exerc´ıcios (A) Prove que se lim x→a f(x) = L 6= 0 e lim x→a g(x) = 0 enta˜o @ (na˜o existe) lim x→a f(x) g(x) . Sugesta˜o: Suponha que exista lim x→a f(x) g(x) = M e considere lim x→a f(x) = lim x→a [ f(x) g(x) · g(x) ] . (B) Calcule os limites abaixo, justificando: 1) lim x→3 x2 − 9 x− 3 2) limx→1/2 3 + 2x 5− x 3) limx→0 √ x+ 2−√2 x Sugesta˜o: racionalize o numerador 4) lim x→2 x− 2 x4 − 16 Sugesta˜o: use que (a n − bn) = (a− b).(an−1 + an−2b+ . . .+ abn−2 + bn−1) 5) lim x→−3 x+ 3 (1/x) + (1/3) 6) lim x→0 |x|√ x4 + 7 7) lim x→−3 x2 + 5x+ 6 x2 − x− 12 8) limu→1 1√ 5− u 9) lim x→0 x3 sen ( 1 3 √ x ) 10) lim h→0 4−√16 + h h 11) lim x→3 3 √ 2 + 5x− 3x3 x2 − 1 12) limy→−2 y3 + 8 y + 2 13) lim t→0 1− cos t sen t 14) lim x→2 x2 − x− 2 (x− 2)2 15) limx→4 3x2 − 17x+ 20 4x2 − 25x+ 36 16) limw→0 sen 3w sen 5w 17) lim h→0 3 √ h+ 1− 1 h 18) lim x→0 1 + tg x sen x 19) lim t→0 sen 22t t2 20) lim x→pi sen x x− pi 21) lim x→0 x cosx 22) lim x→0 1− cosx x2 23) lim x→0 3x − 1 x 24) lim x→0 3x2 1− cos2(x/2) 25) lim x→1/√2 x5 − (1/√2)5 x− (1/√2) 26) limx→−2 (x− 1)(x+ 2) x2 + 4x+ 4 27) lim x→3 √ x2 − 9 x− 3 28) lim y→0 e7y − 1 sen y 29) lim x→0 (1− sec x). ctg x. cosx x 30) lim x→3 x2 − 6x+ 9 (x+ 1)(x− 3) 31) limx→√3 pi √ 3− pix x3 − 3√3 32) limx→pi/2 x− pi/2 cosx 33) lim x→0 sen 3x 5x(1− cosx) 34) limy→0 3 √ 1− e2y y 35) lim x→√2 3x− 3√2 x6 − 8 36) limy→0 √ sen piy y 37) lim x→1 x2 − 1 (1− x)3 Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 59 38) lim x→−pi 1 + cos x x+ pi 39) lim x→0 ex + sen 2x− 1 x 40) lim x→3 3 √ x− 3 27− x3 41) limx→−1 x3 + 2x2 + x x+ 1 42) lim x→0 e senx − 1 2x 43) lim y→0 sen 7y + cospiy − 1 y 44) lim x→0 1− cosx√ 5 · x · sen x 45) lim x→√3 x3 − 3√3 4x− 4√3 46) limy→0 e2y − 1 sen (3y) 47) lim x→−1 x3 + x2 − x− 1 x3 − x 48) limx→pi/2 1− sen x x− (pi/2) Teoremas adicionais sobre limites Teorema 3.6. (Unicidade do limite) Sejam f : X → IR e a ∈ X ′ . O lim x→a f(x) , quando existe, e´ u´nico. Teorema 3.7. Sejam f : X → IR e a ∈ X ′ . Se existe L = lim x→a f(x) enta˜o a func¸a˜o f e´ LIMITADA num intervalo aberto contendo o ponto a. Exemplo: Seja f : IR− {0} → IR dada por f(x) = 1 x ∀ x 6= 0 . 0 e´ ponto de acumulac¸a˜o do domı´nio IR− {0} . Podemos afirmar que NA˜O EXISTE o lim x→0 1 x , pois f na˜o e´ limitada em nenhum intervalo aberto contendo 0 . Teorema 3.8. Sejam f : X → IR , a ∈ X ′ e L = lim x→a f(x) . Se L > M enta˜o f(x) > M para todo x 6= a do domı´nio em um intervalo aberto contendo o ponto a . Em particular, se lim x→a f(x) > 0 enta˜o f(x) > 0 para todo x 6= a do domı´nio em um intervalo aberto contendo a . Obs.: Analogamente, vale resultado semelhante caso lim x→a f(x) = L < M . 60 CAPI´TULO 3 Teorema 3.9. (Limites laterais) Sejam f : X → IR e a ∈ X ′ . Se a pode ser aproximado tanto por pontos de X maiores que a quanto por pontos de X menores do que a, podemos investigar ambos os limites laterais de f : lim x→a+ f(x) (limite de f(x) quando x tende a a PELA DIREITA, isto e´, por valores x ∈ X, com x > a) lim x→a− f(x) (limite de f(x) quando x tende a a PELA ESQUERDA, isto e´, por valores x < a em X) Temos, neste caso, que existe L = lim x→a f(x) se, e somente se, existem e sa˜o iguais a L ambos os limites laterais, ou seja: lim x→a+ f(x) = lim x→a− f(x) . Exemplos: (a) Seja f : IR− {0} → IR dada por f(x) = |x| x . (b) Obs.: OS TEOREMAS ANTERIORES VALEM TAMBE´M PARA LIMITES LATERAIS, COM AS DEVIDAS ADAPTAC¸O˜ES ! Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 61 Exerc´ıcios: 1) Sejam f, g : IR→ IR dadas por: f(x) = { x3 + 3 se x ≤ 1 x+ 1 se x > 1 g(x) = { x2 se x ≤ 1 2 se x > 1 Fac¸a um estudo sobre os limites: lim x→1 f(x) lim x→1 g(x) lim x→1 (f.g)(x) 2) Mostre que lim x→a f(x)− f(a) x− a = limh→0 f(a+ h)− f(a) h (se existirem) 3) Para cada func¸a˜o f : X → IR dada a seguir e cada a ∈ X ∩X ′ (a e´ ponto do domı´nio e ponto de acumulac¸a˜o do domı´nio), tambe´m fornecido, obtenha mta = coeficiente angular da reta tangente ao gra´fico de f no ponto (a, f(a)). (a) f1 : IR→ IR dada por f1(x) = 3x− 1 e a = −5 . (b) f2 : IR→ IR dada por f2(x) = −x2 e a = 3 . (c) f3 : IR→ IR dada por f3(x) = senx e a = pi/6 . (d) f4 : IR→ IR dada por f4(x) = cosx e a = pi/6 . (e) f5 : IR→ IR dada por f5(x) = ex e a = 2 . (f) f6 : (0,+∞)→ IR dada por f6(x) = 1/x e a = √ 2 . Fac¸a ainda um esboc¸o e confira se a resposta encontrada faz sentido com o esboc¸o. Sugesto˜es: Aproxime mta pelos coeficientes angulares msa(x) das secantes por (a, f(a)) e (x, f(x)), fazendo x→ a. Para as letras (c),(d) e (e), use tambe´m o exerc´ıcio anterior. Pode tentar tambe´m fazer antes o Exerc´ıcio 4) (veja o enunciado abaixo) e assim este e- xerc´ıcio se torna um caso particular. 4) Para cada func¸a˜o f : X → IR do exerc´ıcio anterior, tente generalizar o resultado, obtendo mta para um a ∈ X qualquer ! 62 CAPI´TULO 3 3.5 Continuidade Definic¸a˜o 3.3. Consideremos uma func¸a˜o f : X → IR tal que X ⊂ X ′ (todo ponto do domı´nio e´ ponto de acumulac¸a˜o). Dado um ponto a , dizemos que f E´ CONTI´NUA NO PONTO a quando as seguintes condic¸o˜es sa˜o satisfeitas: 1) Existe f(a) (ou seja, a ∈ X); 2) Existe lim x→a f(x) ; 3) lim x→a f(x) = f(a) . Se f na˜o e´ cont´ınua em um ponto a pertencente a seu domı´nio, dizemos que f E´ DESCONTI´NUA EM a, ou que f TEM UMA DESCONTINUIDADE EM a. Dizemos que f : X → IR e´ uma FUNC¸A˜O CONTI´NUA EM X quando ela e´ cont´ınua em todos os pontos de seu domı´nio. Exemplos: (e contra-exemplos) (A) Toda func¸a˜o polinomial e´ cont´ınua ! (B) Seno e cosseno, no ponto 0 : (C) Contra-exemplo: uma descontinuidade REMOVI´VEL: (D) Contra-exemplo:uma descontinuidade ESSENCIAL: Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 63 Continuidade e operac¸o˜es entre func¸o˜es Teorema 3.10. Sejam f, g : X → IR , X ⊂ X ′ e a ∈ X . Se f e g sa˜o cont´ınuas no ponto a ∈ X , enta˜o: (f ± g) sa˜o cont´ınuas em a ; (f · g) e´ uma func¸a˜o cont´ınua em a ; (f/g) e´ cont´ınua em a se g(a) 6= 0 . Teorema 3.11. (Composic¸a˜o) Sejam f : X → IR (X ⊂ X ′) e g : Y → IR (Y ⊂ Y ′) de forma que a composta g ◦ f : X → IR esta´ bem definida Se f e´ cont´ınua em a ∈ X e g e´ cont´ınua em b = f(a) ∈ Y enta˜o a composta g ◦ f : X → IR e´ cont´ınua no ponto a ∈ X . Func¸o˜es cont´ınuas em intervalos • Quando estudamos problemas sobre ma´ximos e mı´nimos, podemos ter func¸o˜es que na˜o assumem valores ma´ximos e/ou mı´nimos. Por exemplo: f : IR→ IR dada por f(x) = x NA˜O ASSUME MA´XIMO NEM MI´NIMO ! g : (−1, 2)→ IR dada por g(x) = x NA˜O ASSUME MA´XIMO NEM MI´NIMO ! 64 CAPI´TULO 3 Existe uma situac¸a˜o (envolvendo continuidade) na qual estes problemas na˜o ocorrem: Teorema 3.12. (MAX-MIN) Se f : [a, b]→ IR e´ uma func¸a˜o cont´ınua (em todos os pontos do intervalo limitado e fechado [a, b]), enta˜o f assume valores ma´ximo e mı´nimo absolutos neste intervalo [a, b] , ou seja, existem pontos cM e cm em [a, b] tais que f(cM) ≥ f(x) para todo x ∈ [a, b] f(cm) ≤ f(x) para todo x ∈ [a, b] • Outra boa propriedade das func¸o˜es cont´ınuas e´ a “PROPRIEDADE DO VALOR IN- TERMEDIA´RIO”: Teorema 3.13. (Teorema do valor intermedia´rio) Se f : X → IR e´ cont´ınua no intervalo [a, b] ⊂ X e f(a) 6= f(b) , enta˜o f assume todos os valores entre f(a) e f(b) , ou mellhor, dado qualquer d entre f(a) e f(b) , existe x entre a e b tal que f(x) = d . (Ilustrac¸a˜o) (Exemplo) Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 65 3.6 Exerc´ıcios 1) Seja f : [0,+∞)→ IR dada por f(x) = √x . (i) Mostre que lim x→0 √ x = 0 (Sugesta˜o: Considere apenas o limite lateral lim x→0+ √ x - pois 0 so´ pode ser aproximado “pela direita” - e para isto, compare √ x com 3 √ x para 0 < x < 1 ) (ii) Conclua que f e´ cont´ınua (em todos os pontos de seu domı´nio). (iii) Mostre que @ lim x→0 √ x x (racionalize). (iv) Generalize para g : [0,∞)→ IR dada por g(x) = n√x , n = 2, 4, 6, 8, . . . 2) Dadas f : X → IR abaixo, discuta a sua CONTINUIDADE (onde f e´ cont´ınua ou na˜o), justificando: (a) f : (−∞, 16]→ IR dada por f(x) = √16− x . (b) f : [0,+∞)→ IR dada por f(0) = 0 e f(x) = 1 x2 se x 6= 0 . (c) f : IR→ IR dada por f(x) = x+ 1 x3 + 1 se x 6= −1 3 se x = −1 . 3) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = { x5 + x3 + 2x2 + 3 se x < 0 −x+ 2 se x ≥ 0 (a) Discuta a CONTINUIDADE de f . (b) A equac¸a˜o f(x) = 0 tem uma raiz entre −2 e −1. JUSTIFIQUE. 4) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = { x3 − x− 3 se x < 2 5− x se x ≥ 2 (a) Onde f e´ cont´ınua ? (JUSTIFIQUE). (Considere os casos: a < 2, a = 2 e a > 2) (b) Em quais dos intervalos [−2, 0], [0, 1], [1, 3], [3, 6] podemos GARANTIR que existe x tal que f(x) = 0 ? JUSTIFIQUE. 66 CAPI´TULO 3 5) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = { 2x+ 1 se x ≤ 3 −x2 + 8x− 8 se x > 3 (a) Responda se f e´ cont´ınua em a = 3 . (JUSTIFIQUE). (b) Sabendo que f e´ crescente em (−∞, 7/2] e descrescente em [10,+∞) , podemos afirmar que existe xM ∈ [7/2, 10] tal que f(xM) ≥ f(x) para todo x ∈ IR ? (JUSTIFIQUE) 6) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = { x+ 1 se x < −1 1 + sen (x+ 1) se x ≥ −1 (a) Responda se f e´ cont´ınua em a = −1 . (JUSTIFIQUE). (b) Responda: Se [a, b] ⊂ IR , e´ poss´ıvel afirmar que dado d entre f(a) e f(b), existe c entre a e b com f(c) = d ? JUSTIFIQUE a resposta. 7) (a) Seja f : IR → IR uma func¸a˜o tal que f(x) = sen [pi(x− 1)] x− 1 ∀ x 6= 1 . f pode ser cont´ınua em x = 1 ? Se puder, qual o valor de f(1) para que isso ocorra (JUSTIFIQUE). Se na˜o, JUSTIFIQUE. (b) Seja g : IR → IR uma func¸a˜o tal que g(x) = |x− 1| x− 1 ∀ x 6= 1 . g pode ser cont´ınua em x = 1 ? Se puder, qual o valor de g(1) para que isso ocorra (JUSTIFIQUE). Se na˜o, JUSTIFIQUE. Respostas de exerc´ıcios: • Exerc´ıcio (B) da Sec¸a˜o 3.4: 1) 6 2) 8 9 3) √ 2 4 4) 1 32 5) −9 6) 0 7) 1 7 8) 1 2 9) 0 10) − 1 8 11) −2 12) 12 13) 0 14) @ (na˜o existe) 15) 1 16) 3 5 17) 1 3 18) @ 19) 4 20) −1 21) 0 22) 1 2 23) ln 3 24) 12 25) 5/4 26) @ 27) √ 6 28) 7 29) −1/2 30) 0 31) − pi 9 32) −1 33) 2 5 34) − 3√2 35) √ 2 16 36) √ pi 37) @ 38) 0 39) 1 40) − 1 3 41) 0 42) 1 2 43) 7 Limite de uma func¸a˜o e Continuidade 67 44) 1 2 √ 5 45) 9 4 46) 2 3 47) 0 48) 0 • Exerc´ıcios da pa´gina 61: 1) @ lim x→1 f(x) , @ lim x→1 g(x) , lim x→1 (f.g)(x) = 4 2) Fac¸a a mudanc¸a de varia´veis x − a = h e aplique o Teorema sobre limites de func¸o˜es compostas ! 3) (a) f ′1(−5) = mt−5 = 3 (b) f ′2(3) = mt3 = −6 (c) f ′3(pi/6) = mtpi/6 = √ 3 2 (d) f ′4(pi/6) = mtpi/6 = − 1 2 (e) f ′5(2) = mt2 = e 2 (f) f ′6( √ 2) = mt√2 = − 1 2 4) (a) f ′1(a) = 3 (b) f ′2(a) = −2a (c) f ′3(a) = cos a (d) f ′4(a) = − sen a (e) f ′5(a) = e a (f) f ′6(a) = − 1 a2 • Exerc´ıcios da Sec¸a˜o 3.6: 2) Cont´ınua em... a) ... (−∞, 16] . Em a = 16 temos: lim x→16− √ 16− x = 0 = f(16) b) ... (0,+∞) . Em a = 0 temos: @ lim x→0+ f(x) c) ... IR− {−1} . Em a = −1 temos: ∃ lim x→−1 f(x) = 1/3 6= f(−1) 68 CAPI´TULO 3 3) (a) f e´ cont´ınua em todo a 6= 0 e na˜o e´ cont´ınua em a = 0 . (b) Como a func¸a˜o f e´ cont´ınua no intervalo [−2,−1] e f(−2) < 0 < f(−1) , temos enta˜o pelo TEOREMA DO VALOR INTERMEDIA´RIO que existe x entre −2 e −1 tal que f(x) = 0 . 4) (a) f e´ cont´ınua em todo a ∈ IR . (b) Nos intervalos [1, 3] e [3, 6] : nestes intervalos a func¸a˜o e´ cont´ınua e “muda de sinal”. O TEOREMA DO VALOR INTERMEDIA´RIO nos garante que sob estas condic¸o˜es a func¸a˜o assume o valor 0 (zero) nestes intervalos. 5) (a) f e´ cont´ınua em a = 3 (verificados tambe´m os limites laterais). (b) SIM! f e´ cont´ınua no intervalo LIMITADO e FECHADO [7/2, 10] e portanto assume a´ı ma´ximo absoluto em um ponto xM deste intervalo. Mostra-se enta˜o (com as outras hipo´teses) que f(xM) ≥ f(x) ∀ x ∈ IR . 6) (a) f na˜o e´ cont´ınua em a = −1 (@ lim x→−1 f(x) ). (b) NA˜O PODEMOS! Contra-exemplo: considere f no intervalo [−2,−1] . Temos: −1 = f(−2) < 1/2 < f(−1) = 1 mas na˜o existe nenhum c ∈ [−2,−1] tal que f(c) = 1/2 . 7) (a) SIM! f(1) = pi para que f seja cont´ınua em x = 1 . (b) NA˜O ! g na˜o pode ser cont´ınua em x = 1 , qualquer que seja o valor de g(1) . Cap´ıtulo 4 Derivada 4.1 A definic¸a˜o da Derivada Definic¸a˜o 4.1. Consideremos uma func¸a˜o f : X → IR , com X ⊂ X ′ (todo ponto do domı´nio e´ ponto de acumulac¸a˜o do domı´nio). Dizemos que f e´ DERIVA´VEL em a ∈ X quando existe o limite f ′(a) = lim x→a f(x)− f(a) x− a = limh→0 f(a+ h)− f(a) h O nu´mero f ′(a) ∈ IR e´ chamado A DERIVADA DE f NO PONTO a. Observac¸o˜es: • Em nossas aplicac¸o˜es, o domı´nio X sera´ quase sempre um intervalo (e ja´ teremos X ⊂ X ′ ); • Outras notac¸o˜es para f ′(a) : f ′(a) = Dxf(a) = df dx (a) = df dx ∣∣∣∣ x=a ou ainda f ′(a) = y′(a) = dy dx (a) , se y = f(x) • Podemos considerar a func¸a˜o f ′ : x 7→ f ′(x) definida em todos os pontos x ∈ X onde existir f ′(x) . f ′ e´ chamada a FUNC¸A˜O DERIVADA DE f . 69 70 CAPI´TULO 4 Interpretac¸a˜o geome´trica Ja´ vimos, como motivac¸a˜o para o estudo de limites, que se f : X → IR e´ deriva´vel em a ∈ X , enta˜o f ′(a) representa o coeficiente angular mta da reta tangente ao gra´fico de f no ponto (a, f(a)) : Vimos tambe´m que o conhecimento de f ′(a) = mta para os pontos a ∈ X pode nos trazer uma se´rie de informac¸o˜es sobre o comportamento da func¸a˜o f . Primeiros exemplos: (A) Fixemos c ∈ IR (constante) e seja f : IR→ IR dada por f(x) = c ∀ x ∈ IR . Derivada 71 (B) Seja g : IR→ IR dada por g(x) = x3 ∀ x ∈ IR . Vamos calcular g′(2) , por exemplo: Exerc´ıcio: (i) Generalize o exemplo acima e mostre que se g(x) = x3 enta˜o g′(x) = 3x2 ∀ x ∈ IR . (ii) Generalize (i) e mostre que se f(x) = xn (n = 1, 2, 3, . . .) enta˜o f ′(x) = nxn−1 . (C) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = senx . Exerc´ıcio: Obtenha a derivada deg : IR→ IR dada por g(x) = cosx . (D) Seja u : IR→ IR dada por u(t) = et (func¸a˜o exponencial na base e). 72 CAPI´TULO 4 (E) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = |x| . (F) Seja g : IR− {0} → IR dada por g(x) = 1 x4 = x−4 . Exerc´ıcio: Generalize o exemplo acima e mostre que se g(x) = x−n (n = 1, 2, 3, . . .) enta˜o g′(x) = −nx−n−1 ∀x 6= 0 . (G) Fixemos a > 0 . Seja u : IR→ IR dada por u(t) = at (func¸a˜o exponencial na base a). Derivada 73 4.2 Derivadas e continuidade Teorema 4.1. Se f : X → IR e´ DERIVA´VEL em a ∈ X , enta˜o f e´ CONTI´NUA em a. De fato: Se f e´ deriva´vel em a ∈ X , enta˜o existe o limite lim x→a f(x)− f(a) x− a = f ′(a) . Existe f(a) (pois a ∈ X). Se x 6= a , temos: f(x)− f(a) = [ f(x)− f(a) x− a ] · (x− a) . Como lim x→a f(x)− f(a) x− a = f ′(a) e lim x→a (x− a) = 0 , segue que lim x→a f(x)− f(a) = lim x→a f(x)− f(a) x− a · limx→a (x− a) = f ′(a) · 0 = 0 Logo lim x→a f(x) = f(a) e portanto f e´ cont´ınua no ponto a . Algumas consequ¨eˆncias: • Sa˜o cont´ınuas em todos os pontos de seus domı´nios as func¸o˜es: f : IR− {0} → IR dada por f(x) = 1 xn (n = 1, 2, 3. . . .) , g1 : IR→ IR dada por g1(x) = senx , g2 : IR→ IR dada por g2(x) = cosx , u : IR→ IR dada por u(t) = at (a > 0) , pois sa˜o todas deriva´veis em todos os pontos de seus domı´nios. • Se uma determinada func¸a˜o e´ descont´ınua em algum ponto de seu domı´nio, enta˜o ela na˜o e´ deriva´vel neste ponto de descontinuidade. • CUIDADO! Na˜o podemos garantir a rec´ıproca do teorema anterior, ou seja, podemos ter uma func¸a˜o que e´ cont´ınua mas na˜o e´ deriva´vel em determinados pontos. Exemplo: f(x) = |x| e´ cont´ınua no ponto 0 ( lim x→0 |x| = 0 = f(0) ), mas ja´ vimos que @ f ′(0) . 74 CAPI´TULO 4 4.3 Exerc´ıcios 1) (a) Seja f(x) = 1 x3 ∀x 6= 0 . Obtenha, via definic¸a˜o, f ′(1) . (b) Seja f(x) = senx ∀x ∈ IR . Obtenha (via definic¸a˜o) f ′(2pi/3) . (c) Se g(x) = 5x ∀x ∈ IR , mostre (via definic¸a˜o) que g′(x) = 5x. ln 5 ∀x ∈ IR . (d) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = 3 · 3√x ∀ x ∈ IR Mostre, via definic¸a˜o, que @ (na˜o existe) f ′(0) e que f ′(a) = 1 3 √ a2 ∀ a 6= 0 . 2) (Derivadas Laterais) Quando f : X → IR , a e´ ponto de acumulac¸a˜o BILATERAL de X e f e´ definida de modos diferentes a` direita e a` esquerda de a, a existeˆncia do limite que define a derivada no ponto a e´ verificada observando-se a existeˆncia e a igualdade dos limites laterais correspondentes (veja Teorema 3.9), chamados DERIVADAS LATERAIS DE f (A` DIREITA OU A` ESQUERDA) NO PONTO a: f ′+(a) = lim x→a+ f(x)− f(a) x− a e f ′ −(a) = lim x→a− f(x)− f(a) x− a (a) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = { x5 + x3 + 2x2 + 3 se x < 0 −x+ 2 se x ≥ 0 f e´ deriva´vel em x = 0 ? Se for, PROVE e obtenha a derivada f ′(0). Se na˜o for, justifique. (b) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = { 6x− 2 se x ≤ 1 5− x se x > 1 f e´ deriva´vel em a = 1 ? Se for, PROVE e obtenha f ′(1). Se na˜o, justifique. (c) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = { 2x+ 1 se x ≤ 3 −x2 + 8x− 8 se x > 3 f e´ deriva´vel em a = 3 ? Se for, PROVE e obtenha f ′(3). Se na˜o for, justifique. (d) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = { x3 − x− 3 se x < 2 7− x2 se x ≥ 2 f e´ deriva´vel em a = 2 ? Se for, PROVE e obtenha a derivada f ′(2). Se na˜o for, justifique. (e) Seja f : IR→ IR dada por f(x) = { x+ 1 se x < −1 1 + sen (x+ 1) se x ≥ −1 f e´ deriva´vel em a = −1 ? Se for, PROVE e obtenha f ′(−1). Se na˜o, justifique. Derivada 75 4.4 Regras de derivac¸a˜o Teorema 4.2. Se f , g : X → IR sa˜o deriva´veis em a ∈ X , enta˜o: (a) Para cada constante c ∈ IR , (cf) : X → IR e´ deriva´vel em a e (cf)′(a) = c · f ′(a) ; (b) f ± g sa˜o deriva´veis em a e (f ± g)′(a) = f ′(a)± g′(a) ; (c) (f · g) e´ deriva´vel em a e (f · g)′(a) = f ′(a).g(a) + f(a).g′(a) ; (d) (f/g) e´ deriva´vel em a se g(a) 6= 0 e (f/g)′(a) = f ′(a).g(a)− f(a).g′(a) [g(a)]2 . Exemplos: (A) Para cada func¸a˜o f dada abaixo, obtenha f ′ (onde existir a derivada) 1) f : IR→ IR dada por f(x) = 6x3 − 3x2 − x+ 7 . 2) f : IR→ IR dada por f(t) = 6t− 10 t2 + 5 . 3) f : IR− Z → IR , Z = {x ∈ IR ; cos x = 0} , dada por f(x) = tg x . Exerc´ıcio: Obtenha d dx ctg x , d dx sec x , d dx csc x 4) f : IR→ IR dada por f(u) = eu(u3 + 3 cosu) . 76 CAPI´TULO 4 5) f : IR→ IR dada por f(t) = sen 2t . 6) f : IR− {0} → IR dada por f(x) = 1 xn = x−n (n = 1, 2, 3, . . .) . (B) Seja g : IR→ IR dada por g(x) = 4− x2 . 1) Obtenha as equac¸o˜es das retas tangentes ao gra´fico de g e que passam pelos pontos: A(1, 3) , B(1, 7) , e C(1, 2) . 2) Obtenha a equac¸a˜o da reta tangente ao gra´fico de g e que e´ paralela a` reta y = 2x . Derivada 77 3) Obtenha a equac¸a˜o da reta normal ao gra´fico de g no ponto A(1, 3) . 4) Em que ponto a tangente ao gra´fico e´ “horizontal”? (tem coeficiente angular 0) 5) Onde o coeficiente angular da tangente e´ positivo ? 6) Onde o coeficiente angular da tangente e´ negativo ? A Regra da Cadeia - Derivadas de func¸o˜es compostas Teorema 4.3. (Regra da Cadeia) Sejam u : X → IR e g : Y → IR tais que u(X) ⊂ Y e a composta (g ◦ u) : X → IR esta´ bem definida: Dado a ∈ X , se u e´ deriva´vel em a (existe u′(a)) e g e´ deriva´vel em b = u(a) (existe g′(b) = g′(u(a)) ), enta˜o a composta (g ◦u) : X → IR e´ deriva´vel em a ∈ X em temos ainda: (g ◦ u)′(a) = g′(b) · u′(a) = g′(u(a)) · u′(a) Quanto a` func¸a˜o derivada (g◦u)′ : x 7→ (g◦u)′(x) , escrevemos (g◦u)′(x) = g′(u(x))·u′(x) para todo x onde existirem as derivadas. 78 CAPI´TULO 4 Exemplos: Para cada func¸a˜o f : IR→ IR dada abaixo, obtenha f ′ (onde existir a derivada): (A) f dada por f(x) = cos(x3 + 1) . (B) f dada por f(t) = (4t3 − t2 + 3t− 2)2 . (C) f dada por f(x) = (5x2 − 2x+ 1)−3 . (D) f dada por f(w) = (2w2 − 3w + 1)(3w + 2)4 . (E) f dada por f(t) = ekt , k 6= 0 (constante). Derivada 79 (F) f dada por f(t) = sen 2t . (G) f dada por f(t) = cos5 t . (H) f dada por f(x) = e(x 2) . (I) f dada por f(w) = (ew − senw)2 . (J) f dada por f(t) = epi cos(2t 3) . 80 CAPI´TULO 4 Derivadas de func¸o˜es inversas Teorema 4.4. Seja f : I (intervalo)→ J (intervalo) uma func¸a˜o INVERTI´VEL (bijetora = injetora e sobrejetora) e CONTI´NUA (em todos os pontos de seu domı´nio I). Sua inversa g : J → I e´ cont´ınua em todos os pontos de J . Mais ainda: Se f e´ deriva´vel em a ∈ I e f ′(a) 6= 0 , enta˜o g e´ deriva´vel em b = f(a) e podemos obter g′(b) atrave´s da Regra da Cadeia. Exemplos: (A) Derivada da func¸a˜o logar´ıtmica na base e: Exerc´ıcio: Fixado a > 0 , a 6= 1 , obtenha g′(x) se g : (0,+∞)→ IR e´ dada por g(x) = loga x Resposta: g(x) = loga x , x ∈ (0,+∞) ⇒ g′(x) = 1 x ln a ∀ x > 0 . Derivada 81 (B) Ra´ızes: (C) Func¸o˜es trigonome´tricas e suas inversas: Exerc´ıcio: (a) Se g : [−1, 1]→ [0, pi] e´ dada por g(x) = arc cos x , mostre que g′(x) = − 1√ 1− x2 ∀ x ∈ (−1, 1) 82 CAPI´TULO 4 (b) Se h : IR→ (−pi/2, pi/2) e´ dada por h(x) = arc tg x , mostre que h′(x) = 1 1 + x2 ∀ x ∈ IR 4.5 Derivac¸a˜o impl´ıcita Seja f : [−1, 1]→ IR a func¸a˜o dada por f(x) = √1− x2 para todo x ∈ [−1, 1] . Pondo y = f(x) , temos: y = √ 1− x2 ⇓ y2 = 1− x2 , y ≥ 0 ⇓ (∗) x2 + y2 = 1 (y ≥ 0) A equac¸a˜o (*) acima estabelece uma relac¸a˜o entre x e y = f(x) . Juntamente com a restric¸a˜o y ≥ 0 ela define bem a func¸a˜o f . Por isso dizemos que f ESTA´ IMPLICITAMENTE DEFINIDA POR (*). Tendo em mente que y = f(x) , ou seja, y e´ func¸a˜o de x , e´ fa´cil ver que a equac¸a˜o (*) estabelece a igualdade entre x2 + f(x)2 e a func¸a˜o constante e igual a 1. Podemos pensar portanto em DERIVAR EM RELAC¸A˜O A` VARIA´VEL x. Vamos fazer isso, admitindo que y = f(x) e´ deriva´vel e tomando o cuidado de lembrar que y = f(x) , ou seja, y2 e´ uma composic¸a˜o de func¸o˜es e DEVEMOS USAR A REGRA DA CADEIA: x2 + y2 = 1 ⇓ 2x+ 2yy′ = 0 ⇓ (∗∗) y′ = − x y (y 6= 0) Lembrando que y = f(x) = √ 1− x2 , temos: f ′(x) = y′ = − x√ 1− x2 , x ∈ (−1, 1) Derivada 83 Poss´ıveis vantagens da derivac¸a˜o impl´ıcita: • Derivar a equac¸a˜o (*) que define f implicitamente pode ser mais simples do que tentar
Compartilhar