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ÁGUA DOCE E LIMPA - ESCASSEZ CADA VEZ MAIS PRÓXIMA

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ÁGUA DOCE E LIMPA – ESCASSEZ CADA VEZ MAIS PRÓXIMA
Morgana Skarlet Brito Gomes�
RESUMO
A água limpa está cada vez mais rara na Zona Costeira e a água de beber cada vez mais cara. Essa situação resulta da forma como a água disponível vem sendo usada: com desperdício - que chega entre 50% e 70% nas cidades -, e sem muitos cuidados com a qualidade. Assim, parte da água no Brasil já perdeu a característica de recurso natural renovável (principalmente nas áreas densamente povoadas), em razão de processos de urbanização, industrialização e produção agrícola, que são incentivados, mas pouco estruturados em termos de preservação ambiental e da água. Nas cidades, os problemas de abastecimento estão diretamente relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício e à urbanização descontrolada – que atinge regiões de mananciais. Na zona rural, os recursos hídricos também são explorados de forma irregular, além de parte da vegetação protetora da bacia (mata ciliar) ser destruída para a realização de atividades como agricultura e pecuária.
Palavras-chave: água limpa, desperdício, urbanização e recursos hídricos.
1. INTRODUÇÃO 	
	O intuito deste artigo é apresentar a preocupante escassez de água potável no planeta. Em 2007 a ONU (Organização das Nações Unidas) declarou que cerca de 1,1 bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a água potável e estima-se que dois milhões de crianças morrem todos os anos pela falta dela ou de saneamento básico. O Brasil ainda possui a vantagem de dispor de abundantes recursos hídricos. Porém, possui também a tendência desvantajosa de desperdiçá-los.
	A grande crise da água, prevista para o ano de 2020, tem preocupado cientistas das diversas áreas no mundo inteiro, e o caminho que poderá conduzir ao caos hídrico já é trilhado, representando, dentre outros, sério problema de saúde pública.
	Entende-se que as necessidades de saúde da população são muito mais amplas do que as que podem ser satisfeitas com a garantia de cobertura dos serviços de saúde. Sua dimensão pode ser estimada quando se examinam, por exemplo, a precariedade do sistema de água e de esgotos sanitários e industriais; o uso abusivo de defensivos agrícolas; a inadequação das soluções utilizadas para o destino do lixo; a ausência ou insuficiência de medidas de proteção contra enchentes, erosão e desproteção dos mananciais; e os níveis de poluição e contaminação hídrica, atmosférica, do solo, do subsolo e alimentar.
2. METODOLOGIA DE PESQUISA
	O presente estudo apresenta a preocupante escassez de água potável no planeta e, foram realizadas pesquisas através de internet e os livros em estudo para a realização deste artigo.
3. ÁGUA DOCE E LIMPA – ESCASSEZ CADA VEZ MAIS PRÓXIMA
	A rápida urbanização concentrou populações de baixo poder aquisitivo em periferias carentes de serviços essenciais de saneamento. Isto contribuiu para gerar poluição concentrada, sérios problemas de drenagem agravados pela inadequada deposição de lixo, assoreamento dos corpos d'água e consequente diminuição das velocidades de escoamento das águas.
	À medida que as populações e as atividades econômicas crescem, muitos países atingem rapidamente condições de escassez de água ou se defrontam com limites para o desenvolvimento econômico. A demanda de água aumenta rapidamente, com 70-80% exigidos para a irrigação, menos de 20% para a indústria, e apenas 6% para consumo doméstico. O manejo holístico da água doce como um recurso finito e vulnerável e a integração de planos e programas hídricos setoriais aos planos econômicos e sociais nacionais foram medidas de importância fundamental para a década de 1990 e o são também para o futuro.
A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, é suficiente para atender de 6 a 7 vezes o mínimo anual que cada habitante do Planeta precisa. Apesar de parecer abundante, esse recurso é escasso: representa apenas 0,3% do total de água no Planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aqüíferos, nas calotas polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como pântanos, por exemplo. Os fluxos estão concentrados nas regiões intertropicais, que possuem 50% do escoamento das águas. Nas zonas temperadas, estão 48%, e nas zonas áridas e semi-áridas, apenas 2%. Além disso, as demandas de uso também são diferentes, sendo maiores nos países desenvolvidos.
	O cenário de escassez se deve não apenas à irregularidade na distribuição da água e ao aumento das demandas - o que muitas vezes pode gerar conflitos de uso – mas também ao fato de que, nos últimos 50 anos, a degradação da qualidade da água aumentou em níveis alarmantes. Atualmente, grandes centros urbanos, industriais e áreas de desenvolvimento agrícola com grande uso de adubos químicos e agrotóxicos já enfrentam a falta de qualidade da água, o que pode gerar graves problemas de saúde pública.
	Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso em várias regiões do País. O Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios, com exceção do Semi-Árido, onde os rios são pobres e temporários. Essa água, no entanto, é distribuída de forma irregular, apesar da abundância em termos gerais. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial. Enquanto isso, no Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração populacional do País tem disponíveis 6% do total da água. Mesmo na área de incidência do Semi-Árido (10% do território brasileiro; quase metade dos estados do Nordeste), não existe uma região homogênea. Há diversos pontos onde a água é permanente, indicando que existem opções para solucionar problemas socioambientais atribuídos à seca.
	A água disponível no território brasileiro é suficiente para as necessidades do País, apesar da degradação. Seria necessária, então, mais consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo, um maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimento. Por exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser realizadas com água de reuso. Além de diminuir a pressão sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% menor do que o preço da água fornecida pelas companhias de saneamento, porque não precisa passar por tratamento. Apesar de não ser própria para consumo humano, poderia ser usada, entre outras atividades, nas indústrias, na lavagem de áreas públicas e nas descargas sanitárias de condomínios. Além disso, as novas construções – casas, prédios, complexos industriais – poderiam incorporar sistemas de aproveitamento da água da chuva, para os usos gerais que não o consumo humano.
	Após o Rio-92, especialistas observaram que as diretrizes e propostas para a preservação da água não avançaram muito e redigiram a Carta das águas doces no Brasil. Entre os tópicos abordados, ressaltam a importância de reverter o quadro de poluição, planejar o uso de forma sustentável com base na Agenda 21 e investir na capacitação técnica em recursos hídricos, saneamento e meio ambiente, além de viabilizar tecnologias apropriadas para as particularidades de cada região.
	A estiagem no país tem afetado não só o abastecimento de água. Uma das consequências mais preocupantes é o impacto na produção energética brasileira. Mais de 80% da eletricidade gerada no país é proveniente de hidrelétricas e os reservatórios que abastecem tais usinas estão com níveis irrisórios por conta da seca. No Sul, Sudeste e Centro Oeste o nível médio está abaixo de 18%.
	O impacto foi sentido na tarde do dia 19 de janeiro deste ano, quando um apagão atingiu 10 estados brasileiros e o Distrito Federal. O ocorrido foi um desligamentode emergência no sistema que abastecia esta parte do país.
	Desde então o ministério de Minas e Energia (MME) vem estudando medidas de economia para que isso não volte a ocorrer. Como medida emergencial, o país recorreu a um empréstimo de energia da Argentina. A parceria entre os dois países já existe há algum tempo e o contrário também pode ocorrer.
	O aumento de mais de 50% nas contas de luz também pode ser relacionado com a situação da nossa distribuição de eletricidade, mas não só com isso. Os aumentos estão em parte ligados à renovação de algumas concessões e contratos com as distribuidoras. O sistema de bandeiras tarifárias também tem papel chave no que o consumidor final paga na conta.
	Uma das possibilidades levantadas pelo MME foi a da extensão do período do horário de verão. Mas a ideia não foi para frente porque a análise concluiu que o impacto de economia seria praticamente nulo.
	Medidas de conscientização são fundamentais em diversos aspectos, seja pela própria preservação da água como também para a maior comodidade dos grandes centros urbanos e seus moradores. Em São Paulo, por exemplo, a demanda por água potável deve aumentar mais de 30% até 2040, o que também eleva o consumo de energia conforme o crescimento da população e da própria metrópole. Tal número é uma alerta para que novas políticas sejam aplicadas e para que a população utilize a água que recebe com cuidado, economizando sempre que possível também para não faltar energia em suas residências. 
		De acordo com a Constituição Federal, cuidar do uso e ocupação do solo é competência dos municípios – que atuam por meio de planos diretores, leis orgânicas municipais, leis de uso e ocupação do solo, leis de loteamento ou parcelamento – Estatuto da Cidade e demais normas urbanísticas. Também podem fazê-lo por meio da criação e implantação de unidades de conservação e áreas de propriedade pública direta. O município hospeda uma multiplicidade de usuários da água, desde o consumidor doméstico até os usos industriais, a irrigação, e outros. Cabe a ele, portanto, uma parcela da responsabilidade referente à prevenção de conflitos entre esses usuários, especialmente aqueles conflitos de vizinhança e de incompatibilidade entre usos, que podem ser evitados por meio da aplicação dos instrumentos de ordenamento territorial.
	O jurista e planejador urbano Edésio Fernandes, em texto intitulado “O mito da zona rural”, denuncia que ainda persiste no Brasil a noção equivocada de que o município não tem competência para agir dentro das suas próprias zonas rurais, o que tem gerado “todo tipo de aberrações – da falta de concessão de alvarás de construção e de licenciamento de atividades na área rural à proliferação de assentamentos ilegais, além da freqüente localização de equipamentos institucionais do Estado e da União sem qualquer consulta aos municípios”. Ele pondera que,
 na verdade, são duas as principais restrições do quadro legal vigente à ação dos municípios nas zonas rurais: a determinação do tamanho mínimo do lote rural e a cobrança do imposto territorial rural de cuja arrecadação o município participa. No mais, toda e qualquer atividade que implique uso e ocupação do solo rural deve ser submetida à aprovação dos municípios, com o que se faz necessária, além da formulação de uma política rural municipal, também a aprovação de diretrizes e critérios de uso e ocupação do solo.
	As limitações para o abastecimento de água tornaram-se um fator de restrição ao adensamento urbano e à ocupação do solo. Antes de se aprovar um novo loteamento ou parcelamento do solo para fins urbanos, é necessário saber com segurança como será o abastecimento de água para atender à futura demanda da população que ali viverá. Em função de restrições hídricas, os limites máximos de população podem ser estipulados com segurança. É preciso, ainda, definir como será a gestão das águas usadas e o seu tratamento, bem como as questões de drenagem e escoamento de águas superficiais e recargas de aqüíferos de águas subterrâneas. Novas cidades, bairros ou condomínios precisam ser hidroconscientes, do momento da concepção do projeto a cada etapa e passo de sua implementação.
	Apesar da abundância de recursos hídricos, sua gestão no Brasil tem sido extremamente complexa. Primeiro, pela distribuição espacial desses recursos em seu território, nem sempre coerente com a distribuição demográfica e das principais atividades econômicas. Segundo, por ser o Brasil uma república federativa, formada por estados que têm autonomia administrativa em vários campos, inclusive para gerir os corpos de água sob seus domínios.
	Um estudo realizado pela ANA (2007), sobre as demandas de recursos hídricos no Brasil, mostrou que a irrigação ainda se encontra como maior uso consuntivo. Para os especialistas que conduziram o referido trabalho, as demandas de água para os diversos usos consuntivos são classificadas em: vazão de retirada, que corresponde à vazão extraída pelo usuário; vazão de retorno, que corresponde à parcela da água extraída que retorna ao manancial; e vazão de consumo, que é calculada pela diferença entre as vazões de retirada e de retorno, ou seja, a vazão efetivamente consumida.
	A empresa é um sistema aberto porque está formado por um conjunto de elementos relacionados entre si, porque geram bens e serviços, empregos, dividendos, porém também consome recursos naturais escassos e gera contaminação e resíduos. Por isto é necessário que a economia da empresa defina uma visão mais ampla da empresa como um sistema aberto.
	As atitudes comportamentais do homem, desde que ele se tornou parte dominante dos sistemas, têm uma tendência em sentido contrário à manutenção do equilíbrio ambiental. Ele esbanja energia e desestabiliza as condições de equilíbrio pelo aumento de sua densidade populacional, além da capacidade de tolerância da natureza, e de suas exigências individuais. Não podendo criar as fontes que satisfazem suas necessidades fora do sistema ecológico, o homem impõe uma pressão cada vez maior sobre o ambiente. Os impactos exercidos pelo homem são de dois tipos: primeiro, o consumo de recursos naturais em ritmo mais acelerado do que aquele no qual eles podem ser renovados pelo sistema ecológico; segundo, pela geração de produtos residuais em quantidades maiores do que as que podem ser integradas ao ciclo natural de nutrientes. Além desses dois impactos, o homem chega até a introduzir materiais tóxicos no sistema ecológico que tolhem e destroem as forças naturais.
	O problema na escassez de água nos próximos anos é tão grande que pode levar a ondas migratórias, o que traz um problema adicional. “Na América Latina, poderia haver migração para os Andes, assim como os australianos devem se mudar para a Nova Zelândia. Os americanos provavelmente irão para a região dos Grandes Lagos (norte). A China deve se abastecer com a água do Tibet e do Himalaia. As superpotências vão começar a ver a água como uma questão de segurança nacional e ir buscá-las fora de suas fronteiras”, fala.
 	Com crises já ocorrendo por falta de água no Oriente Médio, em partes da China, na Índia, Paquistão, Bangladesh, Austrália e pedaços da América do Norte, está aberta o que Maude chama de “caça à água”.
	Os avanços ocorridos na área ambiental quanto aos instrumentos técnicos, políticos e legais; principais atributos para a construção da estrutura de uma política de meio ambiente, são inegáveis e inquestionáveis. Nos últimos anos, saltos quantitativos foram dados, em especial no que se refere à consolidação de práticas e formulação de diretrizes que tratam a questão ambiental de forma sistêmica e integrada.
	As reservas naturais são finitas, e que as soluções ocorrem através de tecnologias mais adequadas ao meio ambiente. Deve-se atender às necessidades básicas usando o princípio da reciclagem. Parte-se do pressuposto de que haverá uma maior descentralização, que a pequena escala será prioritária, que haverá uma maior participação dos segmentos sociais envolvidos, e que haveráprevalescência de estruturas democráticas. A forma de viabilizar com equilíbrio todas essas características é o grande desafio a enfrentar nestes tempos.
	É crescente a preocupação com a preservação de recursos hídricos e energéticos, especialmente sua disponibilidade para as gerações futuras. Questões como acesso à energia e serviços de abastecimento de água fazem parte das necessidades básicas da população. Ao mesmo tempo avolumam-se as evidências dos impactos decorrentes do contínuo uso desses recursos sem uma gestão adequada que busque garantir aspectos de sustentabilidade e qualidade da água e da energia fornecida.
	A sustentabilidade da água está colocada na pauta de discussão mundial como um grande desafio da atualidade e que deve se agravar nas próximas décadas. No Brasil, a Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei 9433/97, estabelece entre seus objetivos “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”. Não obstante, aumentam de maneira rápida as regiões e os países onde o desenvolvimento econômico, o crescimento populacional e o surgimento de enormes aglomerados urbanos exercem grande pressão sobre os recursos hídricos.	
	O desenvolvimento sustentável introduz uma dimensão ética e política que considere o desenvolvimento como um processo de mudança social, com conseqüente democratização do acesso aos recursos naturais e distribuição eqüitativa dos custos e benefícios do desenvolvimento.
	Ações desta natureza têm reflexos diretos e potenciais na imagem das empresas, demonstrando a crescente conscientização do setor com relação à preservação ambiental e responsabilidade social, bem como sobre o aumento da competitividade empresarial, em função dos seguintes fatores: 
- Aumento do valor agregado dos produtos;
- Redução dos custos relativos aos sistemas de captação, abastecimento, tratamento, operação e distribuição de água, o mesmo valendo para os efluentes gerados; refletindo de forma direta nos custos de produção e reduzindo custos relativos à cobrança pelo uso da água; 
- Redução de custos de manutenção corretiva, uma vez que a implantação de um sistema de gestão da água implica no estabelecimento de rotinas de manutenção preventiva.
	O desenvolvimento sustentável, além de equidade social e equilíbrio ecológico, segundo Donaire (1999), apresenta, como terceira vertente principal, a questão do desenvolvimento econômico. Induz um espírito de responsabilidade comum como processo de mudança no qual a exploração de recursos materiais, os investimentos financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnológico deverão adquirir sentidos harmoniosos. Neste sentido, o desenvolvimento da tecnologia deverá ser orientado para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da capacidade de inovação dos países em desenvolvimento, e o progresso será entendido como fruto de maior riqueza, maior benefício social eqüitativo e equilíbrio ecológico.
	Sachs apud Campos (2001) apresenta cinco dimensões do que se pode chamar desenvolvimento sustentável:
A sustentabilidade social – que se entende como a criação de um processo de desenvolvimento sustentado por uma civilização com maior equidade na distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres.
A sustentabilidade econômica – que deve ser alcançada através do gerenciamento e alocação mais eficientes dos recursos e de um fluxo constante de investimentos públicos e privados.
A sustentabilidade ecológica – que pode ser alcançada através do aumento da capacidade de utilização dos recursos, limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos que são facilmente esgotáveis, redução da geração de resíduos e de poluição, através da conservação de energia, de recursos e da reciclagem.
A sustentabilidade espacial – que deve ser dirigida para a obtenção de uma configuração rural-urbana mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômicas.
A sustentabilidade cultural – incluindo a procura por raízes endógenas de processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados, que facilitem a geração de soluções específicas para o local, o ecossistema, a cultura e a área.
	A água é um insumo essencial à maioria das atividades econômicas e a gestão deste recurso natural é de suma importância na manutenção de sua oferta em termos de quantidade e qualidade. 
	Trata-se de fato importante, uma vez que o cenário que se apresenta é o de crescimento urbano-industrial e agrícola que certamente será acompanhado pelo aumento da demanda de água. Sendo o setor industrial um importante usuário de água, é fundamental que seu desenvolvimento se dê de forma sustentável, adotando práticas como o uso racional e eficiente da água.
	Vale salientar que é missão da ANA incentivar o desenvolvimento de ações que preconizem a conservação e racionalização de uso da água e é esta política que vem sendo implementada.
	A Conservação de Água pode ser compreendida como as práticas, técnicas e tecnologias que aperfeiçoam a eficiência do uso da água, podendo ainda ser definida como qualquer ação que: 
- Reduz a quantidade de água extraída das fontes de suprimento; 
- Reduz o consumo de água; 
- Reduz o desperdício de água;
- Reduz as perdas de água; 
- Aumenta a eficiência do uso da água; 
- Aumenta a reciclagem e o reúso da água; 
- Evita a poluição da água.
	Sob a ótica do meio ambiente, implantar um Programa de Conservação e Reúso de Água contribui para a preservação dos recursos hídricos,favorecendo o "Desenvolvimento Sustentável". Na questão social, provoca um aumento da disponibilidade hídrica à população por meio da redução das captações de água dos mananciais.
	Os indicadores são cruzamentos de duas ou mais informações primárias ou variáveis que auxiliam o processo de análise de sistemas de abastecimento de água. Por meio de indicadores é possível comparar diferentes cenários em um mesmo sistema ou comparar diferentes sistemas para diversos fins, dentre eles a regulação dos serviços. Os indicadores auxiliam na avaliação de eficiência, custos, perdas, investimentos e qualidade, entre outros.
	Para Miranda (2002), os indicadores compõem-se de dois grupos: indicadores individuais, nos quais muitos dados são considerados independentemente; e índices agregados, nos quais um dado engloba várias informações, que podem estar representadas por algum indicador individual. A construção dos índices implica na ponderação dos diversos indicadores que os compõem, envolvendo algum juízo de valor (subjetividade). 
	No que se referem à gestão ambiental, os indicadores servem para analisar as ações de melhoria em níveis: estratégico, tático e operacional. Para Duarte et al. (2008), os níveis podem ser assim definidos: 
- estratégico: indicadores de longo prazo que identificam os objetivos globais da organização e as respectivas metas, normalmente pela gestão de topo; 
- tático: indicadores mais setoriais que estabelecem as vias para atingir os resultados pretendidos, ou seja, as ações a serem adotadas para o cumprimento dos objetivos estratégicos; 
- operacional: indicadores que estabelecem os programas e as ações a serem desenvolvidas em curto prazo.
	O SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) propõe vários indicadores de desempenho (em torno de 84) com importância estratégica para a análise de desempenho do setor saneamento, devendo ser suficientes para destacar aspectos relevantes da oferta, da demanda, das receitas e dos custos dos serviços prestados. Tais indicadores são agrupados em: indicadores econômico-financeiros e administrativos; indicadores operacionais – água; indicadores operacionais – esgoto; indicadores de balanço contábil; e indicadores sobre qualidade dos serviços.
	Um dos indicadores muito utilizados no setor é o Índice de Perdas na Distribuição (I049) que relaciona os volumes disponibilizado(produzido) e consumido (micro medido). A água que é disponibilizada e não é utilizada constitui uma parcela não contabilizada, que incorpora o conjunto de perdas reais e aparentes no subsistema de distribuição. Os volumes disponibilizados e utilizados são anuais. Para um mesmo sistema de abastecimento, a apuração sistemática desse indicador mostrará, com certo grau de fidelidade, as tendências ou a evolução das perdas na rede de distribuição, constituindo-se em uma ferramenta útil para o controle e acompanhamento das perdas.
	Sabe-se que indicadores percentuais, embora fáceis de calcular, não são muito significativos, pois não avaliam adequadamente o desempenho do sistema de distribuição e sofrem influência da variação de consumo e da intermitência. A utilização de apenas um indicador não é suficiente para definir setores estratégicos para programas de combate as perdas de água no sistema. O ideal é que vários indicadores sejam combinados e que esses forneçam uma idéia mais representativa do desempenho. Deve-se ainda buscar uma melhor qualidade nas informações para que indicadores intermediários e avançados possam ser construídos durante a rotina de trabalho nas prestadoras de serviço
	
4. CONDIDERAÇÕES FINAIS
	A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. De acordo com os números apresentados pela ONU - Organização das Nações Unidas - fica claro que controlar o uso da água significa deter poder. 
	Segundo a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% vão para a indústria e apenas 6% vai para o nosso consumo. Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial ) não têm acesso a água tratada. Um bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico. Diante desses dados, temos a triste constatação de que dez milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água. Além do crescimento populacional, a urbanização e a industrialização também ampliam a demanda pela água potável.
	No Brasil, atualmente, o estado que vem passando por maiores dificuldades é São Paulo, o que vem atraindo uma grande atenção da mídia, pois a capital paulista, que é a área mais povoada do país, é a protagonista desse cenário. 
	A gestão ambiental facilita o processo de gerenciamento da água doce, proporcionando vários benefícios às organizações. Mas é preciso que as populações em geral se conscientizem do agravante problema e aplique sistemas de gestão ambiental, sustentabilidade e controlem o uso da água, pois esse recurso natural é importantíssimo para a nossa vida. 
5. REFERÊNCIAS
CAMPOS, E. Escassez de água doce ameaça o futuro. Época Negócios. Disponível em: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT90959-16381,00.html. Acesso em: 28/05/15.
Beto Ricardo/ISA. Água – O risco de escassez. Instituto Sócio Ambiental – ISA, Março/2005.Disponível em: http://www.socioambiental.org/esp/agua/pgn/. Acesso em: 28/05/15.
Crise hídrica afeta distribuição de água e energia elétrica no país. O Economista, Maio/2015. Disponível em: http://www.oeconomista.com.br/crise-hidrica-afeta-distribuicao-de-agua-e-energia-eletrica-no-pais/. Acesso em: 28/05/15.
BEGUOCI, L. Crise da água. Folha de São Paulo. 2015. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/especial/2014/crise-da-agua/. Acesso em: 28/05/15. 
MORAES, D. S. L; JORDÃO, B. Q. Degradação de recursos hídricos e seus efeitos sobre a saúde humana. Rev. Saúde Pública vol.36 nº.3 São Paulo Junho/2002. Disponível em: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/biologia/0004.html. Acesso em: 28/05/15.
FERNANDES, E. O mito da zona rural. Disponível em: http://www.irib.org.br/html/boletim/boletim-iframe.php?be=3080. Acesso em: 29/05/15.
Os múltiplos desafios da água. PLENARUIM – Editora da Câmara dos Deputados, Setembro/2006, ano III, nº3. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/edicoes/arquivos-diversos/plenarium3. Acesso em: 29/05/15.
DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
CAMPOS, L. M. S. SGADA. Sistema de gestão e avaliação de desempenho ambiental: uma proposta de implementação. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
KRAEMER, M. E. P. Gestão Ambiental: um enfoque no desenvolvimento sustentável. Gestiopolis, Outubro/2004. Disponível em: http://www.gestiopolis.com/gestao-ambiental-um-enfoque-no-desenvolvimento-sustentavel/. Acesso em: 29/05/15.
CONSERVAÇÃO E REÚSO DE ÁGUA. Manual de Orientações para o Setor Industrial, FIESP/CIESP, Volume.1. Disponível em: file:///C:/Users/Windows/Downloads/Conserva%C3%A7%C3%A3o-e-re%C3%BAso-de-%C3%A1gua-Manual-de-orienta%C3%A7%C3%B5es-para-o-setor-industrial1.pdf. Acesso em: 29/05/15.
MIRANDA, E. C. Avaliação de perdas em sistemas de abastecimento de água: Indicadores de perdas e metodologias para análise de confiabilidade. 201 f. Dissertação (Mestrado) –Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Civil, Brasília/DF, 2002.
ALEGRE, H., BAPTISTA, J. M., CABRERA Jr., E. CUBILLO, F., DUARTE, P., HIRNER, W., MERKEL, W., PARENA, R. (2006). Performance indicators for water supply services. Manual of Best Practice Series, 2nd Edition, IWA Publishing, London, ISBN 1843390515 (289 pág.).
USO RACIONAL DE ÁGUA E ENERGIA. PROSAB 5 – Programa de Pesquisa em Saneamento Básico, Conservação de água e energia em sistemas prediais e públicos de abastecimento de água/Ricardo Franci Gonçalves (coordenador). Rio de Janeiro: ABES, 2009. Disponível em: http://www.finep.gov.br/prosab/livros/prosab5_tema%205.pdf. Acesso em: 29/05/15.
ÁGUAS SUPERFICIAIS. CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/%C3%81guas-Superficiais/37-O-Problema-da-Escassez-de-%C3%81gua--no-Mundo. Acesso em: 29/05/15.
� Graduando o Curso de Gestão Ambiental na UNOPAR – Universidade Norte do Paraná.

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