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PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO – arts. 346/351 CC
- sub-rogação é oriundo de sub-rogar: 
- substituir, pôr uma coisa no lugar de outra (sub-rogação real): devem ser observadas as 
mesmas situações já existentes em relação ao bem substituído 
- substituir uma pessoa por outra (sub-rogação pessoal): há uma extinção obrigacional 
somente em relação ao credor que não poderá mais exigir seu crédito, eis que este fora 
pago por terceiro interessado ou co-obrigado (avalista). 
- pagamento com sub-rogação pessoal: imagina-se que um terceiro interessado (fiador, por ex.) seja compelido a 
efetuar o pagamento por não ter o devedor originário cumprido sua obrigação
- Como esse terceiro é interessado, ele tem direito à sub-rogação, tem direito a substituir-se ao credor, por ele ter 
pago para executar o devedor. 
- o devedor é quem deveria ter cumprido sua obrigação, mas não o fez
- o fiador, terceiro interessado (de certa forma preso à obrigação como garantidor), é forçado pagar ao credor
- credor sai da relação jurídica obrigacional originária
- em seu lugar, entra o fiador: passa a ser o novo credor e pode cobrar do devedor tudo o que
deveria este pagar ao primitivo credor
- Como se nota, o pagamento realizado não exauriu a obrigação, mas operou uma substituição de pessoas.
- (Tartuce): constitui exceção à regra de que o pagamento extingue a obrigação
- é figura jurídica anômala: o pagamento promove apenas uma alteração subjetiva da obrigação,
mudando o credor
- A extinção obrigacional ocorre somente em relação ao credor
que nada mais poderá reclamar depois de haver recebido do terceiro interessado
- Nada se altera para o devedor: o terceiro que paga toma o lugar do credor (tem seu crédito satisfeito) e passa a ter o
direito de cobrar a dívida com todos os seus acessórios (direito regressivo)
- espécies de sub-rogação: legal (vontade e imposição da lei) e convencional (vontade das partes)
- Sub-rogação legal: se opera pela força da lei, em proveito daquele que paga, sem que nenhuma
vontade, do credor ou do devedor, seja necessária ou possa se opor
- independentemente de declaração do credor ou do devedor
- Art. 346 CC: de pleno direito, automaticamente, em três casos:
- inciso I: em favor “do credor que paga a dívida do devedor comum”
- quando o devedor tem mais de um credor: se um deles
executa judicialmente seu crédito, preferencial ou não, o devedor pode ter seu ativo comprometido
e ficar sem meios em atender aos compromissos com os demais credores
- qualquer um dos demais credores pode pagar ao credor exequente, subrogando-se em seus
direitos, e aguardar a melhor oportunidade para a cobrança de seu crédito
- Inciso II: em favor “do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem
como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel”
- EX. CRG: “Pode eventualmente alguém adquirir imóvel hipotecado porque faltam poucas
prestações a serem pagas ao credor pelo alienante. Se este, no entanto, deixa de
pagá-las, pode o adquirente efetuar o pagamento para evitar a excussão do imóvel
hipotecado, subrogando-se nos direitos daquele. Estando o imóvel onerado por
mais de uma hipoteca, o adquirente, que paga a primeira, subroga-se no crédito
hipotecário satisfeito, adquirindo preferência em relação aos demais credores hipotecários e podendo valer-se
dessa posição para dificultar a execução que estes pretendam promover”.
- Inciso III: “do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no
todo ou em parte”
- CRG: Terceiro interessado é o que pode ter seu patrimônio afetado caso a dívida, pela
qual também se obrigou, não seja paga. É o que acontece com o avalista, com o
fiador, com o coobrigado solidário etc., que pagam dívida pela qual eram ou podiam ser obrigados. Sub-
rogamse automaticamente nos direitos do credor.
Esta terceira hipótese é a mais comum, mas favorece somente o terceiro interessado. O terceiro não
interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, malgrado
tenha direito a reembolsar-se do que pagou, não se subroga nos direitos do credor
(CC, art. 305). Sendo estranho à relação obrigacional, não lhe assiste tal direito.
Sub-rogação convencional: art. 347 CC
- inciso I: - o credor recebendo de terceiro o que lhe é devido, pode transferir-lhe todos os direitos de seu crédito
- não há necessidade de qualquer anuência do devedor
- essa sub-rogação deve ser expressa, sendo uma espécie de cessão de crédito (art. 348 CC)
- hipótese de terceiro não interessado
- inciso II: - “quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição
expressa de ficar o mutuante subrogado nos direitos do credor satisfeito”
- trata-se do mútuo de terceiro
- o mutuante (aquele que empresta) fica sub-rogado nos direitos do credor, devendo estar expressa tal
condição
- Exemplo do inciso II (CRG): “Ocorre com frequência nos financiamentos regulados pelo Sistema Financeiro da
Habitação, em que o agente financeiro empresta ao adquirente da casa própria (mutuário) a quantia necessária para
o pagamento ao alienante, sob a condição expressa de ficar sub-rogada nos direitos deste. O devedor paga seu débito
com a quantia que lhe foi emprestada, transferindo expressamente ao agente financeiro os direitos do credor
(alienante) satisfeito. Assim, o adquirente da casa própria não é mais devedor do alienante, e sim do terceiro (agente
financeiro), que lhe emprestou o numerário”.
- Natureza jurídica
- é instituto autônomo e anômalo
- o pagamento gera mera alteração subjetiva (mudança do credor)
- extinção da obrigação ocorre somente em relação ao credor (seu crédito é satisfeito)
- Não há alteração quanto ao devedor: este tem que pagar ao terceiro (subrogado no crédito)
CRG: Pagamento com subrogação e cessão de crédito: não se confundem, 
como se pode verificar no seguinte quadro esquemático:
CESSÃO DE CRÉDITOPAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO 
destina-se a servir ao interesse da circulação do crédito,
assegurando a sua disponibilidade
Visa proteger a situação do terceiro que paga uma
dívida que não é sua
Caracteriza-se pelo aspecto especulativonão tem fim especulativo
É feita, em geral, por valor diverso da obrigação
a sub-rogação legal ocorre na exata proporção do
pagamento efetuado
É feita antes da satisfação do débitoOcorre pagamento
Visa transferir ao cessionário o crédito, o direito ou a açãoObjetiva exonerar o devedor perante o antigo credor
- CRG: Pagamento com subrogação e novação: não se confunde com novação subjetiva por substituição de
credor, como se pode verificar:
NOVAÇÃO SUBJETIVAPAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
Caracteriza-se pela intenção de novar, ou seja, de criar
obrigação nova para extinguir uma anterior
Falta-lhe o animus novandi
são as partes na relação original que convencionam a
substituição, com a aquiescência do novo titular
O vínculo prescinde de anuência do novo titular,
decorrendo precipuamente da lei
DOIS EFEITOS da sub-rogação legal ou convencional:
- liberatório: exonera o devedor ante o credor originário;
- translativo: transmite ao terceiro que satisfaz a obrigação ao credor originário, os direitos que possuía ao
crédito originado em contrato com seus acessórios, ônus e encargos
- o subrogado suporta as exceções (argumentos de defesa) que o credor originário
enfrentaria
- É um efeito amplo: o subrogado será um credor privilegiado se o primitivo o era; o
avalista poderá cobrá-la por execução
Na modalidade convencional, pela disposição contratual, as partes podem limitar os
direitos do subrogado que não pode reclamar do devedor a totalidade da dívida, mas só
aquilo que houver desembolsado (extensível ao art. 350 CC): se pagar valor menor que o
crédito fica sub-rogado no valor efetivamente pago
IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO (arts. 352/355 CC)
- objetivo: indicar qual dívida está sendo paga
- ocorrência: quando o devedor assim se vincula em mais de uma dívida com o mesmo credor
- Para ser possível, as dívidas DEVEM:
- ter mesmanatureza: EX.: alguém que deve a um só credor duas importâncias em dinheiro, no valor
cada uma de mil reais
- ser positivas (líquidas e certas) e
- estarem vencidas: EX.: se das duas somas de mil reais, uma estiver vencida e a outra não, o
pagamento realizar-se-á na vencida, pois a não vencida não pode, ainda, ser exigida pelo credor.
- entretanto, sendo o prazo para favorecer o devedor, pode este imputar o pagamento em débito ainda não
vencido, se quiser antecipar pagamento tendo desconto ou qualquer outra vantagem com isso.
- Conceito: Imputação de pagamento é, assim, a determinação feita pelo devedor, dentre dois ou mais débitos
da mesma natureza, positivos e vencidos, devidos a um só credor, indicativa de qual dessas dívidas quer
solver.
- Autor da imputação: o art. 352 CC favorece o devedor ao lhe autorizar o direito de imputar o pagamento
- PORÉM, o devedor em alguns casos cumpra sua obrigação sem imputar o pagamento,
caberá ao credor a possibilidade em determinar na quitação qual a obrigação está sendo extinta
- Se o devedor concordar com esta imputação, não mais poderá reclamar a qualquer título, salvo
se o credor agir com violência ou dolo (final do art. 353 do CC): neste caso, o ato será anulável
pelo vício ocorrido
- art. 354 CC: imputação sobre juros vencidos, que é quitado em primeiro lugar ao capital,
afim de não prejudicar o credor que tem direito a tal instituto
- art. 355 CC (IMPUTAÇÃO LEGAL): possibilidade de não existir imputação de pagamento
exercida nem pelo devedor (art. 352 CC) nem pelo credor (art. 353 CC), obedecendo a ordem de
vencimento
DAÇÃO EM PAGAMENTO: arts. 356/ 359 CC
- Cabível nas obrigações de dar, fazer e não fazer
- Conceito: A dação em pagamento, é um meio pelo qual se extingue a obrigação e consiste na entrega pelo devedor,
a título de pagamento, de outra coisa, que não a devida, ao credor, com aceitação deste (art. 356).
- SEM a concordância do credor em receber coisa diversa da convencionada na obrigação, não há dação em
pagamento
- MODALIDADES da dação:
CRG: - substituição de dinheiro por bem móvel ou imóvel (rem pro pecunia), 
- de coisa por outra (rem pro re), 
- de uma coisa pela prestação de um fato (rem pro facto), 
- de dinheiro por título de crédito, 
- de coisa por obrigação de fazer 
- Regras da dação 
- art. 357 CC: após determinado o valor da coisa dada em pagamento, a relação entre as partes será regida pelas
normas de contratos de compra e venda.
- se a dação for por bem móvel, bastará a tradição (entrega) da coisa ao credor
- sendo de imóveis, para se efetivar a dação deve ser observada a transcrição ou registro na matrícula, do título
aquisitivo, no competente Registro de Imóveis (da circunscrição imobiliária onde se localizar o imóvel)
- Exemplo: A se obrigou a entregar a B o objeto referido no contrato (objeto devido - 1); entretanto, no momento de pagar,
propôs a entrega do outro objeto (2), com o que consentiu B (este, assim, concordou em receber outro objeto que não o
convencionado no contrato).
- Há compra e venda: regras idênticas, pois A, devedor de um objeto já pago (senão não teria a obrigação de transferi-
lo), o entrega a B.
- responde o alienante (vendedor) pela evicção: caso quem transfira não seja o dono do bem, a título de dação em
pagamento, a quitação dada pelo credor (evicto), que perderá o objeto ao legítimo dono do mesmo, se acionado, fica sem
efeito jurídico, restabelecendo-se a relação jurídica originária, conforme art. 359 CC.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS da dação:
- dívida existente
- animus solvendi
- concordância do credor
- diversidade da prestação ofertada em relação ao contrato de origem
- não necessitam mesmos valores (quantum) entre a relação originária e o bem ofertado em dação pgto.
(ver art. 313 CC)
NATUREZA JURÍDICA: art. 356 CC
- pagamento indireto
- liberatório
- bilateralidade das partes (consenso)
- onerosidade
- direito real
Dação em pagamento e compra e venda
Art. 357 CC: “Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes
regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.”
- entrega de dinheiro substituída por entrega de um objeto:
- credor não recebe por preço certo e determinado
- e sim como satisfação de seu crédito (aliud pro alio)
- se definido preço da coisa que se transmite ao credor, o negócio é regido
pelos princípios da compra e venda: eventual à nulidade ou anulabilidade e
vícios redibitórios e
- A dação não se converte em compra em venda: apenas regula-se pelas normas
que a disciplinam.
Dação em pagamento de título de crédito
- Art. 358 CC:
“Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão.”
- devem ser observados os requisitos do art. 288 CC
- deve ser o cedido notificado (art. 290 CC): a discordância do cedido ou eventual oposição à
dação de título de crédito é irrelevante na dação, pois o cedido não é parte na relação obrigacional
ensejadora da dação
- o solvens é responsável pela existência do crédito transmitido (art. 295 CC – pro soluto): não
responde pelo pagamento ou eventual inadimplemento do cedido
- há extinção imediata da relação obrigacional
- eventuais riscos da cobrança ficam a cargo do credor que aceita o título como pagamento
- a doutrina tem notado que a dação pode ser efetivada por um crédito, sem necessariamente estar
representada por um título, como um boleto a vencer, por exemplo
- Evicção da coisa recebida em pagamento
- Art. 359 CC:
“Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem
efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.”
- o alienante (vendedor ou transmitente = quem entrega o bem) responderá pela evicção
- Se ampara no princípio da garantia dos contratos onerosos
- Trata-se dos defeitos de transmissão de direitos
- Conceito e exemplo CRG: “Constitui a evicção a perda da coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui a
outrem por causa jurídica preexistente ao contrato (CC, arts. 447 e s.). Se quem entregou bem diverso em
pagamento não for o verdadeiro dono, o que o aceitou tornar-se-á evicto. A quitação dada ficará sem efeito e
perderá este o bem para o legítimo dono, restabelecendo-se a relação jurídica originária, inclusive a
cláusula penal, como se não tivesse havido quitação, ou seja, o débito continuará a existir na forma inicialmente
convencionada”.
CÓDIGO CIVIL
DA NOVAÇÃO
Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com
este.
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma
simplesmente a primeira.
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento
deste.
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o
primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em
contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados
em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que
contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores
solidários ficam por esse fato exonerados.
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal.
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou
extintas.
DA NOVAÇÃO: Arts. 360/367 CC
Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida paraextinguir e substituir a anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com
este.
- Cria-se uma obrigação nova
- O objetivo de nova obrigação é a extinção de obrigação anterior em vigência e inadimplida
- Substitui-se uma dívida (relação negocial) por outra, fazendo com que a primeira seja extinta
- Exemplo CRG:
- “quando o pai, para ajudar o filho, procura o credor deste e lhe propõe substituir o
devedor, emitindo novo título de crédito. Se o credor concordar, emitido o novo
título e inutilizado o assinado pelo filho, ficará extinta a primitiva dívida, sendo esta
substituída pela do pai”.
- O exemplo acima trata de novação SUBJETIVA
- DUPLO EFEITO:
- Gerador: nova obrigação
- Extintivo: obrigação antiga
- STJ, REsp 332.832RS, 2ª Seção de Direito Privado, rel. Min. Asfor Rocha, DJU, 2322003: o efeito da
novação é o de criar uma nova relação obrigacional e com tal criação, extingue-se a anterior
- novação não gera satisfação do crédito (como ocorre com o pgto.): assim é tida como modo extintivo não
satisfatório
- não há recebimento pelo credor do que lhe é de direito (originariamente definido)
- o credor passa a ter outro direito de crédito
- também há natureza contratual: decorre de ato de vontade das partes
CRG: EXCEÇÃO
“O Superior Tribunal de Justiça, tendo em conta o princípio da função social do
contrato, tem excepcionado a regra que não permite discussão da dívida
novada, por extinta, e decidido que “na ação revisional de negócios bancários,
pode-se discutir a respeito de contratos anteriores, que tenham sido objeto de
novação”.
Leva-se em consideração, para assim decidir, o abuso de direito cometido pelo
credor e a onerosidade excessiva representada pela cobrança de juros
extorsivos nas obrigações anteriores.
Esse entendimento veio a ser sedimentado com a edição da Súmula 286, do
seguinte teor: “A renegociação de contrato bancário ou a confissão da
dívida não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais
ilegalidades dos contratos anteriores”.”
STJ, REsp 332.832RS, 2ª Seção de Direito Privado, rel. Min. Asfor Rocha, DJU,
2322003
Requisitos da novação:
- obrigação originária existente (e vigente e válida – art. 367 CC): não cabe às
obrigações nulas ou já extintas
OBS. (CRG): podem novar – obrigações anuláveis; naturais; sujeitas a termos
ou encargo e as dívidas prescritas
- a celebração de nova obrigação entre as mesmas partes originariamente
envolvidas: deve ocorrer mudança substancial, não se tratando de novação
quando há mudança de prazo, de garantia ou sanção
- a intenção de novar (animus novandi) dessas partes: consensual, sem
imposições (art. 361 CC): a vontade deve estar presente, sobretudo quanto ao
credor que acaba por renunciar a obrigação originária
- a novação NÃO SE PRESUME: pode ocorrer que outra obrigação venha
surgir sem extinguir a primeira, e nesse caso se a obrigação nova não tiver
o interesse inequívoco em novar, existirão 2 obrigações simultâneas e a
segunda confirma a primeira
Espécies de novação:
- objetiva (real): há alteração do objeto da relação obrigacional – art. 360, I CC
- subjetiva (pessoal): alteração dos sujeitos da relação obrigacional originária –
art. 360, II (devedor) e/ou III (credor): DEVE contudo surgir nova relação
obrigacional, caso contrário se observará cessão de débito ou crédito
- mista: previsão doutrinária que indica a mudança de objeto e de sujeitos no
mesmo ato: pouca efetividade conceitual, eis que ocorrerá as duas espécies
Efeitos da novação: o efeito principal é o da criação de nova relação obrigacional para extinguir a
vinculação originária
- substituição do devedor (arts. 363 e 365 CC)
- insolvência do novo devedor – art. 363 CC:
- a aceitação da substituição do devedor se dá por aceitação e
risco do credor
- o credor não poderá acionar regressivamente o devedor originário por
conta da insolvência do novo devedor, SALVO se era de seu
conhecimento a insolvência de seu sucessor
Devedores solidários: exoneração dos que não celebram a novação
- art. 365 CC: exoneração dos devedores solidariamente na obrigação originária e consequentemente extinta
- só haverá renovação da obrigação àqueles responsáveis solidários que também participarem da novação
- (CRG) “o animus novandi não se presume, pois deve ser sempre inequívoco (CC, art. 361)”
Fiador que não renova a intenção de garantir a dívida
- art. 366 CC: no mesmo molde acima, o fiador que não participa expressamente da novação, NÃO continuará
garantidor da dívida originária
- combinado com o art. 364 CC
- SÚMULA 214 STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não
anuiu.
- essa súmula é de 1998 e correspondia ao art. 1.483 do antigo CC e corresponde ao atual 819 CC
Veja Ementas que ampararam a Súmula: disponível em: https://www.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-
sumulas-2011_16_capSumula214.pdf
Civil. Locação. Fiança. I - O artigo 1.483 do Código Civil dispõe expressamente que a fiança deve se dar por escrito e não
admite interpretação extensiva. Assim sendo, se houve o ajustamento do valor da locação maior do que estipulado no
contrato, com a transigência da locatária, os fiadores não estarão obrigados a responder pelo débito cobrado, não havendo que
se falar em “assentimento tácito”. II - Recurso provido, a fim de que sejam excluídos do débito os valores cobrados em
decorrência do reajuste extracontratual, sem prejuízo de liquidez, certeza e exigibilidade do título exeqüendo. (RECURSO
ESPECIAL N. 34.981-SP (93.0013173-7).
Locação. Fiança. Ação revisional de aluguéis de que não participou o fiador. - A teor do art. 1.483 do Código Civil, que não
admite interpretação extensiva ao contrato de fiança, não pode ser o fiador responsabilizado por diferenças de aluguéis
ajustados em ação revisional de que não foi cientificado. - Precedentes do STJ. - Recurso provido. (RECURSO ESPECIAL N.
DA COMPENSAÇÃO: arts. 368/380 CC
Conceito (CRG): Compensação é meio de extinção de obrigações entre pessoas que são, ao
mesmo tempo, credor e devedor uma da outra.
Acarreta a extinção de duas obrigações cujos credores são, simultaneamente, devedores um do
outro.
É modo indireto de extinção das obrigações, sucedâneo do pagamento, por produzir o mesmo
efeito deste.
DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES: arts. 389/393 CC
- art. 389: trata da responsabilidade civil contratual - não cumprida a obrigação o devedor responderá
por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo os índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários advocatícios
- art. 390: sendo obrigação de não fazer, há inadimplemento ao executar ato a que devia se abster
- art. 391: o ativo patrimonial do devedor é que responde pelas obrigações não cumpridas
- Exceção: ocorre com a impenhorabilidade de bens assim indicados em testamento ou quando há
impenhorabilidade do bem de família ou outro definido por lei
CAPÍTULO IX
Da Remissão das Dívidas
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus
co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda
reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
- Remissão = perdão de dívida
- Direito exclusivo do credor
- Exonera o devedor
- Difere da remição (COM Ç) = resgate
- negócio jurídico bilateral: pagamento indireto e condicionalmente, DEVE ser aceita pelo devedor ( sujeito
passivo da obrigação)
- Flávio Tartuce:“a remissão somente pode ocorrer não havendo prejuízo a terceiros, outra valorização da boa-fé. Por
uma questão lógica, somente é possível o perdão de direitos patrimoniais de caráter privado e desde que não
prejudique o interesse público ou da coletividade (função social da remissão)”.
-
- CODEVEDOR: concessão da remissão extingue sua obrigação referente à sua cota parte da obrigação
- Não é extensível aos outros codevedores (art. 388 do CC)
- Nesse caso, o credor ao cobrar a dívida deve deve abater a cotaparte perdoada, bem como excluir a
pessoa do codevedor perdoado
- A solidariedade dos codevedores para outras situações da relação obrigacional fica mantida
- Art. 387 CC: a devolução de bem empenhado (dado em penhor) pelo credor ao devedor não gera a
remissão (perdão da dívida)
- Acarreta apenas a renúncia sobre a garantia
- Penhora é acessório e não atinge o principal (dívida)
OBS.:
Renúncia é ato unilateral e de disposição de direito quando possível e não é meio indireto de pagamento da
obrigação
Remissão é ato bilateral e se relaciona à obrigação celebrada e quando pretendida pelo credor, deve haver
anuência do devedor
- art. 392 CC: os contratos oneroso gera responsabilização por culpa, salvo as exceções legais
- ausência de culpa e inevitabilidade do evento danoso: caso fortuito, força maior, culpa exclusiva de
terceiro, mora accipiendi.
- art. 393 CC: o caso fortuito ou força maior não gera responsabilização do devedor, salvo cláusula
contratual expressa em sentido contrário
- Exceção: na mora o devedor responde ainda que o dano (perda ou deterioração) decorra de
caso fortuito ou força maior, desde que não possa provar que, ainda que não estivesse em mora,
os danos teriam ocorrido
- DA MORA: art. 394/401 CC
-mora é cumprimento imperfeito da obrigação (relativo, pois ainda pode ser cumprido) em lugar diverso, fora do
prazo ou de modo diferente do que fora originariamente determinado por lei ou avençado pelas partes, por culpa
do devedor ou por ato do credor
- art. 394 CC: a mora pode ser solvendi ou accipiendi
Mora do devedor (solvendi) – o devedor por culpa não efetua o pagamento no tempo, lugar e modo devidos
por força de lei ou convenção: (depende de culpa – art. 396 CC)
Mora do credor (accipiendi) – recusa do credor em receber no tempo, lugar e forma estabelecidos em lei ou
convenção
Efeitos da mora do devedor
- art. 395 CC: o devedor em mora responde por prejuízos, juros, correção monetária e honorários advocatícios
- ainda pode responder pelo risco da prestação se tornar inútil para o credor, situação em que deverá pagar as 
perdas e danos decorrentes do inadimplemento absoluto (art. 395, parágrafo único CC)
- deve o credor provar a inutilidade da prestação, ao alegar que a hipótese é de inadimplemento absoluto e não 
mais de mora (inadimplemento relativo)
- art. 399 CC: o devedor em mora ainda responde pela impossibilidade da prestação decorrente de caso fortuito ou de 
força maior, salvo se provar que mesmo havendo cumprido pontualmente com a prestação teria ocorrido o dano
DO INÍCIO DA MORA:
- art. 397 CC: nas obrigações a termo a mora se inicia do vencimento da obrigação, sem a necessidade de
interpelação
- Exemplo: vencimento dia 10: não sendo paga a dívida estará em mora o devedor a partir
desse momento, caso seja a obrigação positiva e líquida
- parágrafo único do art. 397 CC: obrigação pura, sem termo - a mora se constitui mediante
interpelação judicial ou extrajudicial promovida pelo credor em face do devedor
- Obrigação decorrente de ato ilícito: o devedor está em mora desde o dia em que praticou o ato ilícito
DA PURGAÇÃO DA MORA
A purgação (ou emenda da mora) é ato espontâneo do devedor ou do credor para resolver e minimizar a
situação descumprida e arcar com os efeitos da mora para evitar responder por consequências mais 
prejudiciais, como por exemplo o despejo, para o locatário em mora.
- art. 401 CC:
I. O devedor purga a mora oferecendo a prestação e mais os prejuízos decorrentes do dia da oferta,
como juros, multa, danos, verbas sucumbenciais (estas devidas se houver ação proposta)
Ressalte-se que se a mora deu espaço ao inadimplemento absoluto não é mais cabível a purgação 
da mora.
II. O credor purga a mora recebendo o pagamento e sujeitando-se aos seus efeitos até a data do
recebimento.
Das perdas e danos: Arts. 402/405 CC: abrangem lucros cessantes e danos emergentes (art. 402 do CC).
- não deve o prejudicado ter lucro com a indenização
Danos emergentes: danos morais e/ou materiais experimentados e provados pelo credor
 - deve resultar do inadimplemento para configuração do nexo causal
- art. 404 CC: pagamento em espécie: a perda consiste no pagamento de juros de mora, multa (pena
convencional), correção monetária, custas e honorários advocatícios
- art. 404, parágrafo único: se provado que os juros de mora não cobrem o prejuízo do credor o juiz,
não havendo pena convencional, pode conceder ao credor indenização suplementar
- art. 405 CC: juros de mora contam-se desde a citação inicial
Lucros cessantes: valores que o credor razoavelmente deixou de lucrar por causa do inadimplemento
- torna-se, em regra, difícil a prova do lucro futuro
- não pode ser superestimado pelo pretenso credor: deve demonstrar cálculo da média dos seus
lucros em situação regular de atividade, analisando e demonstrando os fatos antecedentes.
- não é possível incluir em tal demonstrativo ganhos excepcionais e imprevisíveis
Dos juros legais: arts. 406/407 CC
- juro é o preço pelo uso do capital, o fruto civil, rendimento do dinheiro
se presta a remunerar o credor que resta privado de seu capital e pagar-lhe o risco em não receber
de volta referido capital
Cláusula Penal: arts. 408/416 CC
- é “disposição contratual acessória em que as partes estabelecem uma penalidade para o 
descumprimento absoluto ou relativo (mora) da obrigação assumida, com o escopo de reforçar o vínculo, 
causando nas partes receio em descumprir o contrato, já que a multa é ainda mais onerosa”
- gera sensação de ampliar as chances de adimplemento e se mostra interessante ao credor
- em tal caso não precisa demonstrar perdas e danos
- Contudo, a ideia principal em prever cláusula penal é o de desestimular o descumprimento, eis 
que o inadimplente saberá que sua obrigação descumprida majorará sua obrigação, podendo 
até impossibilitar o cumprimento
- Natureza jurídica: é obrigação acessória e sua existência pressupõe prestação principal, cujo cumprimento a 
cláusula penal visa garantir
Espécies (conteúdo on-line):
1. Compensatória: refere-se à inexecução completa da obrigação. A multa compensatória não pode ser cumulada com a
prestação principal, posto que a substitui, tornando-se alternativa para o credor (art. 410 do CC).
2. Moratória: para os casos de inadimplemento relativo da prestação ou descumprimento de cláusula especial estipulada
pelas partes (art. 411 do CC). Nesse caso, o credor pode exigir a prestação principal mais a multa fixada em razão da mora.
Do valor fixado em cláusula penal:
O valor não pode exceder o da obrigação principal (art. 412 do CC) e deve ser reduzido pelo juiz se a obrigação principal for
cumprida parcialmente de forma proveitosa para o credor (art. 413 do CC).
A redução proporcional da multa prevista no art. 413 do CC é norma cogente, não pode ser elidida por cláusula em sentido
contrário.
A multa moratória não sofre redução por cumprimento parcial, pois sua finalidade é indenizar o credor justamente pelo
descumprimento parcial. A redução proporcional é feita em caso de cláusula penal compensatória.
Arras ou sinal: art. 417/420 CC
Conceito (conteúdo on-line): as arras são a importância em dinheiro ou a coisa móvel dada por um 
contratante ao outro, na conclusão do contrato, com o escopo de firmar a presunção de acordo final e 
tornar obrigatório o ajuste. É frequente, porém, que, por convenção expressa, as arras sirvam para
assegurar a cada contratante o direito de arrependimento, coma perda apenas do valor correspondente
ao sinal.
Quando a força do consentimento passa a aperfeiçoar por si o contrato, as arras perdem o caráter de
elemento de reforço do vínculo para servirem apenas de prova da existência do contrato.
Hoje as arras são usadas mais como direito de arrependimento, com a perda do sinal, ou a sua devolução
em dobro, que como indício da conclusão do contrato (prova do acordo final, com caráter confirmatório).
Das espécies de arras:
1. Arras confirmatórias: têm a finalidade de demonstrar a existência da composição final de vontades. Tais arras
são computadas na prestação principal devida, se do mesmo gênero da principal; ou devem ser restituídas (art.
417 do CC).
2. Arras penitenciais (art. 420 do CC): asseguram às partes o direito de se arrepender, com a perda do sinal
(quem ofereceu o sinal o perde e, que o recebeu, o devolve e ainda paga valor correspondente ao outro pré
contratante – daí se dizer que se devolve em dobro o sinal). A devolução em dobro ainda seguirá com correção
monetária, juros e honorários advocatícios.
Obs.: sem convenção expressa em sentido contrário, as arras serão (no silêncio das partes) confirmatórias.
Diante do descumprimento do contrato ocorre a perda do sinal, ou a sua restituição em dobro, e mais as perdas e
danos; ou o pleito de execução do contrato e mais perdas e danos (art. 419 do CC).
A faculdade de arrependimento decorre do contrato e não da natureza das arras.
Natureza Jurídica:
Tem natureza de pacto acessório, para demonstrar a existência e tornar obrigatório (confirmar) o vínculo principal, ou 
permitir o desfazimento da obrigação principal (arras penitenciais).

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