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Organização deste material: Rodolfo Ribeiro; e-mail: rodolforibeiro.souza@hotmail.com. Direito Penal II: RESUMO DOS ARTS. 29 AO 99 CONCURSO DE PESSOAS (ARTS. 29-32 CP) 1. Concurso de Pessoas - necessário e eventual: O concurso necessário é oriundo dos crimes plurissubjetivos (que tem mais de um sujeito), todos são co-autores uns dos outros, só pode ser praticado por duas ou mais pessoas. O concurso eventual refere-se aos crimes unissubjetivos, aqueles que são praticados por uma única pessoa, mas que eventualmente são praticados por duas ou mais pessoas (Concurso de pessoas – Art.29). 2. Requisitos para a verificação do concurso de pessoas: 1)Pluralidade de agentes e de condutas: Mínimo de duas pessoas que, envidando esforços conjuntos, almejam praticar determinada infração penal. 2)Relevância causal de cada conduta: É o nexo de causalidade, relevância de cada conduta para o crime. 3)Liame subjetivo entre os agentes: O vínculo psicológico que une os agentes para a prática da mesma infração penal. 4)Identidade de infração penal: Os agentes devem querer praticar a mesma infração penal. Síntese: Somente quando duas ou mais pessoas, unidas pelo liame subjetivo, levarem a efeito condutas relevantes dirigidas ao cometimento de uma mesma infração penal é que poderemos falar em concurso de pessoas. 4. Autoria: Pode ser o que execute diretamente a conduta do tipo penal, ou aquele que utiliza de outrem para praticar a conduta criminal (autor mediato/indireto), diferentemente do autor intelectual. Ver Conceitos de autor. 3. Teorias sobre o Concurso de Pessoas: 1)Teoria Pluralista: A pluralidade de agentes corresponde a pluralidade de crimes. Existem tantos crimes quantos forem os participantes do fato delituoso. 2)Teoria Dualista: Distingue o crime praticado pelos autores daqueles cometido pelos participes, haverá uma infração penal para os autores e outra para os partícipes. 3)Teoria unitária ou monista: Adotada pelo CP, existe um crime único que é atribuído a todos aqueles que para ele concorreram, incidindo sobre eles a pena cominada, na medida de sua culpabilidade. 5. Conceito de autor: - Restritivo: Se divide em objetivo formal (A restritiva por excelência, autor é quem pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal) e objetivo material (Complementação do objetivo formal, segundo a qual autor é aquele que mais contribuiu para o crime). –Extensivo: Todos que colaboraram para a pratica do crime são autores. Subjetiva da participação: O autor (protagonista) tem a vontade de ser autor, ele quer o fato como próprio e o participe (coadjuvante) é o que tem a vontade de ser o partícipe, ele quer o fato como alheio, exerce papel secundário. Esbarra no matador de aluguel por exemplo. Teoria do Domínio do fato: Objetivo-subjetivo, autor é aquele que tem o domínio funcional do fato, isto é, a decisão sobre consumar ou desistir do fato, tem o domínio final do fato. 6. Autoria Colateral: É quando dois agentes, embora convergindo as suas condutas para a prática de determinado fato criminoso, não atuam unidos pelo liame subjetivo. Não há de se falar nisso em concurso de pessoas. A e B Atiram em C, sem vínculo psicológico... 7. Autoria Incerta: Sabe-se quem são os autores colaterais, mas não se consegue concluir, com certeza, quem produziu os resultados. 8. Coautoria: São coautores os que têm participação importante e necessária no cometimento da infração. Não é exigido que todos pratiquem a conduta descrita no tipo do núcleo. Coautor é quem possuindo as qualidades pessoais de autor, possui o domínio funcional do fato, tomando a decisão comum a respeito do fato. 10. Multidão delinquente: Crimes praticados sob a influência de tumulto. Diversas pessoas perdem o discernimento em circunstâncias ou ocasião de alta exaltação e, não respeitando mais as normas, passa a atuar em desarmonia com os padrões éticos e morais, cometendo delitos. Ex.: Linchamento. 12. Colaboração premiada: É o instituto onde o acusado no processo penal contribui com as investigações, confessando sua autoria e denunciando seus companheiros com o fim de obter, ao final do processo, algumas vantagens na aplicação de sua pena, ou até mesmo a extinção da punibilidade Lei 12.850/13 13. Participação dolosamente distinta: Coautor ou partícipe ajusta um crime e ocorre crime diverso, mais grave do que o combinado. Cada qual responde pelo seu dolo, mas se fosse previsível o resultado mais grave a pena poderá ser aumentada até a metade. 9. Partícipe: Aquele que exerce atividade acessória no crime. Não tem o poder de decidir a respeito do crime, apesar de com ele colaborar. Pode ser moral, quando o agente induz ou instiga (estimula) a pratica do crime, e material, quando o agente auxilia na execução do crime, sem, todavia, realizar diretamente o ato da execução, é por cumplicidade, prestação de auxílios materiais. 11. Organização criminosa: É a união de quatro ou mais pessoas que se estruturam ordenadamente dividindo suas tarefas com habitualidade e permanência, ainda que de maneira informal, com o objetivo de obter vantagem de qualquer natureza, mediante pratica de infrações penais cuja pena cominada máxima seja igual ou superior a quatro anos. 14. Participação de menor importância: (Só partícipe) Causa geral de diminuição da pena (1/6 à 1/3). Avalia-se o grau de colaboração do partícipe. Ocorre porque a culpabilidade é menos expressiva nesse tipo de participação. TEORIA GERAL DA PENA (ARTS. 32-99 CP ) 1. Prisão simples: É a pena cumprida sem rigor penitenciário em um estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime aberto ou semi-aberto. É pena aplicada em face de contravenção penal, que por sua vez é infração penal de menor lesividade. Não excede o cumprimento da pena em 05 anos. 2. Reclusão e detenção: São penas privativas de liberdade previstas em nosso código, a primeira deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto, ou aberto, enquanto a de detenção em regime semiaberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 3. Regime aberto: É baseado na autodisciplina e no senso de responsabilidade do condenado, sendo ponte para sua reinserção na sociedade. O condenado pode trabalhar ou freqüentar cursos, em liberdade, durante o dia. Cumprimento na Casa do Albergado. Permanece recolhido no período noturno e nos dias de folga. Não há remição da pena pelo trabalho, pois este é elemento indispensável/constitutivo para o regime aberto, só não é nas hipóteses previstas pelo art. 117 – LEP. 7. Regime especial: As mulheres devem cumprir suas penas em estabelecimentos próprios (Art. 5°, XLVIII). As agentes devem ser do sexo feminino. Deve haver berçários nos estabelecimentos, bem como creches para crianças ate os 07 anos. ____________________________________________________ 8. Regime Disciplinar Diferenciado (RDD): Implica em um maior 4. Regime Semiaberto: Pena deve ser cumprida em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar, é permitido o trabalho em comum durante o período diurno. Pode haver trabalho externo, pode cursos supletivos, profissionalizantes, de instituição de segundo grau ou superior. Pode haver a remição pelo trabalho ou estudo. 5. RegimeFechado: A pena é cumprida em estabelecimento penal de segurança máxima ou média, sendo viabilizado o trabalho dentro do estabelecimento. O trabalho externo é admitido somente em serviços ou obras públicas para os que já cumpriram 1/6 da pena. Há remição da pena pelo trabalho ou estudo. 6. Progressão e Regressão de Regime: (Ver art. 112 LEP). Na progressão as penas privativas de liberdade serão executadas em forma progressiva, segundo o mérito/comportamento do condenado. Organização deste material: Rodolfo Ribeiro; e-mail: rodolforibeiro.souza@hotmail.com. grau de isolamento e em restrições de contato com o mundo exterior. O condenado definitivo que cometer crime doloso contra a ordem e a disciplina interna do estabelecimento será recolhido em cela individual, com duas horas de banho de sol por dia, pelo máximo de 360 dias; terá direito a visita de duas pessoas, por no máximo, duas horas semanais. 9. Detração Penal: Aquele que estava preso no Brasil ou no estrangeiro aguardando julgamento, se condenado, tem descontado esse tempo de espera quando for cumprir a pena. Computam-se o tempo de prisão provisória, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer estabelecimento referido no art. 41 do CP. 11. Substituição: O juiz pode substituir a pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, desde que atenda aos seguintes requisitos: 1) Pena privativa de liberdade não superior a 4 anos, se o crime não tiver sido praticado com violência ou grave ameaça a pessoa; para crime culposo qualquer que seja a pena; 2) Inexistência de reincidência em crime doloso, salvo a exceção do parágrafo 3º, do artigo 44 do CP; 3) Se a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja eficiente. 13. Multa substitutiva: A multa consiste numa substituição que o juiz efetuará no caso de uma pena privativa de liberdade não superior a um ano, fixada entre 10 e 360 dias-multa, devendo ser levado em conta à situação econômica do réu. O valor será destinado ao fundo penitenciário. 15. Calculo da pena: O calculo é divido em três fases: Na primeira, observando o estabelecido no art. 59 do CP, deve-se encontrar a pena-base, sobre a qual incidirão os outros cálculos. Na segunda fase, são consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes, previstas na parte geral do CP. Na terceira fase, são levadas em conta as causas de diminuição e de aumento da pena. Síntese: 1º: Circunstâncias Judiciais (Art. 59 CP); 2º Circunstâncias Atenuantes e Agravantes (Arts. 61 ao 66); 3º Causas de aumento e de diminuição da pena (Previstos na parte geral e na parte especial). 18. Concurso de crimes: É a ocorrência de dois ou mais delitos, por meio da prática de uma ou mais ações (pluralidade de fatos). Há três espécies: 1) Concurso material ou real (art.69 CP): O agente, com duas ou mais ações ou omissões, comete dois ou mais crimes, idênticos ou não; 2) Concurso formal ou ideal (art. 70 CP): O agente, mediante uma única ação, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não; 3) Crime continuado (art.71): O agente, com duas ou mais ações ou omissões, comete dois ou mais crimes da mesma espécie e nas mesmas circunstâncias de tempo, local e modo de execução. 20. Resultado diverso do pretendido (Aberractio Criminis): Quando por erro na execução ou por acidente, o resultado ocorre de maneira diferente da pretendida. O erro é de coisa para pessoa. Havendo resultado único, devemos desprezar o dolo inicial do agente, e o responsabilizar a titulo de culpa pelo resultado. 24. Efeitos da condenação: Imposição das penas. Sua finalidade é aplicar ao agente a pena que proporcionalmente mais se aproxima do mal por ele praticado a fim de cumprir as metas de provação e prevenção do crime. Dividem-se em genéricos (art.91-CP) e específicos, sendo que estes devem ser expressamente declarados na sentença, não havendo essa necessidade nos genéricos. (art. 92- CP). 26. Medidas de segurança: Aplicada em regra, ao inimputável que houver praticado uma conduta típica e ilícita, mas não sendo, porém, culpável. Ele será absolvido, mas lhe será aplicada uma medida de segurança, cuja finalidade se destina a cura ou tratamento de quem praticou o ilícito. Pode ser por internação ou tratamento ambulatorial. Não obstante a discussão por conta do limite estabelecido pelo art. 75 do CP dura enquanto o tratamento for necessário. Também pode ser aplicada ao semi-imputável nos termos do artigo 98 do CP. É tempo mínimo de cumprimento da pena (1/6) + mérito do condenado, parte-se do regime mais severo para o mais brando. Ao contrario, na regressão volta o condenado para o regime mais rigoroso. Só há regressão se antes tiver havido a progressão. Pode ser regredido se houver cometimento de falta grave ou fato definido como doloso, ou ainda, se sofrer condenação por crime anterior. 10. Pena restritiva de direitos: Surgiu na busca de uma alternativa para a pena privativa de liberdade, que contava com altos índices de reincidência. São substitutivas a prisão e não podem ser suspensas ou substituídas por multa. Elencadas no art. 43 do CP, visam restringir o exercício de um direito. São aplicáveis independentemente de cominação na parte especial, em substituição á pena privativa de liberdade, se atendido os requisitos. É convertida em privativa de liberdade quando ocorre o descumprimento injustificado da restrição imposta. 12. Pena de Multa: É o pagamento ao fundo penitenciário de quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa, é uma sanção de natureza patrimonial. 14. Princípios Constitucionais da Teoria Geral da Pena: São garantias fundamentais ao indivíduo que constituem base ao Direito Penal. Dentre eles: 1) P. da Dignidade da pessoa Humana (Art. 1º, III, CF/88); 2) P. da Igualdade (Art.5°, I, CF/88); 3) P. da Legalidade (Art. 5°, II, CF/88); 4) P. da Anterioridade (Art. 5°, XXXIX, CF/88); 5) P. Irretroatibilidade da lei penal (Art. 5º, XL, CF/88); 6) P. da Personalidade ou responsabilidade pessoal (art. 5º, XLV, CF/88); 7) Princípio da Humanidade (Art. 5º, XLVII e XLIX, CF/88)... 16. Circunstâncias Agravantes: Circunstâncias são dados periféricos que gravitam ao redor da figura típica. As que agravam a pena estão descritas no art. 61 e 62 do CP. Tem por finalidade aumentar a pena aplicada ao sentenciado, quando não constituem ou qualificam o crime. Ex.: Reincidência. 17. Circunstâncias Atenuantes: Estão descritas no art. 65 do CP, e no art. 66 do referido diploma que trata das chamadas Circunstâncias Inominadas. Tem por finalidade diminuir a pena aplicada ao sentenciado. Ex.: Maior de 70 anos (Data da sentença). 19. Erro na execução (Aberractio Ictus): É um desvio no golpe ou aberração no ataque, em relação a pessoa a ser atingida. Não se engana quanto a quem deseja acertar (Art.20, § 3º), erra o alvo e acerta outra pessoa. Responde pelo crime considerando-se as qualidades da vítima visada. 21. Sursis Penal: É a suspensão condicional da pena privativa de liberdade. É direito subjetivo do réu, desde que analisados e preenchidos os requisitos elencados no art. 77 do CP. Visa reeducar criminosos. Pode ser Simples, Especial, Etário e Humanitário. 22. Sursis Processual: É a suspensão condicional do processo, prevista no art. 29 da lei 9099/95, cabível a qualquer crime cuja pena mínima não exceda a um ano. É hábil instrumento de justiça e economia processual. 23. Livramento Condicional: É medida de política criminal. Consiste em uma antecipação provisória da liberdade do condenado,abreviando sua reinserção ao convívio social, desde que presente os requisitos de ordem subjetiva e objetiva, mediante o cumprimento de determinadas condições. 25. Reabilitação: Ultimamente é mais teórica do que prática, em regra alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação. Benefício que tem por finalidade restituir o condenado a situação anterior a condenação. O Art. 202 da LEP dispõe sobre o mesmo assunto de forma diferente. Abreviaturas: 1) CP: Código Penal; 2) LEP: Lei de Execução Penal (LEI Nº 7.210/84); 3) CF/88: Constituição da República Federativa Do Brasil De 1988
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