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DIREITO PENAL 1 AV1 – AV2 Aula 1: 03/08/2015 Professor : Luciano Filizola Direito Penal 1 – Princípios/Norma Penal/Teoria do Delito 2 – Concurso de Agentes/Concurso de Crime/Teoria da Pena/Medida de Segurança/Punibilidade 3 – PG até 120 4 – PE / Leis Especiais 121-310 Fazer Criminologia. Ler: Luiz Regis Prado Rogerio Greco (Baixado) Guilherme de Souza Nucci (Baixado) Cezar Roberto Bitencourt Fernando Capes Francisco de Assis Toledo Celso Delmanto Pena criminal: é a sanção imposta a quem comete os crimes previstos em nosso ordenamento jurídico. São elas: privativas de liberdade (reclusão e detenção), restritivas de direito (ex.: prestação pecuniária, limitação de fim de semana, prestação de serviços à comunidade) e multa. Medida de segurança: é a sanção imposta aos inimputáveis (Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.). As medidas de segurança são de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou de sujeição a tratamento ambulatorial. Direito público: Direito concernente às relações jurídicas de natureza pública. Aula 2: 10/08/2015 O Direito Penal O direito penal pertence ao direito público, pois seu objeto refere-se primordialmente às relações do Estado com particulares em razão de seu poder soberano, atuando na tutela do bem-estar coletivo. No garantismo, o Direito Penal tem como fim limitar o poder punitivo do Estado e garantir que o cidadão não sofra arbitrariedades por parte do Estado, o qual sempre deverá agir segundo a lei. Descrição Objeto de estudo do Direito Penal é a infração penal. Infração Penal - Contravenção (Decreto Lei 3.688/41 o LCP) Não será estudado, pois a maior parte das contravenções que eram de maior importância se tornaram crime, ou foram revogadas. - Crimes O objeto que será estudado. Crime Crime é toda conduta ilícita sancionada com uma pena. Todo crime é uma conduta ilícita, mas nem todo ilícito é crime. Função do Direito Penal Tutelar e proteger bens jurídicos, que são valores presentes na sociedade que o Estado reconhece a relevância e as acolhe passando a protegê-los por meio das normas jurídicas. Porém a majoritária é de o Direito Penal limita o poder punitivo do Estado. Bens jurídicos São valores presentes na sociedade que o Estado reconhece e acolhe através de suas normas. Como reconhecendo a relevância de um Bem jurídico o Direito penal o protege? Isso se dá no momento que o Direito penal criminaliza condutas lesivas a esses bens, implicitamente está criado um mandamento que visa proibir, coibir a conduta lesiva de forma intimidativa através das normas. Garantismo (Luigi Ferrajoli) O movimento capitaneado por Luigi Ferrajoli, que diz que o Direito penal visa substituir a vingança privada limitando o poder punitivo do Estado. O penalista e criminólogo argentino, Zaffaroni, um garantista, compara o Direito Penal com uma represa, que necessita de pontos de escoamento para aliviar a pressão na represa. Direito Penal mínimo, aplicado nos casos mais graves. Ler “Dos delitos e das penas.” Ler “Em busca das penas perdidas.” Autor: Zaffaroni Fontes do Direito Penal Materiais Formais Fontes materiais Indicam o órgão encarregado da produção do direito penal. Em nosso ordenamento jurídico, somente a União possui competência legislativa para criar normas penais (Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;). Os estados e municípios não podem legislar matéria criminal. Fontes formais Se subdividem-se em: Imediatas: Somente a lei pode servir como fonte primária e imediata do direito penal, porquanto não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (CF, art. 5º, XXXIX, e CP, art. 1º). Apenas leis Federias strictu sensu, afastando assim: portarias e medidas provisórias, pois só se admite quando emanadas do congresso nacional. Mediatas: fontes secundárias ou mediatas: são os costumes (―conjunto de normas de comportamento a que pessoas obedecem de maneira uniforme e constante pela convicção de sua obrigatoriedade‖ — Damásio de Jesus, Direito penal: parte geral, v. 1, p. 27) e os princípios gerais de direito (―premissas éticas que são extraídas, mediante indução, do material legislativo‖ — idem, p. 29). Tais fontes formais sofrem importante limitação como decorrência do princípio da legalidade (CF, art. 5º, XXXIX, e CP, art. 1º). Não se admite que de seu emprego resulte o surgimento de crimes não previstos em lei ou, ainda, a agravação da punibilidade de delitos já existentes. Dogmática penal Criminologia tradicional Política criminal Os costumes isoladamente não podem fundamentar uma condenação criminal, tendo em vista a necessidade da presença de uma lei. Movimento Pós-positivismo. Antes de aplicar a lei deve ser feita a justiça. Aplicar uma lei levando a um prejuízo maior que sua não aplicação, então não se aplica a lei. Princípios limitadores - Princípio da legalidade Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (CF, art. 5º, XXXIX, e CP, art. 1º). - Principio da máxima taxatividade A lei ao descrever a conduta deve ser precisa, não podendo se utilizar de expressões vagas e indeterminadas. Analise formal: é da forma, se ela obedeceu aos requisitos de produção, a lei existe formalmente. Analise material: é do seu conteúdo, a analise do que a lei criminaliza. “Nullum crimen, nula poena sine lege.” - Princípio da lesividade ou ofensividade Só pode ser definida como crime uma conduta que leciona ou coloca em perigo um bem jurídico relevante. - Princípio da subsidiariedade ou fragmetariedade ou intervenção mínima ―Ultima ratio‖ Significa que o Direito Penal só deve ser aplicado em ultimo caso, quando se verificar que os demais ramos do direito não são coercitivos o suficiente para determinado caso. Aula 3: 17/08/2015 - Princípio da insignificância ou bagatela Tendo em vista a drasticidade do Direito Penal este não pode ser aplicado a aquelas lesões de pequena monta. Agressão culposa cabe este principio, se houver dolo não. ―Com efeito, o princípio da insignificância é um princípio geral e ordenador do Direito Penal incidindo sobre todas as normas de cunho penal, e não somente sobre aquelas com características patrimoniais. Cunhá-lo, com base na patrimonialidade, é amputar uma grande parcela de sua aplicabilidade esvaziando-o quase que por completo.‖ (Cássio Lazzari Prestes) - Princípio da adequação social Não será crime aquela conduta que num determinado contexto venha a ser tolerada pela sociedade. - Princípio da culpabilidade (01 – 00:31:17) Só pode ser definida como crime uma conduta se houver dolo ou culpa, afastando assim a responsabilidade objetiva, a qual não precisa nem de dolo e nem de culpa como se verifica no Direito administrativo e no Direito do consumidor. Influenciado pelo Finalismo o dolo e a culpa não é mais estudado dentro da culpabilidade, mas dentro do fato típico. Porém o principio da culpabilidade ainda traz em sua definição que só há crime se há dolo ou culpa. Dolo: Existea intenção. Culpa: falta de cuidado que gera um resultado previsível. Norma Penal (02 – 00:00:35) É o conjunto de normas incriminadoras, bem como princípios e regras e aplicação do Direito Penal. Espécies - Incriminadora (02 – 00:03:30): Descreve a conduta que se pretende coibir e define a pena a ser aplicada (tipo penal que surge a partir do Art. 121). Normal incriminadora só aparece na parte especial. Via de regra esse é o modelo: Art. Preceito primário. Tem a descrição da conduta. Pena. Preceito secundário. A definição da pena. Ex.: Art. 213. e Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. - Não Incriminadora - Permissiva (02 – 00:11:55): É aquela que autoriza uma conduta ou permite a não aplicação da pena. Ex. art. 22, 25, 26, 107 e 128 do CP Coação irresistível e obediência hierárquica Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Legítima defesa Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Extinção da punibilidade Art. 107. Extingue-se a punibilidade: - Complementares ou explicativas (02 – 00:18:58): São aquelas que definem conceitos e regras de aplicação do Direito Penal. Ex. art. 2º, 5º, 33, 59 e 327 do CP Lei penal no tempo Art. 2.º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Reclusão e detenção Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Norma Penal em branco (02 – 00:26:50) É uma normal incriminadora incompleta ou lacunosa que necessita de outro ato normativo para sua integração. Ex. art. 236, 237, 269 do CP Lei 11343/06 art. 33 Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Homogênea: Entende-se por lei penal em branco homogênea aquela cujo complemento se encontra descrito numa fonte formal da mesma hierarquia da norma incriminadora, ou seja, quando o complemento também está previsto numa lei ordinária (ou outra espécie normativa equivalente). Exemplo: art. 237 do CP (―Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta‖), cujo complemento se encontra no Código Civil, o qual enumera as causas de nulidade do matrimônio nos arts. 1.521, 1.517, 1.523 e 1.550. Estrito ou heterogênea: Em sentido estrito ou heterogênea é aquela cujo complemento está descrito em fonte formal distinta daquela do tipo penal incriminador. Ex.: Lei n. 11.343/2006, art. 33 (tráfico ilícito de drogas), que não indica quais são as ―drogas ilícitas‖, delegando tal função a normas administrativas, (portarias da ANVISA); com efeito, o art. 1º, parágrafo único, desta Lei dispõe que: ―... consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União‖. Analogia no Direito penal (AnalogiaIn bonam partem) (03 – 00:03:55) Tendo em vista o principio da legalidade não é possível o uso da analogia, salvo quando for para beneficiar o réu. Analogia – In bonam partem é diferente de Interpretação analógica Interpretação analógica (03 – 00:12:15) É possível quando a norma através de uma formula casuística venha a permitir sua aplicação a casos semelhantes. Ex.: Ameaça Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Conflito aparente de normas (Principio do “ne bis in idem”) (03 – 00:28:10) Ocorre quando duas ou mais normas são aparentemente aplicáveis a um mesmo fato, porém apenas uma delas terá real incidência, tendo em vista o principio do ne bis in idem. Segundo o qual ninguém pode ser punido duas vezes com base no mesmo fato. Qual norma afastar e qual norma usar? Principio da especialidade: A norma é especial com relação a geral, quando trouxer os mesmo elementos desta e mais alguns, chamado especializantes, fazendo que a norma geral seja afastada. Ex. art. 121 e 123 do CP Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos. Infanticídio Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Principio da subsidiariedade (03 – 00:44:13): A norma é subsidiaria, também chamada de exercito de reserva, nunca é utilizada quando presente alguma norma principal que defina o fato como um crime mais grave. Ex.: art. 132 e 146 do CP Perigo para a vida ou saúde de outrem (subsidiariedade expressa) Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. Constrangimento ilegal (subsidiariedade tácita) Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. Principio da consunção: Não se pune o delito quando for fase normal de preparação ou execução de outro crime, fazendo que o crime fim absorva o crime meio. Ex.: art. 121 do CP Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos. Principio da alternatividade (03 – 01:06:05): Em um tipo penal de ação múltipla ou de núcleo variado se o agente praticar mais de uma das condutas, porem num mesmo contexto, responderá por um só delito. Ex.: art. 180 do CP Receptação Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Diversos são os princípios de Direito Penal que estão assegurados na Constituição. Vejamos: - Princípio da dignidade da pessoa humana: A Constituição Federal estabelece como fundamento do Estado Democrático de Direito a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III). No art. 5º determina que são invioláveis os direitos à liberdade, à vida, à igualdade, segurança e à propriedade. - Princípio da legalidade: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (CF, art. 5º, XXXIX, e CP, art. 1º). - Princípio da anterioridade da lei penal: A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu (CF, art. 5º, XL, e CP, art. 2º). - Princípio do ne bis in idem:- Princípio da insignificância ou da bagatela: Foi desenvolvido por Claus Roxin. Para o autor, a finalidade do Direito Penal consiste na proteção subsidiária de bens jurídicos. Logo, comportamentos que produzam lesões insignificantes aos objetos jurídicos tutelados pela norma penal devem ser considerados penalmente irrelevantes. A aplicação do princípio produz fatos penalmente atípicos. - Princípio da alteridade ou da transcendentalidade: - Princípio da ofensividade: - Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos (ou princípio do fato): - Princípio da intervenção mínima: - Princípio da fragmentariedade: - Princípio da adequação social: - Princípio da humanidade: As normas penais devem sempre dispensar tratamento humanizado aos sujeitos ativos de infrações penais, vedando-se a tortura, o tratamento desumano ou degradante (CF, art. 5º, III), penas de morte, de caráter perpétuo, cruéis, de banimento ou de trabalhos forçados (CF, art. 5º, XLVII). - Princípio da proporcionalidade: - Princípio da autorresponsabilidade ou das ações a próprio risco: - Princípio da confiança: - Princípio do estado de inocência ou presunção de não culpabilidade. ―Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória‖ (CF, art. 5º, LVII). - Princípio da culpabilidade: Aula 4: 24/08/2015 Lei Penal no tempo Tempo do crime art.4º Art. 4.º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Refere-se ao momento da conduta, ainda que outro seja o tempo do resultado. (Teoria da atividade) Ação se perpetuando no tempo é o crime permanente. Conflito intertemporal de leis Penais. Princípio da retroatividade da lei mais benéfica (Princípio da irretroatividade) art. 2º Lei penal no tempo Art. 2.º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Tendo em vista o princípio da legalidade a lei penal não pode ser aplicada a fatos anteriores a sua vigência, salvo quando mais benéfica. Hipóteses: 1 – novatio legis incriminadora Irretroatividade É uma lei que passa a definir como crime uma conduta anteriormente irrelevante para o Direito Penal. Ex.: 10.826/2003 lei do desarmamento 2 - abolitio crimes Retroatividade É uma lei que deixa de considerar crime uma conduta anteriormente tipificada, a qual deve ser aplicada retroativamente, sendo uma causa extintiva de punibilidade. Ex.: adultério A para haver essa hipótese a norma revogada não pode ser substituída por outra. Ex.: art.213 e 214 o artigo 214 foi revogado, mas sua redação foi incluída no art.13. 3 – novatio legis in pejus Irretroatividade É uma lei que passa a tratar com maior rigor um crime já tipificado, a qual é irretroativa. Ex. 8.072/90 lei de crimes hediondos 4 – novatio legis in mellius Retroatividade É uma lei que passa a tratar de forma mais branda um crime já tipificado, a qual deve ser aplicada retroativamente. Ex.: 11.464/07 lei de crimes hediondos Ultra-atividade (a lei penal revogada pode ser aplicada após sua revogação, quando o ilícito praticado durante a sua vigência for sucedido por lei mais severa.). Lei intermediaria mais benéfica A lei penal intermediária é assunto atinente ao conflito de leis penais no tempo. Suponha que determinado fato foi cometido na vigência da lei A. No decorrer da persecução penal sobre o mesmo fato, adveio a lei B. Por fim, no momento da sentença penal vigorava a lei C, sobre o mesmo assunto. Considerando que a lei B (lei penal intermediária) é a mais favorável de todas, a questão é: é possível aplicá-la ao réu? A doutrina entende que sim. Seguindo o raciocínio de acordo com o qual, diante de um conflito de leis penais no tempo, a regra é a da aplicabilidade da lei penal mais benéfica, defende-se a possibilidade da aplicação da lei penal intermediária ao réu. (Luiz Flávio Gomes) Exceção: Lei excepcional ou temporária Art. 3.º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Lei temporária, é aquela cujo o prazo de vigência já vem predeterminada. (É uma lei cujo o prazo já vem determinado, não é preciso de uma lei para revoga-la, ela se extingue sozinha.) Lei excepcional é aquela que a vigência fica vinculada a uma situação de emergência. Lei Penal no espaço. Aplicasse a lei Brasileira em crimes praticados em território nacional, independente da nacionalidade dos envolvidos. Princípio da territorialidade art. 5º Territorialidade Art. 5.º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Em embarcação ou aeronave a lei Brasileira se aplica: - publicas: em qualquer lugar - privadas: águas internacionais Princípio da extraterritorialidade art. 7º São os casos em que se permite a aplicação das leis Brasileiras a crimes praticados em outros países. Só pode ser aplicada a lei Brasileira se o autor do crime estiver em território nacional. Ele deve ser extraditado para o Brasil ou vir voluntariamente. Extraterritorialidade Art. 7.º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. § 1.º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. § 2.º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3.º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. No Brasil não pode extraditar nacional. Obs.: O brasileiro que cometer crime no exterior e conseguir fugir e chegar ao Brasil, só responderá criminalmente se o delito cometido no exterior for crime aqui também. Lugar do crime art. 6º (02 – 00:38:44) É aonde ocorreu à conduta, o resultado ou aonde poderia ter ocorrido o resultado (Teoria da ubiquidade). Lugar do crime Art. 6.º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.Aula 5: 31/08/2015 Formal (01 – 00:02:15) É todo ilícito sancionado com uma pena. Material (01 – 00:03:22) É toda conduta que lesiona ou coloca em risco um bem jurídico relevante, proibida por lei e sancionada com uma pena. Conceito analítico (01 – 00:03:22) Dá-se através da analise dos elementos do crime. 1 – Fato típico Conduta - Dolo - Culpa Analise do resultado Nexo causal Tipicidade 2 – Ilícito Ilicitude (01 – 00:15:11) - Proibido pelo direito Descriminante – exclui a ilicitude (01 – 00:22:15) 3 – Culpável Culpabilidade (Imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa). - Juízo de reprovação pessoal - Se o sujeito tem capacidade de avaliar que a conduta é proibida. 1984 Alteração da parte Geral (Art.1º ao 120, CP) Sujeitos do crime Passivo – Titular do bem jurídico atingido ou posto em risco pela conduta delitiva. Contra a pessoa natural, pessoa jurídica, Estado, coletividade. Ativo – Autor da conduta delitiva. (01 – 00:42:20) Quanto a responsabilidade Penal da pessoa jurídica há uma divergência: (02 – 00:11:48) Para corrente majoritária é cabível nos crimes ambientais em razão do art. 3º da lei 9605/98, porém há entendimento de que isso violaria o atual modelo de direito penal. No que tange os conceitos de conduta, culpa, dolo e culpabilidade. Classificação dos crimes (02 – 00:26:00) Quanto ao agente (sujeito ativo) - Crime Comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, o tipo penal não exige nenhuma qualidade especial. - Crime Próprio, só pode ser praticado por um grupo especifico de pessoas (art. 269/CP Omissão de notificação de doença). - Crime Mão própria, só uma determinada pessoa pode praticar. Quanto ao resultado (02 – 00:34:00) - Crime Material, é aquele que para se consumar se exige uma modificação no mundo exterior. - Crime Formal, pode ter um resultado, mas este não é exigido para consumação, basta o pedido para consumar (art. 317/CP Corrupção passiva). - Crime Mera conduta, consuma-se com mero comportamento do agente, pois se houver algum resultado lesivo, configurar-se-á outro delito (art. 150/CP Violação de domicílio). Quanto à consumação (02 – 00:46:20) - Crime Instantâneo, consuma-se num, determinado instante. Mesmo havendo desdobramentos, mas já está consumado. - Crime Permanente, ação e consumação se prolongam no tempo. (Ex. sequestro) - Crime Instantâneo de efeito permanente, se consuma num determinado momento, mas seus efeitos se prolongam no tempo, perpetuo. - Crime Habitual, Quando a conduta é habitual consuma-se (Ex. exercício ilegal de medicina.). Quanto ao dano (02 – 01:00:20) - Crime de dano, onde efetivamente há dano ao bem jurídico. - Crime de perigo: - concreto, se exige a efetiva probabilidade de dano ao bem jurídico. - abstrato, decorre de uma presunção do legislador. (perigo do perigo). 07/09/2015 Feriado da independência Aula 6: 14/09/2015 Fato Típico - Conduta - Resultado - Nexo Causal - Tipicidade Conduta Comissiva – ação Omissiva Teoria da ação (01 – 00:15:40) Casual (Escola Causalista) Von Liszt É um movimento corporal que modifica algum dado do mundo exterior. Final (Escola Finalista) Hans Welzel (01 – 00:22:40) É um movimento corporal orientado pela vontade e finalisticamente dirigido a um objetivo. (01 – 00:28:33) Omissão Própria Imprópria ou crime comissivo por omissão (Art.13 §2º CP) Omissão Própria (01 – 00:49:30) É a desobediência a uma norma mandamental configurando um crime de mera conduta, previsto em um tipo penal especifico. (Art.135, 244 e 269) Omissão imprópria Ocorre quando aquele que é responsável por um bem jurídico deixa de evitar um resultado lesivo a este, quando podia e devia agir para impedir o resultado fazendo com que responda pelo o resultado como se o tivesse provocado. Relação de causalidade Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Relevância da omissão § 2.º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Para configurar a ação basta a finalidade, ainda que esta não seja criminosa. Conclui-se que a vontade sem ser exteriorizada e o comportamento sem ser orientado pela vontade, não são relevantes para o Direito Penal. Requisitos (Para omissão imprópria, são cumulativos e sequenciais) - Poder de agir, possibilidade física de se impedir o resultado. - Evitabilidade do resultado, é a possibilidade segundo as circunstancias de se impedir o resultado. - Dever de agir para evitar o resultado, o garantidor tem o dever de agir para defender o bem jurídico a ele tutelado. Garantidor (02 – 00:28:10) Determinado por lei, vontade ou conduta anterior. Lei - determina como garantidor, pais, médicos, policiais, bombeiros e entre outros. Vontade – por força de contrato ou simples declaração, professores, baba, guia, salva-vidas particular entre outros. Conduta anterior – omisso quanto o resultado de sua própria ação. (ação – resultado – omissão). (02 – 00:48:20) Aula 7: 21/09/2015 Fato Típico - Conduta - Resultado - Nexo Causal - Tipicidade Dolo Art.18CP É a consciência e a vontade de realizar um ato que por acaso encontra-se descrito em um tipo penal. Art. 18. Diz-se o crime: • Vide art. 3.º da Lei das Contravenções Penais (Decreto-lei n. 3.688, de 3-10-1941). Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Elementos Cognitivo É a consciência atual daquilo que se pretende praticar incluindo o resultado e o respectivo nexo causal. Volitivo Trata-se de intenção de realizar e/ou produzir o resultado. Espécies Dolo Direto Dolo direto de 1º grau – É aquele cujo os elementos se mostram em sua forma mais nítida. Dolo direto de 2º grau – Refere-se aos efeitos colaterais necessários para realização do crime almejado com dolo de 1º grau. Não há crime de 2º grau sem o de 1º grau. Dolo eventual Verifica-se quando o agente ao prever a possibilidade de um resultado lesivo não interrompe sua conduta, pelo contrário, continua a praticá-la assumindo o risco da produção do resultado. A dúvida é uma característica. Culpa Art. 18. Diz-se o crime: Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. É a inobservânciade um dever de cuidado manifestada na produção de um resultado não querido, porém objetivamente previsível. Tendo em vista que o dolo está sempre implícito no tipo, só haverá crime culposo quando expressamente previsto em lei. Dano Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Se eu culposamente causo um dano a alguém minha conduta é atípica. Elementos Inobservância do dever de cuidado Decorre de um juízo de comparação entre a conduta praticada e aquela que deveria ter sido realizada para evitar o resultado. Resultado não querido e nexo causal Crime material Previsibilidade Trata-se da possibilidade de previsão segundo uma análise póstuma objetiva. Espécies Culpa consciente É aquela em que o agente não prevê a ocorrência do resultado, embora previsível. Culpa inconsciente (02 – 00:29:50) Ocorre quando o agente embora consciente do risco gerado por sua conduta, ele acredita convictamente na não ocorrência do resultado. Plausibilidade (02 – 00:36:20) Preterdolo Ocorre quando o agente ao praticar um crime doloso acaba gerando um resultado mais grave que o pretendido, que se dará a título de culpa. Ex.: Estupro seguido de morte. Art. 213 §1º Art. 129§3º Dolo no antecedente e culpa no consequente. Não existe crime de dano culposo Só há crime culposo se for definido pela norma. Aula 8: 28/09/2015 Fato Típico - Conduta - Resultado - Nexo Causal - Tipicidade Resultado Jurídico (01 – 00:02:30) É a lesão ou o perigo de lesão ao bem jurídico o que é comum a qualquer delito. Naturalismo (01 – 00:04:15) Trate-se de uma alteração no mundo exterior o quê não é comum a todos os delitos. Fato Típico - Conduta - Resultado - Nexo Causal - Tipicidade Relação de casualidade ou nexo causal Ação < -- > Resultado naturalístico Relação de causa e efeito entre a ação e resultado. (01 – 00:08:22) Teoria de equivalência dos antecedentes Relação de causalidade Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. ―conditio sine qua non‖ (01 – 00:12:10) Causa é toda circunstância que de alguma forma contribui para produção do resultado. Juízo hipotético de eliminação de Thyrén (01 – 00:16:30) Elimina-se mentalmente o faro e verifica-se o que ocorre com o resultado: Se este desaparece é porque há relação de causalidade, porém, se o resultado permanece é porque independe da existência do fato. Imputação subjetiva = previsibilidade (01 – 00:28:00) O agente só responde pelo resultado, ainda que lhe tenha dado causa, se ele era previsível no momento da conduta. Imputação objetiva = risco (01 – 00:36:45) O agente só responde pelo resultado, se ele criou ou aumentou o risco juridicamente desaprovado da produção desse resultado. Concausas (01 – 00:50:15) São circunstâncias oriundas de algum fato natural ou de outras condutas humanas, auxiliam ou produzem sozinhas o resultado. Causa absolutamente independente (01 – 00:52:40) São aquelas que produzem sozinhas o resultado interrompendo o processo causal iniciado pelo agente, o qual não responderá pelo resultado: Preexistente tomou veneno, ação (tiros)- resultado (morte) Concomitante conjuntamente Superveniente após Causa relativamente independente (02 – 00:02:35) É aquela que auxilia o agente na produção do resultado Preexistente antes da ação Concomitante conjuntamente Superveniente após - soma dos fatores - produz isoladamente o resultado (02 – 00:18:33) Quando a concausa por sua imprevisibilidade gera um resultado muito diferente daquele que seria o normalmente esperado o agente não respondera pelo resultado. AV1 05/10/2015 12/09/2015 Feriado das crianças Aula 9: 19/10/2015 Vista de prova Iter Criminis Fases - Cogitatio - Atos Preparatorios - Execução - Consumação Cogitatio É a elaboraçãp mental da resolução criminosa, qual não é punível. Atos preparatórios (01 – 00:00:30) O agente passa a exteriorizar sua vontade preparando-se para o delito, buscando por exemplo, meios e informações, o que via de regra não é punível, salvo quando expressamente prevista em lei: Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora. Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do réu, lhe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo. Atos executórios (01 – 00:11:39) Inicia-se com o ataque ao bem jurídico, conforme o plano concreto do autor, o qual passa a responder criminalmente, ainda que minimamente pela tentativa. Consumação (01 – 00:18:08) Ocorre quando realizados todos os elementos exigidos pelo tipo penal. Exaurimento (R.Grecco) (01 – 00:27:00) Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Corrupção passiva Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Verifica-se como um novo resultado lesivo, que se dá após a consumação, mas como desdobramento natural do delito o que é permitido, pelo próprio tipo penal. Tentativa (01 – 00:39:10) Art. 14. Diz-se o crime: Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Ocorre quando iniciada a execução, o agente não consuma o delito em razão de algum fato alheio a sua vontade, devendo se aplicar a pena do crime consumado diminuída de 1 a 1/3. Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos. Combinar com (c/c) Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Ou na forma de (n/f) Requisitos (01 – 00:47:25) - Inicio da execução - Não consumação por fato alheio a vontade - Dolo Exemplo (01 – 00:47:50) Exemplo (01 – 00:51:46) Não consumação por fato alheio a vontade Só há tentativa se estiver na execução. Associação no mínimo 3, e vários. (01 – 00:53:35) Não se admite a tentativa em crime culposo Infrações penais que não admitem a tentativa. - Crime culposo - Contravenções penais (DL 3688/41) - Crime omissivo próprio (crime de mera conduta) Crime unisubsistente (01 – 01:03:25) É aquele que se consuma com um só ato. Exemplo: Injuria verbal Crimes habituais (01 – 01:08:00)É majoritário que não se admite a tentativa, porém, há entendimento de que se iniciada a execução e o agente não alcançar a habitualidade, por fato alheio a vontade responderia pela tentativa (Zaffaroni). Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Desistência voluntária (02 – 00:01:15) Trata-se de uma interrupção dos atos executórios pelo próprio agente de forma voluntária impedindo a consumação e afastando a tentativa, fazendo com que se responda apenas pelos atos já praticados. Exemplo (02 – 00:04:10) Ocorre no inicio ou no meio dos atos executórios, pode se dar pela omissão, ele para e não há consumação pela própria vontade do agente, faltando a consumação, não a tentativa, responde apenas pela lesão corporal. Arrependimento Eficaz (02 – 00:15:10) Ponte de ouro do direito penal, é a ultima oportunidade do agente de tentar reverter e evitar o mau maior. Nesta hipótese o agente já praticou tudo que é suficiente para consumar o delito, exigindo assim uma ação positiva para evitar a consumação. Caso obtenha sucesso afasta-se a tentativa e o agente só responderá pelos atos já praticados. Tentativa só existe em crime doloso Omissão imprópria pode ser um crime material, admite tentativa. Tentativa, eu quero, mas não posso. Desistência voluntária, eu posso, mas não quero. Ações penais propostas no judiciário Denuncia: Ação penal que só pode se proposta pelo promotor. Queixa: Ação penal privada que só pode ser proposta pelo particular através do seu advogado. Na delegacia se faz o registro de ocorrência (notícia criminis) Arrependimento posterior Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Arrependimento posterior (02 – 00:22:05) Verifica-se nos crimes sem violência ou grave ameaça, quando o agente repara o dano, antes de iniciar a ação penal, configurando uma causa de diminuição de pena. Crime impossível Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Crime impossível (02 – 00:31:30) Não se pune a tentativa, quando embora iniciada a execução, verifica-se que o agente jamais conseguiria consumar o delito tendo em vista: A ineficácia absoluta do meio Impropriedade absoluta do objeto - Absolutas, não há tentativa. - Relativas, o agente responde pela tentativa. Exemplo: Engasgo da arma, mão leve que erra o bolso da carteira. Aula 10: 26/10/2015
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