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Evolução do Homem I - Zoologia Geral

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Evolução do Homem
Carolina Correia e Melissa Florencio
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O que vocês pensam sobre a evolução do homem, o que já ouviram falar sobre ela?
Há alguma coisa errada na foto anterior?
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 É importante ter em mente que evolução ocorre sem que tenha como epicentro qualquer ser vivo em particular. A existência da espécie humana é muito recente e resulta do acaso. O homem moderno não pode ser apresentado como o exemplo mais perfeito da evolução uma vez que não se encontra melhor adaptado do que muitas outras espécies atuais. 
Os genes e o aparelho neuropsíquico do homem resultaram de uma adaptação ao meio ao longo da sua história, não se verificando nenhuma influência exterior ao próprio mecanismo evolutivo.
Mas antes de começarmos...
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A Teoria da Evolução
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Outras Teorias
Criacionismo
Design inteligente
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Há 65 m.a. ancestrais arborícolas
Há 2,5 m.a. surgimento do gênero Homo
Há 200.000 anos Homo sapiens surgiu na África Oriental
Há 50.000 anos ainda coexistiam com outros representantes de Homo
Atualmente é o único Homo vivente
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Classificação dos humanos 
Ordem: Primatas 
Sub-ordem: Antropoidea
Superfamília: Hominoidea
Família: Hominidae
Gênero: Homo
Espécie: Homo sapiens sapiens
Parentes viventes mais próximos
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Primatas
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Características dos primatas
Retenção da clavícula como um elemento proeminente da cintura escapular.
Ligamento no ombro que permite alto grau de movimentos dos membros em todas direções e um ligamento no cotovelo que permite a rotação dos membros peitorais.
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A retenção generalizada de cinco dígitos funcionais nos membros peitorais e pelvinos.
Melhora na capacidade de movimentação dos dígitos, especialmente dos polegares, geralmente opositores aos demais dedos.
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 Garras modificadas em unhas comprimidas e chatas.
Porções tatos-sensíveis desenvolvidas nas partes distais dos dígitos.
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Redução dos aparatos olfatórios, posicionando a maior parte do crânio caudalmente as órbitas.
Redução no n° de dentes (comparado aos mamíferos primitivos)
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 Complexo aparato visual, grande percepção de cores e com tendência ao desenvolvimento de olhos binoculares voltados para frente.
 Cérebro relativamente grande quando comparado ao tamanho corpóreo, com aumento considerável do córtex cerebral.
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Mecanismos avançados de nutrição do feto.
Somente duas glândulas mamárias(com algumas exceções)
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Tipicamente, somente um filhote por gravidez, associado a uma infância prolongada e a uma adolescência.
Tendência de manutenção ereta do tronco, o que leva ao bipedalismo facultativo.
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Primatas
Prossímios
Antropóides
Macacos
Hominídeos
Símios
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Plesiadapiforme
Os primeiros mamíferos semelhantes aos primatas aparecem no início da Era Cenozóica. Eram semelhantes a esquilos e variavam quanto a seu tamanho. Incluíam diversas linhagens, variando quanto a suas dietas. Estiveram presentes em todo o Hemisfério Norte. Seus números declinaram no Eoceno, chegando à extinção ainda ao final desta época. 
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Os plesiadapiformes são o grupo irmão dos primatas verdadeiros e compartilham alguns traços derivados dos dentes e do esqueleto. Eles diferem quanto a possuírem encéfalos menores e longos focinhos, não apresentarem uma barra pós-orbital e o dedão do pé, e a especialização dos incisivos (semelhantes aos dos roedores). Aparentemente, os plesiadapiformes retiveram as garras. Em contraste, todos os primatas verdadeiros têm unhas exceto pelos sagüis da América do Sul, os quais apresentam garras secundárias. 
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Prossímios
Os primeiros primatas verdadeiros, ou Euprimates, são conhecidos desde o início do Eoceno. Estes primeiros primatas pertencem a um grupo tradicionalmente chamado de pró-símios os gálagos da África; os lêmures de Madagascar; e os "loris", os 'pottos" e os tarsos do Sudeste asiático. 
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Em geral são pequenos, noturnos, com focinhos longos e com encéfalos pequenos, quando comparados aos antropóides mais derivados ou aos símios e macacos. As dietas dos pró-símios são mais generalizadas. Entretanto, o agrupamento dos pró-símios é parafilético, já que diversas características derivadas (p. ex., um focinho curto com um nariz seco, em vez de úmido, semelhante ao dos cães) indicam que os tarsos são mais aparentados aos antropóides do que os demais pró-símios . 
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Uma divisão alternativa para os primatas se dá entre os Strepsirhini - lemuróides e lorisóides - e os Haplorhini - tarsos e antropóides. O Strepsirhini também é um grupo parafilético, embora seus membros viventes formem um grupo monofilético, os lemuriformes. 
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A maioria dos pró-símios do Eoceno era maior do que os plasiadapiformes, com encéfalos maiores e com características morfológicas arbóreas mais especializadas, como membros mais longos e esbeltos. Eles podem ser agrupados em duas linhagens principais: 
os adapídeos = maiores, com focinhos longos e com dentes mais especializados para a herbivoria.
os omomiídeos = tinham focinhos mais curtos, com dentes mais especializados à insetivoria ou à alimentação por seiva. 
 Julgando pelo tamanho das órbitas, os adapídeos eram, provavelmente, diurnos, enquanto os omomiídeos, com olhos grandes eram, possivelmente, noturnos. 
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Antropóides
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Os antropóides modernos são de modo geral maiores que os prossímios, com encéfalos maiores, os quais alojam lobos olfatórios pequenos e com uma dieta frugívora ou folívora. Eles são diurnos e com sistemas sociais complexos. 
Os antropóides mais antigos datam de meados do Eoceno havendo um grande debate acerca de sua origem africana ou asiática.
O mais antigo antropóide conhecido é o Eosimias , um pequeno animal encontrado onde atualmente é a China, com apenas 6 centímetros de comprimento, pesando cerca de 10 gramas. 
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Os antropóides modernos podem ser divididos entre os Platyrrhini - os macacos do Novo Mundo com um nariz amplo - e os Catarrini - os macacos e símios com nariz estreito, do Velho Mundo. 
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Os Platyrrhini podem ser divididos em cebídeos e atelídeos.
Cebidae = Saguis e micos-leões são animais pequenos e semelhantes a esquilos, e têm, secundariamente, unhas na forma de garras em todos os dedos, exceto no polegar. Apresentam molares simplificados e, enquanto algumas poucas espécies são insetívoras, a maioria é frutívora. Eles também são incomuns, entre os primatas, por gerarem gêmeos. O macaco-da-noite é o único antropóide noturno. 
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Atelidae = se distinguem por apresentarem uma cauda preênsil e um modo de locomoção arbórea especializada de manterem-se suspensos, com a ajuda da cauda. 
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Os Catarrhini incluem os macacos do Velho Mundo, os símios e os humanos. O grupo é formado por dois clados: os macacos do Velho Mundo - Cercopithecoidea - e os símios e humanos – Hominoidea.
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Os macacos do Velho Mundo incluem dois grupos, os colobineos e os cercopithecíneos. Os colobineos são encontrados na África e na Ásia, inclui os colobos, os lângures, os macacos narigudos e o macaco-dourado. Eles são mais folívoros, apresentando molares mais afiados e com cúspides mais altas, além de um estômago complexo destinado à fermentação de fibras vegetais. Colobineos são animais arborícolas, com uma grande cauda e membros peitorais maiores que os pelvinos .
 
Cercopithecineos são predominantemente africanos. Incluem macaques, gálagos, babuínos, "guenons" e os macacos "patas". Eles são mais onívoros, o que é refletido em seus incisivos maiores e molares bunodontes mais planos. Os cercopithecineos são mais terrestres, o que é comprovado por sua cauda curta e pela proporção equivalente entre os membros peitorais e pélvicos. Eles possuem bochechas, para armazenar alimentos, e mãos com polegares maiores e dedos menores do que os colobineos. 
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Quem vocês acham que é mais derivado?
 O homem ou o “macaco”?
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Os macacos são, na verdade, mais derivados do que os símios em certos aspectos: 
têm dentes mais especializados
à herbivoria
 algumas especializações do aparelho digestório para a fermentação da celulose
sendo também mais especializados à vida arbórea do que os símios do Mioceno. 
Já que nós mesmos somos símios, geralmente pensamos nos macacos como parte de uma radiação mais antiga e primitiva dos antropóides. Mas entre os antropóides do Velho Mundo o inverso é verdadeiro: Os símios foram, originalmente, as formas mais primitivas e generalizadas embora as formas viventes sejam especializadas. A radiação dos macacos cercopithecoides é mais derivada, em muitos aspectos que aqueles dos símios e mais bem sucedida ultimamente em termos de variedade de espécies. 
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Hominoidea
Símios e humanos são colocados entre os Hominoidea. Os hominóides são distinguidos, morfologicamente, dos demais antropóides recentes pelo aumento lateral e dorso-ventral do tronco relativo ao comprimento corpóreo, de forma que os ombros, o tórax e as costelas se tornaram proporcionalmente mais amplos do que nos macacos. 
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As clavículas são alongadas e o esterno é uma estrutura ampla; da qual os elementos ósseos se fundem logo após o nascimento, formando um único osso plano. As escápulas dos hominóides se posicionam sobre costas amplas e planas. 
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As cinturas escapular e pélvica dos hominóides são relativamente mais próximas do que a dos demais primatas, porque a região lombar da coluna vertebral é mais curta. As vértebras caudais foram reduzidas a vestígios em todos os hominóides, e normalmente 
não se vê caudas livres após o nascimento. O equilíbrio, na posição bípede, é assistido por um tórax plano, o qual posiciona o centro de gravidade próximo à coluna vertebral. 
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A Diversidade e a Evolução de Hominóides não Humanos 
Os primatas que chamamos de símios existem desde o final do Eoceno. Entretanto, os primatas que podem ser incluídos em um ramo monofilético, Hominoidea, datam apenas do início do Mioceno, quando a linhagem antropóide divergiu em hominídeos e em cercopithecoides. Os símios modernos são uma radiação altamente especializada de animais tropicais de grande porte.
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Os símios atuais incluem os gibões asiáticos, o orangotango, os chimpanzés e o gorila 
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Origem e evolução dos homens
Os humanos têm sido colocados, tradicionalmente, em uma família separada, chamada de Hominidae, que inclui nosso próprio gênero, Homo, e o gênero bípede relacionado Australopithecus. 
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Os símios têm maxilas longas com forma retangular ou em forma de U, com fileiras paralelas de molares de cada lado, os caninos são grandes e pontiagudos e existe um espaço entre os caninos e incisivos. Os hominídeos têm maxilas curtas, associadas com o encurtamento de todo o focinho. As maxilas humanas têm forma de um V ou de um arco, com os dentes dispostos em uma linha curva que é mais ampla na região caudal das maxilas, os caninos são pequenos com pontas rombudas e toda a dentição é relativamente uniforme em tamanho e forma sem espaços entre os dentes. 
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Diversas tendências evolutivas podem ser identificadas entre os hominídeos. 
Os pontos de articulação do crânio com a coluna vertebral e o forâme magno se modificaram da posição mais caudal da caixa craniana, para uma posição ventral à mesma. Esta alteração permite equilibrar a cabeça sobre a coluna vertebral, associada com uma postura vertical e ereta do tronco.
 A caixa craniana aumentou muito, de modo a acomodar o crescimento da região frontal do cérebro. Desenvolvimento de uma testa proeminente e vertical, em contraste com as testas diagonais dos demais símios. 
O tórus supra-orbital e as cristas cranianas para a fixação de ligamentos musculares, foram reduzidos em tamanho, em associação com a redução do tamanho dos músculos que se prendem a elas. 
O nariz humano se tornou uma estrutura mais proeminente da face. 
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Relações entre os Hominoidea
Os humanos, os chimpanzés e os gorilas são mais relacionados uns com os outros. Evidências indicam que os gorilas se separaram do ancestral comum dos chimpanzés e dos humanos há 8-10 m.a.. Os gorilas foram, subsequentemente, isolados por fenômenos desconhecidos em populações do leste e do oeste por cerca de 3 milhões de anos. Há 6 m.a., as linhagens dos chimpanzés e dos humanos se separaram. Os chimpanzés arborícolas se separaram mais recentemente, há cerca de 2,5 a 1,6 milhão de anos. 
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Hominídeos
Sahelanthropus tchadensis
Toumai
uma equipe de cientistas franceses achou, em 2001, o crânio de uma nova espécie de hominídeo na região de Toros-Menalla, no Chade, que, com idade de 7 Ma, se converteu no antepassado mais longínquo do ser humano conhecido até agora. A sua caixa craniana parece muito com a de um hominóide não humano (cerca de 350 cm3), contudo a face é ortognata e os dentes, especialmente os caninos, são pequenos e assemelham-se bastante aos de um ser humano. O torus supraorbital é muito proeminente. 
Poderá ser o primeiro hominídeo. 
 
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Orrorin tugenensis - O Homem do Milênio
Foram encontrados vestígios fósseis, em 2000, num lugar chamado Tugen Hills, no Quénia. São também candidatos a hominídeos mais antigos, com 6 Ma. Os fósseis encontrados eram de cinco indivíduos, machos e fêmeas, que teriam o tamanho de um chimpanzé. A partir da análise dos fémures, concluíram que aqueles indivíduos já eram bípedes. Contudo, segundo os cientistas que os estudaram, o tamanho pequeno dos dentes caninos é a característica de maior proximidade ao homem. 
 
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Com os fragmentos encontrados não se pode dizer com segurança que esta espécie fosse bípede. Era muito primitivo e calcula-se que tenha vivido há cerca de 4,4 Ma atrás. Estava muito próximo dos antepassados dos chimpanzés, contudo a linha evolutiva já se havia separado deles, algo que também é constatado pelas provas genéticas. Vivia num meio florestal, os seus dentes tinham um esmalte fino e teria uma estatura entre 1m e 1,5 m. 
Ardipithecus ramidus
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O Gênero Australopithecus
 
Australopithecus designa o conjunto de hominídeos fósseis que antecedem ou são contemporâneos dos primeiros representantes do gênero Homo. Os australopithecus caracterizam-se por terem um cérebro pequeno, dentes pós-caninos grandes e serem bípedes, ainda que com traços primitivos no seu esqueleto pós-cranial. O gênero conta, na atualidade, com cinco espécies conhecidas. 
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 Australopithecus anamensis 
Viveu há 4 Ma, os seus vestígios foram encontrados no Quenia. Os seus molares possuíam esmalte grosso, do que se deduz que não comia só folhas e frutos mas também alimentos mais duros. Viveu num ambiente florestal mais aberto que os seus antepassados e caminhava erguido. Apresentava uma dimorfismo sexual claro no tamanho corporal. As suas características são muito parecidas com as do Australopithecus afarensis, o que faz com que alguns autores duvidem da sua inclusão numa nova espécie. 
 
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Australopithecus afarensis 
Se desenvolveu na África entre 3,7 e os 2,9 Ma é um hominídeo cujos vestígios se distribuem pela Etiópia, Quenia e Tanzânia. Teria uma capacidade craniana de 400-500 cm3 e uma altura média de 1,50 m, para os machos e 1 m para as fêmeas. Tornou-se famoso pela descoberta de um esqueleto de fêmea: a Lucy. As diferenças morfológicas entre machos e fêmeas eram tão grandes que muitos pesquisadores pensaram que se tratava de espécies diferentes. No entanto, descobertas posteriores comprovaram o acentuado dimorfismo sexual. 
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 Australopithecus africanus 
Esta espécie viveu no continente africano num período situado entre 3 e 2 Ma. Teria uma capacidade craniana de aproximadamente 500 cm3. Apresentavam um claro dimorfismo sexual no tamanho corporal.
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 Australopithecus bahrelghazali 
Espécie controversa, designada a partir de uma mandíbula achada em 1995 no Chade. A sua datação ronda os 3,5-3 Ma. Possui dentes com esmalte grosso e a sua dentição anterior é grande, com coroas altas e raízes largas. A mandíbula
tem forma parabólica e a sínfise é bastante vertical, o que significa um menor prognatismo. 
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 Australopithecus garhi 
Recentemente designada, a sua descoberta ocorreu na Etiópia em 1997 e a sua datação ronda os 2,5 Ma. Teria uma capacidade craniana de cerca de 450 cm3 e uma cara muito simiesca na sua parte inferior e muito projetada para a frente. O achado apresentava algumas evidências indiretas que associavam esta espécie à utilização de instrumentos de pedra. 
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 Há cerca de 2,5 Ma verificou-se uma importante bifurcação na árvore evolutiva humana: de um lado, as formas robustas de Australopithecus, que alguns autores incluem num gênero distinto: os Paranthropus do outro, a linha Homo. O que separa os gêneros Paranthropus e Australopithecus são diferenças existentes no crânio e nos dentes, ainda que haja autores que consideram também diferenças corporais. 
Contudo, a estrutura do corpo não divergia significativamente, nem em tamanho, nem em peso. Alguns autores não admitem que Paranthropus e Australopithecus sejam realmente dois gêneros distintos e rejeitam a utilização do termo Paranthropus. 
Contudo, os mesmos que não aceitam a existência do gênero Paranthropus, reconhecem a sua especificidade anatômica e distinta história evolutiva, designando-os como formas robustas de Australopithecus para diferenciá-los das outras espécies de Australopithecus.
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 Paranthropus aethiopicus 
Esta espécie viveu há cerca de 2,6-2,3 Ma, na África. O seu crânio teria uma capacidade de 410 cm3 e apresentava uma crista sagital um pouco maior. Teria vivido na África Oriental. 
 
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 Paranthropus robustus 
Possuía um corpo semelhante ao Australopithecus africanus, embora maior, um crânio (cerca de 530 cm3) e dentes mais robustos. Apresenta dimorfismo sexual: 1,35 m e 40 kg para os machos e 1,10 m e 30 kg para as fêmeas. Os seus vestígios se localizam à zona sul de África e estão datados entre 1,8 e 1 Ma. Alguns autores não vislumbram nesta espécie diferenças suficientes para individualizá-la do Paranthropus boisei e consideram-na uma variante regional desta. 
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 Paranthropus boisei 
Os seus vestígios foram encontrados na África Oriental e estão datados entre 2,3 e 1 Ma. Nesta espécie encontramos exemplares com 30 a 50 kg de peso e com uma estatura média que podia variar entre 1, 25 e 1,35 m. Morfologicamente, a sua característica mais evidente é a saliência sagital que, aliada a outras características, faz supor uma adaptação especializada em aplicar uma grande força vertical na mastigação.
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 Homo habilis 
O primeiro representante do gênero Homo, terá vivido num período entre os 2,4 e os 1,6 Ma. É a primeira espécie conhecida até ao momento que não está ligada a um meio florestal e teria habitado paisagens com espaços mais abertos. Esta mudança de habitat coincide com uma grande mudança climática ocorrida na Terra há cerca de 2,8 Ma. A partir deste momento, iniciaram-se oscilações climáticas. Esta espécie, juntamente com outras espécies de mamíferos, adaptou-se a estes novos ecossistemas de espaços abertos. Incorporou na sua dieta a carne e gorduras animais. Estes alimentos de grande qualidade e facilmente digeríveis proporcionaram-lhe energia suficiente para desenvolver um cérebro maior. O tamanho do cérebro proporcionou-lhe maiores capacidades cognitivas e uma maior complexidade social nos seus grupos. Possuía uma capacidade craniana média de 600 cm3. Tinha alguns rasgos simiescos, uns braços muito compridos em relação às pernas. Contudo, teve um desenvolvimento cerebral a par de uma redução do aparelho mastigador, e, o que é mais importante, os seus vestígios foram os únicos, até agora, que apareceram associados a indústrias líticas. Habitou exclusivamente algumas regiões da África Oriental (Etiópia, Quenia e Tanzânia) e, provavelmente, da África do Sul. 
 
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Fot
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 Homo rudolfensis 
Não existe uma opinião consensual em torno desta espécie. Alguns autores interpretam o espólio fóssil recuperado no Quénia como uma espécie independente, enquanto outra linha de investigação defende a interpretação dos mesmos vestígios como pertencentes ao Homo habilis. Tinha como características principais um cérebro com cerca de 750 cm3, um torus pouco saliente, cara e mandíbulas maiores que o habilis, com um maior prognatismo e uma cavidade craniana mais arredondada. Viveu há cerca de 1,9-1,6 Ma. 
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 Homo ergaster 
Uma capacidade craniana média de cerca de 800-900 cm3. O crânio é longo e baixo, o torus supraorbital é bem desenvolvido, revela um menor prognatismo e os ossos nasais estão projectados. O fóssil mais completo encontrado até hoje é o chamado “Turkana Boy”. Viveu há cerca de 1,8-1,4 Ma. 
 
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 Homo erectus 
Crânio robusto, com ossos mais largos e capacidade craniana que varia entre 910 e 1200 cm3. Tem o torus occipital muito desenvolvido e reto. Viveu na Ásia até cerca de 50 mil anos e os fósseis encontrados procedem principalmente da China e da ilha de Java. Atualmente, está posta em causa a teoria do pioneirismo do Homo erectus relativamente ao domínio do fogo. 
 A saída do continente africano para a Ásia e Europa parece estar ligada, por 
um lado, às capacidades evidenciadas pelas espécies e, por outro, a alterações ambientais. 
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 Homo antecessor 
Os seus descobridores defendem que esta espécie deve ter surgido na África num momento posterior à saída dos primeiros hominídeos, ou seja, há cerca de 1,5-1 Ma e que, pouco tempo depois, chegou à Europa. O Homo antecessor era alto e forte, com incipientes arcos nas sobrancelhas e ossos do rosto. A sua capacidade craniana rondaria os 1000 cm3 e possuía uma característica que apenas partilha com o homem atual: uma cavidade canina na parte externa do maxilar. 
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Embora não se conheça vestígios de Homo antecessor fora da Espanha, os autores que estudam esta espécie propõem a hipótese de as duas populações, a (hipotética) africana e a europeia, terem evoluído desde então separadamente, seguindo caminhos diferentes e dando lugar a duas espécies de Homo: Homo neanderthalensis na Europa e o Homo sapiens na África. 
 O Homo antecessor viveu há cerca de 800 mil anos e, segundo os poucos fósseis achados na Espanha, não só é o europeu mais antigo, como também é um elo-chave da evolução humana: é o antepassado comum a partir do qual evoluíram o homem atual e o Homo neanderthalensis. 
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Homo heidelbergensis
Até à descoberta do Homo antecessor, o Homo heidelbergensis era considerado o europeu mais antigo, com idade estimada entre 500 mil e 180 mil anos. Esta espécie revela uma grande corpulência física: uma estatura média de 1,80 m e mais de 90 kg de peso para um macho adulto. As suas mandíbulas possuíam uma grande força e robustez. A capacidade craniana não é muito diferente da do Homo sapiens, sendo de mais ou menos 1390 cm³. O aparelho fonético também era parecido com o do Homo sapiens, o que nos leva a pensar na existência de uma forma de linguagem. Igualmente presente estava a lateralização do cérebro, característica exclusivamente humana.
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Homo neanderthalensis 
 
Corresponde a uma espécie europeia que viveu desde há cerca de 230 mil anos até ao seu desaparecimento, há aproximadamente 28 mil anos. Esta espécie recebe o nome do vale do rio Neander (Alemanha), onde se encontraram em 1856 os seus primeiros vestígios. Os neanderthalensis são o resultado de um longo processo de evolução paralelo e independente do nosso, a partir de um antepassado comum (provavelmente o Homo antecessor). As suas características morfológicas derivam diretamente da espécie anterior, Homo heidelbergensis, pois mantém a mesma corpulência física. 
Chegaram a coexistir com Homo sapiens. 
Tinham uma crânio grande com umas narinas salientes. O seu esqueleto era robusto, de tronco largo e pernas curtas. Não eram muito altos (em média, cerca de 1,70 m) mas eram
muito musculosos. Cérebros tinham o mesmo tamanho que o cérebro do homem atual .
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 Homo sapiens 
Terá surgido na África há cerca de 150 mil anos. Os vestígios mais antigos desta espécie no Próximo Oriente datam de 100 mil anos; uma migração terá alcançado a Austrália há 60 mil anos; a colonização da Europa pelos primeiros Homo sapiens foi há cerca de 40 mil anos; supõe-se que a chegada ao continente americano teve lugar há aproximadamente 15 mil anos. 
Comparada com outras espécies de hominídeos, a nossa espécie estilizou o corpo: temos os braços e as pernas mais compridos, uma estatura maior e um peso menor relativamente à estatura. No crânio temos adaptações próprias e únicas: cérebros muito grandes, em média cerca de 1400 cm³, crânio arredondado com uma frente alta e sem rebordos ósseos sobre as órbitas, maxilar inferior na mandíbula e molares pequenos. 
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Surgimento do homem moderno
 Existem duas grandes hipóteses: 
hipótese multi-regional, que defende o surgimento simultâneo do Homo sapiens em várias regiões do mundo, rejeitando o fato de a evolução do homem tenha estado confinada a uma ou outra área geográfica. As populações antigas da Ásia, África e Europa mantêm uma continuidade evolutiva e genética com a humanidade atual e são as causas das diferenças que existem entre os diferentes grupos humanos atuais; 
hipótese de origem única, que defende uma origem única num lugar geográfico concreto (África subsariana) para a humanidade atual e a partir desse ponto de origem uma migração para o resto do mundo que substituiu as populações anteriores. 
 
Qual vocês acham mais prováveis?
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Socialmente...
Em geral os historiadores dividem a história da humanidade em dois grande 
períodos: a Idade da Pedra e a Idade dos  Metais. A Idade da Pedra é aquela anterior à  
invenção da escrita. Por esse motivo ela também é, às vezes chamada de Idade Pré-literária. A Idade dos Metais é a história das  nações que se autoproclamam 
Civilizadas. 
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Fotos comportamento social
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Os humanos são classicamente distinguidos dos demais primatas por três características derivadas: 
uma postura e um modo de locomoção bípede
um cérebro extremamente aumentado 
a capacidade de linguagem e de fala.
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Bipedalismo 
As alterações mais radicais do esqueleto humano estão associadas com uma postura completamente bípede e ereta, no gênero Homo. As modificações anatômicas incluem uma curvatura, em forma de 
S, da coluna vertebral, a modificação da pélvis e da posição do acetábulo em conexão com uma locomoção bípede e o alongamento dos ossos da perna e seu posicionamento como colunas verticais, diretamente abaixo da cabeça e o tronco. 
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Os pés dos humanos apresentam modificações drásticas para a locomoção bípede. O pé se tornou plano, exceto pelo arco tarso-metatarso. Além disso, o maior dedo do pé não é mais oponível. 
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Há inúmeras hipóteses sobre as razões do bipedalismo humano. Dentre as razões sugeridas estão a proteção contra predadores, a liberação das mãos para que as mesmas carregassem objetos, a termorregulação e eficiência na locomoção. Um problema óbvio com todas estas hipóteses é a dificuldade de testá-las. Embora os humanos sejam extremamente eficientes na locomoção bípede, especialmente quando andam, é improvável que o bipedalismo tenha evoluído especificamente para esta função. 
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O tecido cerebral é uma estrutura metabolicamente cara. O maior crescimento do cérebro ocorre durante o desenvolvimento embrionário e requer energia proveniente da mãe. Assim, pressões seletivas por cérebros maiores somente podem ser satisfeitas se o ambiente fornece energia suficiente. A evolução dos cérebros maiores pode ter requerido o aumento da eficiência no forrageio e uma maior qualidade e quantidade dos alimentos. A origem do bipedalismo pode estar associada à origem de um tamanho cerebral maior e à alteração no modo de reprodução humano. 
Origem do cérebro grande
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A Origem da Fala e da Linguagem 
Embora outros animais possam produzir sons, e muitos mamíferos possam se comunicar por meio de vocabulários específicos de sons, o uso de uma linguagem simbólica é um atributo unicamente humano. O primeiro registro da escrita humana tem apenas alguns milhares de anos: obviamente, a linguagem evoluiu antes disso. Adicionalmente um gene específico envolvendo a produção da linguagem nos humanos, FOXP2, parece ter alcançado a condição humana não antes de 200.000 anos atrás, coincidindo com a aparência anatômica dos humanos modernos. 
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Curiosidades
Uma fêmea humanóide, atarefada com um filhote desprotegido, pode necessitar da assistência do macho para auxiliar na sobrevivência do bebê. Se uma fêmea puder cancelar seu período de fertilidade, a única opção do macho pode ser a de assegurar essa fêmea para o próximo período fértil e manter outros machos afastados dela. O cancelamento da ovulação é um caráter derivado dos humanos que pode ter evoluído para assegurar a segurança e o cuidado do macho para auxiliá-la a criar um bebê.
A fase de vida pós-reprodutiva expandida nos humanos é muito maior que o dos outros símios, mas a seleção natural não pode atuar diretamente nos caracteres que ocorrem nos indivíduos na fase pós reprodutiva. Pode ser que a presença de uma avó que auxilia suas filhas a criar seus jovens gerou a seleção para ampliar a fase pós-reprodutiva dos humanos. 
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Um Ponto de vista curioso
Você já deve ter se perguntado como seremos no futuro. Nosso cérebro vai crescer? O apêndice vai sumir? Teremos uma vida melhor? O cientista britânico Steve Jones dá uma dica: deixe de lado as especulações e se olhe no espelho. Você verá a imagem da humanidade em pleno auge. É isso mesmo: finalmente chegamos ao nosso limite biológico. “A evolução acabou”, diz ele. “As coisas simplesmente pararam de melhorar ou piorar para a nossa espécie. Se você está preocupado sobre como será a utopia, relaxe. Já está vivendo nela.” Segundo Jones, o Homo sapiens praticamente pulou fora da arena da seleção natural e não vai mais sofrer mudanças drásticas. Graças ao nosso estilo de vida, conseguimos sobreviver e nos reproduzir sem depender das diferenças herdadas para enfrentar o frio, a fome e as doenças. Mesmo as pessoas que morrem por essas causas costumam estar velhas demais para que a máquina de Charles Darwin se interesse por elas. No entanto, ele avisa que a evolução não tirou férias no mundo inteiro. Na África e em locais muito vulneráveis a epidemias, ela continua funcionando a todo vapor. Steve Jones é chefe do Departamento de Genética da University College em Londres.
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Vocês concordam com esse ponto de vista, a evolução humana acabou?
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Bibliografia
POUGH, F Harvey. – A Vida dos vertebrados - 3ª.edição – São Paulo: Atheneu Editora, 2003.
www.ciencia.hsw.uol.com.br
www.klickeducacao.com.br
ttp://www.ufrgs.br
www.abrilonline.com.br
www.saudeanimal.com.br
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