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VT -As dificuldades do acesso a Justiça

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As dificuldades do acesso à Justiça
OBSTÁCULOS DE NATUREZA TEMPORAL
Os empecilhos de natureza temporal são caracterizados pela demora da prestação judiciária em virtude da morosidade processual. O retardar na resolução das causas é um problema que compromete diretamente a efetividade e funcionalidade do direito de acesso á justiça e a credibilidade da prestação jurisdicional do Poder Judiciário. Segundo Cappelletti e Garth é estatisticamente comprovado que “na maioria dos países as partes esperam por uma solução judicial por, não menos que, dois ou três anos para que se tenha uma decisão que seja exeqüível”.[4]
O certo é que, o litigante ao procurar a tutela do Estado através do Poder Judiciário não espere que lhe seja garantido apenas o direito teórico ou reconhecimento subjetivo da existência do seu direito. Seu objetivo é encontrar na prestação jurisdicional, com a presteza possível, um provimento judicial que ponha fim á situação concreta de injustiça que passa naquele momento. E no caso de pretensão insatisfeita só há um provimento possível para saciar a sede de justiça do demandante: a realização de medidas de autoridade para sancionar o inadimplemento, interferindo coativamente na esfera patrimonial daquele que descumpriu a prestação devida.
Esses empecilhos presentes, gerados seja por dificuldades institucionais, relacionadas á insuficiência do numero de magistrados e de servidores, ou em razão da complexidade do nosso sistema processual, que permite a interposição infindável de recursos, marcam o Poder Judiciário com o problema da lentidão, morosidade processual.
OBSTÁCULOS DE NATUREZA ECONÔMICA
O acesso a justiça não é negado apenas em virtude do problema da morosidade. Outro empecilho apontado por Cappelletti e Garth e perceptíveis na realidade de nosso país é o alto custo que se tem para manter um processo. Os cidadãos mais pobres são quem mais sofre com esse ônus. Um processo gera gastos de diversas naturezas, seja em virtude dos altos valores cobrados pelos advogados, ou mesmo, em virtude de pagamento de custas, isso sem falar no problema dos recursos, que por seus custos torna o Estado Democrático de Direito novamente um Estado Liberal.  Segundo Mauro Cappelletti muitas vezes o acesso á justiça é tão dispendioso que os custos do processo não compensam o valor da causa pleiteado.
Os cidadãos mais ricos superam com menor dificuldade o custo tão alto exigido para ter um acesso á justiça de forma justa, efetiva e ágil. Nesse sentido vejamos a postura de Mauro Cappelletti e Bryan Garth:
Essas pessoas têm vantagens óbvias ao propor ou defender demandas. Em primeiro lugar, elas podem pagar para litigar. Podem, além disso, suportar as delongas do litígio. Cada uma dessas capacidades, em mão de uma única das partes, pode ser uma arma poderosa. (CAPPELLETI, 1899, P.21).[5]
OBSTÁCULOS DE NATUREZA PSICOLOGICA E CULTURAL
Outros obstáculos ainda presentes á realização do acesso á justiça pode ser detectado nas barreiras culturais e psicológicas. È  flagrante que as pessoas que possuem maior grau de instrução são as que aciona o Estado . Ao passo que as pessoas mais pobres sentem-se intimidadas pelos ambientes sempre formais do poder Judiciário, além, de se sentirem envergonhadas a postularem direitos individuais e/ou coletivos e difusos. Neste sentido Cappelleti e Garth explicam que litigantes habituais levam vantagens sobre litigantes eventuais, seja em virtude da desmistificação da justiça totalmente inacessível ou em virtude de possíveis simpatias desenvolvidas entre estes e aqueles que julgam.
Segundo Kelsen, a direção relevante dentro da teoria do direito material, usualmente designada como racionalista:
È aquela cujos representantes, procuram deduzir da razão as normas de um direito justo. Eles admitem que estas normas são imanentes á razão ou, o que dá no mesmo, que a razão, como autoridade normativa, como legisladora, prescreve aos homens conduta reta, isto é, a condita justa. Este direito é o natural, porque é o racional. (Kelsem, 2003, p. 85).[6]
Fonte de Pesquisa : http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,as-dificuldades-do-acesso-a-justica,35305.html CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Acesso á Justiça. Trad. Ellen Gracie Northfleet.  Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris, 1988
ELSEM, Hans. O Problema da Justiça. Trad. João Baptista Machado. 4. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

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