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Políticas sociais no Brasil
Uma construção de direitos
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A crise afeta o mundo todo no século XX, guerras, regimes ditatoriais, miséria, exploração, são alguns dos acontecimentos que geram essa crise global. As expressões da questão social estão no auge dos acontecimentos, as politicas sociais surgem para acalmar a população, mas ainda estão longe de resolver os problemas vividos pela mesma.
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No Brasil, desde a primeira década do século, as organizações sindicais trabalham com uma linha de consciência de classe, organizando os trabalhadores para que reivindiquem seus direitos, surgindo às primeiras greves. Porém a insatisfação política de um país recém- saído do escravismo não trouxe boas consequências, juntamente com a crise internacional de 1929, quando o mercado internacional paralisou ficando fortemente vulnerável acabou gerando a Revolução de 30. Foi nessa época que começou a ser introduzida a política social no Brasil devido às necessidades dos trabalhadores juntamente com a profissão do Assistente Social a qual fez parte desse processo efetivamente.
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Com o desenvolvimento das políticas sociais, mesmo que lenta e seletiva, foi que os direitos dos trabalhadores começaram a ser vistos com outros olhos, mesmo que o momento até a promulgação da constituição de 88 tenha sido de efervescências políticas, o desenvolvimento dos direitos sociais foi garantido.
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O Brasil a partir do século XX
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Para iniciar far-se-á um resgate histórico do nosso país em seus vários aspectos para que haja um entendimento a respeito da necessidade das políticas sociais para a sociedade. 
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Muitas foram às mudanças que fizeram com que a profissão de Assistente Social fosse implantada no país, a qual já existia na Europa e na América do Norte, fazendo com que o Serviço Social iniciasse tardiamente no Brasil. Sobre forte influência desses outros países que já trabalhavam as expressões da questão social de forma a combatê-la.
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O Brasil passava por um momento delicado, a crise mundial afetava a exportação do café, as oligarquias cafeeiras ficaram vulneráveis econômica e politicamente, prejudicando também os trabalhadores, os quais ficavam a mercê da sorte, pois naquela época ainda não tínhamos as leis trabalhistas que temos hoje. O movimento de 30 foi sem dúvida um momento de grandes efervescências, constituindo assim as relações sociais capitalistas no Brasil. 
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Percebendo isso, o governo Vargas, no período conhecido como Estado Novo iniciou lentamente o processo de legalização de alguns direitos dos trabalhadores seguindo modelos dos países desenvolvidos regulamentou sobre os acidentes de trabalho, sobre as aposentadorias e pensões, depois passou para os auxílios doença, maternidade e família e o seguro desemprego, daí a expressão “pai dos pobres” por qual Vargas ficou conhecido, até esse período não existia nenhuma política nacional de saúde e com a intervenção do Estado passou a existir a partir de dois eixos: pública e previdenciária. Em 1942 foi criada a LBA- Legião Brasileira de Assistência- para atender as famílias dos pracinhas envolvidos na Segunda Guerra coordenada pela primeira dama com caráter de tutela e clientelismo. Mesmo assim Vargas era adorado pelo povo, pois com ele que conheceram algum tipo de benefício estatal.
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Em 1945 abriu-se um novo período no país com muitas mudanças econômicas, políticas e sociais, devido a sua urbanização e industrialização. A constituição de 46 foi um das mais democráticas, chegando até a tirar o Partido Comunista da ilegalidade, foi um período marcado por intensas lutas de classes e político-partidárias (UDN, PSD e PTB), porém foi um período de legalidade que não durou muito. Com o suicídio de Vargas (1954) e a renúncia de Jânio Quadros (1961) o governo ficou vulnerável e o golpe militar foi uma questão de pouco tempo (1964).
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Por um período de 20 anos o país foi governado pelas forças armadas de forma autoritária almejavam um crescimento econômico acelerado e o combate à inflação, medidas que não eram aceitas pelos partidos políticos e organizações de classes, fazendo com que esse “milagre econômico” tão desejado pelos militares se desenvolvesse através da força, do terrorismo exercido para combater a população insatisfeita. 
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As políticas sociais dessa época eram para tentar acalmar a população, planos de desenvolvimento como o MOBRAL, o projeto Rondon, o Plano Nacional de Saúde foram desenvolvidos para que o foco se desviasse do terrorismo que caracterizava esse período. Porém nada dura para sempre, no fim da década de 70 a crise do regime ditatorial era profunda e iniciou-se uma pequena abertura quanto à participação dos sindicatos, em 1° de janeiro de 1979 o AI-5 foi extinto, o povo voltou a ter esperança de um retorno da democracia. Nesse momento o Serviço Social era diretamente responsável pela integração social. Em 82 governadores foram eleitos pelo voto do povo e em 85 o presidente da república, e assim voltamos a ter a tão sonhada democracia novamente.
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E como um país democrático não pode ter sua legislação baseada na ditadura em 1988 criou-se a Constituição Federal.
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A Norma Maior para a garantia de direitos
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A Constituição Federal aprovada em 1988 veio para garantir os direitos dos cidadãos brasileiros, estruturada a partir dos fundamentos da soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho, livre iniciativa e pluralismo político. Esses fundamentos são à base da nossa sociedade, sem os quais não se poderia viver. 
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Sobre os direitos garantidos na Constituição citar-se-á alguns, que acredito serem os mais polêmicos na área social como direito à educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e a infância, a assistência aos desamparados, sendo que os cinco primeiros o cidadão deve garantir a sua família recebendo um salário mínimo. Nesse ponto em que iniciam as divergências, pois como um cidadão comum, recebendo um salário mínimo pode sustentar sua família e lhes garantir todos esses direitos recebendo um salário mínimo? Será que realmente temos auxílio a todos os desamparados? São questões que poderiam gerar muita discussão, mas aqui vejo a necessidade de apenas ressaltar os pontos principais.
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A constituição nos dá garantia de saúde pública de qualidade, tanto que após ocorreu à criação do SUS- Sistema Único de Saúde- o qual deveria nos garantir acesso universal à saúde, porém não é isso que temos na nossa realidade. Falta de médicos, de estrutura para realização de procedimentos, pessoas meses na espera por algum tipo de exame, algumas lutando judicialmente para conseguirem seus remédios de uso contínuo gratuitamente. Essa realidade é bem diferente da que temos no papel. Nosso sistema de saúde é um dos melhores do mundo, porém só no papel, pois a realidade é outra.
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Na área da educação também temos garantias legais para que nossos estudantes sejam os melhores, porém a desvalorização dos profissionais faz com que essa educação não tenha tanta qualidade, dias letivos perdidos são uma das consequências de greves realizadas pelos professores para serem valorizados. Crianças sem acesso a escola por falta de transporte adequado para as longas distâncias que necessitam percorrer. É verdade que também tivemos avanços, um exemplo é a melhoria e a gratuidade dos sistemas de ensino superior através do ENADE e do PROUNI, respectivamente. Porém ainda temos muito que avançar.
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O trabalho também é algo preocupante, porém creio que a razão é a superpopulação, são
diversas pessoas competindo por poucas vagas, e sempre quem consegue é o mais capacitado. Nesse sentido temos políticas públicas atuantes, um exemplo delas é o PRONATEC, que profissionaliza jovens gratuitamente para que consigam uma vaga no mercado de trabalho, essas ainda recebem uma bolsa para custeio das despesas de transporte e outras geradas pelo curso. Porém nem todas as pessoas tem acesso, as vagas são limitadas e competidas, quem consegue sai vitorioso, aquele que não consegue a vaga terá de pagar pela sua profissionalização, nesse ponto que o problema surge, pois se já é difícil garantir o sustento de uma família e suas necessidades básicas, com certeza será mais difícil tendo que pagar para que um filho consiga mais tarde um bom emprego.
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A relação do Assistente Social com esses direitos está em que é o profissional que deve fazer com que sejam garantidos, independente de quem os solicita, pois são direitos universais. Atuando no enfrentamento das expressões da questão social suprindo as necessidades de quem necessita. Compete ao profissional de Serviço Social trabalhar com a integração de ações de acordo com o tripé da seguridade social- Previdência Social, Saúde e Assistência Social- para que consiga responder as demandas da sociedade.
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Vale ressaltar que por uns pode ser considerada utopia querer uma sociedade melhor, mas para outros é um dever garantir que haja igualdade entre as pessoas, ou o mais próximo que se chegue dessa igualdade.
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