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20/12/2012 1 METALOGRAFIA E METALOGRAFIA E TRATAMENTO TÉRMICOTRATAMENTO TÉRMICO Professor Me. Paulo Machado 8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GR�3DU£�8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GR�3DU£�8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GR�3DU£�8QLYHUVLGDGH�)HGHUDO�GR�3DU£�–?–?–?–? 8)3$8)3$8)3$8)3$ &DPSXV�GH�7XFXUX¯�&DPSXV�GH�7XFXUX¯�&DPSXV�GH�7XFXUX¯�&DPSXV�GH�7XFXUX¯�–?–?–?–? &$078&&$078&&$078&&$078& )DFXOGDGH�GH�(QJ��0HF¤QLFD�)DFXOGDGH�GH�(QJ��0HF¤QLFD�)DFXOGDGH�GH�(QJ��0HF¤QLFD�)DFXOGDGH�GH�(QJ��0HF¤QLFD����� )(0�)(0�)(0�)(0�–?–?–?–? )(0)(0)(0)(0 *UXSR�GH�3HVTXLVD�HP�(QJ��GRV�0DWHULDLV�*UXSR�GH�3HVTXLVD�HP�(QJ��GRV�0DWHULDLV�*UXSR�GH�3HVTXLVD�HP�(QJ��GRV�0DWHULDLV�*UXSR�GH�3HVTXLVD�HP�(QJ��GRV�0DWHULDLV����� *3(0$7*3(0$7*3(0$7*3(0$7 TRATAMENTOS TÉRMICOSTRATAMENTOS TÉRMICOS 20/12/2012 2 1- INTRODUÇÃO •HISTÓRIA Os processos de tratamento térmico dos aços são conhecidos pela humanidade há pelo menos 3.000 anos. A literatura medieval cita processos “ mágicos ” de tratamento de espadas, as espadas de Damasco eram aquecidas ate à cor do sol e depois resfriadas para endurecimento ao serem enfiadas na barriga de escravas. 1- INTRODUÇÃO •DEFINIÇÃO -É o conjunto de operações de aquecimento e resfriamento a que podem ser submetidos os materiais, FERROSOS E NÃO FERROSOS, sob condições controladas de TEMPERATURA, TEMPO, ATMOSFERA E VELOCIDADE DE RESFRIAMENTO, com o objetivo de alterar as suas propriedades ou conferir-lhes características determinadas. 20/12/2012 3 1- INTRODUÇÃO •OBJETIVOS -Remoção de tensões internas causadas por resfriamento desigual ou Trabalho Mecânico à Frio; -Aumento ou diminuição da: Dureza; Resistência Mecânica; Ductilidade; Usinabilidade; Resistência ao Desgaste; Propriedades de Corte; Resistência à Corrosão; Resistência ao Calor e Propriedades Elétricas ou Magnéticas. 2- FATORES DE INFLUÊNCIA NOS TRATAMENTOS TÉRMICOS •VELOCIDADE DE AQUECIMENTO - Deve ser levada em conta quando o aço apresentar tensões residuais devido ao encruamento prévio ou estado inteiramente martensítico porque, nessas condições, um aquecimento muito rápido pode provocar empenamento ou aparecimento de fissuras. Figura – Esquema ilustrando a Velocidade de Aquecimento, necessária ao desenvolvimento do Tratamento Térmico. s N 20/12/2012 4 2.1- AQUECIMENTO A3 (limite superior da zona crítica acima da qual a estrutura apresenta-se totalmente austenítica) e A1 (entre A1 e A3 encontramos austenita e ferrita), para aços hipoeutetóides) 2.1- AQUECIMENTO Acm (limite superior da zona crítica acima da qual a estrutura apresenta-se totalmente austenítica) e A1 (entre A1 e Acm encontramos austenita e cementita), para aços hipereutetóides) 20/12/2012 5 2.1- AQUECIMENTO �� TemperaturaTemperatura Abaixo da linha A1 ���� em que ocorre nenhuma transformação (600-620oC) Ou linha crítica 723 °°°°C 2.1- TEMPERATURA DE AQUECIMENTO •OBSERVAÇÃO - Estará relacionada com o teor de carbono, quando tratar- se de um aço, uma vez que: quanto mais elevada a temperatura acima da zona crítica mais completa poderá ser a dissolução das fases no ferro gama ( Fe-γγγγ ); entretanto, maior o tamanho de grão da austenita ( γγγγ ) ⇔⇔⇔⇔ desvantagem maior do que vantagem. Figura – Esquema ilustrando a influência da Temperatura sobre o Tamanho de Grão [TG]. 20/12/2012 6 2.2- TEMPO DE AQUECIMENTO -Tempo de Permanência à Temperatura de Aquecimento: Influência semelhante a da temperatura de aquecimento, quanto mais longo o tempo, na temperatura de tratamento maior o tamanho de grão. Esta etapa do tratamento térmico é também conhecida como encharcamento e destina-se a homogeneização química e física da austenita. Figura – Esquema ilustrando a Parada Térmica, necessária ao desenvolvimento do Tratamento Térmico. 2.1- TEMPO DE AQUECIMENTO -Tempos muito longos, apesar de possibilitarem a completa dissolução de carbonetos ou outras fases presentes no Fe- γγγγ, podem causar a oxidação ou a descarbonetação e o conseqüente crescimento do tamanho de grão do aço ⇔ desvantagem maior do que vantagem. Figura – Esquema ilustrando a influência do Tempo sobre o Tamanho de Grão [TG]. 20/12/2012 7 2.2- ATMOSFERA DO FORNO - No tratamento térmico de peças de aço deve-se evitar dois fenômenos; A OXIDAÇÃO, pela formação de casca de óxido e A DESCARBONETAÇÃO, pela formação de uma camada mais mole na superfície da peça. Tais fenômenos podem ser evitados com o uso de uma atmosfera protetora ou controladora no interior da câmara do forno, a qual, ao prevenir a formação da casca de óxido, evita o uso de métodos de limpeza e, ao eliminar a descarbonetação, garante uma superfície uniformemente dura e resistente ao desgaste. 2.2- ATMOSFERA DO FORNO - As atmosfera mais comuns são as obtidas pela combustão total ou parcial de carvão, óleo e gás, e estas atmosferas podem apresentar Oxigênio ( O ), Nitrogênio ( N ), Anidrido com CO2, Vapor d´agua, CO, H, Hidrocarbonetos. Entretanto, é preciso sempre um estudo cuidadoso das proporções corretas dos vários constituintes de uma atmosfera protetora para que, no tratamento normal do aço, sejam evitadas tanto A OXIDAÇÃO como A DESCARBONETAÇÃO e A CARBONETAÇÃO. 20/12/2012 8 2.2- ATMOSFERA DO FORNO •EXEMPLO - O oxigênio sempre e o CO, sob certas condições, podem provocar a descarbonetação do aço. -Os Hidrocarbonetos sempre e o CO, sob certas condições, podem carbonetar o aço. Reações de Oxidação: 2 Fe+O2 ⇒ 2 FeO ⇒ provocada pelo O2 Fe+CO2 ⇒ FeO+CO ⇑ ⇒ provocada pelo CO2 Fe+H2O⇑ ⇒ FeO+H2 ⇑ ⇒ provocada pelo H2O ⇑ 2.2- ATMOSFERA DO FORNO Reações de descarbonetação [oxidação preferencial do carbono, pode ocorrer abaixo de A1, no Fe3 C, ou acima de A1, na austenita ( γ )]. 2C + O2 ⇒ 2CO ⇒ provocada pelo O2 C + CO2 ⇒ 2CO2 ⇒ provocada pelo CO2 C + 2H2 ⇒ CH4 ⇒ provocada pelo H2O ⇑ 20/12/2012 9 2.3- EMPACOTAMENTO -Consiste em proteger a peça contra o oxigênio do ar atmosférico que em contato com o carbono em presença de temperatura considerável, forma os gases monóxido de carbono (CO) e o dióxido de carbono (CO2). 2.4- RESFRIAMENTO -É o fator mais importante no tratamento térmico dos metais por possibilitar efetivamente a obtenção da microestrutura e, consequentemente, determina as propriedades finais do elemento em estudo. Pela VELOCIDADE DE RESFRIAMENTO DA AUSTENITA pode-se obter ARRANJOS ESTRUTURAIS que agregam a ferrita + perlita [ αααα + (αααα + Fe3C )]; só a perlita (αααα + Fe3C ); cementita + perlita [Fe3C + (αααα + Fe3C )]; a bainita e, finalmente, a martensita. 20/12/2012 10 2.4- RESFRIAMENTO -Entretanto, não pode ser esquecido que tais possibilidades dependem de componentes como: a composição química do aço, as dimensões do elemento, a capacidade de extração de calor do meio refrigerante. - Os meios de resfriamentos podem ser: 2.4- RESFRIAMENTO Tabela 2.1 - Severidade de Têmpera ( H ) para alguns meios de resfriamentos Meios de Resfriamentos Situação Severidade ( H ) Ar calmo 0,02 Óleo sem agitação 0,20 Óleo com agitação moderada 0,35 Óleo com forte agitação 0,50 Óleo com agitação violenta 0,70 Água sem agitação 1,00 Água com forte agitação 1,50 Salmoura sem agitação 2,00 Salmoura com agitação violenta 5,00 - Na escolha do meio de resfriamento é preciso conciliar o tipo de estrutura final desejada, a profundidade a alcançar, a maior seção e forma da peça, para evitar empenamentos, distorções ou mesmo trincas na mesma. 20/12/2012 11 2.5- DETERMINAÇÃO DO TEMPO TOTAL DE TRATAMENTO Figura – Esquema ilustrativo de um ciclo total de tratamento térmico t1 = Tempo de aquecimento ( t1 = ½ hora/pol ou 1,18 min/mm ) 2.5- DETERMINAÇÃO DO TEMPO TOTAL DE TRATAMENTO Figura – Esquema ilustrativo de um ciclo total de tratamento térmico t2 = Tempo de encharcamento (t2 = 1 h/pol ou 2,36 min/mm) 20/12/2012 12 2.5- DETERMINAÇÃO DO TEMPO TOTAL DE TRATAMENTO Figura – Esquema ilustrativo de um ciclo total de tratamento térmico t3 = Tempo total ( tT = 3/2 hora/pol ou 3,54 min/mm ) 2.5- DETERMINAÇÃO DO TEMPO TOTAL DE TRATAMENTO -Exemplo:no caso do CP ter 13 mm, obtém-se para: t1 = 1,18 min/mm x 13 mm = 15,34 min; t2 = 2,36 min/mm x 13 mm = 30,68 min. tT = 3,54 (min/mm ) x 13 mm = 46 min. 20/12/2012 13 2.5- DETERMINAÇÃO DO TEMPO TOTAL DE TRATAMENTO OBS: -Quando se coloca a peça na temperatura de tratamento, por precaução, devido ao empacotamento, deve-se adicionar 5 min ao valor de tT. -Em fornos com o meio de aquecimento líquido o tempo total é de ¼ dos valores obtidos anteriormente. 2.6- DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA DE TRATAMENTO -Esta temperatura é obtida com o auxílio do diagrama de equilíbrio da liga ou aço, sendo dependente das suas composições química e finalidades (tipos) do tratamento térmico. 20/12/2012 14 3- TRATAMENTOS TÉRMICOS -Os tratamentos térmicos usuais aplicados nos aços podem ser: Normalização; Recozimento; Coalescimento; Têmpera; Revenido; Martêmpera e Austêmpera. 3.1- NORMALIZAÇÃO •DEFINIÇÃO - Consiste no aquecimento do aço a uma temperatura acima da zona crítica, seguido de resfriamento ao ar. •OBJETIVO - Visa principalmente refinar a granulação grosseira de peças de aço fundido ( texturas brutas de fusão ), que não sofreu processo mecânico; Eliminar encruamento ( pontos duros na estrutura oriundos de processos mecânicos à frio ); Dar ao aço suas características normais por homogeneizar química e fisicamente a sua estrutura. 20/12/2012 15 3.1.1- DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA DE NORMALIZAÇÃO -A título de sugestão existem autores que propõe os seguintes intervalos de temperatura para nos aços: Hipo–eutetóides – (A3 + 50) oC; Eutetóides – ( A1 + 50 ) oC; Hiper–eutetóides – (Acm+ 50) oC. Figura: Esquema ilustrativo de um ciclo de Normalização Enfatizando a determinação da temperatura. 3.1.1- DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA DE NORMALIZAÇÃO - Cujos produtos estruturais a temperatura ambiente são: Ferrita (α) e Perlita (α + Fe3C) para os aços Hipo– eutetóides ; Perlita (α + Fe3 C) para os aços Eutetóides; Perlita (α + Fe3 C) e Cementita (Fe3 C) para os aços Hiper– eutetóides. 20/12/2012 16 3.1.1- DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA DE NORMALIZAÇÃO -Para um aço hipo-eutetóide temos a seguinte microestrutura: [A] [B] Figura 2.4.1 – Foto micrográfica de um aço carbono comum ASTM A635/1016 ou A659/1016, [0,12-0,18]%C (max). Espessura ¾ Pol.: Em [A] Ataque Nital 2%, 15seg., 500X – As áreas escuras são Perlitas e as áreas claras são Ferritas; Em [B] Ataque Nital 4%, 10seg., 500X – As áreas claras são Ferritas. 3.1.1- DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA DE NORMALIZAÇÃO - Entretanto, deve-se sempre lembrar que, rigorosamente, os resultados destes tratamentos térmicos dependem da espessura da peça pois as velocidades de resfriamento são maiores para peças delgadas do que em peças grossas. Figura: Esquema ilustrativo de um ciclo de Normalização enfatizando a velocidade de resfriamento moderada. 20/12/2012 17 3.2- RECOZIMENTO •DEFINIÇÃO - Consiste no aquecimento do aço acima da zona crítica durante o tempo necessário e suficiente para se ter solução de carbono ou elemento de liga, no ferro gama (Fe-γ), seguido de resfriamento lento. Deixando que a peça resfrie junto com o forno. •PODEM SER CLASSIFICADOS EM: - Recozimento Total ou Pleno; Isotérmico ou Cíclico: Para alívio de tensões. 3.2- RECOZIMENTO •OBJETIVO - Remover tensões devidas aos trabalhos mecânicos à frio ou à quente; Alterar as propriedades mecânicas; Modificar as características elétricas e magnéticas; Ajustar o tamanho de grão; Regularizar as texturas brutas de fusão, remover gases, ....mas principalmente diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade do aço. 20/12/2012 18 3.2.1- DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA TOTAL DE RECOZIMENTO PLENO -A título de sugestão existem autores que propõe os seguintes intervalos de temperatura para nos aços: Hipo–eutetóides – (A3 + 50) oC; Eutetóides – ( A1 + 50 ) oC; Hiper–eutetóides – (A1 + 50) oC. Figura: Esquema ilustrativo de um ciclo de Recozimento pleno para aços carbono comum.
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