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Trabalho de Biossegurança

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FAHESA - Faculdade de Ciências Humanas, Econômicas e da Saúde de Araguaína.
ITPAC - INSTITUTO TOCANTINENSE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS LTDA.
Disciplina: Farmácia Período: 2015/1
Profª: Maria Librada Godoy Silveira
Infecção Cruzada
Camila Lucenas
Elizangêla da Silva
Laryssa Rodriguês
Luziane dos Santos
Rita Mikelle
Tamara Paes
Araguaína/TO
Camila Lucenas
Elizangêla da Silva
Laryssa Rodriguês
Luziane dos Santos
Rita Mikelle
Tamara Paes
Infecção Cruzada
Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina de Biossegurança do curso de Farmácia da FAHESA/ITPAC.
Araguaína/TO
"A paciência é o melhor remédio para qualquer problema."
Plauto
Introdução
Nos serviços de saúde, os profissionais estão perpetuamente expostos a riscos biológicos (bactérias, vírus e fungos). Vários fatores auxiliam a infecção cruzada que é a transferência de micro-organismo de um individuo infectado para outro, podendo ocorrer dos pacientes para a equipe, paciente para paciente através de equipamento contaminado, como ocorre com a manipulação de secreções orgânicas, dispersão de aerossóis para o meio, acidentes com instrumentos perfurocortantes e a produção de lixo contaminado.
O objetivo deste estudo é discutir sobre o conhecimento e prevenção decorrentes da Infecção Cruzada, por meio de pesquisa bibliográfica qualitativa, visando um maior aprofundamento e esclarecimento da importância do mesmo para a população. A técnica de pesquisa empregada foi a documentação indireta, com fase de levantamento de dados.
Espera-se como resultado deste trabalho que as informações obtidas sobre Infecção Cruzada sejam suficientes não só como aprofundamento do estudo, como também como forma de prevenção.
Objetivos 
Conscientizar os indivíduos através de medidas mínimas de segurança sobre a infecção cruzada seja ela adquirida direta ou indiretamente.
Prevenir e controlar a infecção cruzada.
Discutir as possibilidades de transmissão de pacientes para pacientes, de profissionais para pacientes ou mesmo de pacientes para os profissionais. 
Identificar e analisar fatores que afetem a adesão das unidades de saúde às atuais diretrizes e normas de controle de infecção
Doenças causadas pela Infecção Cruzada
Thomazini (2004) e Stefani et al. (2004) definem infecção cruzada como a infecção ocasionada pela transmissão de microrganismos de um paciente a outro indivíduo, geralmente pelo pessoal, ambiente ou fômite. Porém, outros autores enfatizam que a possibilidade de transmissão de infecções nos serviços de saúde ocorre tanto do paciente para o profissional quanto vice-versa e de paciente para paciente, através de materiais e equipamentos (CDC, 2003; JORGE, 2002; KOHN, 2004), e ainda, de profissional para profissional, através das relações de trabalho (PAULA, 2003 e PERNAMBUCO, 2001).
As principais doenças que acometem os indivíduos através da Infecção Cruzada são a AIDS, Herpes, Gripe, Tuberculose, Hepatite B e C. 
Hepatite B e C:
Estimam-se em 350 milhões os portadores do vírus da hepatite B (HBV) no mundo (MOUSSATCHÉ, 2002), sendo que 1,5 milhões morrem de sequelas como cirrose e neoplasia hepática primária (MELERE et al., 2003). Para o vírus da hepatite C (HCV) estimam-se em cerca de 200 milhões os infectados, sendo três milhões no Brasil ou até 1,7% de nossa população (SANTORO, 2004). Muitos portadores permanecem assintomáticos, descobrindo a doença por exames de rotina ou triagem para doação de sangue (SANTORO, 2004). Contra estas doenças, que têm disseminação crescente a cada dia e podem tornar-se crônicas e levar à morte, ainda não existe terapias plenamente eficazes, apenas tratamentos paliativos (MOUSSATCHÉ, 2002).
Estes vírus transmitem-se particularmente pelo sangue, embora o HBV possa ainda ser veiculado pela saliva e sêmen e ser inalado de suspensões em aerossóis (GARCIA, 2002). Segundo Paula (2003), o antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) pode ser encontrado na saliva de 76% de pacientes com hepatite aguda e
em 81% dos portadores crônicos. A sobrevivência destes vírus fora do corpo atinge
horas ou mesmo dias em pequenos fragmentos de sangue coagulado (GUIMARÃES Jr., 2001; SANTORO, 2004). O risco de transmissão do vírus da hepatite B aos profissionais da área de saúde é bem maior que o do HIV (GARCIA, 2002; PERNAMBUCO, 2001) e cerca de três a cinco vezes maior que na população em geral.
AIDS
Estimam-se em 38 milhões os portadores do vírus HIV, causador da imunodeficiência humana adquirida (Aids), uma prevalência bem inferior à do HCV (SANTORO, 2004).
Apesar do desenvolvimento de potentes antivirais, ainda não há vacina disponível (MOUSSATCHÉ, 2002). Além de ser doença sexualmente transmissível, pode ser veiculada pelo sangue, mas a sobrevivência do HIV fora do corpo é bem menor que a do HCV (SANTORO, 2004).
Tuberculose
O M. tuberculosis, bacilo causador da tuberculose, é eliminado em grande quantidade através do trato respiratório (ANDRADE e HORTA, 2000).
Para esta década, são previstos 90 milhões de casos de tuberculose e 30 milhões de mortes, no mundo, enquanto cerca de 80 mil novos casos são notificados, por ano, no Brasil (ANDRADE e HORTA, 2000). A imunidade pode ser atingida por vacinação.
Herpes
O vírus HSV tipo 1, e mesmo o tipo 2, podem provocar o herpes simples bucal, que pode ser considerado a virose humana mais comum, com exceção das infecções respiratórias virais. Em sua forma recorrente, a infecção manifesta-se clinicamente sob a forma de vesículas no vermelhão dos lábios, podendo também acometer a mucosa bucal, geralmente palato e gengiva. Não há vacina eficaz, mas antivirais como o Aciclovir são indicados para o controle das manifestações clínicas (SILVA et al, 2004).
Embora a forma de transmissão mais conhecida e divulgada seja a que ocorre por contato direto com as lesões, deve ser salientada a possibilidade de transmissão assintomática, pois, em média, 75% dos adultos jovens são soropositivos para o HSV, podendo passar por reativações subclínicas que permitem sua disseminação através da saliva (SILVA et al, 2004).
Gripe
A gripe é uma doença aguda que acomete as vias respiratórias. Ela ocorre quando organismo é infectado pelo vírus influenza. A transmissão do vírus da gripe acontece por via respiratória, geralmente pela inalação partículas de secreção infectada em suspensão no ar. Por esse motivo, é importante tomarmos certos cuidados ao tossir ou espirrar, quando estamos doentes. (VARELLA, 2004).
O contágio por contato físico direto ainda não foi totalmente esclarecido, mas é possível que o contato com uma superfície que acaba de receber o vírus eventualmente facilite sua transmissão (VARELLA, 2004).
Prevenção da Infecção Cruzada
Neste contexto, o controle de infecção torna-se questão de grande relevância para a biossegurança, campo de atuação da saúde do trabalhador, definida pela Fundação Oswaldo Cruz como “um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (PERNAMBUCO, 2001).
Diversos agentes agressivos podem estar presentes nos locais de trabalho, quer se originem nos elementos de seu próprio processo (materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e espaços físicos) ou na sua forma de organização (arranjo físico, ritmo e método, postura, jornada e turnos, treinamento). Desta forma, a prática profissional apresenta, como uma de suas principais características, o risco ocupacional, ou seja, a susceptibilidade de se adquirirem hábitos, posturas e moléstiasadvindas da profissão (PERNAMBUCO, 2001).
A prevenção dos riscos ocupacionais é essencial ao bom desempenho profissional e está ainda diretamente relacionada à qualidade do trabalho desenvolvido. Tais riscos podem e devem ser evitados através da observância das normas técnicas de biossegurança, significando coerência e responsabilidade com os preceitos de saúde (PERNAMBUCO, 2001).
Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual (BRASIL, 2005).
O empregador deve fazer o controle da eficácia da vacinação sempre que recomendado pelo Ministério da Saúde e seus órgãos, e providenciar, se necessário, seu reforço (BRASIL, 2005).
Em caso de acidente com material/instrumental contaminado, envolvendo exposição a sangue e fluido orgânico recomenda-se: lavagem imediata e abundante com água e sabão, sem manipulação excessiva do ferimento; aplicação de antisséptico (iodo povidona 1% ou clorexidina); sutura e curativo, se necessário; preenchimento de guia de acidente de trabalho, conforme o estabelecimento; encaminhamento para unidade de atendimento a doenças infectocontagiosas para avaliação da necessidade de vacinação ou quimioprofilaxia (BRASIL, 2000; PERNAMBUCO, 2001; STEFANI et al., 2004).
Este conjunto de normas ou rotinas, denominado medidas universais de controle de infecção ou medidas de precaução-padrão (CDC, 2003; JORGE, 2002; GARBIN et al, 2004), vem sendo referenciado por diversas portarias dos Ministérios da Saúde e do Trabalho, e divulgado entre os profissionais de saúde e a sociedade em geral.
Considerações Finais
Nessa pesquisa bibliográfica, foram relatados como a Infecção Cruzada é adquirida e os cuidados necessários para amenizar e tratar as principais patologias. Ainda assim, com os altos riscos de contaminações em ambientes propícios, existem meios que controlam a transmissão dos micro-organismos patogênicos, sendo eles a assepsia, antissepsia e utilização de Equipamentos de proteção individual. É imprescindível que, diante dos argumentos expostos os indivíduos não tenham consciência dos riscos causados pela mesma. 
Entretanto, transmitir o conhecimento é favorecer um ambiente salubre, podendo amenizar os ricos existentes, disponibilizando soluções eficazes em prol da saúde do indivíduo. Em virtude do que foi mencionado, é importante que todo o processo analisado sobre os conceitos de Biossegurança, seja satisfatório para obtermos resultados significativos.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, L.M.; HORTA, H.G.P. A progressão da tuberculose: um alerta para profissionais de saúde oral. Revista do CROMG, v.6, n.2, p.113-7, 2000.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION – CDC. Recommended infection-control practices for dentistry - 2003. MMWR Morb Mortal Wkly Rep, Atlanta, v.42, (RR08), mai.1993.
DRAUZIO VARELLA. Gripe. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/letras/g/gripe/>. Acesso em: 05 abr. 2015
GARCIA, R.S. Verificação do conhecimento sobre hepatite B dos cirurgiões e acadêmicos de odontologia. RGO, v.50, n.1, p.17-20, 2002.
GUIMARÃES Jr., J. Biossegurança e Controle de Infecção Cruzada em Consultórios Odontológicos. São Paulo: Livraria e Editora Santos, 2001. 535p.
JORGE, A.O.C. Princípios de biossegurança em odontologia. Rev. Biociência Taubaté, v.8, n.1, p.7-17, 2002.
KOHN, W.G. et al. Guidelines for infection control in dental health care settings-2003. JADA, v.135, jan. 2004.
MELERE, R. at al. Aderência vacinal do esquema multidoses contra o vírus da hepatite B em profissionais da área da saúde. Arquivos médicos; v.6, n.1, p.17-23, 2003.
MOUSSATHÉ, N. A cura da hepatite? Ciência Hoje, v.32, n.188, p.14-9, 2002.
PAULA, N.V.K. Diagnóstico de biossegurança em clínica odontológica da Universidade Paranaense – UNIPAR. Florianópolis, 2003. 103 fls. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, 2003.
PERNAMBUCO. SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE. Manual de biossegurança no atendimento odontológico. Recife: Divisão Estadual de Saúde Bucal de Pernambuco, 2001. 126p.
SANTORO, A. Bomba relógio. Revista Superinteressante, v.61, n.5, 2004.
STEFANI, Christine M.; ARAÚJO, Dilene M.; ALBUQUERQUE, Sandra Helena C. Normas e rotinas para o atendimento clínico no curso de odontologia da UNIFOR. Fortaleza: Universidade de Fortaleza. 2004. 82p.
THOMAZINI, Elza M. Biossegurança – controle de infecção cruzada na prática odontológica: manual de condutas. Piracicaba, SP: FOP/UNICAMP, 2004. 47p.

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