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7 - propagacao de plantas

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPAGAÇÃO DE PLANTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. BUENO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Iporá - GO 
2012 
 
 
 
 
 
 
 1 
PROPAGAÇÃO DE PLANTAS 
Conceito 
É um conjunto de práticas destinadas a perpetuar as espécies de forma controlada. 
 
Objetivo 
Seu objetivo é aumentar o número de plantas, garantindo a manutenção das 
características agronômicas essenciais das cultivares. 
 
Métodos de propagação: 
- Propagação sexuada - que se baseia no uso de sementes; 
- Propagação assexuada - baseada no uso de estruturas vegetativas. 
 
I - Propagação sexuada: Semente 
É o processo onde ocorre a fusão dos gametas masculinos e femininos para formar uma 
só célula, denominada zigoto, no interior do ovário, após a polinização. Esses gametas podem 
ser provenientes de uma mesma flor, ou de flores diferentes de uma mesma planta 
(autopolinização) ou, ainda, de flores pertencentes a plantas diferentes (polinização cruzada). 
Do desenvolvimento do zigoto é produzida uma semente que originará uma nova planta, 
com genótipo distinto dos progenitores, devido à troca de informação genética na fecundação. 
Nas sementes apomíticas, há formação de mais de um embrião (sementes 
poliembriônicas), que podem ser oriundos, além do zigoto, de um conjunto de células do saco 
embrionário, com a mesma genética do progenitor feminino. 
 
 
 
A propagação sexuada é o processo natural de disseminação de muitas espécies, há 
casos em que a semente é a única forma de propagação viável. 
No caso das culturas anuais, principalmente os grãos e culturas olerículas, a principal 
forma de propagação é por semente (sexuada), em cultura perenes, no caso da fruticultura a 
principal forma de propagação é a vegetativa (assexuada). Entretanto, a propagação por 
sementes têm importância para fruticultura: 
•Na produção de porta-enxertos (citros e pessegueiro). 
•Em casos em que a semente é a única forma viável de propagação, (mamoeiro, 
coqueiro, maracujazeiro, etc.). 
•Em espécies em fase inicial de exploração comercial, como é o caso das frutíferas 
nativas. 
•Criação de novas cultivares. 
 
 2 
Vantagens : 
- Maior longevidade; 
- Desenvolvimento vigoroso; 
- Sistema radicular mais vigoroso e profundo. 
Desvantagens : 
- Heterogeneidade entre plantas devido à segregação genética; 
- Frutificação mais tardia e porte elevado; 
- Irregularidade de produção, cor, características organolépticas e tamanho; 
- Plantas propagadas por sementes apresentam o fenômeno da juvenilidade, durante a 
juvenilidade, não há produção de frutos, o que acarreta um prolongamento do período 
improdutivo do pomar. 
- O porte mais elevado pode representar uma desvantagem nas práticas de manejo do 
pomar, como na poda, no raleio, na colheita e em tratamentos fitossanitários. Além disso, a 
propagação sexuada pode induzir à desuniformidade das plantas e da produção, normalmente 
indesejadas em pomares comerciais. 
 
1- Fatores que afetam a germinação das sementes 
A germinação abrange todo o processo que vai desde a ativação dos processos 
metabólicos da semente até a emergência da radícula e da plântula. 
Estado de Dormência - A dormência representa uma condição em que o conteúdo de água 
nos tecidos é pequeno e o metabolismo das células é praticamente nulo, permitindo que a 
semente seja mantida sem germinar por um período relativamente longo. 
Dormência física - A testa ou partes endurecidas dos envoltórios da semente são 
impermeáveis à água, mantendo-a dormente, devido ao seu baixo conteúdo de umidade. 
 
Dormência mecânica - Os envoltórios (endurecidos) impõem uma resistência mecânica 
à expansão do embrião. 
 
Dormência química - Determinada por substâncias inibidoras da germinação, tais como 
fenóis, cumarinas e ácido abscísico; essas substâncias estão associadas ao fruto ou aos 
envoltórios da semente, como acontece nas sementes de cultivares precoces de pessegueiro. 
 
Embrião rudimentar - Quando o embrião é pouco mais do que um pró-embrião envolvido 
por um endosperma. 
 
Dormência térmica - A germinação é inibida pela temperatura. Há um limite variável 
conforme a espécie. 
 
Fotodormência – Sementes que não germinam na presença de luz. 
 
Qualidade da semente - Viabilidade e Vigor. A viabilidade é expressa pelo percentual de 
germinação, o qual indica o número de plantas produzidas por um dado número de sementes. 
O vigor é definido como sendo a soma de todos os atributos da semente, que favorecem o 
estabelecimento rápido e uniforme de uma população no campo. 
Água – Influencia no metabolismo da semente na germinação. Teor entre 40% e 60. 
 
Temperatura – Interfere nas reações metabólicas, afetando o crescimento das plântulas. 
Temperatura ideal varia de 25°C a 30°C, dependendo da espécie. Temperaturas alternadas 
são geralmente mais favoráveis do que temperaturas constantes. 
Gases – O oxigênio favorece a germinação, por ativar o processo da respiração. O CO2 em 
concentrações elevadas, pode impedir ou dificultar a germinação. 
 
 
 
 3 
2 – Técnicas de propagação sexuada 
 
Escolha da planta-matriz - Fornecimento de sementes - Vigor, sanidade, regularidade de 
produção, qualidade e quantidade dos frutos, idade e representatividade da espécie. 
 
Escolha dos frutos – Frutos maduros e livre de doenças. Frutos atacados por doenças, 
pragas, ou caídos no chão devem ser descartados. 
 
Extração das sementes - Separação da polpa e da semente. Restos de polpa aderidos à 
semente podem fermentar e provocar sérios danos ao poder germinativo. Por sua vez, em 
algumas espécies, uma ligeira fermentação da polpa pode facilitar a retirada das sementes, 
como acontece com caroços de pêssego. 
 
Escolha das sementes – Semente grandes e livres de pragas e doenças. 
 
Conservação das sementes – Baixas temperaturas e umidade. 
 
3 - Superação da dormência 
O tratamento para superação da dormência varia de acordo com o tipo de dormência que 
a semente apresenta. 
Aumento da permeabilidade dos envoltórios - A escarificação é o método indicado para 
tornar os envoltórios da semente mais permeáveis à entrada de água e às trocas gasosas, bem 
como facilitar a emergência da radícula ou da plúmula, podendo ser feita por métodos físicos, 
químicos ou mecânicos. 
Método físico - Consiste na imersão da semente em água quente, entre 65°C e 85°C, 
durante 5 a 10 minutos. 
 
Método químico - Consiste no tratamento das sementes com hidróxido de sódio ou de 
potássio, formol e ácido clorídrico ou sulfúrico, geralmente por um período entre 10 minutos até 
6 horas, conforme a espécie. Logo após lavagem em água corrente. 
 
Método mecânico - Esse método consiste no uso de uma superfície abrasiva, agitação 
em areia ou pedra ou na quebra dos envoltórios, como no caso das sementes de pessegueiro, 
que podem ser extraídas quebrando-se os caroços com um torno manual, conforme Fig. 1. 
 
Fig. 1. Extração de sementes de pessegueiro com o uso de torno manual. 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
II- Propagação Assexuada: Vegetativa 
A propagação assexuada, vegetativa ou agâmica é o processo de multiplicação que 
ocorre por mecanismos de divisão e diferenciação celular, por meio da regeneração de partes 
da planta-mãe. 
A propagação vegetativa consiste no uso de órgãos da planta, sejam eles estacas da 
parte aérea ou da raiz, gemas ou outras estruturas especializadas, ou ainda meristemas, 
ápices caulinares, calos e embriões. 
Um vegetal é regenerado a partir de células somáticas, sem alterar o genótipo, devido à 
multiplicação mitótica, permitindo a formação de um clone, grupo de plantas provenientes de 
uma matriz em comum, ou seja, com carga genética uniforme e com idênticas necessidades 
edafodimáticas, nutricionais e de manejo. 
 
Princípios da propagação vegetativa: 
Totipotencialidade- As células da planta contêm toda a informaçãogenética necessária para a 
perpetuação da espécie (totipotencialidade). 
 
Regeneração de células- As células somáticas e os tecidos apresentam a capacidade de 
regeneração de órgãos adventícios (raíze e caule). 
 
Vantagens da propagação assexuada: 
•Permitir a manutenção do valor agronômico de uma cultivar ou clone, pela perpetuação 
de seus caracteres. 
•Possibilitar que se reduza a fase juvenil, uma vez que a propagação vegetativa mantém 
a capacidade de floração pré-existente na planta-mãe. Assim, há redução do período 
improdutivo. 
•Redução no porte ou tamanho da planta, facilitando a colheita e tratos culturais. 
•Permitir a obtenção de áreas de produção uniformes devido à ausência de segregação 
genética. 
 
Tipos de propagação vegetativa: 
 
1 - Propagação Vegetativa por Estaquia 
2 - Propagação Vegetativa por Enxertia 
3 - Propagação Vegetativa por Mergulhia 
4 – Propagação vegetativa por estruturas especializadas 
 
1 - Propagação Vegetativa por Estaquia 
Estaquia é o método, no qual segmentos destacados da planta-mãe, uma vez submetidos 
a condições favoráveis, induz o enraizamento. Assim, a partir de um segmento, é possível 
formar-se uma nova planta. 
Entende-se por estaca, qualquer segmento da planta capaz de formar raízes adventícias 
e de originar uma nova planta. 
 
a) Vantagens 
•Permite que se obtenham muitas plantas a partir de uma única planta-matriz, em curto 
espaço de tempo. 
•É uma técnica de baixo custo e de fácil execução. 
•Não apresenta problemas de incompatibilidade entre o enxerto e o porta-enxerto. 
•Plantas produzidas com porta-enxertos, originados de estacas, apresentam maior 
uniformidade do que plantas enxertadas sobre mudas oriundas de sementes. 
 
 
 5 
 
b) Classificação 
Estacas Herbáceas - São aquelas com folhas e com tecidos ainda não lignificados 
obtidas no período de crescimento vegetativo (primavera/verão), quando os tecidos 
apresentam alta atividade meristemática e baixo grau de lignificação. 
 
Estacas Semilenhosas – São estacas ainda com folhas, porém mais lignificadas que as 
estacas herbáceas obtidas no final do verão e início do outono. 
 
Estacas Lenhosas – são obtidas no período de dormência (inverno), quando as estacas 
apresentam a maior taxa de regeneração poten'cial e são altamente Iignificadas. 
 
 
c) Fatores que afetam a formação de raizes 
O conhecimento dos fatores que afetam a formação de raízes é importante, para que se 
possa explicar por que uma espécie tem facilidade ou dificuldade de enraizar. 
 
Condição fisiológica da planta-matriz - Estacas retiradas de uma planta-matriz em déficit 
hídrico tenderão a enraizar menos do que aquelas obtidas sob adequado suprimento de água. 
A condição nutricional da planta-matriz afeta fortemente o enraizamento. Reservas mais 
abundantes de carboidratos correlacionam-se com maiores percentagens de enraizamento e 
sobrevivência de estacas. 
 
Idade da planta-matriz - As estacas provenientes de brotações jovens enraízam com mais 
facilidade e isso se manifesta com mais freqüência em espécies de difícil enraizamento. 
Tipo de estaca- O tipo mais adequado de estaca varia com a espécie ou com a cultivar. 
Estacas mais lignificadas geralmente apresentam maior dificuldade de enraizamento do que 
estacas de consistência mais herbácea e semilenhosa. 
Balanço hormonal - Uma das formas mais comuns de favorecer o balanço hormonal, para o 
enraizamento, é a aplicação exógena de fitorreguladores sintéticos, tais como o ácido 
indolbutírico (AIB), o ácido naftalenacético (ANA) e o ácido indolacético (AIA), que elevam o 
teor de auxinas no tecido. 
Temperatura - O aquecimento do leito de enraizamento ou substrato, com temperaturas que 
vão de 18°C a 21°C favorece o enraizamento. Em estacas herbáceas e semilenhosas, 
temperaturas elevadas induz o murchamento da estaca prejudicando o enraizamento. Além 
disso, pode favorecer a brotação das gemas antes que o enraizamento tenha ocorrido, o que é 
 6 
indesejável. 
Umidade - A perda de água é uma das principais causas da morte de estacas. Portanto, a 
prevenção do murchamento é especialmente importante em espécies que exigem um longo 
tempo para formar raízes e nos casos em que são utilizadas estacas com folhas ou de 
consistência mais herbácea. 
O uso da nebulização permite a redução da perda de umidade pela formação de uma 
película de água sobre as folhas, além da diminuição da temperatura e da manutenção da 
atividade fotossintética das mesmas nas estacas. 
 
Substrato - O substrato destina-se a sustentar as estacas durante o enraizamento, mantendo 
sua base num ambiente úmido, escuro e suficientemente aerado. 
Exemplo: areia, vermiculita, casca de arroz carbonizada, turfa, solo ou a mistura de ambos. 
 
d) Técnicas de estaquia 
Obtenção do material propagativo – Selecionar planta-matriz com identidade conhecida, com 
características peculiares da cultivar, além de apresentar ótimo estado fitossanitário, vigor 
moderado e não apresentar danos provocados por déficit hídrico, geadas ou outras intem-
péries. A planta-matriz deve estar numa condição nutricional equilibrada. 
Época de coleta das estacas – A época do ano afeta o potencial de formação de raízes, 
especialmente em espécies de difíciI enraizamento. 
•Período de repouso (inverno) - Nesse período, são utilizadas estacas com alto grau de 
lignificação, denominadas estacas lenhosas.. 
•Período de intenso crescimento vegetativo (primavera) - Nessa época, as estacas 
apresentam baixo grau de lignificação e elevada atividade do câmbio. Resultam da fase mais 
ativa de crescimento dos ramos e apresentam uma consistência bastante herbácea. 
Período final do crescimento vegetativo (final do verão - início do outono) - Estacas 
utilizadas nessa época são denominadas semilenhosas, apresentam mais folhas e são mais 
lignificadas que na época anterior. 
Preparo das estacas - O comprimento e o diâmetro das estacas variam conforme a espécie e 
o tipo de estaca. Estacas lenhosas podem ter comprimento variável de 20 a 30 cm e diâmetro 
que, geralmente, se situa entre 0,6 e 2,5 cm. Geralmente, estacas semilenhosas apresentam 
comprimento de 7,5 a 15 cm, e estacas herbáceas podem ser ainda menores. 
Em estacas semilenhosas ou de consistência mais herbácea, a presença de folhas 
favorece o enraizamento. Por sua vez, a presença de folhas nas estacas representa uma 
superfície transpiratória cuja taxa de perda de água é aumentada em condições de elevada 
temperatura. Por isso, é necessário o uso de nebulização . Geralmente, são mantidas apenas 2 
ou 3 folhas na parte superior da estaca. 
Estaqueamento – O plantio das estacas pode ser feito em recipientes (sacos de plástico, 
vasos, baldes, caixas, entre outros), em estruturas de propagação ou diretamente no viveiro. O 
primeiro caso é aplicado para estàcas com folhas (semilenhosas ou herbáceas), as quais 
necessitam de umidade constante sobre a folha. 
Substrato - Por ser um dos fatores de maior influência, especialmente no caso de espécies de 
difícil enraizamento, deve ser dada atenção especial à escolha do substrato. Além da 
vermiculita, da casca de arroz carbonizada, da areia, etc, outros substratos, como o musgo e a 
água poderão ser utilizados. No caso de utilização da água, é necessário um bom sistema de 
oxigenação, para permitir que as raízes se desenvolvam. 
Uso de fitorreguladores - A utilização de fitorreguladores no enraizamento é uma prática 
largamente difundida, sendo uma técnica que, em muitas espécies de difícil enraizamento, 
pode viabilizar a produção de mudas por estaquia. Os principais fitorreguladores usados com 
essa finalidade são aqueles do grupo das auxinas, tais como o ácido indolbutírico (AIB), o 
ácido naftalenacético (ANA) e o ácido indolacético (AIA), que elevam o teor de auxinas no 
tecido, provocando o enraizamento. 
 
 
 7 
 
2 - Propagação Vegetativa por Enxertia 
A enxertia é uma forma de propagação assexuada de vegetais superiores, na qual se 
colocamem contato duas porções de tecido vegetal, de tal forma que se unam e, 
posteriormente, se desenvolvam, originando uma nova planta. 
O enxerto é a parte representada por um fragmento da planta, contendo uma ou mais 
gemas, responsável pela formação da parte aérea da nova planta. O porta-enxerto é a parte 
responsável pela formação do sistema radicular. 
 
a) União entre enxerto e porta-enxerto 
Para uma perfeita união entre enxerto e porta-enxerto, é necessário que ocorra uma 
seqüência de eventos, na seguinte ordem: 
Primeiro passo- Quando se colocam em contato os tecidos cambiais do enxerto e do porta-
enxerto, ambos com grande capacidade meristemática, ocorre multiplicação desordenada de 
células, irregularmente diferenciadas e agrupadas num tecido denominado calo (Fig. 1). 
 
Fig. 1. Multiplicação desordenada de células formando o calo para o início da união 
entre enxerto e porta-enxerto. 
Segundo passo- Com a multiplicação das células, ocorre um entrelaçamento das mesmas, 
formando um tecido de calo comum a ambas as partes. 
Terceiro passo - Há uma diferenciação das células em novas células cambiais, promovendo 
uma união com o câmbio original do enxerto e do portaenxerto. 
Quarto passo- O novo câmbio produz novos tecidos vasculares, que permitem o fluxo normal 
de água e de nutrientes. Com isso, está formada a união entre enxerto e porta-enxerto. 
b) Equipamentos necessários 
Canivete- Existe grande variedade de tipos de canivetes que podem ser usados na enxertia. 
Contudo, o importante é que esses apresentem lâminas de boa qualidade, que possam ser 
afiadas e que mantenham o fio por maior tempo possível (Fig. 1). 
 
 
Tesoura de poda - A tesoura é um equipamento utilizado para coleta dos ramos fornecedores 
das gemas, preparo dos porta-enxertos e dos garfos. Deve ser de boa qualidade e estar 
 8 
sempre limpa e bem afiada (Fig. 2). 
Fitas de polietileno - as fitas de polietileno (Fig. 3) são os materiais mais utilizados para 
amarração do enxerto e o porta-enxerto, pois têm a união, impedem a entrada de água, a 
desidratação da gema e a entrada de microrganismos. 
A fita de polietileno n° 8 é a mais indicada para fazer a amarração, em função da 
espessura e da elasticidade, mas pode-se utilizar qualquer fita de polietileno disponível, até 
mesmo aquelas provenientes de embalagens vazias (sacos de plástico). 
 
Fig. 3. Amarração em enxertia de garfagem em videira com utilização de: A - Fitas de 
polietileno; e B - Filme de Pvc. 
Produtos para desinfestação - A desinfestação de ferramentas, como canivetes e tesouras, é 
uma técnica que deve ser adotada, a fim de se evitar contaminação com microorganismos. 
Normalmente, o produto utilizado é o hipoclorito de sódio ,5% a 2% (água sanitária). 
 
c) Obtenção dos porta-enxertos 
O método mais utilizado é a propagação por sementes. A principal vantagem da produção 
de porta-enxertos por sementes é sua grande uniformidade e o grande número de mudas, 
produzidas em sementeiras. 
e) Classificação da enxertia 
Tipos de enxertia: 
Enxertia de borbulhia - Também é conhecida como enxertia de gema e consiste em 
justapor uma pequena porção da casca de uma planta enxerto, contendo apenas uma gema, 
com ou sem lenho, em outra planta porta-enxerto (Fig. 4). 
 
Fig. 4. Enxertia de borbulhia borbulhia de gema com lenho 
 
 
Enxertia em T normal - Essa forma é bastante utilizada na propagação de espécies frutíferas, 
 9 
principalmente cítricas e rosáceas. 
Enxertia em placa ou escudo - Essa forma de enxertia é utilizada em espécies que 
apresentam casca grossa, como a nogueira-pecã, o caquizeiro e a goiabeira (Fig. 5). 
Enxertia em anel - Para se fazer essa enxertia, efetuam-se dois cortes horizontais e paralelos, 
com canivete de lâmina dupla, ao redor do porta-enxerto, obtendo-se uma porção de casca em 
forma de anel (Fig. 6). Para retirar a gema, procede-se de maneira idêntica à enxertia em 
placa. 
 
 A 
 
 B 
Fig. 5. Enxertia de borbulhia em placa (A) e em anel (B). 
Enxertia de garfagem - A garfagem é um método de enxertia que consiste na retirada de uma 
porção de ramo, chamada de garfo ou de enxerto, em forma de bisel ou de cunha, contendo 
duas ou mais gemas, para ser introduzida no porta-enxerto ou cavalo (Fig. 6). 
 
Fig. 6. Enxertia de garfagem de fenda cheia. 
• Enxertia de garfagem de fenda simples e dupla - Essa forma de enxertia de garfagem 
consiste em fazer-se um corte em bisel no garfo, e outro no porta-enxerto, de modo que os 
câmbios fiquem em perfeito contato (Fig. 7) 
 
Figo 7. Enxertia de garfagem em fenda simples (A), dupla fenda (B) e cicatrização 
 
 10 
 
3 - Propagação Vegetativa por Mergulhia 
A mergulhia é um processo de multiplicação assexuada, em que a planta a ser originada 
só é destacada da planta-mãe após ter formado seu próprio sistema radicular. 
Essa técnica é recomendada para espécies com dificuldades de multiplicação por outros 
métodos vegetativos ou mesmo por sementes. 
 Existem muitas formas de se executar o processo da mergulhia, mas todas obedecem ao 
princípio da cobertura parcial do ramo, ou outra parte da planta com solo ou outro substrato 
com a finalidade de enraizamento. A mergulhia pode ser feita no solo ou fora dele (alporquia). 
Mergulhia simples normal - Consiste em curvar-se um ramo, cobrindo uma parte com 
solo, deixando sua extremidade descoberta e em posição vertical (Fig. 1). 
Mergulhia simples de ponta - É semelhante à mergulhia simples normal, mas nesse 
caso, a ponta ou extremidade do ramo deve ficar coberta com solo. Ocorre inversão polaridade 
das gemas, que brotarão e formarão uma nova planta (Fig. 2). 
Mergulhia contínua chinesa - consiste em curvar-se um ramo, cobrindo com solo a 
maior extensão possível do mesmo, de modo que apenas sua extremidade fique descoberta. 
Com a cobertura do ramo, as gemas dispostas em sua extensão permanecem sob o solo e 
emitirão brotações enraizadas (Fig. 3). 
 
 
4 – Propagação vegetativa por estruturas especializadas 
Estruturas especializadas são caules, folhas ou raízes modificadas que funcionam como 
órgãos de reserva de alimentos, podendo também ser utilizados na propagação vegetativa das 
plantas. Muitas vezes, esses órgãos possibilitam a sobrevivência das plantas em condições 
adversas. 
Em fruticultura, a propagação das plantas por meio de estruturas especializadas é usada 
em algumas espécies, como, por exemplo, o morangueiro, a bananeira, o abacaxizeiro, a 
framboeseira e a amoreira-preta. 
 
Tipos de estruturas 
Embora existam vários tipos de estruturas especializadas que podem ser utilizadas na 
propagação de plantas, no caso das plantas frutíferas, as principais estruturas utilizadas são: 
estolões, rebentos e rizomas. 
 
 
Estolões - São caules aéreos especializados, mais ou menos horizontais, que surgem da axila 
das folhas, na base ou na coroa das plantas que enraízam e formam uma nova planta. 
Um exemplo característico de planta que pode ser propagada por estolões é o 
morangueiro, no qual o número de mudas obtidas em cada planta-mãe é dependente da 
cultivar (Fig. 1). 
 11 
 
 
Fig. 1. Estolões utiIizados na propagação do morangueiro. 
 
 
 
 
Rebentos - São brotações que surgem a partir de raízes, do caule ou dos próprios frutos que, 
quando enraizados, podem ser utilizados na produção de novas plantas. A framboeseira, a 
amoreira-preta e o abacaxizeiro são facilmente propagados por rebentos (Fig. 2 e 3). 
 
 
 
Fig. 2. Rebentos 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
Fig. 3. Diferentes tipos de mudas de abacaxizeiro. A) Coroa; B) Filhote; 
C) Filhote-rebentão; D) Rebentão. 
Coroa - Muda originada de um aglomerado de folhas modificadas, localizadas no ápice do 
abacaxi. 
Filhote - Muda originária do pedúnculo do fruto e, por isso, tem a arte basal curva. Apresenta 
tamanho uniforme (200 a 500 g). Esse tipo de estrutura é o mais abundante, na produção de 
mudas, eo número de filhotes é variável com cultivar. No caso da cultivar Pérola, pode-se 
obter de 5 a 9 filhotes por planta. 
Rebentões - São mudas originárias a partir de brotações de gemas do caule localizadas nas 
bainhas foliares. 
 
Rizomas - São caules modificados de crescimento normalmente subterrâneo, e que 
apresentam capacidade de armazenar reservas. As mudas do tipo rizoma são importantes para 
a propagação da bananeira e, a exemplo do abacaxizeiro, recebem denominações diferentes 
de acordo com o tamanho e a forma. 
Tipos de mudas originadas de rizomas na cultura da bananeira: 
 Chifrinho - Mudas medindo 20 a 30 cm de altura, com 2 a 3 meses de idade, e peso em 
torno de 1 a 2 kg, sem folhas. 
 Chifre - Mudas medindo 50 a 80 cm de altura, com folhas rudimentares na extremidade 
superior. 
 Chifrão -Mudas medindo 6 a 9 meses de idade, com folhas estreitas e peso médio de 2 
a 3 kg. 
 Muda alta - Mudas enraizadas, com folhas inteiras ou definitivas, pesando 5 kg ou mais. 
 
 
Fig. 5. Mudas do tipo rizoma de diferentes tamanhos.

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