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História antiga ocidental Aula 1 conteúdo online

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Aula 1: A História da História: discutindo a Antiguidade 
 
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 
 
1. Identificar a periodização de tempo que estudaremos em história, 
aprendendo o que é História Antiga e as dificuldades que temos para conhecê-
la; 
 
2. reconhecer a ideia de Ocidente, desconstruindo a noção genérica 
geográfica; 
 
3. comparar como a própria noção do que é história é algo mutável, e que não 
basta um discurso que afirme o que seja história para que nós o 
reconheçamos. 
 
Por que estudamos História? 
 
A História é viva. Ela nos permite pensar, discutir independente do espaço que 
estejamos observando. 
O ensaísta Tom Holland faz, na introdução de Fogo Persa, uma reflexão que é 
fundamental para vermos como a observação histórica é muito mais rica que 
somente um conhecimento por gosto. É necessário amar a História para se 
perder em seus descaminhos. 
Holland conta que um amigo, ao assumir a reitoria de uma universidade nos 
Estados Unidos, teve logo de cara um primeiro desafio. O aluno 
tradicionalmente, ao fim do curso, apresentava um trabalho histórico e era feito 
um grande congresso para a discussão destes trabalhos. 
O problema era que há mais de dez anos o tema era o mesmo, Hitler e o 
nazismo, e queriam um tema novo. Esse seu amigo propôs então discutir um 
processo medieval de nome Cruzadas, momento em que Ocidente e Oriente se 
digladiaram e que, entre outras questões, tinha a religião como pano de fundo. 
O conselho, ao ver a proposta, o chamou de louco. Como uma coisa tão antiga 
e sem importância seria o tema? 
Enfim, ele conseguiu em meio a muita desconfiança realizar o evento, e a 
resposta de que ele não estava tão errado veio em 11 de setembro do ano 
seguinte. Quatro aviões sequestrados por terroristas islâmicos levaram o 
horror aos Estados Unidos. Uma velha pergunta aparece: "por que nos 
odeiam?" No seu primeiro discurso pós-evento, Bin Laden disse que era uma 
vingança contra o Ocidente invasor. 
O presidente norte-americano W George Bush, desnorteado em meio aos 
eventos, vai a uma Mesquita e faz um discurso público dizendo que sabia que 
aquele ato não era Islâmico, mas que estaria dali por diante realizando uma 
Cruzada contra o terrorismo. Mais infeliz impossível. 
Será aceitável imaginar que nossa história começa no nosso nascimento? 
 Quem somos nós é uma questão central: como, onde estamos? Qual 
sociedade queremos viver, refletir, que legados temos? Refletir sobre a história 
antiga é notar que todas as sociedades são marcadas por continuidades e 
rupturas. Aprender a observar isso cria o olhar do cientista humano, um olhar 
crítico. 
 
Os objetivos desta aula são: 
Identificar elementos da cultura greco-romana que ainda estão presentes em 
nosso cotidiano. 
Relacionar o mapa conceitual ao cabedal de conceitos que será adquirido ao 
longo do semestre. 
Perceber a importância do estudo da História Antiga para o curso de 
Licenciatura. 
Conhecer o plano de ensino, os procedimentos de aula, o caderno de textos, 
os métodos de avaliação, a bibliografia básica e complementar. 
 
O que é História Antiga? 
 
É o período que se estende desde o aparecimento da escrita até a 
desestruturação do Império Romano. A invenção da escrita retira o homem da 
pré-história e o coloca na história... Será? 
Veja uma linha do tempo 
 
História Antiga 
 +- 3.000 aC a invenção da escrita até 476 dC - desestruturação do Império 
Romano. 
 
Idade Média 
476 dC do fim do Império romano do Ocidente a 1453 dC no fim do Império 
romano do Oriente. 
 
Idade Moderna 
De 1453, na tomada dos turcos em Constantinopla, a 1789 na queda da 
Bastilha. 
 
Aí vamos nós: será que esse modelo é um consenso, algo inquestionável? 
 Quem inventou isso? Imagine a situação: Odoacro e seu grupo de guerreiros 
se reunindo e questionando no dia seguinte a queda de Rômulo, o último 
imperador romano do Ocidente. Perceberam o que a gente fez ontem? 
Acabamos com a Idade Antiga! Não existe isso! 
 
A divisão da história existe com fins didáticos, foi elaborada pelo homem. Não 
devemos nos preocupar com os marcos, mas sim, refletir sobre as relações de 
poder na transição destes períodos. 
A linha do tempo como conhecemos foi proposta pelos iluministas. Os 
iluministas, homens do final do século XVII e XVIII, propunham a seguinte 
lógica: todo o período em que o homem foi evoluindo vamos chamar da 
verdadeira história do homem. Como ela estava no passado, então é antiga: da 
invenção da escrita até as grandes construções do Egito, Grécia e Roma. Os 
homens vinham num crescente, numa ideia evolutiva de sociedade. 
O homem mergulha em um período em que pensa pouco, um período de 
trevas, em que não ocorre nada – a Idade Média - o que ficou no meio. 
No século XVI, renasce o pensamento do homem no seu auge (o homem da 
antiguidade com os textos greco-romanos recuperados) e tudo começa a 
melhorar, o homem volta a pensar até alcançar a luz dos iluministas... 
VERDADE? NÃO. 
A leitura é uma busca de legitimar seu trabalho, seu grupo. As sociedades 
estão o tempo todo tendo continuidades e rupturas na sua estrutura social... 
 SEMPRE. 
Para realizar nosso curso, devemos resgatar a importância dos povos antigos, 
e é partir daí que encontramos problemas com os quais devemos nos 
acostumar: quanto de material nos sobrou da história antiga? 
Estamos falando de períodos de cerca de dois milênios atrás. Já pegou um 
livro muito antigo? Percebeu como ele se desfaz com o tempo? É cruel com os 
documentos, porém isso nos faz perceber como é fantástico o estudo da 
história antiga, pois é possível reconhecer nossa limitação. Estaremos diante 
de um um fascinante período com muitas lacunas. 
Mas que Ocidente é esse? Buscamos uma definição da história do Ocidente, 
uma palavra tão comum e tão presente no nosso cotidiano. O que é o Mundo 
Ocidental hoje? Talvez sejam os seguidores de religião judaico-cristão para 
alguns, e capitalismo para outros. 
Historicamente, alguns autores utilizariam a noção de embate entre Ocidente e 
Oriente como duas áreas que de forma diversa lutaram ao longo da História. A 
primeira, sem dúvida, a mítica guerra de Troia; depois as guerras de Persas e 
Gregos; as cruzadas; as batalhas entre turcos e Constantinopla; se possível 
até as guerras mundiais com alemães versus o mundo ocidental. 
Só batalhas não explicam tudo, penso que Ocidente deve ser entendido como 
um conceito histórico, e que suas fronteiras geográficas mudam de momento 
para momento. 
 
Exemplo 1 
Oriente e Ocidente nas Guerras Médicas 
Ocidente e Oriente na Guerra Fria 
Oriente e Ocidente puderam já estar no Império Romano 
 
Professor, fiquei confuso: onde é oriente e onde é ocidente? Depende do 
momento em que você está estudando. Em nosso recorte, buscamos a velha 
versão iluminista que dividiu nossa linha do tempo, a noção de cultura ocidental 
como filha da tradição greco-romana. 
Estudaremos nesta unidade os espaços da Grécia e da Roma antiga, 
identificando sua formação política e social, discutindo aspectos de sua cultura 
e sociedade. 
Sobre estes aspectos é importante pensarmos um pouco em como um dos 
maiores historiadores de História antiga explica o seu próprio campo de 
pesquisa. 
"Os pais da história foram os gregos. Os historiadores da Antiguidade têm 
muito orgulho disso, tanto que preferem não se lembrar de que algumas das 
maiores inteligências em história antiga não se impressionaram muito com 
esse feito. Os cunhadores de bons mots sempre tiveram grande predileção 
pela história enquanto disciplina: é falsa, é perigosa, é bobagem. 
Oshistoriadores podem ignorar tranquilamente as zombarias e dúvidas de 
Walpole ou Henry Ford,ou mesmo de Goethe, mas Aristóteles é outro caso, 
pois, afinal, criou várias ciências e dominou outras também, de um modo ou de 
outro — exceto história e economia. 
Ele não escarneceu da história, ele a rejeitou, nas famosas palavras do nono 
capítulo de sua Poética: "A poesia é mais filosófica e séria do que a história", 
pois aquela fala principalmente do universal e a história do particular. 
Por 'universal' entendo que determinado indivíduo dirá ou fará determinadas 
coisas segundo a verossimilhança ou a necessidade; esse é o propósito da 
poesia, acrescentar os devidos nomes às suas personagens." 
 
FINLEY, M.I. O uso e o abuso da história. 
Martins Fontes. 1989 
 
O mal humor de Finley é ontra exercícios bobos de historiadores em buscar 
engrandecimentos sem necessidade.Não precisamos de subterfúgios, nem de 
mitos, nem tão pouco de generalizações perigosas, para justificar seu 
conteúdo. 
Precisamos ter muito cuidado, pois a história que os gregos escreviam não tem 
nada diretamente relacionado ao nosso olhar. Para Homero, por exemplo, a 
história é um exercício de observação. A função do historiador para o grego é 
julgar as ações, verificar erros e falhas. 
Não é a visão comteporânea de história, da disciplina; somos cientistas, 
discutimos, reunimos dados de maneira cuidadosa, não julgamos. 
Outro dos famosos historiadores gregos foi Tucídides: que pensava a história 
de maneira direta , quem viu pode relatar, quem não viu não. Só existiria o 
historiador do tempo presente.Bom, se isso fosse verdade, eu, por exemplo, 
estaria desempregado. 
Costumo brincar que dados e datas não é objeto do historiador, mas sim de 
reunião de dados. O Google, por exemplo, lhe responde com facilidade, veja: 
página do Wikipédia para cronologia de história antiga: 
 
Época Arcaica 
 
776: Data tradicional dos primeiros Jogos Olímpicos. 
c. 775 - 760: Fundação da primeira colônia grega conhecida no Ocidente: 
Ísquia. 
c. 750: Fundação da primeira colônia grega na Sicília: Naxos. Fundação da 
colônia de Cumas na Campânia. 
c. 735 - 716: Primeira Guerra Messénica, que se salda na conquista da 
Messénia por Esparta. 
c. 735: Fundação das colônias de Corcíra e Siracusa por Corinto. 
c. 730: Fundação das colônias de Mende e Metone por Erétria. 
c.728: Fundação de Mégara Hibleia por Mégara. 
c.720: Fundação de Síbaris por colonos da Acaia. 
c. 708: Fundação de Crotona por colonos da Acaia. 
c. 706: Fundação de Tarento por Esparta. 
689 a.C.: Fundação de Gela por colonos de Rodes e Creta. 
685 a.C.: Fundação de Calcedónia por Mégara. 
c. 660: Fundação de Bizâncio por Mégara. 
673: Fundação de Locros pela Lócrida. 
654: Fundação das colônias de Acanto, Lâmpsaco e Abdera por Andros, 
Foceia e Clazómenas respectivamente. 
650 a.C.: Segunda Guerra Messénica. Instauração da tirania em Corinto por 
Cípselo. 
640: Fundação de Hímera por Zancle. 
630: Fundação de Cirene por Tera. 
628: Fundação de Selinunte por Mégara Hibleia. 
627: Fundação de Epidamno por Corinto. 
621: Drácon concede um código de leis a Atenas. 
582: Início dos Jogos Píticos. 
581: Início dos Jogos Ístmicos. 
580: Fundação de Agrigento por Gela. 
573: Início dos Jogos Nemeus. 
560: Fundação de Alália por Foceenses. 
 
488: Nascimento do historiador Heródoto. 
c.487: O ostracismo é aplicado pela primeira vez em Atenas, com o exílio de 
Hiparco. 
c.486: Ostracismo de Mégacles. 
c.485-478: Tirania de Gélon em Siracusa. 
484: Ostracismo de Xantipo. 
482: Ostracismo de Aristides. 
481: Formação de uma aliança pan-helênica, liderada por Esparta, para resistir 
ao ataque persa. 
480: Agosto: começa a expedição persa contra a Grécia, liderada por Xerxes I. 
Batalha das Termópilas. 
Setembro: Vitória dos gregos na Batalha de Salamina. A tradição atribui no 
mesmo dia a vitória de Gélon sobre os Cartagineses na batalha do Hímeras. 
479: Fim das Guerras Médicas com a vitória grega na Batalha de Plateias e na 
Batalha de Mícale. 
Inverno: Atenas toma Sestos. 
478: Formação da Liga de Delos, sob liderança de Atenas. 
478-476: Reconstrução das muralhas de Atenas. 
476-475: Címon realiza uma campanha na Trácia. 
474: Os Siracusanos, liderados por Hierão, derrotam os Etruscos em Cumas. 
470: Ostracismo de Temístocles que se fixa em Argos. 
470-460: Construção do Templo de Zeus em Olímpia. 
469-468: Derrota dos persas pela frota da Simaquia de Delos, liderada por 
Címon. Os Persas deixam de ser uma ameaça no Mar Egeu. 
466-465: Condenação de Temístocles que foge para Susa, na Pérsia. 
462: Em Atenas Efialtes e Péricles reduzem os poderes do Areópago. 
 
Está exata? Não! Mas dá para usar! Não é importante saber todas essas datas 
se eu não souber discutir o que é, como é, que conjunto de relações de poder 
está envolvido para entender este modelo social. 
Por fim, é importante a ênfase na desconstrução do conceito de ciências 
auxiliares que deprecia os demais saberes, criando uma falsa hierarquia de 
importância da História em detrimento das demais. 
Vejamos Finley falando de Arqueologia: 
" Assim como outras disciplinas das ciências humanas e sociais, a arqueologia 
parece estar em crise. Atestam-no a profusão de livros e artigos com títulos 
como New Perspectives in Archaeology. Em menor grau, há uma forte reação 
dentro da disciplina contra as habituais incursões feitas no campo pré-histórico 
da religião, economia ou estudo da arte, que não tomem por base a — e nem 
sejam controlados pela — teoria ou o conhecimento adequado. 
Há um novo clima de austeridade, até de pessimismo. Pode parecer uma 
"doutrina severa para algumas pessoas", escreve Stuart Piggott, mas "os 
dados baseados na observação da pré-história parecem-me, em quase todos 
os sentidos, mais ambíguos e mais suscetíveis a interpretações variadas que a 
gama normal de material disponível para os historiadores. 
O que temos à nossa disposição, como pré-historiadores, são remanescentes 
duráveis da cultura material que chegaram acidentalmente até nós, os quais 
interpretamos da melhor maneira possível, e, inevitavelmente, a qualidade 
peculiar dessas evidências dita o tipo de informação que podemos obter delas. 
Além do mais, interpretamos as evidências em termos de nossa formação 
intelectual, que é condicionada pelo período e cultura nos quais fomos 
educados, nossa bagagem social e cultural, nossas hipóteses e pressupostos 
atuais, e nossa idade e posição social". 
Um exemplo que demonstra a necessidade urgente dessa "doutrina severa" 
merece ser examinado — a notável fábula da Grande Deusa Mãe. Para 
Jacquetta Hawkes, essa deusa era tão onipresente e onipotente na Creta 
(minoana) da Idade do Bronze que a própria civilização é rotulada de "força 
predominantemente feminina". O caso baseia-se numa coleção de pequenas 
estatuetas neolíticas, comum à altura média de menos de duas polegadas, que 
ela descreve assim: "As evidências materiais da vida religiosa desses 
agricultores da Idade da Pedra consistem, em sua maior parte, de estatuetas 
em forma de mulher (entalhadas ou modeladas) que eles guardavam em suas 
casas ou, às vezes, em casas sagradas construídas para elas. 
Na feitura dessas estatuetas eles destacavam a função reprodutiva, dando-lhes 
grandes seios e nádegas e, muitas vezes, ventres muito proeminentes de uma 
gravidez adiantada. Além disso, faziam-nas habitualmente de cócoras, posição 
que as mulheres daquela época provavelmente assumiam durante o parto." 
Afora as fantasias particulares da Sra.Hawkes sobre a força feminina e 
masculina das civilizações, sua interpretação das figurasé uma reafirmação 
daquilo que se tornara virtualmente uma doutrina aceita como verdadeira em 
arqueologia. Essa interpretação foi agora irrecuperavelmente demolida pela 
publicação do livro de Peter Ucko sobre as estatuetas. 
O número total das estatuetas antropomórficas cretenses do período neolítico 
conhecidas em 1969 era de 103. Dessas, só 28 são seguramente do sexo 
feminino, 5 são do sexo masculino e 28 não têm sexo; as restantes não podem 
ser classificadas, pois não passam de fragmentos. Elas estão sentadas, de pé, 
ajoelhadas, agachadas e de cócoras. 
"A maioria das figuras do sexo feminino tem seios muito juntos, que são 
achatados e pequenos, e pouco salientes", e seja como for a avaliação “é 
quase sempre muito subjetiva". Só duas estatuetas vêm de casas de algum 
lugar de Creta, nenhuma vem de qualquer estrutura que possa ser identificada 
como um santuário (as "casas sagradas que eram feitas para elas" da Sra. 
Hawkes). Geralmente, os locais onde são encontradas só podem ser descritos 
como "escombros comuns de uma habitação". E há também numerosas figuras 
de animais." 
Que fique claro: a arqueologia é uma matéria própria, não é história; tal qual o 
objetivo do trabalho do historiador é estudar o homem no tempo, o do 
arqueólogo é estudar o artefato no tempo. Ambas podem se ajudar se 
permanecermos com a ideia de que a Arqueologia é uma ciência autônoma. 
 
Mundo Ocidental 
Conceito ideológico, não geográfico. Caracteriza povos que viveram em áreas 
de influência da cultura Greco-romana. 
 
 
 
 Mundo Oriental 
Caracteriza povos que viveram fora da esfera da influência da cultura Greco-
romana ou considerados “menos civilizados” por eles. 
 
Nessa aula você: 
 Compreendeu que o termo história antiga não é acidental, foi construído 
a partir de escolhas; 
 
 aprendeu que Ocidente é mais do que uma mera divisão geográfica; 
 
 analisou que a formação do mundo greco-romano é bastante rica para 
refletirmos sobre as sociedades humanas e o estudo da história; 
 
 conheceu a relação prática-teória da capacidade crítica que será uma 
constante ao longo da explanação do conteúdo. 
 O professor-pesquisador será ininterruptamente solicitado a criticar, 
refletir, ponderar sobre as questões apresentadas, o que é de suma 
importância para a formação

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