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AULA 7

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AULA 7-ROMA REPÚBLICA 
 
 
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 
 
1. Compreender o significado político do término da monarquia e passagem 
para a República 
2. perceber a influência do modelo republicano da Antiguidade nas 
instituições modernas de mesmo tipo; 
3. determinar as principais instituições que compunham a República Romana e 
suas funções 
4. analisar os motivos que levaram os plebeus a se posicionarem contra os 
patrícios ao longo da República; 
5. indicar algumas conquistas obtidas pelos plebeus ao longo da República; 
6. relacionar o expansionismo romano à difusão do ideal de soldado-cidadão 
7. compreender as Guerras Púnicas como um marco para o domínio romano 
sobre o Mar Mediterrâneo 
8. analisar as principais consequências do expansionismo romano. 
 
Esta aula passa pelas relações entre a transformação da Roma Antiga em uma 
república expansionista dos séculos IV - I a.C. 
Previamente precisamos ter um cuidado, muito bem salientado pelo especialista 
Moses Finley em seu livro "O Estudioso da História Antiga e suas fontes" (Martins 
Fontes, 1994). O autor busca demonstrar que Roma não nasce como Roma, e que a 
noção de romanidade, de uma sociedade evoluída e que se vale da escrita é pura 
falácia. 
Citação do livro O Estudioso da História Antiga e suas fontes de Finley 
“é verdade que o que chamamos de "tradição literária" é um rótulo inadequado para 
um conglomerado muito complexo de dados, que inclui informações linguísticas e 
sobre as práticas religiosas as leis e as instituições políticas, bem como a narrativa de 
guerras, conspirações e diplomacia. Entretanto, a narrativa é a rainha da tradição; sem 
ela muitos dos outros dados seriam ininteligíveis. Por exemplo, como devemos aplicar 
à história dos inícios de Roma o fato de ter havido uma estreita afinidade entre o latim 
e várias outras línguas itálicas faladas no Lácio ou em torno dele? 
O que isso nos diz sobre os romanos e os volscos, 
ou sobre os romanos e os sabinos, sem os indícios supostamente enraízados de uma 
tradição literária? 
Não existe nenhuma garantia de que a tradição não tenha surgido precisamente com o 
objetivo de explicar um dado linguístico, religioso ou político; em outras palavras, a 
tradição não é uma invenção etiológica - rapto das sabinas. 
Finley, partindo de sua erudição, sinaliza que o que se entende como romano é fruto 
de uma tradição local misturada aos negados etruscos e tem relação direta com o 
contexto em que vivem. 
A HISTÓRIA DE ROMA 
 
Boa parte do que sabemos da história de Roma do período da monarquia e dos 
princípios da república foi escrito séculos depois e a valorização da escrita é muito 
mais presente a partir do século I a.C. do que nos momentos anteriores. 
Os relatos que temos são provenientes de material arqueológico e vem da noção de 
história presente no mundo romano, muitas vezes contada de maneira secundária. 
Todo cuidado deve ser tomado com esses escritos. 
Segundo Finley, na já citada obra, os romanos construíram uma história narrativa e 
ligada diretamente aos grandes eventos, desde Rômulo e Remo até os feitos de seus 
generais e seus Imperadores. Temos a menção pela primeira vez a Roma em um texto 
escrito na obra de Dionísio de Halicarnasso em 496 a.C., os dados arqueológicos falam 
em uma ocupação da região do Lácio desde um século antes. 
Em uma mistura destes relatos, autores buscam uma reprodução factual deste 
momento, como Pedro Paulo Funari, em sua obra Paradidática Grécia e Roma. A 
República Romana nasce em 509 a.C., os nobres romanos, chamados de patrícios, 
teriam se revoltado contra seus dominadores etruscos, monarcas que representavam 
as últimas dinastias romanas, deposto o rei etrusco foi instaurado o sistema 
republicano. Segundo os romanos, Brutus foi o líder da revolta contra os Tarquínios, e 
tornou-se o primeiro magistrado da Nova República. 
Outro factualista famoso é Mário Curtis Giordani, com um olhar histórico longe da 
reflexão como objeto histórico. Giordani constrói grandes manuais, detalhados, e que 
de alguma forma acabam facilitando o conhecimento do contexto. 
Giordani, ao analisar a estrutura social romana em sua história de Roma, sinaliza que 
boa parte da organização republicana já estava presente em uma série de reformas 
organizadas pela dinastia dos Tarquínios, como por exemplo, a organização social 
entre Patrícios, militares e plebeus, todos passando em especial pela discussão da 
cidadania romana. 
"O cidadão romano abrangia aqueles que de alguma forma tinham o direito às suas 
benesses, mas mesmo essa cidadania não era única, havia uma divisão entre os 
cidadãos completos, ou de primeira classe, e os cidadãos incompletos.” 
“Os cidadãos completos são os únicos que possuem todos os direitos civis e todos os 
direitos políticos. Os direitos civis eram o de contrair matrimônio legítimo, os filhos 
nascidos dessa união desfrutavam da cidadania; o direito de resolver, independente, 
negócios de caráter particular; adquirir e transmitir propriedade, emprestar ou tomar, 
herdar, testar; capacidade de ingressar na justiça para tratar de todos esses assuntos. 
 Os direitos políticos eram o direito de voto em assembleias e comícios para eleger 
candidatos, ser elegível a magistraturas e de participar do sacerdócio.” 
O direito ao sacerdócio é um elemento importante e central para entendermos esta 
formação. No mundo romano até 450 a.C., a justiça era organizada em torno da figura 
do Pontífice. 
Definição de Pontífice: aquele que faz a ligação, a ponte entre os dois mundos, 
humano e não humano. Era este sacerdote que recebia as demandas dos cidadãos e 
era o responsável por julgá-las. Devemos destacar que as leis estavam estabelecidas 
pela tradição oral, não escrita, em que os fundamentos desta tradição definiam os 
caminhos a serem tomados, e tendo uma tendenciosa decisão que associada a fatores 
como a falta do direito a cidadania plena constituíam um quadro insustentável. 
A Roma Republicana não era mais uma pequena cidade a organização de seus 
exércitos, o funcionamento de suas vias administrativas dependiam diretamente 
daqueles cidadãos considerados de segunda classe. Funari constrói um modelo 
simples, mas bem direto: 
"Os romanos estavam socialmente divididos em patrícios, os nobres, chefes das 
famílias poderosas, proprietários de terra; clientes, que eram servidores ou protegidos 
dos nobres; e plebe, congregando todos os outros cidadãos. Nos primeiros tempos da 
República romana, os patrícios detinham todos os direitos políticos e só eles podiam 
ter cargos políticos, como os de cônsul e senador." 
A disputa entre patrícios e plebeus 
- Até o século V, os plebeus foram mantidos sob relativo controle, apesar de serem 
considerados, como vimos, cidadãos de segunda classe. Após sua retirada para o 
Monte Aventino e a criação do cargo de tribuno da plebe, houve um período de 
“calmaria” interrompido por novas contingências: a crescente concentração fundiária, 
a não distribuição do ager publicus (terra pública) conquistada com o apoio militar dos 
camponeses plebeus, o enriquecimento de parte dos plebeus através do comércio, fez 
com que essa camada voltasse a pleitear melhorias em suas condições. Dentre as 
melhorias conquistadas pelos plebeus citamos: 
Senado – Órgão que conservou o número de trezentos elementos por quase meio 
milênio. Conseguiram maior influência após o fim da monarquia. Não tinha poderes 
executivos, mas servia de consultor aos magistrados eleitos em questões de política 
interna e externa, finanças e religião, e aconselhava-os em propostas legislativas, 
embora tendessem a dar liberdade a esses funcionários, já que pertenciam à mesmacamada dos senadores. Os cônsules, por sua vez, ouviam o Senado dada a 
vulnerabilidade de cargo, posto serem substituídos anualmente. 
Lei das XII Tábuas – Documento redigido, segundo a tradição, no ano de 451 a.C. 
Primeira codificação escrita do Direito com uma determinação ainda bastante dura 
para as camadas menos abastadas da população. 
Lei Canuleia – Documento datado de 445 a.C., permitia casamentos mistos entre 
patrícios e plebeus e direitos civis comuns a ambas as camadas. 
Cônsules – Magistrados, em número de dois, eleitos anualmente e responsáveis pelo 
comando do exército, a interpretação e a execução das leis. Estavam sujeitos ao veto 
mútuo 
Lei Lesetia – Documento datado de 366 a.C, permitia que os plebeus se tornassem 
cônsules e censores. 
Lei Licínia – Documento datado de 325 a.C, acabava com a possibilidade de escravidão 
por dívidas. 
Tribunato da plebe – Os plebeus passaram a ter um representante no Senado. 
Inicialmente era um patrício, mais tarde, um plebeu de nascimento. Poderiam vetar a 
aprovação de uma lei que fosse prejudicial aos interesses dos plebeus. 
É importante salientar uma importante permanência do período anterior, as relações 
de patronagem. Seu destaque se deve ao fato de servir de sustentáculo político para 
os indivíduos mais abastados da sociedade e ser uma estrutura de longa duração 
chegando até o Império. 
A partir do conceito de patronagem, inicia-se a problemática envolvendo a situação 
dos plebeus e sua exclusão político-social. Indicar suas primeiras conquistas utilizando 
alguns fragmentos da Lei das XII Tábuas para chegar às leis que criavam o tribunato da 
plebe e permitiam aos plebeus se tornarem cônsules. 
No âmbito econômico, a montagem do aparato republicano permitiu a Roma ampliar 
sua política expansionista para além das fronteiras da Península chegando, com as 
Guerras Púnicas, a estabelecer a hegemonia no Mar Mediterrâneo. Nesse momento, é 
válido solicitar aos alunos que reflitam sobre as possíveis consequências que esse fato 
acarreta para Roma, ou seja, eles podem elencar por si mesmos esses dados. 
Por volta de 450 a.C, os plebeus conseguiram que as leis não fossem mais julgadas 
pelos pontífices, mas por grupos políticos e principalmente que estas leis fossem 
escritas. 
Mas como os Plebeus conseguiram a organização das "Doze Tábuas", esse limitador ao 
poderio romano. Precisamos pensar nas vitórias romanas sobre Cartago, o grande 
marco de transformação da política e da economia do mediterrâneo. 
Para conhecer um pouco mais sobre Cartago e sua relação com Roma, para tal damos 
voz a professor Regina Bustamante no seu excelente artigo sobre o Império Cartaginês, 
no livro Impérios na História, Ed. Campus Elsevier, 2010. 
Acesse a Biblioteca virtual e leia o texto Império Cartaginêsc 
O exército romano foi organizado a partir destas guerras de expansão romana, 
primeiro na própria península itálica, depois as vitórias sobre Cartagineses. 
Exemplificamos só a primeira batalha, as disputas com Cartago são longas e 
emblemáticas. Pesquise um pouco, procure saber quem foi Cipião Africano e Hanibal. 
Para dar mais vontade, uma arma de guerra utilizada pelos cartginenses era 
especialmente temida pelos romanos: Tanques de guerra. Calma, o professor não 
enlouqueceu. Eram utilizados no exército elefantes, que quando os exércitos estavam 
alinhados no campo de batalha, eram fustigados, com a máxima velocidade contra o 
inimigo. Era mortal, abalava o ânimo dos adversários. 
Na organização do exército romano, seu treinamento e uniformização, no entanto, um 
antídoto foi tramado. Quando os elefantes partiam, o comandante dava ordem para 
se alinharem em colunas, fazendo com que os animais passassem sem serem 
incomodados e evitando maiores danos ao exército. 
 
O expansionismo romano 
 
O expansionismo romano teve início dentro da Península Itálica. Após o término da 
dominação etrusca, até por uma questão de manutenção de sua autonomia, os 
romanos se lançaram em uma série de batalhas contra seus vizinhos: latinos, equos, 
volscos, etruscos.. Com o passar dos séculos, a península já não bastava, então, eles 
começaram a empreender incursões ao longo do Mediterrâneo. Nesse processo, seus 
interesses comerciais esbarraram nos projetos de Cartago (antiga colônia fenícia, 
situada no norte da África). O resultado foram as chamadas Guerras Púnicas, três 
conflitos, ocorridos entre o final do século III a.C e II a.C que culminaram na destruição 
de Cartago e consolidação de Roma como senhora do Mar Mediterrâneo, que passou a 
ser denominado Mare Nostrum. O exército vai acompanhar esse processo de 
transformação. 
Durante os séculos IV e III AC o exército de Roma se transforma de um exército 
camponês, convocado somente para as batalhas e um exército profissional, em que 
um longo período de serviço militar era designado. Com as reformas de Mário no 
século II ou exército romano passa a ser tornar permanente, divididos em legiões e 
comandados por líderes militares com vínculos diretos com o Equites. 
 
A noção de Mare Nostrum 
 
A noção de Mare Nostrum em que considera o mar mediterrâneo como o lago 
romano, a área de organização sociopolítica do mundo romano era cada vez mais 
marcada no século II, no entanto os desafios para a organização romana eram ainda 
enormes. 
Cícero, por exemplo, revela esta tensão um século depois, na defesa de que Roma 
continuasse a ser uma aristocracia, sinalizando que os homens precisavam ser guiados 
e a popularização ou a ascensão de membros que não fossem os Optimates cidadãos 
plenos ao poder significaria um dos principais princípios romanos: A Civitas. 
Civitas é a ideia de uma ordem a ser cumprida, princípios a serem respeitados. Roma 
em sua expansão usa para muito além de seus exércitos, traz conhecimentos, Deuses e 
cultos que aumentam o seu panteão religioso. 
Em cada conquista, Roma faz questão de construir um templo ao Deus local, como 
uma forma de reconhecimento. Mas o que leva Roma aos domínios, fora um aumento 
do comércio, escravos e impostos. Segundo Cícero, Roma oferece a Civitas, o ser 
romano. Ainda que sinalize que é absolutamente necessário não se perder o controle 
desta ordem, pois sem ela não existe Roma. 
Muitas vezes imaginamos que como Roma estava em uma grande expansão militar, 
seu domínio era incontestável, seu poder centralizado, pleno. 
Caros, devemos relativizar, ter um cuidado enorme em imaginar o mundo romano 
como algo próximo ao Estado que conhecemos hoje. Roma é um Império, que passa 
pouco a pouco por um processo de helenização e que cada vez fica mais clara a noção 
de que o seu reconhecimento é o elemento central. Mais que isso, internamente suas 
disputas continuam sendo grandes, a insatisfação e os próprios problemas do sistema 
começam a aparecer. 
 
 
Nessa aula você: 
 Compreendeu que Roma passa por uma intensa transformação ao longo 
de sua República; 
 aprendeu que a guerras no mundo romano não são um sinal de auge, 
mas de uma série de práticas que vão se refletir na sua organização 
social; 
 analisou como a aristocracia romana buscou constantemente formas de 
se manter no poder

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