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Aula 8: O Principado Romano 
 
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 
 
1. Compreender a estratégia adotada por Otaviano a fim de estabelecer uma 
autocracia sem enfrentar resistência do Senado; 
 
2. analisar em que medida as reformas de Otaviano permitiram a Roma 
vivenciar um período de prolongada paz; 
 
3. perceber a tolerância romana em relação aos cultos religiosos dos povos 
dominados a ponto de se apropriar de vários elementos a eles pertencentes; 
 
4. relacionar o domínio romano na Judeia ao aparecimento de vários 
pregadores messiânicos na região; 
 
5. analisar o paradoxo da tolerância religiogiosa romana com o início da 
perseguição aos adeptos do Cristianismo; 
 
6. destacar a importância da política do Pão e Circo para o controle das 
massas em Roma. 
 
 
As instituições republicanas encontravam-se em crise desde o princípio do 
séc. I a.C, quando Sulla quebrou regras constitucionais ao tomar a cidade de 
Roma com seu exército. 
Sulla resignou e devolver o poder ao Senado romano, no entanto o 
precedente estava lançado... 
Esta série de acontecimentos culminou no Primeiro Triunvirato, um acordo 
secreto entre César, Pompeu e Crasso. 
Tendo esse sido desfeito após a derrota de Crasso em Carrhae ( 53a.C ), 
restavam dois líderes influentes, César e Pompeu. 
Estando Pompeu do lado do Senado, este declara César inimigo de Roma, ao 
que César respondeu, atravessando o Rubicão e iniciando a Guerra Civil. 
Tendo vencido Pompeu em Farsália ( agosto 48 a.C.) e as restantes forças 
opositoras em Munda (45 a.c.),tornou-se efetivamente a primeira pessoa a 
governar unipessoalmente Roma, desde o tempo da Monarquia. 
O seu assassinato pouco tempo depois terminou esta primeira experiência de 
governo unipessoal do estado romano.Daí surgiu o Segundo Triunvirato, entre 
Octávio, Marco Antônio e Lépido. 
Por esta altura, já a República tinha sido decisivamente abalada e a sua 
destruição na Guerra Civil seguinte ,culminando na decisiva Batalha de Áccio. 
Deixou Octávio como a única pessoa com poder para governar 
individualmente Roma, tornando-se efetivamente o primeiro Imperador. 
 
O Império Romano começa com Otávio Augusto. No século I A.C., temos 
uma poderosa crise na República Romana mas, na prática, a República 
Romana é estruturada em torno das disputas de poder, uma vez que a sua 
principal casa, sua principal força, é a estrutura imperial. 
A partir do momento em que Roma busca ou traz uma política imperialista (a 
política imperialista não tem necessariamente relação com o império, tem 
relação com o domínio de terras, dominação maior ainda pelo reconhecimento 
do poder, no caso romano), ao mesmo tempo, mantém práticas para ser 
reconhecidas onde estivesse passando. 
Cícero, no século I A.C., diz que seria necessário, para reconhecimento do 
mundo romano, o reconhecimento das leis romanas. Esse é o principal 
fundamento de ser romano. 
Ao mesmo tempo em que Cícero discursava pregando esta união, temos um 
direcionamento de forças locais, reconhecidas nas figuras do generalato 
romano, como fonte do poder no mundo romano. 
Mário, que era cônsul e chefe militar no século I A.C, após vencer a 
resistência de Sila, muda a lei romana e transforma o general na 
representação romana em suas províncias e na expansão política romana. 
Este passara a administrar os bens conquistados, os impostos das regiões 
sob seu controle, assim como os bens referentes às pillhagens que deveriam 
ser passadas ao governo, e o restante ficando a cargo do próprio general que, 
também, era responsável por pagar o soldo e o devido aos soldados 
 
O RECONHECIMENTO DO SOLDADO ROMANO 
A partir do momento em que o soldado passa a ter um reconhecimento maior, 
mais pela figura do general do que pela figura do próprio império, a noção 
trabalhada por Cícero é quebrada. 
Acaba-se trabalhando os elementos de uma nova identidade, de 
reconhecimento fora da estrutura da lei. Quando isso acontece, 
automaciamente, abre-se a possibilidade de um crescimento singular da figura 
do general no comando no Império Romano. 
O general passa por um processo de transformação não só política, seus 
contornos ganham pontos mais críticos, quando em meio a uma série de 
crises, como a proporcionada por Graco que citamos na última aula, 
associada a insatisfação nas cidades que o próprio Graco sinalizara e revoltas 
de escravos como a emblemática revolta de Spartacus. 
Pompeu, após a vitória sobre Spartacus, volta com a fama de herói romano e 
será escolhido o líder de uma nova forma de governo: o Triunvirato. 
 Buscando conter as revoltas e insatisfações, outros dois comandantes 
militares são escolhidos. Crasso, general vitorioso proveniente da Península 
Ibérica e, por fim, um jovem general genro de Pompeu, de nome Julio César. 
Júlio César, que é esse general, com uma série de vitórias, começa a 
trabalhar cartas, textos e vender a ideia de um novo herói romano. 
Partindo para terras que até então estavam fora dos principais objetivos 
romanos, uma vez que não tinha ligação direta como próprio Mare Nostrum. 
 São as expedições às Gálias, que na valorização, tem traços escritos 
importantes, como vemos na obra abaixo, um trecho escrito pelo próprio Júlio 
César. 
Na Roma antiga, teremos a contraposição clara de dois heróis: Pompeu, o 
conquistador do Oriente e salvador da honra romana frente aos escravos; e 
Júlio Cesar, que marca com sua legião o domínio das Gálias, que vence no 
norte e leva o Império Romano às fronteiras como a das ilhas britânicas. 
Politicamente, as disputas entre ambos eram tratadas por caminhos 
republicanos, Julio Cesar envia um de seus principais homens para ser 
escolhido Tribuno da Plebe com seu apoio. Pompeu vai defender a tese de 
que Júlio César seria um traidor, e que não estaria passando o que deveria do 
 mundo romano, descumprindo suas funções como princeps. 
 
Os conflitos após a morte da filha de Julio César 
 
Durante esse momento, aquela tensão, morre a filha de Júlio César que era 
casada com Pompeu, o que teria piorado a relação entre eles. Uma 
preocupação aparecia de maneira recorrente no senado, que estas disputas 
não desfizessem a ordem romana. O problema é que quando Crasso morre, 
a tensão entre Pompeu e Júlio César fica ainda maior. A acusação de traidor 
ganha força e é ordenado que César retorne a Roma para ser julgado, pois 
contrariando perderia seus direitos como romano. 
Júlio César retorna mas sem desmontar sua legião, como era ordem nenhuma 
legião entrar o território de Roma. Faz alto que não era permitido 
atravessando o Rubicão com todas as suas legiões. É iniciada uma série de 
conflitos. Pompeu, temendo um ataque à Roma, foge. Júlio Cesar, no 
entanto, mantém a perseguição e Pompeu foge para o Egito. 
Júlio busca em Roma reestabelecer a ordem, os senadores são reconduzidos 
e ele é eleito princeps, segundo Suetônio na vida dos doze césares, se 
recusando a aceitar o título de dictatore ou Imperor. Júlio nomeia dois 
princeps, sem expressão para dividir consigo a responsabilidade sobre Roma. 
O próprio negocia com elites egípcias, buscando o apoio de Cleópatra II e 
consegue o assassinato de seu inimigo Pompeu, se tornando ele, Júlio César, 
o senhor das terras do Império Romano Oriental. 
O retorno de Júlio César busca valorizar constantemente os escritos que 
valorizam suas ações como de um herói da República Romana, não alguém 
que rompe, mas que salva Roma. Este modelo foi considerado a base para a 
figura que os próprios imperadores assumiram pouco tempo depois. 
Mas ao mesmo tempo, há uma negativa desta figura. Júlio César buscou 
reorganizar Roma, estabelecer a manutenção da ordem. Não devemos 
observar aqui nenhuma predileção ou valorização excessiva da figura de Júlio 
César, a busca da ordem é uma escolha lógica. Romaé a sua ordem, negar 
a ordem de Roma é negar o próprio princípio de força romana e Júlio César 
sabia disso, por isso sua ordem era de reaglutinar as forças, em Roma ou nas 
províncias. 
O interessante é que sua morte é emblemática, assassinada por várias 
facadas pelos próprios senadores que ele reconduziu ao poder. Outro fato 
curioso é que a história do assassinato de César é contada por seu 
contemporâneo, Marco Antônio, seu principal chefe de guarda, seu principal 
assessor, para poder utilizar a promoção pela morte de Júlio César contra 
seus opositores. 
 
O assassinato de Julio César 
 
Três frentes militares se levantam em 43 a.C., contra o assassinato de César, 
Lépido e Marco Antônio, seus chefes militares nas Gálias e no Oriente e seu 
sobrinho, ou herdeiro por adoptio, Otávio. 
Ao assumirem o poder, primeiro foi feito um grande movimento de vingança, 
com a perseguição de senadores e aqueles que se manifestaram contra Júlio 
César. 
Em seguida são eleitos triunviros pela mesma Lex titia, que garantiu a eleição 
dos primeiro trinvirato. 
 
 
Vencidos os inimigos, Lépido se retira das disputas políticas e Otávio e 
Antônio entram em conflito aberto, um acusando o outro de traição. 
Otávio (ou Otaviano), que era um político hábil, e tinha além de treinamento 
militar uma importante formação educacional fortíssima, utiliza o senado, 
primeiro para o território da Península Ibérica, transformando Lépido em um 
subordinado imediato ao seu comando, passando a ser administrada por um 
homem de sua confiança. 
 
A pressão sobre Marco Antônio cresce ainda mais com o apoio dos outros 
generais a Otaviano. Cercado, ele é derrotado no Egito na batalha de Accio, 
em que Antônio se suicida com sua esposa, Cleópatra. 
A associação de Marco Antônio com Cleópatra foi uma associação das elites 
tradicionais egípcias com o próprio poder romano. O rompimento acaba 
abrindo a possibilidade para que Otávio conquiste uma vanglória militar que 
Júlio César tinha alcançado, só que a oposição de Otávio era um tanto quanto 
diferente. Vitorioso, ele começa a acumular cargos em torno de si, ele se torna 
tribuno da plebe, cônsul, primeiro juiz, pontífici Maximus, chefe da Igreja 
Romana e, também, principalmente em 24 a.C., se torna Augusto, título que 
lhe garante ser a liderança do mundo romano, em um modelo monárquico. 
Seria um projeto, ou uma ruptura. Devemos relativizar o processo e entender 
que por conta da própria expansão romana e da influência helenística, a partir 
da conquista da Grécia de forma definitiva no século I a.C., a valorização de 
lideranças centrais era cada vez mais um direcionamento presente nesta 
sociedade. 
O primeiro entre todos os romanos seria um Deus.Gibbon aponta que o 
paganismo romano transformaria Augusto como um Deus no Panteão 
romano.Precisamos de alguns cuidados, pois paganus no mundo romano 
significa do campo , somente na tradição cristã posterior será associado as 
religiões não cristãs, criando uma mera identificação do outro. 
Há em Roma cultos importantes na República, fruto das tradições locais e 
principalmente do mundo grego, na famosa relação entre os deuses que 
encontramos em qualquer livro didático.Mas paralelos a outras práticas, como 
os cultos da elite romana, o culto ao imperador não é um credo da maneira 
que entendemos, é uma valorização da figura acima de todos os homens , um 
reconhecimento de sua posição. A morte de um imperador não estabelece um 
culto a ele, o reconhecimento vai para o novo imperador .Então, mais calma 
com o olhar imediatista. 
Este momento é tratado como um dos momentos da pax romana, que pode 
ser definido: 
Período ocorrido entre os governos de Otaviano ( 27 a.C e 14 a.C) e Antonino 
Pío ( 138-161), em que o Impérium Romanium não só atingiu a sua máxima 
extensão geográfica, como também viveu um período altamente pacífico, quer 
internamente, quer nas suas fronteiras.Apogeu da história social romana. 
 Augusto passa a ser um título: toda primeira dinastia que a que se segue, 
assume o título de Augusto. A dinastia Julio-claudiana , que Otaviano 
inaugura, é uma dinastia baseada na figura de Augusto. 
Uma dinastia que tem altos e baixos, Adriano é considerado um grande 
organizador sociopolítico dessa proposta, mas ao mesmo tempo , temos 
figuras como Calígula e Nero, que fazem parte dessa mesma estrutura 
dinástica, em torno do século I a.C., não garante a organização plena de 
Roma. 
Roma, mais uma vez, tinha um senado contestando aquela figura central e 
temos, ao longo de várias províncias do império, por conta de invasões e 
presença de outros grupos, a figura de cada romano tentando se auto 
proclamar o próximo imperador. Isso fica muito claro nos escritos de um 
romano chamado Tácito. 
 
Tácito faz uma obra chamada A Germânia, que é justamente para chamar a 
atenção dos romanos, sobre a fragilidade política que eles viviam.Para tal, 
ultiliza o outro como exemplo. 
 
A OBRA DE TÁCITO 
 
Esta obra é muito legal, tem como objetivo ao construir este texto demonstrar 
como os romanos vinham se afastando dos seus princípios. Para tal, destaca 
os germânicos, marcando suas características.Como Tácito teve contato com 
os limites do mundo romano, acabou por ser uma referência sobre esses 
povos. 
Ser referência significa que eu preciso acreditar no que Tácito propõe, pois é 
claramente uma visão etnocêntrica, mas rica para refletirmos sobre as 
relações de romanos com os chamados Bárbaros. 
Aliás, muito cuidado com o uso de bárbaros, essa é uma leitura romana que 
representa a identificação do não romano, mas acaba por ter também uma 
visão inferiorizada do mesmo grupo.Culturas diferentes, que se transformam 
mutuamente, criando um novo espaço. 
 
 
 
Tibério Claudio 
 
Após a morte de Calígula em 41, Cláudio assume e os republicanos viram na 
morte de Calígula uma oportunidade para extinção do principado e o 
restabelecimento do antigo regime. Os pretorianos, porém, proclamaram o 
Imperador Tibério Cláudio, tio de Calígula. 
O governo de Cláudio caracteriza-se pela influência de pessoas de sua família 
e de seus libertos, Narciso, Políbio, Palas e Calisto. Esses libertos 
compensavam suas práticas com uma valorização intelectual. 
Quando ele organiza essa proposição, temos a ideia daquele momento 
sociopolítico, momento tão conturbado que abre a possibilidade da ascensão 
de um outro tipo de imperador. Não mais o unificador de títulos, mas o maior 
representante entre todos os militares. É a ascensão de Vespasiano ao 
poder. 
 
O governo de Vespasiano 
 
Vespasiano, um general oriental, vai incumbir o próprio filho de destruir o 
Templo e a resistência judaica. Roma havia dominado os territórios dos 
Judeus no século I A.C., mas a região sempre foi marcada por uma série de 
movimentos de resistência ao domínio romano. 
Vespasiano, um general oriental, vai incumbir o próprio filho de destruir o 
Templo e a resistência judaica. Roma havia dominado os territórios dos 
Judeus no século I A.C., mas a região sempre foi marcada por uma série de 
movimentos de resistência ao domínio romano. 
Nos processos de destruição empreendidos por Tito, filho de Vespasiano, 
notamos que os judeus, que já eram numerosos em todo o mundo romano, 
sofrem uma nova diáspora, se fazendo presente em todo o mundo romano. 
Sua presença ou seus cultos messianistas – crença na vinda ou volta do 
Messias, o enviado de Deus, difundida por vários credos, aparecem de 
maneiras diversas em todo o cenário romano. Nero acusa os "cristãos" e 
judeus de incendiar Roma. O motivo não era diretamente religioso, mas um 
movimento contrário à própria dominação romana. 
A partir dos comentários preliminares, deve mostrar que Otaviano, ao começar 
a delinear seu poder autocrático, manteve o Senado retirando-lhe, contudo,algumas prerrogativas. Tal inserção é válida para que percebam que se 
referem a um período em que o Império já estava consolidado pela habilidade 
política do sobrinho de Júlio César. 
A dinastia de Vespasiano, ou dos Flávios, é uma dinastia militar, Tito sucede 
seu pai em 79, seguido pelo governo de seu irmão Dominciano, a tensão entre 
Império e senado ainda se mantinha, a busca de restabelecer o senado ainda 
era uma possibilidade, definitivamente sepultada pela dinastia de Antoninos, 
que dura do fim do I século até o limite do século III. Três Imperadores 
marcam o fim do Alto Império Romano. 
Não é à toa, há um momento de acéfala, até a chegada ao poder da dinastia 
dos Antoninos, no século II, onde se começa a organizar o mundo romano. 
Trajano, segundo imperador da dinastia, estabelece que as tropas romanas 
não tenham mais a função de expansão, mas de manutenção. É com Justino 
que temos a ideia de que o Império Romano tem um limes que precisa ser 
cuidado, tropas que devem ser estacionadas neste Limes. Esta dinastia 
favoreceu os transportes de mercadorias, fundamental para o comércio, e 
fortaleceu a política de auxílio do império. 
Os imperadores Antonigos que, com exceção dos dois últimos, não estavam 
ligados entre si por laços de filiação natural, procuraram garantir sua sucessão 
por meio da adoção e da associação ao governo do futuro imperador. Tal 
sistema, que impediu a ingerência indevida da guarda pretoriana na escolha 
do soberano, foi facilitado pelo fato de haver três grandes imperadores 
(Trajano, Adriano e Antônio Pio). 
 
Só que isso não é característica da estrutura romana. O domínio pela força 
abre a possibilidade de outros surgirem. 
O governo de Adriano ( 117 - 138) teve como principal preocupação a 
manutenção da paz. Renunciou às guerras de conquista definitivamente, 
aumentando o sistema de fronteiras. 
 
O governo de Adriano (117 - 138) 
 
O mais sério episódio militar do reinado de Adriano foi a rebelião dos judeus 
motivada, em parte, pelo estabelecimento de uma colônia romana, Aelia 
Capitolina, nas ruínas de Jerusalém com a construção de um templo dedicado 
a Jupiter, e pela proibição da circuncisão. Houve uma ordem de 
esvaziamento completo das terras de Jerusalém, passando o judaísmo a não 
ter mais um centro, mas tal qual como cristianismo, se faz cada vez mais 
presente no mundo romano. 
A cultura romana realizava jogos religiosos nos grandes circos e anfiteatros 
nos dias de festas sagradas e nos feriados. Esses jogos eram oferecidos 
pelos governantes romanos ao povo e serviam para aliviar as tensões sociais. 
A função alienadora dos jogos romanos já era aplicada durante a Republica, 
quando os jogos simbolizavam a pacificação entre os patrícios (aristocratas) e 
os plebeus (povo). 
No entanto, foi na era do Império Romano que os jogos alcançaram o apogeu, 
tornando-se grandes espetáculos e reunindo milhares de pessoas. Os jogos 
romanos tiveram papel importante durante o Império. 
Para evitar rebeliões e levantes populares, os imperadores adotaram a 
“Política do Pão e Circo” (panis et circences). Nesta política, o calendário de 
jogos foi expandido, chegando ao número de 175 dias festivos, quando eram 
oferecidos os jogos e cotas de pães à população. 
Ao contrário dos Jogos Gregos, repletos de honra e disputas leais, os Jogos 
Romanos eram caracterizados por espetáculos bizarros e sangrentos, 
contendo lutas armadas que se prolongavam até a morte dos gladiadores, 
lutas contra animais selvagens (tigres, leões e panteras) e execuções de 
criminosos e cristãos. 
Nesse momento, há a estabilidade obtida pelo Império e o início da 
sacralização da imagem do monarca, influência da cultura egípcia. Através 
desse comentário é possível fazer com que os alunos compreendam a 
tolerância romana com a religiosidade dos povos dominados, adotando, 
inclusive, alguns elementos da mesma. 
 
 
Nessa aula você: 
 Compreendeu a estratégia adotada por Otaviano a fim de 
estabelecer uma autocracia sem enfrentar resistência do 
Senado; 
 analisou em que medida as reformas de Otaviano permitiram 
a Roma vivenciar um período de prolongada paz; 
 percebeu a tolerância romana em relação aos cultos 
religiosos dos povos dominados a ponto de se apropriar de 
vários elementos a eles pertencentes; 
 discutiu as ideias de Principado e a Pax Romana

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