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O Império Romano e o Cristianismo

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Aula 10: O Império Romano e o Cristianismo 
 
Ao final desta aula, o aluno será 
capaz de: 
 
1. Analisar as principais realizações 
culturais romanas no período 
imperial; 
 
2. perceber que os elementos da 
literatura, religiosidade e filosofia 
romana, embora tenham sofrido 
forte influência de outros povos, 
passaram por um processo de 
assimilação e releitura, denominado 
contaminatio; 
 
3. relacionar a diminuição no ritmo 
do expansionismo romano à 
emergência de vários problemas 
sócio-político-econômicos; 
 
4. perceber que a política de 
controle das massas através do 
Pão e Circo ficou muito 
comprometida a partir da 
diminuição do afluxo de riquezas 
para Roma; 
 
5. relacionar as primeiras incursões 
dos povos dos limes aos flancos 
deixados pelos romanos por conta 
dos problemas internos; 
 
6. caracterizar o surgimento da 
tetrarquia como uma tentativa vã de 
solucionar os problemas 
administrativos romanos. 
 
 
 
 
 
 
 
O assunto da aula, além de pontuar os aspectos culturais mais significativos da 
cultura romana, introduz os problemas que levarão à sua crescente fragilidade, 
geradora de um processo de desagregação, cujo ponto culminante é o século 
V. 
 
Tetrarquia – divisão do Império Romano em quatro áreas administrativas. 
Existiam dois imperadores principais e dois secundários. Criada com o objetivo 
de facilitar o controle sobre toda a extensão do Império. 
Limes – regiões fronteiriças do Império Romano, habitadas por povos com 
características culturais diferentes dos romanos. 
Contaminatio – técnica utilizada pelos escritores latinos para adaptar textos 
gregos, introduzindo elementos característicos de sua própria cultura. O 
resultado não é uma tradução, nem tampouco uma cópia, é algo novo, mas 
híbrido. 
Incursões – entrada dos primeiros povos habitantes dos limes para além das 
fronteiras do Império de forma inicialmente “pacífica”. Muitos acabaram 
absorvidos pelo exército. 
 
Vamos falar agora um pouco de história factual. Para isso, mais uma vez, 
vamos nos valer do contestado Mário Curtis Giordani. Primeiro, para conceituar 
as instituições políticas: 
O Imperador: este nome significa que o princeps detinha o imperium em seu 
triplo aspecto: civil, militar e judiciário. A palavra imperator empregada já neste 
sentido como o sobrenome Augusto, e mais tarde após a Diocleciano, César. 
Magistratura: as antigas magistraturas republicanas subsistem no Império, 
marcando um elemento de continuidade. 
Algumas novas foram criadas como o Prefeito do pretório, chefe da guarda 
pretoriana; que era a força armada imediatamente ao lado do Imperador. O 
Prefeito da cidade era o encarregado da administração das cidades e 
policiamento da organização romana. 
 
O senado Imperial é marcado pela perda gradual de seus privilégios de Estado, 
confirmando mais e mais o senado no domínio da administração urbana. O 
senado imperial havia perdido suas atribuições relativas ao culto, à guerra, e, 
parte, a administração das províncias: teve, entretanto, sua competência 
ampliada no terreno legislativo, eleitoral. 
As províncias foram divididas em províncias que compunham o microcosmo 
existente no centro do poder romano, autorizando cidadania e estabelecendo 
localmente assembleias no modelo romano. Outras cidades tinham prefeituras 
militares em que comandantes deveriam manter a ordem, como por exemplo, 
Israel. 
Politicamente chegamos ao Baixo Império Romano, o último imperador da 
dinastia dos Antoninos foi Cômodo, retratado no filme o gladiador. Licenças 
poéticas à parte, Cômodo tentou ampliar a política de Pão e Circo que havia 
sido reestruturada por seu pai Marco Aurélio. Assassinado pela guarda 
pretoriana, Roma afunda em uma guerra civil. 
 
O Senado 
O senado, um dos principais articuladores da morte de Cômodo, leva um 
político senatorial ao poder, é o início da dinastia dos Severos. Sua entrada no 
poder com Sétimo Severo (193 - 211) é marcada por uma série de disputas 
contra grupos que não aceitavam mais o domínio romano como os Partas e 
Árabes. 
Enfrenta uma série de revoltas dentro de áreas tradicionais do Império, 
inclusive com autores se autodenominando Imperadores, não Augustus, mas 
como um líder militar adotando a nomenclatura de César. Foi sucedido pelos 
seus filhos, mas a crise política se manteve constantemente. Os poderes 
estavam em disputa, as conquistas haviam cedido e a pressão de povos 
dominados é cada vez maior. 
Os discursos então falam cada vez mais em restauradores, homens que 
fossem capazes de recuperar a organização perdida pelo Império. Temos 
nesse momento o crescimento do sistema colonato, uma busca de populações 
sem espaço e sem a garantia do Império. Vemos Roma negociar com grupos 
de Federados. 
Começam a surgir no espaço romano figuras do colonato, o esvaziamento das 
cidades, aumento da população campesina, o escravismo romano está em 
claro declínio e o preço é cada vez mais alto, se tornando um artigo de luxo. A 
economia romana demonstra dificuldades e a fome passa a ser um drama 
recorrente em escritos romanos. 
Colonato: grandes propriedades estabelecem contratos com grupos de servos 
internamente, seu sentido é com a economia em crise, a organização de 
monoculturas fica cada vez mais prejudicada, o sistema escravista se torna 
caro, passando a possibilidade de ceder terras cultiváveis em troca de trabalho 
em áreas comuns uma tendência importante. 
Federados são grupos que reconhecem o poder de Roma, pagam tributos, mas 
têm uma administração própria, independente do poder romano. A partir do 
século IV, grupos diversos que se fazem presentes passam inclusive a fazer 
parte do exército romano. 
Entre os restauradores destaca-se a figura de Diocleciano que assume o poder 
em 284. Diocleciano é um oficial Ilírio do estado maior e assume o poder 
empenhado em fazer uma série de reformas no mundo romano, buscando 
restaurá-lo. 
 
 Reforma religiosa: o imperador procurou dar ao regime uma base religiosa 
inaugurando um novo culto, o culto ao Sol Invictus, que se tornou patrono do 
Império; 
Reforma monetária: procurou controlar a cunhagem de moedas e valorizá-las a 
fim de evitar a crescente alta de preços; 
Reformas sociais: obrigou as corporações de ofícios de Roma à prestação 
gratuita de serviços ao Estado e promoveu a distribuição de pão e carne aos 
romanos.Temos aí a proposição de renovar uma estrutura imperial, de buscar 
novas formas de afirmar o que é ser romano. Dentro desse quadro, ser 
romano não é ser vitorioso militarmente, não bastam as grandes construções, 
nem a figuração da ordem e o surgimento de leis. 
Diocleciano ascende ao poder com o discurso de reorganizar e reestrutura o 
Império. A partir desse momento, o Império não será mais de um Imperador, 
têm-se quatro Imperadores, a Tetrarquia. Dois Augustos nos centros e nas 
cidades mais importantes e dois Césares, nas fronteiras mais problemáticas, 
dois líderes militares. 
 
 
 
 
O Governo de Diocleciano 
 
Peter Brown é sem dúvida um dos maiores antiquistas, em especial da 
transição entre o mundo antigo e o medievo. O autor é muito feliz como 
saliente que os leitores modernos, influenciados pela autossatisfação e pela 
opinião interessada das elites do primeiro e do segundo séculos depois de 
Cristo, tendem a identificar esta forma de governo caracteristicamente indireta 
com o apogeu da civilização imperial romana. Mas, de fato, correspondeu 
apenas a uma suspensão acidental do comportamento normal dos sistemas 
imperiais. 
Depois de 238, todas as classes do mundo romano se viram obrigadas a 
enfrentar realidadesquotidianas menos agradáveis no Império. Entre 238 e 
270, a bancarrotas, a fragmentação política e as repetidas derrotas de grandes 
exércitos romanos puseram em causa a soberba indiferença em que se 
baseara o sistema anterior de governo. O que nos surpreende não é tanto o 
seu fracasso, mais a rapidez e a determinação com que foi substituído por um 
novo sistema, após uma única geração de humilhante incerteza. 
O Império Romano que veio a ser conduzido pelo imperador Diocleciano entre 
284 e 305 e que garantia um controle ainda maior de cada uma das regiões 
através da delegação destas a uma coligação denominada de Tetrarquia. O 
Império Romano restaurado constituía uma sociedade bastante abalada, 
ansiosa pelo retorno da lei e da ordem. As palavras de ordem na época eram 
reparatio e renovatio. Não se tratava, porém, de uma sociedade 
irreparavelmente empobrecida. 
Apesar da expansão do Exército e da burocracia imperial, a carga fiscal global 
correspondia apenas a dez por cento do excedente agrário. O que se mantinha 
perfeitamente dentro das capacidades da maior parte das comunidades 
camponesas. Na Anatólia, por exemplo, a carga fiscal da época de Diocleciano 
foi mantida praticamente sem alteração até aos últimos dias do Império 
Otomano. O que se alterou foi a própria presença local do Estado. As elites 
perderam os seus privilégios honoríficos: daí em diante, as cidades só puderam 
desenvolver-se quando constituíam centros de governo. 
 
 Constantinopla, fundada em 327 pelo Imperador Constantino era nada menos 
do que a "Nova Roma" era Roma, a "cidade reinante", que passava a existir 
fisicamente na parte oriental do Império. 
Em cada província passou a existir uma metrópole, uma cidade mãe que 
constituía a capital permanente da região e colocava na sombra todas as 
outras cidades vizinhas. Em muitas regiões importantes - nas províncias do 
Danúbio, por exemplo - começou a tornar-se óbvio que o Governo imperial 
podia até dispensar as cidades; o poder imperial podia apoiar-se diretamente 
nos campos. 
Os grandes domínios imperiais da Panônia, em torno do Lago Balaton, 
rodeados pelas torres e muralhas elevadas que constituíam o símbolo da 
autoridade e da segurança nesse mundo que, de momento recuperara a 
ordem, dominavam os campos como se fossem autênticas cidades reinantes 
em miniatura. 
Ainda segundo Peter Brown, as sociedades que se encontram sob tensão 
tendem a sentir-se confortadas quando, pelo menos, um dos aspectos da sua 
vida habitual se mantém inalterado. 
Os habitantes do Império Romano e dos territórios vizinhos sentiam que 
podiam continuar a contemplar uma paisagem religiosa que de há muito lhes 
era familiar, já que o Império de Diocleciano era uma sociedade 
essencialmente politeísta. O senso comum aceitava como sóbria a existência 
de muitos deuses, e a necessidade de venerar esses deuses através de gestos 
concretos e públicos de reverência e gratidão. Os deuses estavam ali. 
Constituíam uma presença invisível e perene junto da espécie humana. O 
conhecimento dos deuses e daquilo que lhes agradava e desagradava tendia a 
depender do local, da memória social e era mantido através de rito e gestos 
herdados do passado. 
A religio, ou seja, a forma adequada de veneração de cada deus, reforçava 
(idealizava até) a coesão social e servia de suporte à transmissão das 
tradições no interior das famílias, das comunidades locais e, através da 
memória, das cidades orgulhosas e das nações iluminadas por séculos de 
história. Nem os deuses eram simples abstrações etéreas. Tratava-se de 
seres vibrantes, cujas ordens menores partilhavam o mesmo espaço físico dos 
humanos. Tocavam todos os aspectos do mundo natural e dos ambientes 
humanos. 
Alguns eram consideravelmente mais importantes do que outros, a Religio que 
esses deuses recebiam dependia em grande medida da imagem que os seus 
adoradores tinham de si próprios. Os filósofos místicos procuravam os deuses 
mais elevados e, através deles, tentavam unir-se ao Uno, à fonte intoxicante e 
metafisicamente necessária de qualquer ser. Este amor sublime elevava a 
alma para além do corpo, que domo que silenciava todos os cuidados deste 
mundo. 
O que interessava eram as religiões, no plural - as muitas formas 
tradicionalmente aceites de honrar uma multidão de deuses cuja presença 
invisível dava calor, solenidade e um pouco de intertemporalidade à colmeia de 
comunidades sobrepostas em que, como vimos, se encontravam mergulhados 
os habitantes do Império Romano (e em particular aqueles que viviam na 
complexa sociedade característica das suas cidades). 
Para um homem como Diocleciano, no momento em que para celebrar 20 anos 
de governo estável erigia um monumento no foro, em 303, religio significava 
também aparecer num altar fumegante, rodeado pelos deuses sempre 
presente e pelos animais que desde sempre tinham sido considerados 
conveniente para os sacrifícios importantes. 
Essa estrutura da tetrarquia vai ser o momento, enquanto Diocleciano está 
vivo, em que o sistema consegue uma sobrevida interessante. No momento da 
morte de Diocleciano, quem tem mais legitimidade é o que se sai melhor da 
"briga". 
Entre idas e vindas, chega ao poder de um César, que vem de uma região 
mais Oriental, mas, que consegue uma legitimidade singular, pelas vitórias 
obtidas. Ele chega a Roma, com toda uma festa preparada para a aclamação 
do novo César. Mas, ao invés dele participar da festa, reúne os bispos cristãos 
locais, busca o apoio na classe média romana e das mulheres e traz a 
possibilidade de uma religião que fuja da estrutura complexa de panteão, mas 
que oferece uma nova forma de identidade. 
 
Devemos sinalizar que a história do cristianismo é complexa. Jesus Cristo, em 
si, não funda uma religião. Polêmica à parte, tem após a sua morte a 
constituição de dois grandes grupos missionários, os liderados por Tiago, e 
suas missões judaicas e judeu-romano Paulo, que estrutura a chamada missão 
gentílica. 
O cristianismo pregado por Paulo se difunde em meio a espaços helenísticos e 
será influenciado por posições estoicistas romanas e principalmente pelo 
neoplatonismo mediterrânico. O cristianismo não surge em uma ordem, 
perfeita, os chamados pais da igreja tinham entre suas principais 
características as multiplicidades. 
Os credos não eram lineares, mas sim cada vez mais filosóficos. Daí seu 
crescimento nas classes médias romanas, não era um credo judaico como 
surgiu, mas um misto de religiões messianistas e uma nova ordem. 
Constantino, em 29 de outubro de 312, entrou em Roma depois de derrotar 
Maxêncio no dia anterior, numa batalha junto da ponte Múlvia, perto da cidade. 
 No Capitólio, os altares dos deuses estavam já prontos para receber o 
sacrifício apropriado à celebração deste triunfo. 
Mas, em vez disso, Constantino dirigiu-se diretamente para o palácio imperial. 
 Mais tarde, fez saber que tinha recebido um sinal específico e singular do 
Deus único dos cristãos. Ao escrever aos cristãos, tornou claro que só devia 
os seus êxitos à proteção desse grande Deus. Cerca de uma década mais 
tarde, escreveu ao jovem "Rei dos Reis", Shapur II "Invoco Deus único de 
joelhos e recuo com horror perante o sangue dos sacrifícios”. Em 325, 
Constantino juntou todos os bispos cristãos do seu império em Niceia a fim de 
realizarem um concílio ecumênico. 
Ou seja, "mundial" - que até incluía uma representação dos bispos persas. Ao 
fazê-lo, permitiu à Igreja Cristã ver-se a si mesma face a face, pela primeira 
vez. Caros, organizar um concílio naquele momento é justamente o esforço 
em institucionalização da Igreja, transformá-la em um novo Polo, umespaço 
para aproximar seus discursos, que estavam longe de serem comuns ou 
coerentes, ao mesmo tempo institucionalizá-la ao modelo do Império Romano, 
o se romano ganha uma nova tentativa de cola de organização. 
Em 312, o cristianismo já não era uma religião nova, existia a cerca de 250 
anos.O mundo de Jesus de Nazaré e de Paulo estava tão distante dos 
contemporâneos de Constantino, como a época de Luis XIV está de nós 
mesmos.Os cristãos apresentavam sua igreja como tendo estado em contínuo 
conflito com o império pagão, mas de fato o período que se seguiu a 250 
representou uma nova situação.Tanto a igreja como o império tinha-se 
alterado.O império chegava as localidades, os imperadores tinham-se 
envolvido mais diretamente em assuntos locais. 
O cristianismo transformara-se num problema espalhado por todo o império.A 
violência local esporádica e as condenações por parte dos governadores 
locais deram origem a éditos imperiais continua a Igreja no seu conjunto.O 
primeiro desses éditos foi publicado em 250. 
Em 303, Diocleciano promulgou um último conjunto de medidas, conhecido 
pelos cristãos pelo nome de Grande Perseguição, que foi aplicado durante 11 
anos em partes da Ásia Menor, da Síria e do Egito. 
A Grande Perseguição assinalou a chegada a idade adulta tanto do Novo 
Império como da Igreja Cristã. De fato, a Igreja Cristã também havia se 
modificado.Dispunha agora de uma hierarquia óbvia, como chefes visíveis. Em 
303, tal como em 250 e 257, o governo atacou os bispos, os padres e os 
diáconos cristãos.A maior responsabilidade foi atribuída aos bispos.Cipriano de 
Cartago, por exemplo, foi executado em 258 como porta- bandeira da facção 
cristã. Se um Bispo capitulava, poderia desaparecer a lealdade de toda uma 
comunidade cristã. 
Segundo Brown, a Igreja a que Constantino trouxe a paz em 312 era já um 
corpo bastante complexo. É impossível saber quantos cristãos havia no Império 
desta época; já sugeriu um máximo de 10% da população, com uma 
concentração maior na Síria, na Ásia Menor e nas principais cidades do 
Mediterrâneo romano. 
O que se sabe de certeza é que não há qualquer justificação para o mito 
romântico que se desenvolveu mais tarde, segundo o qual os cristãos eram 
uma minoria perpetuamente perseguida,literalmente obrigada a clandestinidade 
pela severidade da repressão. 
No século III, antes de Constantino, muitas outras personalidades haviam se 
convertido ao cristianismo, como já sinalizamos o modelo não alienígena ao 
espaço romano, mas abre a possibilidade de mudanças importantes na 
mentalidade religiosa. Professor, agora vamos falar da crise e da queda do 
Império Romano.Não, caros, como falei no início , qualquer sociedade é 
marcada por continuidades e rupturas, entender o Império como algo que cai, e 
cria um sentimento por conta disso não é objetivo do historiador. 
Entendamos as próprias transformações políticas e sócias desses espaços. 
Não, não trabalharemos uma data para o fim do império romano e o começo da 
Idade das Trevas, repensemos nossos conceitos.Em Medieval a gente 
conversa mais. 
Vamos ver um pouco mais do cristianismo brincando com os documentos. 
 
 O Cristianismo 
 
Vamos ver um pouco mais sobre o Cristianismo brincando com os documentos. 
Não se esqueçam de trocar ideia com seus professores no fórum. Outro 
documento para observamos sobre o crescimento do Cristianismo pode ser 
visto neste pequeno extrato da história eclesiástica de Eusébio de Cesareia: 
Acesse a Biblioteca virtual e leia o texto: História Eclesiástica (Livro VIII) 
Nessa aula você: 
 Compreendeu o que é Baixo Império Romano; 
 aprendeu que a ideia de crise do Império Romano é um processo 
contínuo de transformação do próprio sistema romano; 
 analisou como o Cristianismo está diretamente relacionado à 
organização do Império

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