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1 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
 
 
 
AULA 1 – PETIÇÃO INICIAL 
1. Processo X Procedimento 
 O Processo é uma sequência de atos interdependentes, destinados a solucionar um litígio, com a vinculação 
do juiz e das partes a uma série de direitos e obrigações (Ex. processo de conhecimento e de execução). O 
procedimento por sua vez é o modo pelo qual o processo anda, ou a maneira pela qual se desencadeiam os atos do 
processo, ou seja, é o rito processual. (Ex. procedimento comum e especial). 
Importante: 
• Direito: Conjunto de normas (leis, atos administrativos, princípios etc.), de caráter coercitivo, impostas pelo 
Estado, para salvaguardar a paz e propiciar o convívio social. 
• Ação: É a reclamação apresentada pelo indivíduo ao Estado/Juiz, descrevendo as nuances do direito violado 
por outrem, postulando uma tutela jurisdicional. 
• Tutela jurisdicional: É a proteção que o indivíduo invoca ao Estado, através da ação, sempre que supõe estar 
lesionado ou ameaçado de lesão, seu direito. 
 
2. Processo de conhecimento e de execução 
 O processo de conhecimento é iniciado sempre que for necessária a análise do “mérito da questão” 
para a verificação do direito. Neste caso, o processo se subdividirá em “FASES”. Sendo a “fase de 
conhecimento” destinada à produção e exame das provas processuais, para que o juiz possa compor a lide 
definindo a tutela jurisdicional entre os litigantes (definir o conflito entre as partes e a proteção que o 
Judiciário deve oferecer). Concluída a etapa do “conhecimento” (com o trânsito em julgado da sentença) 
tem início a “fase de cumprimento da sentença” (execução do título judicial). O processo de execução é 
utilizado quando a parte já possui um título executivo capaz de permitir a cobrança do crédito, 
independentemente de qualquer análise prévia do “mérito da questão”. Neste caso, a ação já começa na 
etapa executiva (Ex. execução de um cheque ou de um contrato). 
 
3. Formas de procedimento 
 Essas são variadas e estão disciplinadas em lei, foram pensadas pelo legislado observando-se as 
peculiaridades das tutelas jurisdicionais que poderão ser pleiteadas pela parte. Essas formas podem ser: 
• comum – padrão (art. 318 e seguintes, CPC); • especial – reservado a determinadas demandas especiais 
(art. 539 e seguintes, CPC). 
 
4. Procedimento comum 
 O procedimento comum pode ser: a) Residual – é utilizado o procedimento comum por exclusão, 
portanto, somente será adotado caso a demanda não possua no ordenamento jurídico um procedimento 
específico (especial) que lhe tenha sido reservado (art. 318, caput, CPC); b) Subsidiário – passa a ser adotado 
 DPC – PROCESSO DE CONHECIMENTO 
 
 
 
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de forma subsidiária ao procedimento especial e ao processo de execução, sempre que surgirem lacunas ou 
incompletudes nos procedimentos. (art. 318, § único, CPC). 
 
5. Petição inicial 
 A petição inicial é o primeiro ato de um processo, é aquele que dá início a uma disputa judicial. O 
processo começa com o protocolo da petição inicial, dirigida ao juízo competente. PROTOCOLO – AUTUAÇÃO 
– DISTRIBUIÇÃO (art. 284 a 290, art. 312, CPC). 
 
a. Requisitos da petição inicial (art. 319, CPC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A petição deverá ser instruída com os documentos indispensáveis a sua propositura (art. 320, CPC). 
 
b. Pedido (art. 322 a 329) – o pedido, em regra, deve ser certo ou determinado (art. 324, CPC). 
 
• Pedido genérico 
I - Nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; 
II - Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; 
III - Quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. 
 
• Pedido alternativo 
Quando pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo (art. 325, CPC) 
Ex.: Entrega de Coisa (SOJA) OU Pagamento do Equivalente em Dinheiro. 
Ex.: Substituição da Coisa defeituosa OU Devolução do Dinheiro (art. 18, CDC). 
 
 
 
I - O juízo a que é dirigida (juízo competente); 
II - Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu (qualificação das partes); 
III - O fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir); 
IV – O pedido com as suas especificações (pedido); 
V - O valor da causa; 
VI - As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
 
 
 
 
 
 
 
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• Pedido subsidiário 
É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher 
o anterior. (art. 326, CPC). 
Ex.: Entrega de Coisa OU, tendo está se perdido, INDENIZAÇÃO do equivalente em Dinheiro. 
Ex.: Tutela específica, resultado prático equivalente e conversão em perdas e danos (art. 499, CPC) 
 
•Pedido cumulativo 
É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja 
conexão (art. 327, CPC) 
Ex.: Ação indenizatória por danos morais E materiais 
Ex.: Obrigação de fazer E indenização pelas perdas e danos. (art. 500, CPC) 
 
c. Modificação do pedido e/ou causa de pedir: é permitida, porém, art. 329, CPC: 
I – Até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; 
II - Até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado 
o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o 
requerimento de prova suplementar. (neste caso, dependerá do consentimento do réu e ele terá direito de se defender 
(contestar) o conteúdo da modificação.) 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. 
 
d. Indeferimento da petição inicial: a petição inicial será indeferida: (art. 330, CPC). 
I - For inepta; ou seja, faltar pedido ou falta de pedir, o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em 
que permite o pedido genérico (art. 324, §1º, CPC). Quando a narração dos fatos não decorrer logicamente a 
conclusão, e/ou quando contiver pedidos incompatíveis entre si; 
II - A parte for manifestamente ilegítima; (art. 17 e 18, CPC) 
III - O autor carecer de interesse processual; (art. 17 e18, CPC) 
IV - Não atendidas as prescrições dos arts. 106 (advogado do autor não se identificar adequadamente na petição) e 
321 (deixar de emendar a inicial). 
e. Extinção do processo por indeferimento da inicial: indeferida a petição inicial, o processo será extinto. 
(art. 331, CPC) 
• Autor poderá entrar com recurso: apelação (art. 331, CPC); 
• Havendo recurso, o juiz poderá se retratar em 5 dias. (art. 331, CPC); 
• Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. (art. 331, § 1º, CPC); 
• Remessa ao tribunal: apresentada ou não a resposta, o processo será remetido ao tribunal. 
 
 
 
 
 
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f. Improcedência liminar do pedido: Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, 
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
(art. 332, CPC) 
I – Enunciado de Súmula do STF ou do STJ; 
II – Acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de RECURSOS REPETITIVOS; 
III – Entendimento firmado em IRDR OU IAC; 
IV – Enunciado de Súmula de TJ sobre direito local. 
• Quando for constatada a ocorrência de DECADÊNCIA ou PRESCRIÇÃO. (art. 332, § 1º, CPC).parte contrária. (art. 385, CPC). MP – Sempre que intervir no processo. 
•Intimação para o ato: A parte será intimada pessoalmente, sendo alertada quanto à consequência acerca da falta 
injustificada à audiência designada para o ato [art. 385, § 1º, CPC]. 
•Falta injustificada ou recusa: se presumirão confessados os fatos alegados pela parte contrária, que pelo depoimento 
se objetivada comprovar. [art. 385, § 1º, CPC]. 
OBS: A “presunção”, contudo, não é absoluta e poderá ser afastada diante da evidência de outras provas. (princípio do 
livre convencimento motivado – art. 371, CPC). 
Fatos sobre os quais a parte não está obrigada a depor: (art. 388, CPC): 
I. criminosos ou torpes, que lhe forem imputados; 
II. a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. 
III. acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro 
ou de parente em grau sucessível; 
IV. que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III. 
 
 
 
 
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•Uso de escritos pelo depoente: Só será permitido o uso de “NOTAS BREVES”, destinadas a completar esclarecimentos. 
[art. 387, CPC]. 
•Uso de evasivas ou recusa em responder: Juiz analisará caso a caso e poderá considerar “recusa ao dever de prestar 
depoimento”. [art. 386, CPC]. 
•Preposto da pessoa jurídica: Tem que ter conhecimento dos fatos relacionados ao caso, sob pena da pena de 
“confissão ficta”. [art. 386, CPC]. 
Considerando o fato de que a intimação pessoal da parte é obrigatória para o depoimento pessoal, se ela se mudar do 
endereço. 
 
4. Confissão – Confissão é a declaração da parte que reconhece como verdadeiros fatos que são contrários ao 
seu próprio interesse e favoráveis aos do adversário. 
São duas as principais classificações da confissão. Pode ser judicial ou extrajudicial. A judicial é a confissão feita, por 
qualquer meio, no curso do processo. Pode ser escrita ou oral, durante o depoimento pessoal. A escrita pode ser feita 
em qualquer manifestação no curso do processo, como a contestação, réplica ou petição juntada aos autos. 
• Espontânea: apresentada pela parte fora do depoimento pessoal, em manifestação por ela apresentada no processo. 
• Provocada: que se faz em depoimento pessoal, quando a parte responde às perguntas formuladas. 
A extrajudicial é feita fora do processo, e precisará ser comprovada, seja por documentos, seja por testemunhas. Pode 
ser feita por escrito ou verbalmente, caso em que só terá eficácia quando a lei não exija prova literal. Além disso, pode 
ser expressa ou ficta: 
• A expressa é manifestada pela parte, por escrito ou verbalmente. 
• A ficta é sempre consequência de omissão da parte, que ou não apresentou contestação, ou não compareceu à 
audiência para a qual foi intimada para prestar depoimento pessoal, ou compareceu, mas se recusou a prestá-lo. 
Art. 392, CPC – Não se admite confissão em juízo de fatos relativos a direitos indisponíveis (art. 392). Essa regra está 
em consonância com a que afasta a presunção de verdade decorrente da revelia, quando o processo versar sobre esse 
tipo de interesse (art. 345, II). Permitir a confissão seria autorizar que o litigante dispusesse dos direitos que não são 
disponíveis. Por isso, ainda que haja confissão, o juiz não considerará os fatos incontroversos, determinando as provas 
necessárias para demonstrá-lo 
Art. 395, CPC – A indivisibilidade implica que, se a parte confessar fatos contrários aos seus interesses e, ao mesmo 
tempo, se pronunciar sobre fatos que lhe são favoráveis, o juiz não possa considerar isoladamente apenas os primeiros, 
mas o conjunto das declarações. O ato de confissão deve ser considerado como um todo. O que for desfavorável ao 
confitente deve ser apreciado em consonância com as suas outras alegações. 
Art. 393, CPC – O art. 393 considera irrevogável a confissão, mas permite que ela seja anulada, caso decorra de erro 
de fato ou de coação. Esse dispositivo está em consonância com o art. 214 do Código Civil, que também alude apenas 
a erro e coação. Mas parece-nos que cabe anulação ainda em caso de dolo, que nada mais é do que uma espécie de 
erro provocado. 
Retratação: Eventual retratação não invalida a confissão anteriormente firmada, porém ambas serão avaliadas e 
valoradas em sentença pelo juiz. 
ANULAÇÃO DA CONFISSÃO: é possível, quando constatado algum vício de consentimento, a saber: [art. 393, CPC] (art. 
214 e 171, II, do Código Civil): 
ERRO (art. 138, CC); DOLO (art. 145, CC); COAÇÃO (art. 151, CC); ESTADO DE PERIGO (art. 156, CC); LESÃO (art. 157, 
CC) e FRAUDE CONTRA CREDORES (art. 158, CC). 
 
 
 
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5. Exibição de documento ou coisa – Nem sempre o documento que se pretende usar como prova está em poder 
do interessado. Há casos em que está com o adversário, ou com terceiro. Em determinados casos, a lei concede 
à parte interessada o poder de exigir daquele que tem consigo o documento que o apresente em juízo, seja 
ele a parte contrária, seja alguém de fora do processo. Há duas maneiras pelas quais se pode conseguir a vinda 
dos documentos aos autos: a requisição judicial e a exibição de documento. (art. 396, CPC). 
Requisitos do pedido: [art. 397, CPC] 
I. a descrição, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa, ou das categorias de 
documentos ou de coisas buscados; 
II. a finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam com o documento ou com a 
coisa, ou com suas categorias; 
III. as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe, 
ainda que a referência seja a categoria de documentos ou de coisas, e se achem em poder da parte 
contrária. 
 
Resposta do requerido: O requerido deverá responder em 5 (cinco) dias úteis. [art. 398, CPC]. 
• Negativa do requerido: Se afirmar que não possui o documento 
ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a 
declaração não corresponde à verdade. [art. 398, p. único, cpc] 
 
casos que não admitirão recusa à exibição: [art. 
399, cpc] 
 
I. se o requerido tiver obrigação legal de exibir; 
II. se o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir 
prova; 
III. se o documento, por seu conteúdo, for comum às partes. 
 
Decisão: ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da 
coisa, a parte pretendia provar: [art. 400, cpc]. 
 
I. se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo legal. 
II. se a recusa for havida por ilegítima. 
 
 
Prova em poder de terceiro: o juiz mandará citá-lo para responder no prazo de 15 dias. só se justificará a exibição do 
documento se a prova for útil para a solução (total ou parcial da lide) [art. 401, cpc]. 
 
Negativa da obrigação ou posse pelo terceiro: se o terceiro negar a obrigação de exibir, ou a posse do documento ou 
da coisa, o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se 
necessário, de testemunhas, e em seguida proferirá decisão. [art. 402, cpc]. 
 
Recusa injusta da exibição pelo terceiro: juiz lhe ordenará que proceda ao respectivo depósito em cartório ou 
noutro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao requerente que o ressarça das despesas que tiver. 
 • Descumprimento da ordem: juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, 
tudo sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência, pagamento de multa e outras medidas indutivas, 
coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a 
efetivação da decisão. [art. 403, cpc]. 
 
 
 
 
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Medidas voltadas a forçar a exibição do documento: o novo cpc inova na medida em que prevê a possibilidade de 
adoção de medidas de efetividade “tradicionais” e“indutivas” (não convencionais) para forçar a exibição do 
documento ou coisa. [art. 400, p. único e art. 403, p. único, cpc] 
 
Exemplos: 
- Bloqueio de cartão de crédito 
- Apreensão de cnh 
 
Casos que desobrigam a exibição: [art. 404, cpc] 
 
I. quando concernente a negócios da própria vida da família; 
II. quando sua apresentação puder violar dever de honra; 
III. quando a exibição do documento redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como 
a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau; ou lhes representar perigo de 
ação penal; 
IV. quando a parte ou terceiro tiver dever de guardar segredo; 
V. quando subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente 
VI. arbítrio do juiz, justifiquem a recusa de exibição; 
VII. Quando houver disposição legal que justifique a recursa da exibição. 
 
 
Forma de requerimento: 
• Incidental: O pedido de exibição é feito durante o processo, como uma necessidade para esclarecer um fato 
relevante. 
• Concomitante: O pedido de exibição é feito no mesmo momento da petição inicial, ou seja, ao iniciar a ação 
principal. 
• Antecedente: A exibição pode ser solicitada antes do início da ação principal, para obter o documento ou coisa 
para fundamentar a ação que se pretende ajudar. 
• Ação Autônoma: Uma exibição pode ser objeto de uma ação independente, ou seja, não está necessariamente 
vinculada a uma ação principal. 
 
Inspeção judicial – O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar 
pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa. [art. 481, CPC]. 
Assistência por peritos: Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou mais peritos. [art. 482, CPC]. 
Diligência pelo magistrado – O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando: [art. 483, CPC]. 
I. julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar; 
II. a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves dificuldades; 
III. determinar a reconstituição dos fatos. 
 
Acompanhamento e diligências pelas partes – As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando 
esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa. [art. 483, p. único, CPC]. 
 • Auto circunstanciado: Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele 
tudo quanto for útil ao julgamento da causa. [art. 484, CPC]. 
 
 
 
 
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6. Ata notarial – É o instrumento público pelo qual o tabelião constata fielmente e de forma imparcial a ocorrência 
ou existência de um determinado evento, fato, documentos, coisas ou pessoas, conferindo autenticidade 
notarial à declaração que faz quanto à situação que presenciou. (art. 384, CPC). 
Objetivo: Destina-se a preservar direitos e pré-constituir prova das circunstâncias ocorridas. A declaração feita pelo 
tabelião é dotada de fé pública, podendo ser utilizada como prova plena em qualquer ação judicial. [art. 384, CPC] 
Hipóteses do cabimento: 
•Mensagens de celular cujo conteúdo se queira preservar; 
•Conteúdo de páginas na internet e mídias sociais (YouTube); 
•Recados e postagens em redes sociais (Facebook, Twitter, Snapchat, Whatsapp); 
•Conteúdo de e-mails e identificação do IP emissor; 
•Abertura de cofres 
•Entrega de chaves 
•Descrição de sinistros (acidentes, incêndios) 
•Reuniões de condomínio e Assembleias Societárias 
•Verificação do estado de coisas moveis ou imóveis 
 
Prova testemunhal – 
Admissibilidade da prova testemunhal: é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. [art. 442, CPC] 
CASOS EM QUE A PROVA SERÁ INDEFERIDA: Quando tiver como objetivo provar fatos: [art. 443, CPC] 
I. já provados por documento ou confissão da parte; 
II. que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados. 
EX.: Seguro (art. 758, CC) e Fiança (art. 819, CC) 
 
Vícios e divergências que podem ser provados por testemunhas: [art. 446, CPC] 
I. nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a vontade declarada. 
II. nos contratos em geral, os vícios do consentimento. 
Ex.: Erro, dolo, coação, estado de perigo, fraude contra credores. 
 
Quem pode depor como testemunha: Qualquer pessoa, EXCETO as INCAPAZES, IMPEDIDAS e SUSPEITAS. [art. 447, 
CPC] 
São incapazes: [art. 447, § 1º, CPC] 
I. o interdito por enfermidade ou deficiência mental; 
II. o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia 
discerni-los; ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; 
III. o que tiver menos de 16 anos; 
IV. o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam. 
 
 
 
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São impedidos: [art. 447, § 2º, CPC] 
I. o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em QUALQUER GRAU e o colateral, até o 
TERCEIRO GRAU, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, SALVO se o exigir o interesse 
público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova 
que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; 
II. o que é parte na causa; 
III. o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o 
advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes. 
 
São suspeitos: [art. 447, § 3º, CPC] 
I. o inimigo da parte, ou o seu amigo íntimo; 
II. o que tiver interesse no litígio. 
Informantes: Sendo estritamente necessário, o juiz ouvirá testemunhas impedidas ou suspeitas; mas os seus 
depoimentos serão prestados independentemente de compromisso (art. 458, CPC) e o juiz lhes atribuirá o valor que 
possam merecer. [art. 447, §§ 4º e 5º, CPC] 
A TESTEMUNHA NÃO É OBRIGADA A DEPOR DE FATOS: [art. 448, CPC] 
III. que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes 
consanguíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral, até o TERCEIRO GRAU; 
IV. a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. 
 
Rol de testemunhas: pessoas que irão depor 
Qualificação das testemunhas: O rol de testemunhas conterá, sempre que possível, o nome, a profissão, o estado civil, 
a idade, o CPF, RG e o endereço completo da residência e do local de trabalho. [art. 450, CPC] 
Número de testemunhas: Não superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. [art. 357, § 
6º, CPC] 
Prazo para apresentação ao juiz: Juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias. [art. 357, § 4º, CPC] 
Substituição do rol de testemunhas: Depois de apresentado o rol, a parte só pode substituir a testemunha: [art. 451, 
CPC] 
I. que falecer; 
II. que, por enfermidade, não estiver em condições de depor; 
III. que, tendo mudado de residência OU local de trabalho, não for encontrada. 
 
Juiz arrolado como testemunha: [art. 452, CPC] 
declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento de fatos, que possam influir na decisão, caso em que será vedado à 
parte que o incluiu no rol desistir de seu depoimento; se nada souber, mandará excluir o seu nome. 
 
Quando as testemunhas não prestarão depoimento na audiência de instrução e julgamento: [art. 453, CPC] 
•Quando prestarem depoimento antecipadamente [art. 453, I, CPC] 
 
 
 
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•Quando tiverem sido inquiridas por carta (rogatória ou precatória) [art. 453, II, CPC] 
•As que, impossibilitadas de comparecer em juízo, acabaram sendo ouvidas de outro modo [art. 449, p. único, CPC] 
•As AUTORIDADES. [art. 454, CPC] 
 
Autoridades que possuem privilégio de lugar e dia para inquirição como testemunha: São inquiridos em sua residência, 
ou onde exercem a sua função: [art. 454, CPC] 
I - o presidente e o vice-presidente da República; 
II - os ministros de Estado; 
III - osministros dos Tribunais Superiores, conselheiros do CNJ e ministros do TCU; 
IV - o procurador-geral da República e os conselheiros do Conselho Nacional do MP; 
V - o advogado-geral da União, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral do Município, o defensor público-
geral federal e o defensor público-geral do Estado; 
VI - os senadores e os deputados federais; 
VII - os governadores dos Estados e do Distrito Federal; 
VIII - o prefeito; 
IX - os deputados estaduais e distritais; 
X - os desembargadores dos TJ, dos TRF, dos TRT e dos TRE e os conselheiros dos TCE e do Distrito Federal; 
XI - o procurador-geral de justiça; 
XII - o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa a agente diplomático do Brasil 
(reciprocidade). 
- Os Juízes (LC 35/79, art. 33, I) e Promotores de Justiça (Lei 8.625/93, art. 40, I) 
 
Procedimento para intimação das autoridades: 
Intimação das autoridades: o juiz solicitará à autoridade que indique dia, hora e local a fim de ser inquirida, 
Remetendo-lhe cópia da petição inicial ou da defesa oferecida pela parte que a arrolou como testemunha. [art. 454, § 
1º, cpc] 
Inércia ou ausência da autoridade: O juiz designará dia, hora e local para o depoimento, preferencialmente na sede do 
juízo. [art. 454, §§ 2º e 3º, CPC] 
 
Procedimento para intimação das demais testemunhas: 
•Obrigação do advogado: cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da 
hora e do local da audiência designada. [art. 455, cpc] 
•Forma da intimação: realizada por carta com aviso de recebimento, cumprindo ao advogado juntar aos autos, com 
antecedência de pelo menos 3 (três) dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e do 
comprovante de recebimento. [art. 455, § 1º, CPC] 
 
 
 
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•Testemunha levada pela própria parte: a parte pode comprometer-se a levar à audiência a testemunha, 
independentemente de intimação; presumindo-se, caso não compareça, que desistiu de ouvi-la. [art. 455, §§ 2º e 3º, 
cpc] 
Testemunhas que serão intimadas pelo juízo: A intimação será feita pela via judicial quando:[art. 455, § 4º, 
CPC]. 
I. for frustrada a intimação realizada pelo advogado; 
II. sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz; 
III. figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará ao 
chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir; 
IV. a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública; 
V. a testemunha for uma autoridade; 
 
Procedimento para inquirição das testemunhas: 
Ordem e incomunicabilidade – O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, PRIMEIRO as do autor e 
DEPOIS as do réu, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das outras. [art. 456, CPC]. 
Modificação da ordem – o juiz poderá alterar a ordem se as partes concordarem. (art. 456, p. único, CPC). 
Qualificação das testemunhas e verificação de parentesco ou interesse: Antes de depor, a testemunha será qualificada, 
declarará ou confirmará seus dados e informará se tem relações de parentesco com a parte ou interesse no objeto do 
processo. [art. 457, CPC]. 
Compromisso da testemunha: 
Momento: Ao início da inquirição, a testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for 
perguntado. [art. 458, CPC]. 
Falsidade testemunhal: O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penal quem faz a afirmação falsa, cala ou 
oculta a verdade. [art. 458, p. único, CPC c/c art. 342, CP]. 
Contradita: É a impugnação da testemunha arrolada pela parte contrária, sustentando-se sua “incapacidade”, 
“impedimento” ou “suspeição”. [art. 457, § 1º, CPC]. 
 
Momento: deverá ocorrer no instante da qualificação da testemunha, porém, antes do compromisso. 
 
Negativa dos fatos pela testemunha: Se a testemunha negar os fatos que lhe são imputados, a parte poderá provar a 
contradita com documentos ou com testemunhas, até 3, apresentada no ato e inquiridas em separado. [art. 457, § 1º, 
CPC]. 
 
Reconhecimento ou deferimento da Contradita: Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a 
testemunha, ou lhe tomará o depoimento como INFORMANTE. [art. 457, §2º, CPC). 
 
Condução da testemunha faltante: Se a testemunha deixar de comparecer, sem motivo justificado, será conduzida, 
respondendo pelas despesas do adiamento. [art. 455, § 5º, CPC]. 
 
Inquirição de testemunhas referidas: Poderá ser feita de ofício ou a requerimento da parte interessada, sempre que 
terceiros forem referidos nas declarações da parte ou das testemunhas [art. 461, I, CPC]. 
 
Acareação de testemunhas e partes: a acareação de duas ou mais testemunhas ou de alguma delas com a parte, poderá 
ser determinada de ofício ou a requerimento da parte interessada, quando, sobre fato determinado, que possa influir 
na decisão da causa, divergirem as suas declarações. [art. 461, II e §§ 1º e 2º, CPC]. 
 
 
 
33 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
 
 
7. Prova documental – A prova documental tem se tornado cada vez mais comum, diante da tendência moderna 
de documentar todas as relações jurídicas, ainda que a lei não exija forma escrita. Quando ela o exige, o 
documento deixa de ser apenas um mecanismo de prova e se torna da essência do próprio negócio jurídico, 
que não pode ser provado por outras maneiras. É o que ocorre na hipótese do art. 406 do CPC. Afora essas 
situações, em que o documento é da essência do negócio, a prova documental é apenas um meio de prova, 
que, conquanto muito prestigiado, não pode ser considerado, a priori, como de maior valor do que os outros. 
 
O que é um documento? Considera-se documento qualquer representação material de um fato. 
EX.: Filmes, Fotografias, Documentos Eletrônicos, Papeis em geral etc. 
 
Documentos que fazem a mesma prova do original: [art. 425, CPC]: 
 
V. Certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências, ou de outro livro a 
cargo do escrivão, ou do chefe de secretaria, se extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele 
subscritas; (I) 
 
VI. Traslados e certidões extraídas por oficial público, de instrumentos ou documentos lançados em 
suas notas; (II) 
 
VII. Reproduções dos documentos públicos desde que autenticadas por oficial público ou conferidas 
em cartório, com os respectivos originais; (III) 
 
VIII. Extratos digitais de bancos dedados, públicos e privados, desde que atestado pelo seu emitente, 
sob as penas da lei, que as informações conferem com o que consta na origem; (V) 
 
IX. Cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial, declaradas autênticas pelo PRÓPRIO 
ADVOGADO sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade; (IV) 
 
X. Reproduções digitalizadas de qualquer documento, público ou particular, quando juntados aos 
autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas 
procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados públicos ou privados, 
ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de 
digitalização. (VI) 
 
A guarda dos documentos: os originais dos documentos digitalizados deverão ser preservados pelo seu detentor até o 
final do prazo para propositura de ação rescisória (2 anos s contar do trânsito em julgado). (art. 425, §2º, CPC). 
 
Cópia digital de título executivo extrajudicial ou outro documento relevante: o juiz poderá determinar o seu depósito 
em cartório ou secretaria. [art. 425, § 2º, CPC]. 
 
Documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades legais: Desde que subscrito 
pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular. [art. 407, CPC]. 
 
Declarações constantes de documento particular: Desde que assinadas, presumem-se verdadeiras em relação ao 
signatário. [art. 408, CPC]. 
 
Declaração de ciênciarelativa a determinado fato: O documento particular prova a ciência, mas não o fato em si, 
incumbindo o ônus de prová-lo ao interessado em sua veracidade. [art. 408, p. único, CPC]. 
 
Autor do documento particular: Considera-se AUTOR do documento particular: [art. 410, CPC] 
 
IV. aquele que o fez e o assinou; 
 
 
 
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V. aquele por conta de quem ele foi feito, estando assinado; 
VI. aquele que, mandando compô-lo, não o firmou porque, conforme a experiência comum, não se 
costuma assinar, como livros empresariais e assentos domésticos. 
 
 
Autenticidade do documento: Considera-se autêntico o documento quando: [art. 411, CPC]. 
 
IV. o tabelião reconhecer a firma do signatário; 
V. a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação, inclusive eletrônico, 
nos termos da lei; 
VI. não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento. 
 
 
Cessação da fé do documento: Cessa a fé do documento, público ou particular, sendo-lhe declarada judicialmente a 
falsidade. [art. 427, CPC]. 
 
Caracterização da falsidade: A falsidade consiste: [art. 427, p. único, CPC] 
 
III. em formar documento não verdadeiro; 
 
IV. em alterar documento verdadeiro. 
 
 
Cessa a fé do documento particular: quando: [art. 428, CPC] 
 
VIII. for impugnada sua autenticidade E enquanto não se comprovar sua veracidade; 
IX. assinado em branco, for impugnado seu conteúdo, por preenchimento abusivo. (ARGUIÇÃO DE 
FALSIDADE) 
 
Preenchimento abusivo: Dar-se-á abuso quando aquele que recebeu documento assinado com texto não escrito no 
todo ou em parte formá-lo ou completá-lo por si ou por meio de outrem, violando o pacto feito com o signatário. [art. 
428, p. único, CPC]. 
EX.: Preencher entrelinhas de um contrato. 
 
 
Ônus da prova documental: [art. 429, CPC] 
 
•À parte que arguir: quando se tratar de falsidade de documento. 
•À parte que produziu o documento: quando se tratar de impugnação da autenticidade. 
 
Modo de solução da arguição de falsidade: [art. 430, p. único, CPC] 
 
•Questão incidental: como regra – Depois de encerrada a instrução, será decidida por DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. 
•Questão principal: se a parte assim requerer. A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como 
questão principal, constará da parte dispositiva da SENTENÇA e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa 
julgada. [art. 433, CPC]. 
 
Procedimento: 
•Arguição: A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará 
o alegado. [art. 431, CPC]. 
•Defesa: Prazo de 15 DIAS ÚTEIS. [art. 432, CPC]. 
•Exame pericial: Somente será realizado se a parte que produziu o documento não concordar em retirá-lo. [art. 432, 
p. único, CPC]. 
 
 
 
 
35 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
Formas de impugnação do documento: A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, 
poderá: [art. 436, CPC]. 
 
IV. impugnar a admissibilidade da prova documental; 
V. impugnar sua autenticidade; 
VI. suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de arguição de falsidade; 
VII. manifestar-se sobre seu conteúdo. 
 
 
Momento para a impugnação Documental: [art. 437, CPC]: 
•Réu: Impugnará os documentos do autor na CONTESTAÇÃO. 
•Autor: Impugnará os documentos do réu na RÉPLICA. 
•Documentos novos: A parte contra quem foi juntado o documento deverá impugná-lo no prazo de 15 DIAS ÚTEIS, ou 
outro maior que o juiz tenha fixado. [art. 430 e art. 437, §§ 1º e 2º, CPC].g. Extinção do processo por improcedência liminar da inicial (art. 332, CPC) 
• Recurso: apelação. (ART. 332, § 3º, CPC) 
• Retratação: O juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu. (ART. 332, § 4º, CPC) 
• Não retratação: Determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. (ART. 
332, § 4º, CPC) 
• Remessa ao tribunal: Com ou sem a resposta do recorrido o processo é encaminhado ao Tribunal. 
 
 
AULA 2 – TUTELAS PROVISÓRIAS 
 A tutela provisória é um mecanismo do processo civil que permite garantir a efetividade da decisão judicial 
antes do seu trânsito em julgado, ou seja, antes que ela se torne definitiva. Ela existe porque, em alguns casos, esperar 
todo o trâmite do processo pode causar prejuízos irreversíveis a quem tem razão. 
 Ambas são tutelas provisórias, quanto a finalidade: 
a. Tutela Antecipada/satisfativa – antecipação dos efeitos da própria tutela jurisdicional, busca satisfazer a 
pretensão do autor. Ex. Liminar para nomeação de candidato em concurso 
b. Tutela Cautelar/protetiva – proteção da tutela jurisdicional. Ex.: Liminar para reserva de vaga em concurso 
público. Ex.: Medida Cautelar de Arrolamento de Bens; bloqueio Judicial; aresto ou sequestro; busca e 
apreensão. 
OBS: toda tutela cautelar é de urgência. 
 
 Quanto ao risco: 
a. Tutela de urgência – É aquela que exige do Poder Judiciário atuação rápida para que o direito da parte não 
possa perecer, sendo um dos seus pressupostos o periculum in mora (perigo da demora). Na forma do art. 
300, caput, do CPC, as tutelas de urgência poderão ser satisfativa ou cautelar. EX.: Arresto, Sequestro, Tutela 
antecipada fundada no risco de dano. 
b. Tutela de evidência – É aquela atrelada a direito conferido objetivamente na própria norma, eventualmente 
configurado pela atitude da parte contrária no curso do processo. Mas sempre dispensando a demonstração 
de “urgência”. Será sempre satisfativa. (Art. 311, CPC). Ex.: Reintegração de Posse por esbulho anterior a ano 
e dia; abuso do direito de defesa do réu. 
 
Quanto ao momento: 
a. Antecedente – quando intentada antes do aforamento do pedido principal. (art. 294, p. único). 
b. Incidental – quando a pleiteada no curso da ação. (art. 294, p. único). 
c. Concomitante – quando intentada conjuntamente com o pedido principal. (regra, mas não está previsto em 
lei). 
 
 
 
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Legitimidade: 
a. Autor – porque é ele quem leva ao conhecimento do judiciário seu direito lesionado ou ameaçado de lesão 
b. Réu – sempre que formular pedido no processo. (Na reconvenção, por exemplo). 
c. Terceiros legitimamente interessados – nos casos das intervenções de terceiro. 
d. Ministério Público – sempre que atuar como fiscal da lei ou parte. 
 
Concessão EX OFFICIO (sem pedido das partes): 
a. Nas cautelares – nas cautelares, sempre, em razão do Poder Geral de Cautela do magistrado. 
b. Nas antecipatórias – diferentemente do que ocorria no velho CPC, no atual, não há qualquer previsão de 
pedido prévio. Portanto, a questão é controvertida. 
• Oportunidade para o requerimento: As medidas poderão ser requeridas a qualquer tempo, ou seja, sempre que 
estiverem presentes os pressupostos necessários ao deferimento. 
• Indeferimento: Não obsta a formulação de novo pedido, desde que fundamentado em nova prova ou fato. (art. 
309, p. único, CPC). 
• Medidas de efetivação: O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas. (Art. 297, CPC) 
• Procedimento para efetivação: observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que 
couber. (art. 297, p. único, C/C art. 519, CPC) 
• Provisoriedade e precariedade: pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. (Art. 296, CPC) 
• Competência: A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente 
para conhecer do pedido principal. (Art. 299, CPC). 
 
 Pressupostos – a tutela de urgência será concedida quando: (art. 300, CPCP): 
a. Houver elementos que evidenciam a probabilidade do direito e “Fomus Boni Juris”; 
b. Houver perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo “Periculum In Mora”. 
Caso a tutela seja antecipada de urgência o juiz deverá observar também: 
c. Perigo de irreversibilidade – se for de natureza antecipada de urgência, não deve ser concedida. (art. 300, 
§3º, CPC). 
d. Fungibilidade (cautelares X antecipadas) – caso entenda que o pedido cautelar tem natureza antecipada, o 
juiz observará o procedimento da “tutela antecipada antecedente”. (art. 305, p. único, CPC). 
 
Contracautela – para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou 
fidejussória idônea (pessoal, ex. fiança ou aval) para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer. 
(art. 300, §1º, CPC). 
a. Hipossuficiência do autor: neste caso, a caução deverá ser dispensada. (art. 300, §1º, CPC). 
b. Caução inidônea: juiz não deve aceitar. 
1. Tutela antecipada antecedente (art. 303 e 304, CPC) 
a. Petição inicial – nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, se quiser, o autor pode 
limitar-se apenas ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final. (art. 303, CPC). 
 
 
 
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b. Requisitos da petição inicial: •regras do artigo 319, CPC (base de qualquer petição); •exposição da lide 
(narrativa dos fatos); • exposição do direito que se busca realizar; • informação de que fez uso do disposto no 
art. 303, CPC, formulando apenas o pedido de tutela antecipada (art. 303, §5º, CPC). Ainda, um dos requisitos 
é a demonstração dos pressupostos necessários à concessão da tutela antecipada (art. 300, CPC). 
 
c. Decisão do magistrado: o juiz poderá: 
 
 
 
 
 •Indeferir o pedido de Tutela Antecipada 
 •Deferir o pedido de Tutela Antecipada 
 •Exigir CAUÇÃO como condição para deferir a Tutela Antecipada (Art. 300, § 1º, CPC). 
 
Em caso de tutela deferida: 
Aditamento da inicial: Concedida a tutela antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial, onde DEVERÁ: (Art. 303, 
§ 1º, I, CPC) 
•Complementar sua argumentação: podendo alterar os FATOS, CAUSA DE PEDIR e PEDIDOS. 
•Juntar novos documentos: se necessário. 
•Confirmar o pedido de tutela final. 
O prazo para o aditamento é de 15 dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar. (art. 303, §1º, I, CPC). Não realizado 
o aditamento o processo será extinto sem resolução do mérito. (art. 303, §2º, CPC). 
 •Intimação específica para o aditamento: A intimação do Autor para ADITAMENTO da INICIAL deve ser feita 
“especificamente para este fim”, não bastando a simples intimação acerca da decisão que deferiu a tutela. 
•Início da contagem do prazo para aditamento: A intimação específica deverá ser feita após a interposição do recurso 
pelo réu contra a decisão concessiva da tutela, ou após a decurso do prazo. 
 
Em caso de tutela indeferida: 
Neste caso, ausentes os pressupostos para a concessão da tutela antecipada, a dicção do art. 303, § 6º, do CPC leva à 
conclusão de que o autor será intimado pelo juízo para promover a “emenda da petição inicial”, formalizando o 
pedido principal, porém, em apenas 5 dias úteis. (Art. 303, § 6º, CPC). 
Existindo justificativa plausível, o juiz poderá conceder PRAZO MAIOR para que o Autor faça a EMENDA da inicial? 
SIM 
 
d. Citação do réu – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do 
art. 334 e não havendo acordo, o prazo para contestação será contado nos termos do art. 335. (art. 303, §1º, 
II e III, CPC). 
Lembrete 
Ok 
Pressupostos: 
• Fumus Boni Juris, • Periculum In Mora, 
• Inexistência de risco de irreversibilidade 
• Valor da causa 
•Decisão do magistrado: o juiz poderá: Determinar a Emenda à 
Inicial – em 5 dias úteis- para então analisar o pedido. (Art. 303, § 
6º, CPC) 
•Designar Audiência de Justificação Prévia para então decidir 
acerca da concessão ou não do pedido de tutela (Art. 300, § 2º, 
CPC) 
 
 
 
 
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→Estabilização da tutela antecipada antecedente – a tutela torna-se estável se da decisão que a conceder não for 
interposto respectivo recurso (agravo de instrumento). (art. 304, CPC). 
→Inexistência de coisa julgada – (art. 304, §§2º e 6º, CPC) – Mesmo transitada em julgado a decisão não perderá sua 
característica de precariedade. Qualquer uma das partes poderá ingressar com outra ação objetivando rever, 
reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada. O prazo para o reexame da tutela é de 2 (dois) anos, contato 
da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do §1º. (art. 304, §5º, CPC). 
Nada impede que a parte que obteve a tutela antecipada antecedente, por ocasião do aditamento da petição inicial 
(art. 303, § 1º, I), realize a inserção de pedido para fins de cúmulo objetivo. Nesta hipótese a não interposição do 
agravo de instrumento quanto ao pedido que foi antecipado não poderá provocar a extinção do processo, mas, no 
máximo, o julgamento antecipado parcial de mérito quanto ao pedido estabilizado (art. 356, CPC). Os demais pedidos 
cumulados reclamarão prosseguimento do feito.” (FÁBIO CALDAS DE ARAÚJO. In CURSO DE PROCESSO CIVIL, Tomo I, 
Parte Geral, São Paulo: Malheiros, 2016, p.1001) 
 
2. Tutela cautelar antecedente (art. 305 ao 310, CPC) 
a. Petição inicial: indicará os requisitos do art. 319, CPC; a lide e seu fundamento; a exposição sumária do 
direito que se objetiva assegurar; o valor da causa. 
 
b. Requisitos da petição: •Demonstração dos PRESSUPOSTOS necessários à concessão da Tutela Cautelar (art. 
300, CPC); • Elementos que evidenciem a probabilidade do direito (fumus boni juris); •Exposição do perigo 
de dano OU do risco ao resultado útil do processo (periculum in mora). 
 
c. Decisão do magistrado: O juiz poderá: 
 • Determinar a Emenda à Inicial (Art. 303, § 6º c/c 321, CPC – por analogia) 
• Designar Audiência de Justificação Prévia para então decidir acerca da concessão ou não do pedido 
cautelar (Art. 300, § 2º, CPC) 
• Indeferir o pedido de Tutela Cautelar 
• Deferir o pedido de Tutela Cautelar 
• Exigir CAUÇÃO como condição para deferir a Cautelar (Art. 300, § 1º, CPC). 
 
•Cumulação dos pedidos principal e cautelar (tutela concomitante): O pedido principal PODE ser formulado 
conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. (art. 308, § 1º, CPC). 
•Fungibilidade (cautelares x antecipadas): Caso entenda que o pedido cautelar tem natureza antecipada, o juiz 
observará o disposto no art. 303 (Tutela Antecipada Antecedente). (art. 305, p. único, CPC). 
•Indeferimento da cautelar: O indeferimento da tutela cautelar não impede que a parte faça o pedido principal, nem 
afete o julgamento desse pedido, salvo se o motivo do indeferimento for a decadência ou a prescrição. Prescrição / 
decadência: Seriam hipóteses de “Improcedência Liminar do Pedido” (art. 332, § 1º, CPC). 
 
d. Defesa do réu (contestação do pedido cautelar) – O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, 
CONTESTAR O PEDIDO e indicar as provas que pretende produzir. (art. 306, CPC) 
•Revelia: Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como 
ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias. (art. 307, CPC) 
 
 
 
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•Instrução do pedido cautelar: Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum. (art. 307, 
p. único, CPC). 
 
e. Pedido principal – Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo 
de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela 
cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais. (art. 308, CPC). 
→INTIMAÇÃO ESPECÍFICA PARA O ADITAMENTO: DIVERGÊNCIA. 
1ª CORRENTE: Sustenta que o início da contagem do prazo para apresentação do PEDIDO PRINCIPAL não depende de 
intimação, posto que o art. 308 do CPC, possui regra de início taxativa e objetiva. (CORRENTE MAJORITÁRIA) (art. 308, 
CPC). 
 
2ª CORRENTE: Contrariamente ao disposto no art. 308, CPC, entende que a melhor exegese da norma impõe ao 
julgador o dever de intimar a parte para aditar a petição, mesmo quando indeferido o pleito cautelar. É que a falta do 
pedido principal levaria à extinção do processo sem exame do mérito, e o art. 317 do CPC confere possibilidade de 
correção do erro. (art. 308 c/c 317, CPC). 
 
→O prazo de 30 (trinta) dias (art. 308, CPC) para que o autor formule o PEDIDO PRINCIPAL, deverá ser contado em 
DIAS ÚTEIS? Por enquanto não se tem uma decisão unanime, então para se resguardar, conta-se em dias corridos. 
→É admissível por parte da doutrina o aumento no prazo para aditamento da inicial, desde que justificado o motivo. 
Neste caso, o entendimento dos doutrinadores é no sentido de que o prazo seria de natureza processual (art. 139, VI, 
CPC). 
→Aditamento da causa de pedir: A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido 
principal. (art. 308, § 2º, CPC). 
→Desnecessidade de nova citação do réu: Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a 
audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem 
necessidade de nova citação do réu. (art. 308, § 3º, CPC). 
→Não havendo acordo na audiência, abrir-se-á prazo para a contestação, observando o disposto no art. 335. (art. 
308, §4º, CPC). 
→Cessação da eficácia da medida: Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: (art. 309, CPC) 
I - O autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; 
II - Não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; 
III - O juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de 
mérito. 
A cessação da eficácia da medida nas hipóteses dos incisos I e II do art. 309 do CPC importará na EXTINÇÃO DO 
PROCESSO? 
Renovação do pedido cautelar – Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é VEDADO à parte 
renovar o pedido, SALVO sob novo fundamento. (art. 309, p. único, CPC). 
3. Tutela de evidência 
As tutelas de evidência dispensam a demonstração do PERICULUM IN MORA e a averiguação da inexistência do RISCO 
DE IRREVERSIBILIDADE da decisão. O pressuposto para a concessão das TUTELAS DE EVIDÊNCIA é a demonstração 
objetiva do FATO JURÍDICO que dá sustentação à TUTELA JURISDICIONAL. 
 
 
 
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ATENÇÃO: Não basta a simples demonstração da “probabilidade do direito”, ou “verossimilhança da alegação” 
(fumus boni juris). 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco 
ao resultado útil do processo, quando: 
I - Ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; - Tem natureza 
“PEDAGÓGICA”. Não pode ser deferida liminarmente, porque depende da postura do réu. (art. 311, p. único, CPC). 
Demonstração do FATO JURÍDICO que justifica a TUTELA JURISDICIONAL. (Pressuposto maior que o fumus boni juris) 
II - As alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento 
de casos repetitivos ou em súmula vinculante; - Juiz pode deferir liminarmente (art. 311, p. único, CPC). Basicamente, 
a mesma regra para o JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE, acrescido da presença de TESE FIRMADA EM 
JULGAMENTO DE CASOS REPETITIVOS ou SÚMULA VINCULANTE. FATO JURÍDICO que justifica a TUTELA 
JURISDICIONAL. (Demonstração do requisito do art. 311, II, CPC) 
III - Se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso emque será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; - Pedido em que o autor 
reclama um bem ou direito que lhe pertence, mas que não consta de seu patrimônio. Ex.: Execução de Alienação 
Fiduciária em garantia. FATO JURÍDICO que justifica a TUTELA JURISDICIONAL. (TEXTO EXPRESSO DO INCISO III, DO 
ART. 311). Juiz pode deferir liminarmente (art. 311, p. único, CPC) 
IV - A petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o 
réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável – Os “ELEMENTOS QUE EVIDENCIEM A PRESENÇA DO DIREITO” 
deverão decorrer dos documentos que instruem o processo. FATO JURÍDICO que justifica a TUTELA JURISDICIONAL. 
(TEXTO EXPRESSO DO INCISO III, DO ART. 311) 
OBS.: Esta TUTELA ANTECIPADA só pode ser pleiteada, APÓS O DECURSO DO PRAZO DE DEFESA DO RÉU, já que é 
condicionada à precariedade da defesa dele. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. 
 
AULA 3 – AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO 
Audiência de conciliação é a audiência designada para a tentativa de autocomposição do litígio, mediante acordo entre 
as partes. 
→ Conciliador: atua preferencialmente nas ações nas quais não houver vínculo entre as partes. Pode sugerir soluções. 
Ex.: Acidente de trânsito, usucapião. 
→ Mediador: atua nas ações nas quais as partes possuem vínculos, com o objetivo de restabelecer o diálogo e permitir 
que elas proponham soluções para o caso. Ele deve criar um ambiente propício para o diálogo. Ex.: Dissolução de 
sociedade. 
→ Ciência do autor: será intimado na pessoa do seu advogado. (art. 334, §3º, CPC). 
→ Ciência do réu: tomará conhecimento da data, local e horário pela citação. (art. 334, caput, CPC). 
→ Repetição da audiência: a critério do juiz poderá ser designada mais de uma audiência conciliatória ou mediadora. 
(art. 334, §2º, CPC). 
→ Audiência por meio eletrônico: a audiência de conciliação ou de mediação pode ser realizada por meio eletrônico, 
nos termos da lei. Podendo ser feita, por videoconferência, semipresencial ou 100% virtual. (art. 334, §7º, CPC). 
 
 
 
10 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
→ Obrigatoriedade do advogado: as partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. 
(art. 334, §9º, CPC). 
→ Representação da parte por preposto: a parte poderá constituir representante (preposto), por meio de procuração 
específica, com poderes para negociar e transigir. 
OBS: mas isso não dispensará a presença do advogado. (art. 334, §10º, CPC). 
 → ausência injustificada das partes: é considerado ato atentatório à dignidade da justiça, punido com multa de até 
2% da vantagem econômica pretendida OU do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. (art. 334, §8º, 
CPC). 
→ Advogado como preposto: É vedado ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono 
e preposto do empregador ou cliente. A proibição, contudo, é de índole ético-profissional, não processual. (art. 25, 
Código de Ética da OAB) 
•Justiça comum: tem admitido. 
•Juizados Especiais: proibição expressa (Enunciado nº 98 – FONAJE). 
 
Hipóteses em que não ocorrerá audiência: 
a. Cancelamento: Pela vontade das partes. O Autor deve demonstrar seu desinteresse na petição inicial. Os Réus, 
mediante petição, com antecedência mínima de 10 dias da audiência. Se forem LITISCONSORTES, todos terão 
que fazê-lo. (art. 334, §§ 4º, I, 5º e 6º, CPC). 
b. Impedimento à autocomposição: Quando for inadmissível a autocomposição, em função da matéria (ordem 
pública) ou em decorrência das partes envolvidas (Poder Público, menores etc.). (art. 334, § 4º, II, CPC). 
 
Homologação do acordo: A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. (ART. 334, § 11, 
CPC). 
Pauta das audiências: Deverá respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da 
seguinte. (ART. 334, § 12, CPC) 
 
AULA 4 – CONTESTAÇÃO – RECONVENÇÃO - REVELIA 
1. Contestação: 
A contestação é a resposta do réu ao que está sendo alegado pelo autor no processo, tem como fundamento o princípio 
do contraditório. Após ser convocado para o processo, por meio da citação, o réu terá um prazo de 15 dia para 
apresentar sua contestação, ato processual no qual deve demonstrar todos os seus argumentos de defesa e especificar 
as provas que pretende produzir. As regras de contestação estão descritas nos artigos 335 a 342 do Código de Processo 
Civil. 
Caso o réu não apresente sua defesa, o magistrado poderá decretar sua revelia e presumir que tudo que foi alegado 
contra ele é verdadeiro, nos termos do artigo 344. 
Prazo Geral: 
• 15 dias úteis (Art. 335 c/c 219, CPC). 
Casos de Prazos em Dobro: 
 
 
 
11 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
• Fazenda Pública: (Art. 183, CPC). 
• Ministério Público: (Art. 180, CPC). 
• Defensoria Pública: (Art. 186, CPC). 
• Advogados de litisconsortes: Desde que sejam de escritórios distintos e quando o processo não for eletrônico. 
(Art. 229, § 2º, CPC). 
 
Termo inicial do prazo para contestar (art. 335) 
Se a audiência for realizada: 
• O prazo se inicia no 1º dia útil seguinte à data da audiência, caso qualquer parte não compareça ou, 
comparecendo, não haja autocomposição. (Art. 335, I, CPC). 
Se a audiência for cancelada: 
• O prazo inicia-se no 1º dia útil seguinte ao protocolo do pedido de cancelamento da audiência apresentado 
pelo réu. (Art. 335, II, CPC). 
No caso de litisconsórcio passivo: 
• Se todos os réus solicitarem o cancelamento da audiência (art. 334, §6°), o prazo para cada um se inicia no dia 
útil seguinte à data de apresentação de seu respectivo pedido. (Art. 335, § 1º, CPC). OBS: Vale lembrar que, 
havendo litisconsórcio, a audiência só não se realizará se houver manifestação de desinteresse por todos os 
litisconsortes. Se apenas por alguns, a audiência será realizada, todos deverão comparecer, e o prazo de 
contestação para todos os réus fluirá a partir dela. 
Citação para contestar (Art. 334, § 4º, II, CPC) 
• O prazo se inicia no 1º dia útil seguinte à data da comprovação nos autos da efetivação da citação, conforme o 
modo como foi realizada. (Art. 231 e 335, III, CPC). 
• Exemplos: Citação pelo correio, por oficial de justiça, etc. 
No caso de litisconsórcio passivo: 
• O prazo para contestar será contado a partir da última das datas referidas nos incisos I a VI do Art. 231 do CPC. 
(Art. 231, § 1º, CPC). 
 
Matéria que pode ser alegada na contestação: 
O réu deve alegar toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito que impugnam o pedido do autor 
e especificando as provas que pretende produzir. (Art. 336, CPC). 
As matérias podem ser classificadas em: 
• Diretas: Enfrentam diretamente o mérito. 
• Indiretas: Envolvem preliminares do mérito. 
• Dilatórias: Não extinguem o processo. 
• Peremptórias: Se acolhidas, levam à extinção do processo. 
 
 
 
 
12 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
Preliminares ou prejudiciais de mérito (art. 337, cpc): 
As preliminares de mérito são questões que devem ser suscitadas antes da análise do mérito propriamente dito. 
Podem ser: 
Dilatórias (não extinguem o processo) 
I - Inexistência ou nulidade da citação; II - Incompetência absoluta ou relativa; III - Incorreção do valor da causa; VIII - 
Conexão ou continência; IX - Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; XII - Falta de 
caução ou outra prestação exigida como preliminar; XIII - Indevida concessão do benefício da justiça gratuita. 
Peremptórias (se acolhidas, extinguem o processo) 
IV - Inépcia da petição inicial; V - Perempção; VI - Litispendência; VII - Coisa julgada; X - Convenção de arbitragem; XI - 
Ausência de legitimidade ou de interesse processual. 
 
Observação: 
• O réu deve apresentar todas as preliminares e matérias de defesa na própriacontestação, sob pena de 
preclusão (Art. 337, § 1º, CPC). 
• Caso sejam alegadas preliminares, o juiz pode resolvê-las antes do mérito ou em conjunto com este, 
dependendo da natureza da questão. 
 
Ônus da impugnação específica: 
O réu deve impugnar todos os fatos alegados pelo autor na petição inicial. Caso contrário, esses fatos podem ser 
considerados verdadeiros (Art. 341, CPC). Exceto: 
• Quando o fato não admite confissão (ex.: direitos indisponíveis, como interesse de menores - Art. 392, CPC). 
• Quando o ato exige prova documental (ex.: aprovação em concurso público). 
• Quando os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa considerada em seu conjunto. Ex.: 
Provas completamente contrárias à tese apresentada pelo autor. 
 
 Contestação por Negativa Geral: 
• Permitida a advogados dativos, curadores especiais e defensores públicos em razão da dificuldade na obtenção 
de provas (Art. 341, P. Único, CPC). 
• Efeito: Consideram-se todos os fatos impugnados, cabendo ao autor provar seu direito (Art. 373, I, CPC). 
 
Aditamento da Contestação (Art. 342, CPC): 
• Somente é aceito nos seguintes casos: 
o Direito superveniente (fato novo). 
o Matérias que devem ser conhecidas de ofício. 
o Questões que, por lei, podem ser alegadas a qualquer tempo. 
 
 
 
 
13 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
2. Reconvenção: 
 A reconvenção é uma ação incidente proposta pelo réu contra o autor no mesmo processo, funcionando como 
um contra-ataque processual. (Art. 343, CPC). O CPC/2015 alterou a sistemática do CPC/73 ao determinar que a 
reconvenção seja apresentada pelo réu na contestação, dispensando a necessidade de apresentação de uma peça 
autônoma. Porém, mesmo que apresentada na mesma peça processual, a reconvenção tem conteúdo e objetivo 
diverso da contestação propriamente dita. A reconvenção é uma nova ação dirigida pelo réu (reconvinte) contra o 
autor (reconvindo), no mesmo processo por este instaurado contra aquele. Trata-se de instituto que foi idealizado em 
atendimento ao princípio da economia processual, ensejando a tramitação e o julgamento conjunto de litígios conexos. 
 Através da reconvenção, todavia, o réu formula pedido dirigido contra o autor, transmudando-se as posições 
da ação originária: o réu passa a ser o reconvinte (“autor” da reconvenção) e o autor passa a ser o reconvindo (“réu” 
da reconvenção). Com o oferecimento da reconvenção, amplia-se o tema decidendo. Ao juiz não caberá, apenas, 
decidir se o autor tem razão ou não; caber-lhe-á, também, dizer se assiste ou não razão ao réu-reconvinte 
 
Alguns requisitos: 
• Deve ter conexão com a ação principal. 
• Deve competir ao mesmo juiz. 
• Deve permitir o mesmo rito processual. 
 
As formas de apresentar a reconvenção, a regra geral é: 
• A reconvenção deve ser apresentada no corpo da contestação. (Art. 343, CPC) 
Reconvenção em Petição Autônoma 
• Apesar de desnecessária, não gera nulidade caso seja apresentada separadamente, desde que seja 
protocolada simultaneamente com a contestação. 
 
Defesa do reconvindo: O autor será intimado, na pessoa de seu advogado para apresentar resposta em 15 dias úteis. 
(Art. 343, § 1º, CPC). 
Referente aos prazos especiais, plicam-se dos artigos 180 e 229 do CPC, incluindo a regra de prazo em dobro para 
determinadas partes. 
 
Litisconsórcio na reconvenção 
• Polo passivo (quem sofre reconvenção): A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. (Art. 343, 
§ 3º, CPC) 
• Polo ativo (quem propõe reconvenção): O réu pode propor reconvenção em litisconsórcio com terceiro. (Art. 
343, § 4º, CPC). (o réu, ou os réus, associem-se a um terceiro que não figurava no processo para formular o 
pedido reconvencional). 
Aditamento e emenda 
 
 
 
14 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
• Expressamente admitido, cabendo ao Reconvinte atentar-se quanto ao tempo, somente podendo fazê-lo sem 
manifestação da parte contrária, desde que faça antes da intimação do advogado do Reconvindo (autor) para 
contestação da reconvenção (Art. 329, P. único, CPC). 
• Sendo a reconvenção uma ação, pode haver emenda à inicial. (Art. 321, CPC) 
• É possível apresentar reconvenção sem contestar a ação principal. (Art. 343, § 6º, CPC) 
 
Autonomia da reconvenção – A desistência da ação principal ou outra causa extintiva não impede o prosseguimento 
da reconvenção. (Art. 343, § 2º, CPC) 
Reconvenção da Reconvenção – Existe discussão doutrinária, mas a maioria entende que é possível, desde que não 
gere tumulto processual. 
 
Custas e honorários – O CPC é omisso, mas a jurisprudência entende que a reconvenção gera custas processuais. 
• Honorários sucumbenciais também são devidos na reconvenção. 
 
Valor da causa – O valor da causa na reconvenção é o valor do bem pretendido, podendo ser diferente do valor da ação 
principal. (Art. 319, CPC) 
Instrução processual e julgamento – As provas da ação principal e da reconvenção são produzidas concomitantemente. 
A princípio, ambas as ações são julgadas juntas, salvo situações excepcionais (exemplo: prescrição atingindo apenas 
uma delas). 
Recursos cabíveis 
• Sentença: Apelação. 
• Decisão interlocutória: Agravo de instrumento. 
 
3. Revelia 
 É o fenômeno decorrente da ausência de contestação ou contestação extemporânea, pelo réu. Haverá revelia 
se o réu, citado, não apresentar contestação. O revel é aquele que permaneceu inerte, ou então aquele que ofereceu 
contestação, mas fora de prazo. Ou, ainda, aquele que apresenta contestação, mas sem impugnar os fatos narrados na 
petição inicial pelo autor. Em contrapartida, não será revel o réu que, citado, deixa de oferecer contestação, mas 
apresenta reconvenção, cujos fundamentos não sejam compatíveis com os da pretensão inicial. 
Efeitos da revelia: • Presunção de veracidade dos fatos afirmados pelo autor. • Prazos correrão contra o revel, sem 
intimação, salvo se ele tiver advogado habilitado nos autos. 
Revelia x poder de apreciação das Provas pelo juiz: a falta de contestação não importa na procedência do pedido. Pois, 
o juiz não está obrigado a abdicar de sua racionalidade, julgando contra a evidência dos autos. (art. 371, CPC). 
Hipóteses de exclusão legal da presunção de veracidade (art. 345, CPC) 
• Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
• O litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
• A petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova 
do ato. 
 
 
 
15 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
• As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova 
constante dos autos. 
 
AULA 5 – PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES JULGAMENTO ANTECIPADO E SANEAMENTO PROCESSUAL 
Providências preliminares: 
1. Réplica pelo autor: 
a. Fatos impeditivos, modificativos e extintivos: se o réu alegar “fato impeditivo, modificativo ou extintivo” do 
direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 dias úteis, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. (art. 
350, CPC). 
b. Arguição de preliminares: se o réu alegar matérias preliminares do mérito (art. 337, CPC), o juiz determinará a 
oitiva do autor no prazo de 15 dias úteis, permitindo-lhe a produção de prova. (art. 351, CPC). 
• Irregularidades ou vícios sanáveis: Verificando a existência de irregularidades ou vícios sanáveis, o juiz determinará a 
sua correção em prazo nunca superior a 30 dias úteis. (art. 352, CPC). 
 
2. Julgamento conforme o estado do processo: 
a. Extinção do processo: O juiz julgará extinto o processo, com ou sem exame do mérito, quando: (art. 354, CPC). 
 
I. Houver reconhecimento jurídico do pedido pelo réu. 
II. O autor renunciar ao direito que lhe assistia. 
III. Verificar a ausência de alguma condição da ação. 
IV. Acolher alguma preliminar peremptória alegada pelo réu. 
V. Constatar a ocorrência de prescrição ou decadência. 
VI. As partes transigirem.b. Julgamento antecipado do mérito: Em homenagem ao princípio da razoável duração do processo (art. 5º. 
LXXVIII, CF), superada a fase de resposta do réu, estando o processo em ordem, ao invés de instruir o processo 
o Juiz poderá desde logo decidir a lide, proferindo sentença. (art. 355, CPC). Casos: 
I. Desnecessidade de produção de novas provas: Hipóteses de matéria unicamente de direito, ou sendo de 
fato e direito, não depender de novas provas para julgamento. (art. 355, I, CPC). 
II. Revelia: Desde que os efeitos não tenham sido afastados (art. 344, CPC) E, desde que o réu não tenha, a 
tempo, solicitado a produção de provas contrárias a tese do autor (art. 349, CPC) (ART. 355, II, CPC). 
 
 
c. Julgamento antecipado parcial do mérito: Estando apto o processo a julgamento, APENAS EM PARTE, poderá 
o magistrado, apenas nesta parte, a lide. (art. 356, CPC). Casos: 
I. Pedido incontroverso: Mostrando-se incontroversa, parte ou parcela do pedido, o juiz poderá julgá-lo 
desde já, instruindo o processo no remanescente. (art. 356, I, CPC); 
II. Desnecessidade de novas provas: Sendo parcial a situação apresentada nas hipóteses do art. 355, o juiz 
também poderá decidir a parte a parte apta a julgamento. (ART. 356, II, CPC). 
 
 
d. Saneamento processual: Não sendo caso de extinção ou julgamento antecipado da ação, deverá o juiz, em 
decisão de saneamento e de organização do processo: (art. 357, CPC) 
I. Resolver as questões processuais pendentes: se houver. (art. 357, I, CPC); 
 
 
 
16 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
II. Delimitar os PONTOS CONTROVERTIDOS, especificando os meios de prova admitidos, importantes para a 
decisão de mérito. (art. 357, II e IV, CPC); 
III. Definir a distribuição do ônus da prova: observando o disposto no art. 373, CPC. (art. 357, III, CPC); 
IV. Designar audiência de instrução e julgamento: Quando Necessário. (art. 357, V, CPC); 
 
•Manifestação das partes acerca do Saneamento: Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir 
esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. 
(art. 357, § 1º, CPC). 
 
•Delimitação consensual dos pontos Controvertidos pelas partes: As partes podem apresentar ao juiz, para 
homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito, a qual, se homologada, vincula as 
partes e o juiz. (art. 357, § 2º, CPC). 
 
•Saneamento feito em cooperação com as Partes: Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato 
ou de direito, juiz designará audiência específica para o ato. (art. 357, §3º, CPC). 
•Rol de testemunhas: Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum 
não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. (art. 357, §4º, CPC). 
 
•Apresentação do rol de testemunhas na Audiência de saneamento cooperado: as partes devem levar, para a 
audiência, o respectivo rol de testemunhas. (art. 357, §5º, CPC). 
 
•Número de testemunhas: O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no 
máximo, para a prova de cada fato. (art. 357, § 6º, CPC). 
 
•Limitação do número de testemunhas pelo juiz: O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a 
complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. (art. 357, §7º, CPC). 
 
•Prova pericial: Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve nomear desde já o perito, 
fixando-lhe prazo para entrega do laudo (art. 465, CPC), se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua 
realização. (art. 357, §8º, CPC). 
 
•Pauta das audiências de instrução: As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) 
hora entre as audiências. (art. 357, §9º, CPC). 
 
AULA 6 – AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
Não sendo caso de extinção prematura do processo, nem sendo possível o julgamento antecipado da lide, por ocasião 
do “saneamento processual”, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, sempre que necessária a colheita 
de prova oral. [art. 357, CPC]. 
 
a. Publicidade da audiência: A audiência será pública. [art. 368, CPC]. 
•Segredo de justiça: será permitida a entrada apenas daqueles legitimados por lei. [art. 11, p. único e art. 189, 
CPC]. 
 
b. Unicidade da audiência: A audiência é una e contínua, sendo cindida apenas excepcionalmente. Não sendo 
possível concluir, num só dia, a instrução, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu prosseguimento para 
dia próximo. [art. 365, CPC]. 
 
 
 
 
17 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
c. Abertura da audiência: No dia e hora designados, o juiz declarará aberta a audiência, mandando apregoar as 
partes e os seus respectivos advogados, além das pessoas que dela devam participar. [art. 358, CPC]. 
 
d. Tentativa de conciliação: Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente de já ter 
tentado anteriormente. [art. 359, CPC]. 
 
e. Poder de polícia do juiz: O juiz exerce o poder de polícia, competindo-lhe: [art. 360, CPC]: 
 
I. manter a ordem e o decoro na audiência; 
II. ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; 
III. requisitar, quando necessário, força policial; 
IV. tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública 
e qualquer pessoa que participe do processo; 
V. registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. 
 
 
 
f. Ordem de produção das provas: As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, 
preferencialmente: [ART. 361, CPC]: 
 
I. Esclarecimentos do PERITO e ASSISTENTES TÉCNICOS 
II. Depoimento pessoal do AUTOR 
III. Depoimento pessoal do RÉU 
IV. Oitiva das testemunhas do AUTOR 
V. Oitiva das testemunhas do RÉU. 
 
g. Silêncio durante os depoimentos: Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as 
testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz. [ART. 
361, p. único, CPC]. 
 
h. USO DA PALAVRA, “PELA ORDEM”: Para fazer intervenções pontuais e sumárias, para esclarecer equívocos 
e/ou dúvidas em relação a fatos, documentos ou afirmações. [art. 7º, X, Lei 8.906/94]: 
 
Art. 7º São direitos do advogado: 
(...) 
X - Usar da palavra, pela ordem, em qualquer tribunal judicial ou administrativo, órgão de 
deliberação 
coletiva da administração pública ou comissão parlamentar de inquérito, mediante intervenção 
pontual 
e sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, a documentos ou a 
afirmações que influam na decisão; 
 
 
i. Adiamento da audiência: [art. 362, CPC]: 
 
I. por convenção das partes. 
II. se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente 
participar. 
III. por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. 
 
 
 
18 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
 
 
j. Comprovação do impedimento: deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz 
procederá à instrução. [art. 362, § 1º, CPC]. 
 
k. Falta injustificada do advogado, defensor e MP à audiência: O juiz poderá dispensar a produção das provas 
requeridas pela parte. [art. 362, § 2º, CPC] 
 
l. Responsabilidade pelas despesas decorrentes do adiamento: Devem ser bancadas por quem der causa ao 
adiamento. [art. 362, § 3º, CPC] 
 
m. Falta injustificada da parte ou recusa em depor: Havendo pedido de DEPOIMENTO PESSOAL, sofrerá a 
pena de CONFISSÃO quanto aos fatos que a parte queria provar com o depoimento. [art. 385, § 1º, CPC] 
 
n. Depoimento pessoal por preposto de pessoas Jurídicas: O preposto deverá ter conhecimento dos fatos 
relacionados à causa de pedir e pedidos, sob pena de confissão ficta. [Jurisprudência] 
 
 
1. Alegações finais: 
 
a.Sustentação oral pelos advogados e MP: Ordem de sustentação: [art. 364, CPC]: 
 •Advogado do AUTOR e do RÉU, respectivamente 
 •Membro do Ministério Público, quando estiver atuando 
 
→Tempo: 20 minutos cada, prorrogável por mais 10 minutos. 
 •Litisconsórcio: 30 minutos divididos entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. [art. 364, 
§1º, CPC]. 
 
 
b. Alegações finais por memoriais: Deveria ser reservada às causas com questões complexas de fato ou de direito. 
Mas, virou regra. 
 
→Prazo: sucessivo de 15 (quinze) dias úteis, começando pelo Autor. [art. 364, §2º, CPC]. 
 
c. Alegações finais remissivas: Ocorrem quando a parte deixa de sustentar, reportando-se ao que já foi 
apresentado no decorrer do processo. 
 
d. Sentença: Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença na própria audiência ou, 
em gabinete, no prazo de 30 (trinta) dias. [art. 366, CPC]. 
 
e. Resumo dos atos e decisões proferidas na Audiência: O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, 
em resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se 
proferida no ato. [Art. 367, CPC]. 
 
 
f. Gravação da audiência: A audiência poderá ser integralmente gravada em áudio e vídeo. [art. 367, § 5º, CPC] 
 •Gravação da audiência pelas partes: pode ser realizada independentemente de autorização judicial. (art. 367, 
§6º, CPC). 
 
 
 
 
 
19 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
 
AULA 6 – PRINCÍPIOS DA PROVA 
a. Princípio do impulso oficial: Geralmente, as etapas do procedimento serão impulsionadas pelo JUIZ. É o juiz 
quem deve conduzir o processo. (art. 2º, CPC). ATENÇÃO: O princípio não é absoluto, logo, compete à parte 
promover as diligências necessárias para o regular andamento do processo, naquilo que for do seu interesse. 
 
b. Princípio dispositivo: Pelo princípio, a atividade do juiz na instrução processual restringe-se “aos limites da 
lide” e respeito ao “princípio do ônus da prova”. OBSERVAÇÃO: O juiz poderá se utilizar dos mecanismos que 
julgar adequados para a formação do seu convencimento e solução da lide, desde que respeite a equação 
supracitada. 
 
Princípio dispositivo X Produção probatória: 
Qual é o limite da lide? Respeitando os limites da lide e a regra de distribuição do ônus da prova, ainda assim o juiz 
poderá adentrar no campo probatório, determinando a produção daquelas que considerar indispensáveis para a 
formação do seu convencimento e solução justa da lide. [art. 370, CPC]. 
 
 
c. Princípio da imparcialidade: Mesmo podendo adentrar a atividade probatória, tendo em vista a necessidade 
da prova para a formação de sua convicção, o Juiz deverá sempre fazê-lo subsidiariamente, não suprindo as 
omissões da parte inerte e/ou imprudente. É justamente neste sentido que deverá aplicar as regras 
respeitantes ao ônus da prova. ATENÇÃO: De qualquer forma, é fundamental que se tenha presente, que o juiz 
nunca deve agir em favor de uma das partes, determinando realização de provas que só a uma delas interesse, 
pois, se o fizesse, quebraria a paridade de tratamento e ignoraria as disposições atinentes ao ônus da prova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d. Princípio da celeridade: O juiz deve cuidar para que o processo dure o menor tempo possível, sem, contudo, 
deixar de produzir as provas necessárias para o julgamento da lide. [art. 4º, CPC]. 
 
e. Princípio da boa-fé: As partes devem agir com lealdade processual e boa-fé, independentemente dá 
litigiosidade da causa. [art. 5º, CPC]. 
 
f. Princípio da cooperação: As partes devem cooperar entre si, para que a prova seja produzida de forma lícita e 
útil, contribuindo para a solução justa e efetiva da lide. [art. 6º, CPC]. 
 
g. Princípio da igualdade (paridade de armar ou isonomia): O juiz deverá dispensar às partes igualdade de 
tratamento em relação ao exercício dos direitos, faculdades processuais, meios de prova, ônus e deveres. [art. 
7º e 139, I, CPC]. 
 
h. Princípio da oralidade: O princípio da oralidade foi uma reação ao sistema escrito absoluto, no qual o julgador 
mantinha-se absolutamente isolado do contato tanto com as partes quanto com as provas. Com isso, houve a 
Lembrete 
Ok 
A pessoa do magistrado não pode ter qualquer vínculo 
com as partes, sejam objetivos (casos de impedimento) 
ou subjetivos (casos de suspeição), pois ele é fiel da 
balança, ele conhece das provas que são produzidas no 
processo pela acusação ou defesa, deverá agir de maneira 
isenta e aplicar a lei no caso concreto. 
Indeferimento das provas desnecessárias e inúteis: Além 
do dever de o juiz vedar a procrastinação do feito, cabe-
lhe impedir diligências probatórias inúteis ao respectivo 
objeto, que aliás também são procrastinatórias. Indeferir 
produção de prova requerida pela parte não implicará, 
necessariamente, em “parcialidade”. [art. 370, p. único, 
CPC]. 
 
 
 
20 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
substituição do modelo de um juiz distante e passivo por um juiz presente e ativo. A oralidade é um 
instrumento indispensável para aproximar a administração da justiça ao cidadão, de forma a incorporar a 
presença jurisdicional ao cotidiano das pessoas e para que o juiz também possa realizar um papel mais 
assertivo e resolutivo do processo. As provas orais devem ser produzidas em audiência, a fim de o magistrado, 
presidindo sua formação, possa melhor convencer-se de quem tem razão. MITIGAÇÃO: Todavia, estes 
conceitos radicais somente são concebidos idealmente. Atualmente não há exemplo algum de adoção pura, 
seja do sistema oral, seja do escrito, em nenhum ordenamento positivo. Por isso o adequado é falar-se em 
adoção do princípio da oralidade no sentido do seu predomínio sobre o princípio da forma escrita. Trata-se, 
pois, na prática, de um processo misto, com predomínio da oralidade. 
 
i. Princípio da identidade física do juiz: é em verdade um “subprincípio da oralidade”. A primeira exigência, 
racionalmente dedutível do princípio da oralidade, é a adoção do subprincípio da identidade física do juiz. O 
juiz que instrui a causa ficará responsável por proferir a sentença. O objetivo do princípio é o de que, em nome 
do princípio anterior, o mesmo juiz que colhe a prova “deverá” julgar o processo, dado que, tendo colhido a 
prova, tem mais condições de proferir sentença conforme a verdade. MITIGAÇÃO: Entretanto, tal princípio 
encontra inúmeros limites de incidência, isso em função das regras de competência, evolução de carreira dos 
magistrados e hipóteses de impedimento e suspeição que poderão surgir no curso do processo. Além disso, o 
princípio sequer foi recepcionado pelo novo CPC. 
EX.: Juiz convocado pelo Tribunal, licenciado, afastado, promovido ou aposentado. 
EX.: Remessa do processo a outro Juízo em razão do reconhecimento da incompetência ou modificação de 
competência relativa. 
 
j. Princípio da imediatidade (ou imediação): É, também, subprincípio da oralidade. Por este princípio entende-
se a necessidade de o juiz colher as provas imediatamente, junto às partes, testemunhas e receber os 
esclarecimentos do perito e assistente técnico. Entende-se pelo princípio de que o ideal é que o juiz colha as 
provas orais pessoalmente e na presença das partes. A ideia do princípio é aproximar o juiz o máximo possível 
da prova. Daí a necessidade da Audiência de Instrução e Julgamento, para este fim. 
 
k. Princípio do devido processo legal: Por este princípio, compete às partes e, principalmente ao juiz, respeitar as 
regras do procedimento adotado na demanda. Conferindo-se, contudo, ao magistrado o poder de adequá-lo 
através de pequenos ajustes, sempre que necessário. (art. 5º, LIV, CF e art. 139, CPC). Ajustes no procedimento: 
sempre que necessário o juiz poderá promover pequenos ajustes no procedimento. (art. 139, CPC). 
 
l. Princípio do contraditórioe da ampla defesa: Corolário Constitucional, esculpido no artigo 5º, inciso LV da CF, 
comunga no escopo de permitir e legitimar aos litigantes o direito recíproco de trazer seus elementos 
probatórios e de se manifestarem reciprocamente acerca de tais, observada a igualdade e os momentos 
processuais adequados neste desiderato. 
 
m. Princípio da necessidade da prova: Com exceção dos fatos que não precisam ser provados em juízo, em razão 
de suas naturezas particulares, é dever da parte fazer prova de suas alegações, observada a distribuição de 
ônus prevista na norma ou, excepcionalmente definida pelo juiz. 
 
n. Princípio da proibição da prova obtida ilicitamente: Reflexo da terapia constitucional trazida no artigo 5º inciso 
LVI, da CF, qualquer prova que destoe das regras estatuídas na norma, será considerada ilegal. [art. 369, CPC]. 
 
 
Em que consiste a Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada e qual a sua relação com o instituto 
da prova? 
A gravação sigilosa de conversa, acaso levada a efeito por um dos interlocutores, é ilícita? 
 
 
 
 
21 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
o. Princípio da unidade da prova: Os elementos probatórios devem ser considerados em seu conjunto, formando 
um todo unitário sujeito ao crivo da autoridade judiciária. Do contrário, seria admitir-se o exame isolado de 
provas contraditórias entre si, gerando instabilidade jurídica no processo de composição da lide. [art. 412, p. 
único, CPC]. 
 
p. Princípio do livre convencimento e da persuasão racional: Reporta-se à reflexão valorativa livre do magistrado, 
quando da aferição do grau de veracidade dos fatos através dos elementos probatórios trazidos aos autos. [art. 
371, CPC]. 
 
q. Princípio da aquisição processual: Impossibilita a livre disposição dos elementos de prova pelas partes quando 
estes já estão incorporados ao processo (autos). Impede a retirada ou desentranhamento voluntário das provas 
carreadas nos autos. EXCEÇÃO: Retirada da prova documental impugnada como falsa pela parte contrária, 
desde que autorizada pela parte impugnante. [art. 432, p. único, CPC]. 
 
r. Princípio do In Dubio Pro Natura ou consumidor: Aplicado em harmonia com o princípio da livre persuasão 
racional e da inversão do ônus da prova, autoriza ao juiz, presente dúvida razoável na valoração da prova, 
interpretá-la em benefício do “meio ambiente” (transferindo ônus probatório ao poluidor), ou em favor do 
“consumidor” (transferindo ônus probatório ao fornecedor) quando a demanda envolver relação de consumo. 
OBS: A possibilidade de distribuição do ônus da prova tem como corolário, eventualmente, alterar a regra de 
distribuição estática, permitindo ao magistrado transferir à parte mais preparada para exercê-la no processo. 
[art. 373, § 1º, CPC]. 
 
s. Princípio do ônus da prova: Como regra, o ônus da prova é distribuído de forma objetiva no processo. (Teoria 
da carga estática). (Art. 373, CPC). 
 
t. Princípio da carga dinâmica: Presentes os pressupostos, o juiz está autorizado a distribuir o ônus da prova e 
modo diverso do convencional. (art. 373, §§1º e 2º, CPC). 
 
 
 
AULA 7 – PROVAS 
 Na petição inicial, o autor precisa expor os fundamentos de fato e de direito que embasam o seu pedido (causa 
de pedir). 
Conceito de prova: Na acepção comum, a palavra prova consiste no ato de demonstrar a verdade de uma proposição 
ou de um fato. 
Objeto da prova: Provar implica em convencer o magistrado acerca da veracidade do fato. Pode-se dizer que a prova, 
objetivamente, é todo meio suscetível de demonstrar a verdade de um argumento. [art. 369, CPC]. 
 
 Ônus da prova – A prova é uma espécie de ônus reflexo, decorrente de um ônus primário, que é o de alegar. 
Cada uma das partes tem o ônus de apresentar a sua versão dos fatos: o autor o fará na petição inicial, e o réu, na 
contestação. Aqueles que se tornaram controvertidos precisarão ser comprovados, em regra, por quem os alegou: ao 
menos em geral, ao autor cumprirá provar os fatos constitutivos de seu direito; e ao réu os fatos extintivos, impeditivos 
ou modificativos do direito do autor (CPC, art. 373). As partes não são obrigadas a produzir provas a respeito do que 
alegarem. Elas terão o ônus de fazê lo. O devedor, por exemplo, tem a obrigação de pagar ao credor. O ônus é a 
atividade que a pessoa desempenha em favor de si mesma, e não da parte contrária. O litigante tem o ônus de 
contestar, o que lhe trará o benefício de tornar controvertidos os fatos; sem isso, sofrerá a consequência desfavorável 
decorrente da sua omissão. 
 
 
 
 
 
22 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
Teorias relacionadas à distribuição 
a. A carga estática, ou distribuição estática do ônus da prova, é a regra geral que estabelece que a 
responsabilidade de provar determinados fatos cabe a cada parte, conforme previsto na lei. (art. 373, caput, 
CPC). 
Pressupostos (art. 373, I e II, CPC): 
•autor – compete fazer prova dos fatos constitutivos do seu direito, alegados na inicial; 
•réu – deverá demonstrar os fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito do auto, alegados na 
contestação. 
 
b. A carga dinâmica, ou distribuição dinâmica do ônus da prova, é uma flexibilização da regra estática, que 
permite ao juiz redistribuir o ônus da prova em função das regras do caso. A aplicação da teoria da carga 
dinâmica pode ocorrer em casos em que uma parte tem acesso a informações ou meios de prova que a outra 
não tem, ou quando a produção da prova é ocasional onerosa para uma das partes. (art. 373, §1º, CPC). 
Pressupostos (art. 373, §1º, CPC) - casos previstos em lei ou peculiaridades da causa: 
•impossibilidade; 
•excessiva dificuldade de cumprir o encargo (obrigação); 
•maior facilidade de produzir a prova. 
Verossimilhança ou hipossuficiência: 
•Técnica 
•Econômica 
•Jurídica 
 
São fatos que dispensam prova: (art. 374, CPC): 
 
 
Provas inadmissíveis – Prova moralmente ilegítima [art. 369, CPC] e provas sobre fatos impertinentes ou irrelevantes 
(INÚTEIS). [art. 369, p. único, CPC]. 
 
 
 
 
23 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
Momento da inversão do ônus – Para garantir o direito ao contraditório e evitar cerceamento de defesa, a decisão 
sobre a inversão do ônus da prova deve ser tomada antes, na fase de saneamento do processo. (art. 357, III, CPC). 
OBS: Distribuição do ônus ex officio – possível. 
 
 
1. Produção antecipada da prova – trata-se de verdadeira “AÇÃO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA”, voltada à 
produção antecipada de provas, as quais poderão ser (ou não) utilizadas futuramente pela parte, noutra 
demanda. (art. 381 e seguintes CPC). 
 ■ o temor de que se perca. É a causa mais comum de antecipação. Teme-se, por exemplo, que uma testemunha não 
possa ser ouvida no momento oportuno, seja porque vai se mudar para local distante, seja porque está muito doente 
ou muito idosa. Teme o autor que pretende reformar o imóvel em que habita que, no momento oportuno, a prova 
pericial fique prejudicada, diante da alteração do local. Pode ser realizada uma vistoria ad perpetuam rei memoriam, 
que retratará a situação do imóvel antes da reforma; 
 ■ prova suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio de solução de conflito. Já foi mencionado que o CPC 
estimula a autocomposição e outras formas alternativas de solução do conflito, a ponto de tratar delas entre as suas 
normas fundamentais (art. 3º, § 3º). Pode ocorrer que, somente com a colheita de determinada prova, as partes 
possam tentar conciliar-se, uma vez que só por meio dela poderão ter mais conhecimento do que de fato ocorreu, ou 
das consequências de determinado fato. Assim, a prova pode servir para definir de forma mais evidente e precisa os 
contornos do conflito de interesse, viabilizando a autocomposição. Ela também fornecerá maiores elementos ao 
conciliador e ao mediador para tentarem sugerir uma solução consensual, ou para conduziras partes a que a 
encontrem; 
 ■ o prévio conhecimento dos fatos que possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação. Há casos em que a 
antecipação servirá para colheita de elementos necessários ao ajuizamento da demanda. Sem ela, o autor terá 
dificuldade para ajuizar a ação. Por exemplo: ele pretende postular indenização porque houve um vazamento, que 
trouxe graves danos para o seu apartamento. Porém, não sabe ainda qual foi a causa, nem onde se originou, se na 
coluna central do prédio, caso em que a responsabilidade será do condomínio, ou se no encanamento do imóvel 
superior, caso em que a ação deverá ser dirigida contra o seu titular. A antecipação da prova servirá para que colha 
elementos necessários para uma eventual ação, fornecendo informações ao interessado para que decida se deve ou 
não ajuizá la. 
 ■ Justificação da existência de algum fato ou relação jurídica, sem caráter contencioso (art. 381, § 5º, CPC). 
 ■ Arrolamento de bens p/ realização de documentos (art. 381, § 1º, CPC). 
 Só na primeira dessas situações a produção antecipada de provas dependerá do perigo da demora. Nas demais 
não servirá para afastar um risco, mas para fornecer uma informação, um esclarecimento. Ela servirá para colher 
elementos para a eventual propositura da ação, independentemente de urgência 
 
RELAÇÃO JURÍDICA: é fundamental que a parte interessada demonstre a existência mínima de relação jurídica entre 
as partes envolvidas, para que possa obter o direito de reivindicar a realização da produção antecipada de prova. 
 
 
Se o pedido de produção antecipada de prova envolver a exibição de documentos e o demandado simplesmente se 
recusar a fornecê-lo. Como deverá agir o magistrado? 
Ordem de exibição: O juiz pode determinar que o documento seja exibido, desde que a parte tenha obrigação legal 
de apresentá-lo. 
Presunção de veracidade: Se o documento não for exibido sem justificativa plausível, o juiz pode presumir como 
verdadeiros os fatos que a parte contrária pretendia provar com ele. 
Medidas coercitivas: O magistrado pode impor multas diárias (astreintes), determinar busca e apreensão ou outras 
sanções para compelir o demandado a exibir os documentos. 
 
 
 
 
 
24 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
■Regra geral do foro competente – A regra geral de competência da antecipação de prova é dada pelo art. 381, § 2º, 
do CPC: “A produção antecipada de prova é da competência do juízo do foro onde está deve ser produzida ou do foro 
de domicílio do réu”. 
 
■Prevenção de competência – O art. 381, § 3º, do CPC esclarece que a produção antecipada de provas não previne a 
competência do juízo para a futura ação principal. 
Isso significa que, se alguém ingressa com um pedido para antecipar a produção de uma prova (como uma perícia ou 
um depoimento), isso não faz com que aquele juízo tenha automaticamente competência para julgar uma ação 
principal futura sobre o mesmo tema. 
Essa regra evita que partes tentem "fixar" um juiz específico por meio de um pedido de produção antecipada de provas. 
A medida é meramente preparatória e não define qual será o juízo competente para o julgamento do mérito. 
 
■Competência do juízo estadual em matérias de interesse Federal: o juízo estadual será competente para a produção 
antecipada de prova, se não houver foro federal na localidade. (art.381, § 4º, CPC). 
Ex.: Justificação Judicial em face do INSS. 
 
■Fundamentos na petição – Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de 
antecipação da prova E mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair. (art. 382, CPC). 
 
■Citação – O art. 382 do CPC estabelece que, ao pedir a produção antecipada de prova, o requerente deve justificar 
sua necessidade e indicar com clareza quais fatos precisam ser provados. 
O § 1º determina que o juiz pode, de ofício ou a pedido da parte, citar eventuais interessados na prova ou no fato a 
ser provado. Se o procedimento não for contencioso (por exemplo, se as partes estão de acordo em produzir a prova 
para uma futura negociação), a citação não será necessária. 
 
■Produção de provas relacionadas com o mesmo fato – os interessados poderão pedir a produção antecipada de 
provas relacionadas ao mesmo fato, exceto se a produção conjunta acarretar excessiva demora. (art. 383, §3º, CPC). 
 
■Enfrentamento do mérito pelo juiz: Ultimada a produção da prova, deve o juiz extinguir o procedimento, sem que 
haja possibilidade de um juízo valorativo dos elementos probatórios pelo magistrado. É o se extrai do art. 382, §2º), 
segundo o qual o juiz que atua no referido procedimento não tem competência para se pronunciar sobre a 
ocorrência do fato provado ou sobre as consequências jurídicas da prova. 
 
■Contraditório – inadmissível – O § 4º do art. 382 veda a oposição de qualquer defesa, bem como a interposição de 
recurso, contra as decisões proferidas no curso do procedimento de produção antecipada da prova, ressalvada a 
hipótese de indeferimento total da produção da prova. 
 
■Recurso – só será possível se o pedido for totalmente indeferido. (art. 382, §5º, CPC). 
 
A parte contra quem é intentada a “Produção Antecipada de Prova” não poderá rebater a prova requerida no 
procedimento? 
 
PROVAS QUE PODEM SER ANTECIPADAS: 
Prova testemunhal. 
Prova documental. 
Prova pericial. 
Inspeção Judicial. 
Exibição de documento ou coisa. 
Arrolamento de bens. 
 
 
 
 
25 Universidade Paranaense – Direito – Heloisa Alves 
2. Prova emprestada – É aquela que já havendo sido utilizada como prova em um processo, é transposta, sob 
forma de prova documental, para um outro processo, de idêntica ou diversa natureza. 
Requisito: Oportunidade de contraditório e ampla defesa. 
 
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe 
o valor que considerar adequado, observado o contraditório. 
Equivocada ou não, a expressão “prova emprestada” tem sido amplamente utilizada para designar “o transporte da 
prova de um processo para outro, aproveitando-se desse modo, a atividade probatória realizada em outro processo”. 
O principal pressuposto ao traslado da prova consiste na produção desta em contraditório. A observância deste 
princípio, por sua vez, pressupõe as seguintes exigências: a) que a parte contra quem a prova é produzida tenha sido 
parte também no processo originário; b) que o fato probando seja o mesmo em ambos os processos; e c) que a prova 
tenha sido produzida validamente no processo originário. 
Verifica-se pelo dispositivo acima, que o Novo CPC, condiciona a prova emprestada ao princípio do contraditório, ou 
seja, as partes devem ser ouvidas, devem ter o direito de se manifestar sobre a prova emprestada. A parte prejudicada 
pela prova deve ser ouvida também, a fim de que verifique a sua concordância com a utilização ou não desta. 
É possível o uso de prova emprestada, realizada em processo judicial, para aplicação em processo administrativo 
disciplinar? Sim, inclusive é comum acontecer. STF adota orientação segundo a qual é possível a utilização, em processo 
administrativo disciplinar, como prova emprestada, de interceptações telefônicas obtidas no curso de investigação 
criminal ou de instrução processual penal. 
 
3. Depoimento pessoal – O depoimento pessoal consiste na oitiva de uma parte na audiência de instrução e 
julgamento, requerida pela parte contrária, conforme se depreende do art. 385 do CPC/2015, sendo vedado 
que a parte requeira seu próprio depoimento pessoal. Poderá, ainda, o juiz pode, de ofício, determinar o 
comparecimento das partes para interrogá-las sobre os fatos da causa (art. 139, VIII), caso em que haverá 
interrogatório e não, propriamente, depoimento pessoal, na forma do CPC. 
•Legitimados a requerer: Juiz – de ofício, em qualquer fase do processo (art. 385, CPC); parte – o depoimento pessoal 
é prova que só pode ser requerida pela

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