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Resenha crítica de Geografia Conceitos e temas Cap I

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CURSO DE HISTÓRIA
HISTÓRIA E INTERDISCIPLINARIDADE - GEOGRAFIA
PROFESSOR: GIRLAN CÂNDIDO DA SILVA
ALUNO: MATHEUS PHELIPE MAMEDE LOPES DA LUZ
GEOGRAFIA: CONCEITOS E TEMAS
Recife
2013
Matheus Phelipe Mamede Lopes da Luz
GEOGRAFIA: CONCEITOS E TEMAS
 Resenha crítica apresentada como atividade complementar
 para a disciplina de Geografia, pelo Curso de História da
 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ministrada
 pelo professor Girlan Cândido da Silva.
 
Recife
2013
ESPAÇO, UM CONCEITO-CHAVE DA GEOGRAFIA
CORRÊA, Roberto Lobato. Et al. Geografia: Conceitos e Temas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000 352p. 
Este capítulo, que tem por autor o reconhecido geográfo e professor doutor de Geografia, Roberto Corrêa Lobato, expande os conhecimentos acerca dos conceitos geográficos, em uma forma de elucidar tais conceitos tanto para a população quanto para o meio científico. 
O capítulo Espaço, um conceito-chave da geografia, descreve por completo a ideia contida em seu título, é uma abordagem direta e especifica das normas e técnicas que compõem o meio geográfico, com a junção das questões de âmbito social, essa descrição prende o leitor e o auxilia no entendimento do mundo em que atua o geográfo. 
Todas essas normas e técnicas são abordadas ao longo de suas trinta e duas páginas que são divididas em dois temas principais: O espaço e as correntes do pensamento geográfico e As Práticas espaciais, o primeiro tema se subdivide em: Espaço e a geografia tradicional; Espaço e a geográfica teorético-quantitativa; Espaço e a geografia crítica; Espaço e geografia humanista e cultural. E o segundo tema se subdivide em: Seletividade espacial; Fragmentação – remembramento espacial; Antecipação espacial; Marginalização espacial; Reprodução da região produtora. 
A análise do conceito de espaço é feita por inúmeros campos na ciência, tais como são os exemplos: espaço sideral, espaço topológico, espaço econômico e espaço pessoal, mas, o espaço geográfico (espaço) pode se referir tanto ao natural quanto ao modo único que o mundo se refere ao seu espaço. Conceitos geográficos auxiliam o entendimento nessa área, são cinco os principais: Paisagem, Região, Espaço, Lugar e Território. Ao longo dos anos conceitos e técnicas foram formulados para a determinação do pensamento geográfico, e é exatamente o que é explicado pelo tema O espaço e as correntes do pensamento geográfico. 
 A relação entre as inúmeras correntes que formularam a Geografia Tradicional com o espaço foi dada desde o ano de 1870 até 1950, e em suma maioria eram contemplados dois conceitos, o de paisagem e o de região, nessas correntes se envolveu geógrafos positivistas e historicistas. Ratzel definia o espaço na formulação de dois conceitos, um ligado a apropriação de uma porção do espaço por um determinado grupo e o outro é relacionado às necessidades territoriais de uma sociedade em função de seu desenvolvimento em todas as áreas. Outro teórico, Hartshorne defendia a incorporação da análise dos conceitos espaciais, os geógrafos teriam que descrever os fenômenos do espaço, e com essa junção que se limita a geografia tradicional. 
A Geografia Teorético-quantitativa surgiu em meados da década de cinquenta, e introduziu diversas modificações pelo positivismo lógico, entre elas, a nova forma de visão cientifica que agora se baseava na forma de entender a busca do conhecimento. Nesse ponto de vista, aumentaram as discussões sobre a denominação cientifica da geografia, seria a geografia, uma ciência social ou uma ciência espacial? . Para a geográfica Teorético-quantitativa a visão era de que o espaço deriva de um paradigma racionalista, a planície isotrópica, e essa planície possui lugares homogêneos, e são as ações e mecanismos econômicos que causam a diferenciação nesse espaço homogêneo, com essa abordagem se torna e extrema importância a nação de espaço relativo apontada por Harley, onde o espaço relativo seria entendido por relações entre objetos, dinheiro e energia. Durante esse pensamento inúmeras teorias foram formuladas, e diversas transformações foram adquiridas, apesar das criticas, essas teorias forneceram ajuda para um entendimento crítico da sociedade. 
Na década de setenta, surgiu a Geografia Crítica, que buscou uma reformulação que entrava diretamente em choque com a Geografia Tradicional e a Geografia Teorético-Quantitativa. Os principais debates ocorrem entre os geógrafos marxistas e não-marxistas, entre eles, Paul Claval. O ponto principal desse debate é a concepção do espaço, o espaço seria conhecido como o local das ações de produção da sociedade, esse ponto que aparece ferrenhamente nas obras de Milton Santos, que deteve notável contribuição para o estudo dessa corrente geográfica, em obras como “Por uma nova geografia”, onde diversas noções criticas são abordadas.
Paralelamente ao surgimento da Geografia Crítica, surge a Geografia Humanista e Cultural, que pretende a retomada do campo cultural na geografia, com ideias relacionadas à filosofia do conhecimento. A Geografia Humana é diretamente oposta ao pensamento Lógico-Positivista, ela é ligada a subjetividade das relações, privilegiando o singular e compreender através da capacidade de percepção e analise das ações do mundo real, com isso, as analises se tornam expansivas, e se relacionam desde a vivencia do espaço, até o estudo da psicologia-genética e da sociologia. 
Ao longo de todo processo espacial, foram criadas e usadas práticas e técnicas para o tratamento do espaço geográfico, e do pensamento resultante desse tratamento é que surgem as práticas e interações espaciais, esse é o assunto abordado pelo tema “As práticas espaciais”. 
As práticas espaciais variam de espaço para espaço, onde técnicas são aplicadas em diferentes formas, e garantem os inúmeros projetos técnicos no espaço. 
A seletividade espacial se dá no processo de organização do espaço pelo homem, diversos atributos levam as localizações seletivas, como o fácil acesso a matéria-prima, a fertilidade do solo e a constante distribuição para o comércio. 
A fragmentação – Remembramento espacial, é o contido interesse politico no controle do espaço, é uma prática muito recorrente ao redor do globo. 
A antecipação espacial é a definição de uma localidade para certa atividade antes mesmo que essa atividade possa ser iniciada. 
A marginalização espacial é a variação do valor de um lugar, diversos fatores tais como na seletividade espacial definem e agem sobre essa variação.
A Reprodução da região produtora acontece quando são postas em práticas todas as condições para a ação produtora, é a junção dos quatros fatores anteriormente vistos para o inicio do equilíbrio produtivo no espaço. 
Com estes pontos descritos ao longo do texto se encerra o capítulo, que condensa diversas nomenclaturas essenciais ao estudo da ciência geográfica, tudo isso com uma demonstração e analise dos pontos históricos onde foram criadas e postas em praticas essas nomenclaturas em diversas correntes teóricas, durante o texto é notável a contribuição de grandes nomes da geografia para todo o meio cientifico e social. 
Este é um capitulo amplamente recomendado para todos os estudantes de geografia e de outras ciências que se interligam com ela, pois, demonstra todo o aparato do mundo geográfico, e as formas que ele se desenvolveu ao longo da história, é um capítulo imprescindível para o consequente entendimento da obra, e de todo conteúdo cientifico produzido pela ciência geográfica. 
Roberto Corrêa Lobato é um geográfo, e professor doutor de Geografia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) algumas de suas obras mais conhecidas são: Estudo dasRelações Cidade e Região(1969) ;  Brasil: Questões Atuais da Reorganização do Território (1996)
É um autor reconhecido internacionalmente por suas obras que abrangem desde as técnicas da ciência geográfica as pesquisas no ramo da geografia urbana. 
Graduando do curso de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 1º Período.

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