Buscar

Aula 9 - Legislação tributária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Aula 9 – Legislação Tributária
Professora Eveline Lima
O ASSUNTO DESTA AULA FOI ABORDADO NO MATERIAL DIDÁTICO DA ESTÁCIO,
COM O SEGUINTE TÍTULO:
Coleção Tópicos – Direito Tributpario
1ª Edição/2009
Davi Marques da Silva
João Luis da Silva Pereira
Capítulos
‒ DIREITO TRIBUTÁRIO – CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO
TRIBUTO
‒ COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
‒ LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
‒ FATO GERADOR E OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
‒ SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA
‒ LANÇAMENTO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A expressão “legislação tributária”, conforme preceituado no art. 96, do
CTN, abrange leis, tratados e convenções internacionais, decretos e
normas complementares. É importante conhecer o conteúdo dessa
expressão para compreender que as obrigações tributárias acessórias não
são estabelecidas privativamente por lei, em sentido estrito, na medida em
que decorrem da legislação tributária.
Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no
todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
O rol deste artigo não é taxativo, pois se assim fosse a Constituição
Federal estaria fora da legislação tributária, assim como o Código
Tributário Nacional, que é Lei Complementar e não está elencado no
dispositivo, que fala somente em lei.
Observe-se que sempre que uma norma mencionar “lei” estará tratando
de “lei ordinária”; quando a norma pretender referir-se à lei complementar,
fará expressamente.
INTRODUÇÃO É importante observar que quando o CTN fala em “lei” significa que
aquela matéria está sujeita ao princípio da estrita legalidade, ou seja, só
poderá ser tratada pela lei. Por outro lado, quando fala em “legislação
tributária” significa que a matéria poderá ser tratada por qualquer outra
espécie normativa que não apenas a lei.
EEXEMPLOXEMPLO:: arts. 114 e 115, do CTN
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal.
Art. 114, CTN ���� o Código afirma que somente a lei pode definir o fato
gerador da obrigação principal, que é a obrigação de pagar o tributo ou a
penalidade pecuniária.
Art. 115, CTN ���� não faz menção à lei, mas à legislação, afirmando que
esta pode definir a obrigação acessória (meros deveres procedimentais,
cumprimento de formalidades, como, por exemplo, emitir nota fiscal,
declarar imposto, aceitar a fiscalização).
A doutrina afirma que o art. 96, do CTN, indica as fontes do Direito
Tributário, que são:
� Primárias: tem aptidão para criar a obrigação tributária.
� Secundárias: utilizadas na interpretação e aplicação das fontes
primárias.
FFONTESONTES PPRIMÁRIASRIMÁRIAS
A) Emendas Constitucionais: instrumento legislativo próprio de
alteração da Constituição, que não podem suprimir direitos e garantias
do contribuinte, principalmente as do art. 150, por se tratarem de
cláusulas pétreas (art. 60, §4°, IV, CF).
B) Leis Complementares: regula matérias específicas elencadas na
Constituição (art. 146).
C) Leis Ordinárias: cumprem o papel de instituir tributos, exceto aqueles
que são atribuídos à Lei Complementar.
D) Leis Delegadas: o Congresso Nacional poderá delegar ao Presidente
da República a elaboração de certas leis, salvo de matéria reservada à
Lei Complementar (art. 68, §1°, CF).
E) Medidas Provisórias: colocam-se ao lado das leis ordinárias com
aptidão para criar ou majorar tributos, salvo aqueles que devem ser
instituídos por lei complementar.
F) Decretos Legislativos: são veículos de introdução dos tratados
internacionais no direito interno. Os tratados são importantes porque,
através deles, a União celebra acordos com outros países para evitar
a dupla tributação da renda e disciplinar impostos aduaneiros.
G) Resoluções do Senado: conferem efeitos erga omnes às decisões
definitivas do STF e estendem a todos os contribuintes as decisões
que declaram a inconstitucionalidade de leis tributárias, definindo o
termo inicial do prazo de prescrição para pleitear restituição.
FFONTESONTES SSECUNDÁRIASECUNDÁRIAS:: RESTRITASRESTRITAS AA INTERPRETARINTERPRETAR OUOU ESCLARECERESCLARECER OO QUEQUE
FOIFOI ESTABELECIDOESTABELECIDO NUMANUMA FONTEFONTE PRIMÁRIAPRIMÁRIA..
A) Decretos: alcance restrito ao das leis em função das quais sejam
expedidos, ou seja, dentro da faculdade de expedir decretos para a fiel
execução das leis, o Poder Executivo não pode invadir a competência
reservada ao Poder Legislativo.
2
B) Normas Complementares: previstas no art. 100, CTN.
� Atos Normativos expedidos pelas autoridades administrativas:
interpretação da Administração acerca das fontes primárias. V.g.,
Instrução Normativa, Ato Declaratório, Resolução dos Secretários de
Fazenda, Ordens de Serviço, Portaria etc.
� Decisões Administrativas às quais a lei atribua eficácia normativa:
decisões proferidas em processos administrativos tributários.
� Usos e costumes da Administração: práticas reiteradamente
observadas pelas autoridades administrativas.
� Convênios celebrados entre a União, Estados, DF e Municípios, na
forma do art. 199, CTN: estes entes prestar-se-ão mútua assistência
para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações.
A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados,
acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados
estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos.
EEFEITOSFEITOS DASDAS NORMASNORMAS COMPLEMENTARESCOMPLEMENTARES:: a observância das normas
complementares exclui a imposição de penalidade, cobrança de juros de
mora e atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
O art. 97, do CTN, explicita o princípio da legalidade previsto no art. 150, I,
CF, ressaltando matérias que só a lei pode tratar.
I) Instituição ou extinção de tributos.
II) Aumento ou redução de tributos.
EEXCEÇÕESXCEÇÕES:: atualização do valor monetário da respectiva base de
cálculo (art. 97, §§1° e 2°); IPI, II, IE e IOF, que podem ter a alíquota
alterada por ato do Executivo.
Art. 97...
§1°. Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que
importe em torná-lo mais oneroso.
§2°. Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste
artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
III) Definição do fato gerador da obrigação tributária principal e seu
sujeito passivo.
IV) Fixação de alíquota e base de cálculo do tributo: IPI, II, IE e IOF,
são exceções, pois sua pode alíquota alterada por ato do Executivo.
RESERVA LEGAL
V) Cominação de penalidade: as sanções tributárias podem ser
patrimoniais, restritivas de direitos e privativas de liberdade.
� Patrimoniais: penapena dede perdimentoperdimento (muito comum nos impostos
aduaneiros, representa a transferência do bem do particular para a
Administração Pública, que o integrará ao seu acervo e destiná-lo-á a
terceiros ou aliená-lo-á em hasta pública) e multasmultas pecuniáriaspecuniárias.
� Restritivas de direitos: v.g., suspensão da inscrição do sujeito
passivo no cadastro de contribuintes, o que impede o regular exercício
de sua atividade econômica.
� Privativas de liberdade: crimes contra a ordem tributária (Lei n°
8.137/90).
VI) Hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades
Ingressam no ordenamento jurídico pátrio através de Decreto
Legislativo e são importantes porque, através destes tratados e
convenções, a União celebra acordos com outros países para evitar a
dupla tributação da renda e disciplinar impostos aduaneiros.
EEXEMPLOXEMPLO:: Se Brasil exige imposto de renda na fonte sobre rendimentoremetido para a França, este rendimento também será tributado no
território francês. É um caso de dupla tributação que somente será evitado
se Brasil e França firmarem um acordo através de tratado ou convenção.
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação
tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
O tratado ou convenção não tem o condão de revogar a lei interna, mas
tão somente prevalece sobre esta. Portanto, a lei interna permanece
vigente, mas não será aplicável aos casos específicos regulados pelo
tratado.
TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

Outros materiais