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1 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Aula 11 – Teoria Geral do Direito Tributário (2ª parte) Professora Eveline Lima O ASSUNTO DESTA AULA FOI ABORDADO NO MATERIAL DIDÁTICO DA ESTÁCIO, COM O SEGUINTE TÍTULO: Coleção Tópicos – Direito Tributário 1ª Edição/2009 Davi Marques da Silva João Luis da Silva Pereira Capítulos ‒ SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ‒ EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ‒ EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ‒ IMPOSTOS EM ESPÉCIES ‒ PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Após a constituição do crédito tributário pelo lançamento, torna-se líquida, certa e exigível a obrigação, determinando que o sujeito passivo a cumpra, sob pena de a Administração Tributária utilizar meios executivos para recebimento judicial do importe tributário corresponde. No entanto, há situações em que se suspendem as medidas de cobrança intentáveis pelo Estado. Esses casos estão previstos no art. 151, do CTN, compondo um rol exaustivo, uma vez que o art. 141 do CTN afirma: Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensados, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I – moratória; II – o depósito do seu montante integral; SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processotributário administrativo; IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança; V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI – o parcelamento. Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes. AA suspensãosuspensão dada exigibilidadeexigibilidade dodo créditocrédito nãonão implicaimplica aa suspensãosuspensão dodo cumprimentocumprimento dasdas obrigaçõesobrigações acessóriasacessórias, devendo, o sujeito passivo, cumpri-las independentemente da realização da obrigação principal, em consonância com o art. 151, parágrafo único, do CTN. III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança; V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI – o parcelamento. Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes. AA suspensãosuspensão dada exigibilidadeexigibilidade dodo créditocrédito nãonão implicaimplica aa suspensãosuspensão dodo cumprimentocumprimento dasdas obrigaçõesobrigações acessóriasacessórias, devendo, o sujeito passivo, cumpri-las independentemente da realização da obrigação principal, em consonância com o art. 151, parágrafo único, do CTN. a) Moratória: dilação legal do prazo para pagamento de tributos, submetendo-se, portanto, ao princípio da estrita legalidade. Com efeito, a moratória consiste em acordo entre credor e devedor. O art. 152 expõe quem poderá concedê-la. � Geral: alcança todos os sujeitos passivos que estejam em débito. � Individual: alcança sujeitos passivos que preenchem os requisitos legais, dependem de requerimento do interessados e serão concedidas por despacho da autoridade administrativa, não gerando direito adquirido ao interessado que deixar de preencher os requisitos legais. � Amplas ou Limitadas a certa região ou certos sujeitos passivos. Art. 152. A moratória pode ser concedida: I – em caráter geral: a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira; b) pela União, quanto aos tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado; �������� MMORATÓRIAORATÓRIA HHETERÔNOMAETERÔNOMA: Há discussão doutrinário, pois, em regra, somente concede moratória o ente público titular da competência tributária. Hugo de Brito Machado admite a moratória heterônoma pela União, tendo em vista a situação excepcional em que será concedida. II – em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior. b) Depósito do montante integral: ato voluntário do sujeito passivo da 2 relação tributária que pretenda suspender a exigibilidade do crédito tributário e, por isso mesmo, não depende de autorização do juiz, nem de qualquer outra autoridade. É modalidade suspensiva da exigibilidade do crédito bastante comum na via judicial, não sendo tão rotineiro na via administrativa, pois o depósito realizado na via administrativo somente terá o efeito de suspender a fluência dos encargos moratórios, uma vez que são as impugnações e os recursos administrativos que efetivamente suspenderão ao exigibilidade. Súmula n° 112, STJ (25/10/1994 - DJ 03/11/1994) – Depósito - Suspensão do Crédito Tributário – O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro. c) Reclamações e Recursos Administrativos: recursos utilizados por quem deseja suspender o crédito tributário sem recorrer à via judicial e sem pagar custas processuais. Enquanto perdurar a discussão administrativa, seja em grau de impugnação ou recurso, o crédito manter- se-á suspenso, permitindo ao contribuinte a obtenção de certidão positiva com efeitos de negativa. De igual modo, a situação obstará a cobrança judicial do tributo por meio de execução fiscal. d) Concessão de Liminar em Mandado de Segurança e Tutela Antecipada em outras ações: ambas oriundas de decisões do Poder Judiciário. Indeferida a liminar ou tutela, deve ser realizado o depósito judicial. � Decisão final favorável ao sujeito passivo: levantamento do depósito. � Decisão final desfavorável ao sujeito passivo ou extinção sem julgamento de mérito: conversão do depósito em renda. e) Parcelamento: o contribuinte se predispõe a carrear recursos para o Fisco, mas não em parcela única, o que conduz tão somente à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, e não à sua extinção. Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multa. A extinção das obrigações só pode ocorrer em relação à obrigação principal. Veja-se as causas de extinção: Art. 156. São causas de extinção do crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento...; VIII - a consignação em pagamento...; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. a) Pagamento: prescinde de autorização por lei. Em regra, deve ser feito em pecúnia, mas também pode ser cheque, vale postal, estampilha ou processo mecânico. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ‒‒ LocalLocal dodo pagamentopagamento: domicílio fiscal do sujeito passivo (art. 159). ‒‒ PagamentoPagamento antecipadoantecipado: pode ser concedido desconto (art. 160). ‒‒ PagamentoPagamento intempestivointempestivo: aplica-se juros e multa (art. 161). ‒‒ PagamentoPagamento indevidoindevido: direito à restituição (art. 165). ‒‒ PagamentoPagamento indevidoindevido porpor causacausa supervenientesuperveniente: decorrente de decisão que declarou inconstitucional a lei que disciplinou o tributo. ‒‒ PrazoPrazoparapara restituiçãorestituição: cincocinco anosanos contados da data de extinção do crédito tributário ou da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. Para tributostributos sujeitossujeitos aa lançamentolançamento porpor homologaçãohomologação, o prazo é de dezdez anosanos, pois a extinção do crédito ocorre com a homologação tácita, cujo prazo é de cinco anos. A partir daí inicia a contagem de cinco anos mencionada acima, conforme entendimento pacífico exarado pelo Superior Tribunal de Justiça. ‒‒ LegitimidadeLegitimidade parapara pleitearpleitear restituiçãorestituição: contribuinte de fato. ‒‒ LegitimidadeLegitimidade parapara restituirrestituir: ente público que recebeu o produto da arrecadação. Isto ocorre porque há casos em que o tributo é destinado a pessoa diversa da que o instituiu. Veja-se o IRRF: Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; Art. 158. Pertencem aos Municípios: I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; b) Compensação: o sujeito passivo é, ao mesmo tempo, credor e devedor da Fazenda Pública, realizando-se um encontro de contas, havendo previsão legal expressa apenas para tributos administrados pela Fazenda Pública Federal. Súmula n°212, STJ – A compensação de créditos tributários não pode ser deferida por medida liminar. Súmula n° 213, STJ – O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária. c) Transação: a Fazenda Pública realiza acordo com o sujeito passivo, pondo fim ao processo judicial e extinguindo o crédito envolvido no litígio. d) Remissão: perdão da dívida pelo credor. É a liberação graciosa (unilateral) da dívida pelo Fisco, mediante lei específica, que observe as condições previstas no art. 172, do CTN. Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I – à situação econômica do sujeito passivo; II – ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto à matéria de fato; III – à diminuta importância do crédito tributário; IV – a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; V – a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando- se, quando cabível, o disposto no art. 155. 3 e) Decadência e Prescrição: o crédito será extinto se o Fisco deixar de realizar o lançamento dentro do prazo que lhe é ofertado pela lei, ou seja, se deixar de constituir o crédito tributário (decadência), ou deixar de propor a execução fiscal no prazo legal (prescrição). �� AtéAté oo lançamentolançamento: prazo decadencial (cinco anos). �� ApósApós oo lançamentolançamento: prazo prescricional (cinco anos). ObservaçãoObservação:: as contribuições para a seguridade social tem prazo decadencial e prescricional de cinco anos, não se aplicando os arts. 45 e 46, da Lei n°8.212/91, que prevê prazo de 10 anos. f) Conversão do depósito em renda: após decisão definitiva administrativa ou judicial favorável ao sujeito ativo, o depósito integral efetuado no processo é convertido em renda a favor daquele, extinguindo- se o crédito tributário. g) Pagamento antecipado e homologação do lançamento: nos tributos cujos lançamentos sejam por homologação, o sujeito passivo faz o pagamento com base em apuração realizada por ele próprio. Por isso diz- se “pagamento antecipado”, porque é feito antes da participação da autoridade administrativa. A extinção do crédito tributário não ocorre com o pagamento, mas com a homologação do lançamento. No lançamento por homologação há uma antecipação de pagamento, permitindo-se ao Fisco homologá-lo em um prazo decadencial de 5 anos, contados a partir do fato gerador. O transcurso do qüinqüênio decadencial, sem que se faça uma conferência expressa, provocará procedimento homologatório tácito, segundo o qual perde o Fisco o direito de cobrar uma possível diferença. Nesse ponto, surge o instituto da decadência nos lançamentos por homologação. Após 5 anos haverá a homologação tácita, perdendo o Fisco o direito de lançar. h) Consignação em pagamento julgada procedente: a ação consignatória julgada procedente extinguirá o crédito tributário através da conversão em renda do valor consignado. i) Decisão administrativa irreformável: refere-se à decisão favorável ao contribuinte. Se tal decisão for contrária ao contribuinte, não terá o condão de extinguir o crédito tributário, haja vista restar ao sujeito passivo a possibilidade de reforma na via judicial, na tentativa de impor sua argumentação desconstitutiva da relação jurídico-tributária. No que toca à possibilidade da Fazenda Pública buscar reforma na via judicial, a doutrina entende que não é possível, pois ofenderia a segurança jurídica. j) Decisão judicial transitada em julgado k) Dação em pagamento: o credor aceita um bem imóvel como forma de pagamento. A exclusão do crédito tributário, por meio da isenção e da anistia, consiste na inviabilidade de sua constituição, ou seja, são situações em que, mesmo ocorrido o fato gerador e a obrigação tributária, não haverá lançamento e, consequentemente, não haverá o crédito tributário. A isenção e a anistia são normas desonerativas de deveres patrimoniais do contribuinte, atingindo-se o tributo (isenção) ou a multa (anistia). Em outras palavras, “isenta-se o tributo”, “anistia-se a multa”. O motivo que leva o legislador a isentar um tributo não é o mesmo que o move a anistiar uma penalidade. A isenção justifica-se no plano socioeconômico da realidade social que a avoca, enquanto a anistia encontra motivação no intuito do legislador em retirar o timbre de impontualidade do inadimplente da obrigação tributária. ExemplosExemplos:: isenção de ICMS para produtos da cesta básica, de IPTU para ex- pracinhas da Força Expedicionária Brasileira, de IPI para taxistas etc. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Veja-se as diferenças entre as duas formas de exclusão: a) Isenção: dispensa legal de pagamento do tributo, ocorrendo quando há legítima incidência, porquanto se deu um fato gerador e o legislador, por expressa disposição legal, optou por dispensar o pagamento. Também chamada de não incidência legalmente qualificada. A isenção, como causa de exclusão do crédito tributário, demarca situações em que se configura tratamento diferenciado entre pessoas, coisas e situações. É da essência dessa norma exonerativa a estipulação de discrímen razoável, sem que isso revista a lei de inconstitucionalidade, haja vista o interesse público a que sempre deve visar. ‒ Decorre de lei específica. Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. ‒ Pode ser concedida em caráter geral (objetiva) ou específico (subjetiva ou pessoal). Para conceder isenção geral é necessário comprovar característica particular do contribuinte. Já a isenção individual é concedida ao contribuinte que preencha determinados requisitos, dependendo sua fruição de requerimento endereçado àAdministração Tributária, no qual se comprove o cumprimento dos pressupostos legais, conforme previsto no art. 179 do CTN: 4 Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. ‒ A lei de isenção pode estipular prazo e condições para sua concessão. ‒ A isenção temporária é concedida por prazo certo ou mediante o cumprimento de condições que exijam do contribuinte determinadas ações concretas, como a realização de investimentos, a manutenção de determinado número de empregados etc. �������� não poderá o legislador suprimi-la relativamente aos contribuintes que já cumpriram as condições e, portanto, têm direito adquirido ao gozo do benefício (art. 178, CTN e Súmula 544, STF). Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. Súmula n° 544, STF – Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas. ‒ A lei que revoga isenção tem o mesmo efeito da lei que institui um tributo, logo, é necessário obedecer à anterioridade prevista no art. 104, III, CTN, que, por ser anterior à CF, deve ser interpretado conforme à Carta Magna. Portanto, deve obedecer à anterioridade em relação a qualquer tributo, e não apenas aqueles incidentes sobre patrimônio e renda. Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: (...) III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. ‒ A isenção, em regra,atingirá os tributos unilaterais, ou seja, aqueles não vinculados à atividade estatal, quais sejam, os impostos. As taxas e as contribuições de melhoria são tributos contraprestacionais (retributivos), não adaptáveis, em princípio, ao benefício isencional. Entretanto, em algumas situações torna-se possível a extensão da isenção às taxas e contribuições de melhoria, desde que haja lei específica. Veja-se o disposto no art. 177 do CTN: Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I – às taxas e às contribuições de melhoria; II – aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. ‒ É vedada a isenção heterônoma, tendo em vista a previsão da CF (art. 151, III). Esta vedação é extensiva a todas as pessoas políticas. Art. 151. É vedado à União: (...) III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. b) Anistia: está incluída no campo das infrações, ofertando-lhes o perdão antes da ocorrência do lançamento da multa. Subordina-se ao princípio da reserva legal, à semelhança da isenção. ‒ Não se aplica às hipóteses em que a infração constitua crime contra a ordem tributária. Ou seja, a anistia não alcança os atos qualificados como crime, contravenção, dolo, fraude ou simulação, salvo disposição em contrário, aqueles praticados em conluio (combinação entre duas ou mais pessoas para enganar ou defraudar outra pessoa ou instituição, a fim de obter vantagem indevida). ‒ Somente pode ser concedida após o cometimento da infração e antes do lançamento da penalidade pecuniária, uma vez que, se o crédito já estiver constituído, a dispensa somente poderá ser realizada pela via da remissão, configurando hipótese de extinção do crédito tributário. IMUNIDADE: tem origem constitucional e afasta o exercício da competência tributária. O legislador sequer pode descrever hipóteses de incidência em relação às pessoas imunes. ISENÇÃO: tem origem legal e afasta a hipótese de incidência sobre determinadas pessoa ou situações. NÃO-INCIDÊNCIA: não decorre da lei nem da Constituição, mas de uma situação de fato. A lei determina que a saída de mercadoria é hipótese de incidência do ICMS, portanto, quem não pratica este ato está numa hipótese de não-incidência do ICMS. ALÍQUOTA ZERO: ocorre o fato gerador e o lançamento, mas o tributo não será pago porque a alíquota foi reduzida a zero. Exemplos: na tabela do IRRF a primeira faixa de tributação corresponde à tributação zero; no IPI, ICMS, PIS e COFINS há vários produtos e operações com incidência de alíquota zero. A alíquota zero não significa não incidência ou isenção, apenas que o ente tributante (Governo Federal, Estado ou Município) definiu que a tributação IMUNIDADE, ISENÇÃO, NÃO-INCIDÊNCIA E ALÍQUOTA ZERO A alíquota zero não significa não incidência ou isenção, apenas que o ente tributante (Governo Federal, Estadual ou Municipal) definiu que a tributação daquela operação ou produto seria zerada, visando uma política econômica provisória de incentivo ao consumo (como no caso da redução do IPI para a linha branca de eletrodomésticos) ou com outro objetivo (como a redução da inflação, no caso dos produtos da cesta básica, que tiveram o PIS e COFINS zerados em 2013). Pode ocorrer a revogação da alíquota zero, estabelecendo-se outra alíquota para a operação.
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