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DIREITO EMPRESARIAL II Profa. Marília Gabriela Aulas 3 e 4 SÓCIOS NAS SOCIEDADES LIMITADAS O substrato das sociedades é um conjunto de pessoas que se reúne para atingir fins comuns, vale dizer, os sócios são a base da sociedade – sem eles não existe sociedade (art. 981 do CC); A aquisição da qualidade de sócio decorre da subscrição do capital, isto é, do compromisso de pagamento de uma parte do capital social; Os sócios, no mínimo dois, podem ser pessoas físicas ou jurídicas, brasileiros ou estrangeiros, residentes no país ou no exterior; DIREITOS DOS SÓCIOS DIREITOS PATRIMONIAIS: participação no resultado social (distribuição de lucros), e recebimento de haveres no caso de liquidação. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas (art. 1.007) É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.(art. 1.008 do CC) DIREITOS DOS SÓCIOS DIREITOS PESSOAIS: Contribuir para as deliberações sociais - é um direito proporcional à quota do sócio no capital social – ou seja, o direito de voto; Fiscalização da sociedade e acesso às informações contábeis: todo sócio tem o direito de fiscalizar o andamento dos negócios sociais. Para o exercício desse direito, a lei lhe faculta examinar a qualquer tempo, ou em data que o contrato estipular, os livros e documentos sociais, o estado do caixa e da carteira da sociedade (créditos e débitos). Art. 1021 do CC; DIREITOS DOS SÓCIOS DIREITOS PESSOAIS: c) Fazer parte da administração: Pode ser designado no contrato social ou eleito em reunião ou assembleia, em ato separado do contrato social; d) Retirar-se da sociedade: nas hipóteses examinadas a seguir; RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RELAÇÃO A SÓCIO Morte do Sócio Direito de Retirada Exclusão do Sócio RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RELAÇÃO A SÓCIO MORTE DE SÓCIO: Como já tratamos, a morte de um sócio poderá ensejar a liquidação de sua quota, se nada dispuser o contrato social (art. 1.028 do CC). RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RELAÇÃO A SÓCIO DIREITO DE RETIRADA: Nas sociedades limitadas por prazo determinado, se houver modificação do contrato social, fusão da sociedade, incorporação de outra ou o inverso, terá o sócio que dissentiu o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subseqüentes à reunião (art. 1.077 do CC) RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RELAÇÃO A SÓCIO DIREITO DE RETIRADA: Nas limitadas por prazo indeterminado, o sócio pode retirar-se a qualquer momento, em decorrência do princípio da autonomia da vontade (CC Art. 1.029), a não ser que os sócios tenham optado pela aplicação supletiva da Lei das S.A (Lei 6.404/76), em que não há previsão de retirada imotivada, não se aplicando o CC Art. 1.029, norma geral integrante das normas das sociedades simples; RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RELAÇÃO A SÓCIO DIREITO DE RETIRADA: No silêncio do contrato sobre a forma de devolução do valor das quotas, extrair-se-á Balanço Especial para a avaliação (CC Art. 1.031); RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RELAÇÃO A SÓCIO EXCLUSÃO DE SÓCIO: Sócio remisso Exclusão extrajudicial Exclusão judicial RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RELAÇÃO A SÓCIO a) EXCLUSÃO DO SÓCIO REMISSO: art. 1.004 c/c com o art. 1.058 do CC RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RELAÇÃO A SÓCIO b) EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL (Exclusão de sócio minoritário: arts. 1.085 a 1.086 do CC) Pelo voto da maioria absoluta do capital social (50% + 1), poderão um ou mais sócios serem excluídos da sociedade, por alegação de estarem pondo em risco a continuidade da empresa, por mera alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa, e em reunião ou assembléia especificamente convocada para isso. A mera alegação do rompimento da affectio societatis poderá dar ensejo a essa expulsão; EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL MODESTO CARVALHOSA, em sua obra Comentários ao Código Civil assim asseverou: "Deve considerar-se como de inegável gravidade com relação à sociedade, em primeiro lugar, todo ato de sócio que viole a lei. Também será ato de natureza grave a violação ou o inadimplemento contratual que resultar na quebra da affectio societatis, porque põe em risco o desenvolvimento do escopo comum que é o desenvolvimento das atividades sociais. Além disso, representa ato de inegável gravidade a ação ou omissão de um sócio que, mesmo sem constituir violação da lei ou do contrato social, provoque grave dissídio no corpo social, implicando também a quebra da affectio societatis. Isso porque, rompido o elo subjetivo, que é essencial à vinculação dos sócios à sociedade, a presença de um deles, cujos interesses estão desagregados do escopo comum, põe em risco a harmonia do corpo social, podendo prejudicar o desempenho dos negócios e a continuidade da empresa. É, ainda, fundamental, verificar se ao sócio que se deseja excluir pode ser imputada a culpa pelo ato eventualmente ensejador da exclusão." (CARVALHOSA, 2003, p. 313) RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA EM RELAÇÃO A SÓCIO c) EXCLUSÃO JUDICIAL: Não havendo a previsão contratual, poderá o sócio ser excluído judicialmente, por falta grave (CC Art. 1.030), pelo mesmo quorum; Ex: desvio dos recursos da empresa. ADMINISTRAÇÃO NA SOCIEDADE LIMITADA Arts. 1.060 a 1.065 do CC; Administrar: dirigir, organizar, efetuar a gestão da empresa. A Administração é um órgão da sociedade, por meio do qual esta assume as obrigações e exerce seus direitos. É o órgão que decide pela sociedade, que compreende a gestão das operações da atividade da sociedade; O administrador pode ser uma ou mais pessoas físicas; pode ser sócio (sócio-administrador) ou não; somente é possível não sócio administrador se o contrato assim dispuser. ADMINISTRAÇÃO NA SOCIEDADE LIMITADA Para admissão de Administrador não sócio enquanto não integralizado o capital, somente com decisão unânime dos sócios, (CC Art. 1.061, primeira parte); Designação de Administrador não sócio, depois de integralizado o capital, votos correspondentes a 2/3 deste (CC Art. 1.061, segunda parte); O sócio nomeado Administrador, no contrato social, somente pode ser destituído por votos que representem 2/3 do capital, salvo estipulação em contrário no próprio contrato (CC Art. 1.063, § 1º); No caso de administrador estranho ao quadro social ou sócio-administrador, nomeado em ato separado, a destituição será decidida pela maioria do capital social (arts. 1.071, III, e 1.076, II); ADMINISTRAÇÃO NA SOCIEDADE LIMITADA Somente o Administrador expressamente autorizado pode usar a firma ou denominação social (CC Art. 1.064); ADMINISTRAÇÃO NA SOCIEDADE LIMITADA Não podem ser administradores os condenados a penas que vede o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno (corrupção ativa ou passiva), concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação (art. 1.011 § 1º), além de outros impedimentos decorrentes de leis específicas. RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES NAS SOCIEDADES LIMITADAS Os administradores das sociedades limitadas (arts. 1.011, 1.016 e 1.017 do CC) tem os mesmos deveres dos administradores das sociedades anônimas (arts. 153 e 155 da LSA): diligência e lealdade. Se o administrador descumprir seu dever, e a sociedade, em razão disso, sofrer prejuízo, ele será responsável pelo ressarcimento dos danos. RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES NAS SOCIEDADES LIMITADAS “Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.” O administrador deve atuar com todo o zelo e cuidado que a ciência da administração ensina. Deve aplicar, da melhor forma, todos os métodos, teorias e atos próprios e adequados aos padrões da técnica administrativa com a intenção de realizar a finalidade social da sociedade. RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES NAS SOCIEDADES LIMITADAS Responde o administrador sempre que restar comprovada a culpa no desempenho de suas funções (art. 1.016, CC); O Código Civil também estabelece a responsabilidade do administrador que participar da distribuição de lucros ilícitos ou fictícios (art. 1.009, CC); ou quando realizar operações sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a vontade da maioria (art. 1.013, § 2.º, CC); e ainda quando se apropriar de bens ou créditos sociais em benefício próprio ou de terceiros, sem o consentimento escrito dos sócios (art. 1.017, CC). ADMINISTRAÇÃO NAS SOCIEDADES LIMITADAS Teoria ultra vires. A sociedade não restará obrigada por eventual excesso do administrador, nas seguintes hipóteses (CC Art 1.015 e ss): se o ato praticado pelo administrador estiver vedado por norma inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade; provando-se que a limitação de poderes era conhecida do terceiro; tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios sociais; Ex: fiança, aval, venda de bens da sociedade, etc. Jurisprudência: STJ – REsp 704.546/DF, julgado em 1º/06/2010, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão. CONSELHO FISCAL NAS SOCIEDADES LIMITADAS Arts. 1.066 a 1.070 do CC; Órgão encarregado da fiscalização da sociedade, com a tarefa de verificar se as atitudes dos administradores estão condizentes com o contrato social e a lei; É facultativo nas LTDAS. Foi inspirado na Lei das Sociedades Anônimas, onde é órgão obrigatório; Se implementado deve ter no mínimo 03 membros e respectivos suplentes, que podem ser sócios ou não, mas devem residir no Brasil e devem ser eleitos em assembleia; Os conselheiros têm direito a remuneração. São seus deveres: fiscalizar os livros da empresa, dar pareceres sobre os exames dos livros e dos negócios sociais, denunciar os erros ou crimes, entre outros previstos na lei ou no contrato social (art. 1069); O Conselho Fiscal pode eleger contabilista habilitado como um auxiliar para exame das questões contábeis da empresa;
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