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PETIÇÃO INICIAL
1. INTRODUÇÃO:
- Petição inicial: é a peça escrita que expõe a pretensão concreta do autor 
ao juiz, requerendo a efetivação do processo até o provimento final, de 
modo a satisfazer a prestação jurisdicional, solucionando o conflito de 
interesses por meio da intervenção do Estado.
- É também a instrumentalização física da demanda, com dupla função: 
provocar a instauração do processo e identificar a ação.
- Primeira relação jurídica: autor e Estado-Juiz.
- Propositura regular é pressuposto processual (partes (capacidade), causa 
de pedir e pedido). Caracterizado pela presença dos elementos da ação.
- Efeitos da petição inicial: 1. determinar os termos e os limites do 
provimento jurisdicional; 2. determina a litispendência ou a coisa julgada, 
além da conexão ou continência; 3. determina a competência; 4. determina 
a carência da ação, quando ausente a possibilidade jurídica do pedido, o 
interesse de agir e a legitimidade de parte (extinção: CPC, art. 267, VI), 
negando-se a apreciação do mérito; 5. determina o procedimento adequado 
(ordinário, sumário, especial ou cautelar).
- A petição inicial deve estar perfeita para a estabilização da ação, porque é 
por meio dela que se apresentam os limites da demanda, não se admitindo 
alterações ulteriores, exceto nos casos do art. 284do CPC.
2. REQUISITOS:
- Os requisitos estruturais da petição inicial estão no art. 282 do CPC e os 
formais, que são os pertencentes aos atos processuais, além dos extrínsecos, 
que não dizem respeito propriamente a ela, mas que fazem parte dela, como 
os documentos, a procuração, o recolhimento das custas, etc.
3. REQUISITOS FORMAIS:
- São aqueles de caráter geral a que a lei submete todos os atos do processo.
- Petição escrita: em razão do caráter documental. Seguinte à autuação.
- Redigida em vernáculo (CPC, art. 156). Pode conter expressões em latim 
ou língua estrangeira, mas de modo parcimonioso, ou seja, sem atrapalhar o 
seu entendimento. 
- Admite a transmissão via fax, nos termos da Lei nº 9.800/99 (art. 2º, 
caput e par.), porém deve vir com os documentos, guias e tudo o mais 
necessário.
- Deve ser assinada (sem ela é ato inexistente). Expressão da vontade. 
Falta: prazo de 10 dias para regularização (CPC, arts. 13 e 294).
4. REQUISITOS ESTRUTURAIS (CPC, ART. 282).
- a) art. 282, I: "juiz ou tribunal a que é dirigida".
- Indicação do órgão judiciário a ser endereçada. Invocação do órgão, não 
do seu ocupante.
- Normalmente para 1º grau, mas pode ser ao tribunal em caso de 
competência originária (ex. ação rescisória).
- Importante porque tem ligação com a competência para o seu 
recebimento. O reconhecimento da incompetência impede a apreciação do 
mérito. Se absoluta nulos serão os atos praticados, embora o CPC (art. 219) 
minimize erros dessa ordem, dando como válida a citação para efeitos de 
interromper a prescrição.
- b) art. 282, II – partes e sua qualificação.
- Inicialmente o processo mantém uma relação bilateral, autor/Estado-Juiz, 
independente da citação do réu, que citado integrará a lide.
- Identificação completa e correta, com dados de qualificação (solteiro, 
casado, domiciliado, R.G., CPF) do autor e do réu.
- litisconsórcio: qualificação de todos os autores e réus.
- Autor representado é o seu nome que deve constar (representante não é 
parte).
- O substituto processual é parte (pleiteia direito alheio em nome próprio), 
portanto deve ser qualificado.
- Nomeadas e qualificadas as partes que tenham capacidade (administração 
pública é mera repartição).
- Pessoa jurídica de direito privado deve ser qualificada. Se houver 
sucessão, deve constar o da sucessora e não a antiga).
- Quando não houver prejuízo em razão de grafia errada do nome, pode 
haver retificação.
- Muitos autores, cabe listar em anexo, desde que a lista acompanhe a 
citação.
- Excepcionalmente, nos casos de invasão de terras não se entende 
necessária a indicação e qualificação de todos os invasores, mas apenas de 
alguns, caso contrário estaria inviabilizada a ação.
- Qualificação são os dados pessoais responsáveis pela identificação da 
pessoa no meio social (estado civil, profissão, residência, RG, CPF, 
importantes no ato da distribuição). Vale o critério do prejuízo.
- A qualificação é importante em face do ato citatório. Endereço errado 
pode trazer prejuízo ao processo.
- c) art. 282, III – fatos e fundamentos do pedido.
- A causa de pedir se constitui: 1. narrativa dos fatos, ordenadamente, que 
geraram as conseqüências jurídicas pretendidas; 2. proposta de 
enquadramento na norma de direito material, entendida como fundamento 
jurídico (ex. responsabilidade contratual, alimentos, etc.).
- Não se exige a citação de dispositivo legal.
- Fundamento jurídico não é o mesmo que fundamento legal. O 
fundamento jurídico é proposta de enquadramento do fato ou ato à norma, 
não vinculando o juiz.
- O que vincula o juiz na sentença são os fatos e não a norma mencionada 
pelo autor (teoria da substanciação). O enquadramento tem efeito para a 
determinação de competência, que pode ser modificada (exceção de 
incompetência relativa ou absoluta).
- A narrativa dos fatos deve permitir ao juiz entender a demanda. A lógica 
estabelece-se pela premissa-maior (lei), pela premissa-menor (fatos) e pela 
conclusão (pedido).
- Premissa-maior: ampla e vaga (ex. todo aquele que causa dano tem a 
obrigação de reparar).
- Premissa-menor: fatos narrados de forma precisa, completa e cronológica. 
Versão verossímil que deve conter os nomes de pessoas, localização no 
tempo (detalhamento).
- d) art. 282, IV – o pedido e sua especificação.
- Pedido: é a prestação jurisdicional pretendida pelo autor para atendimento 
de sua pretensão.
- O pedido dá ao juiz o limite da demanda.
- Pedido divide-se em imediato e mediato: o imediato consiste numa 
sentença declaratória (quando há incerteza da existência do direito), 
constitutiva (quando há alteração de situação jurídica – ex. modifique 
situação jurídica), ou condenatória (quando há inadimplemento) e o 
mediato é a utilidade da sentença, a obtenção do bem jurídico pretendido.
- Deve haver coerência entre os fatos e o pedido (ex. quem alega que o 
contrato foi celebrado sob coação pedirá sua anulação e não mera 
declaração de nulidade), sendo vício grave a incoerência.
- O pedido deve obedecer requisitos: ser certo, no sentido de ser expresso, 
com individualidade específica; determinado, no sentido de definido ou 
delimitado quanto à qualidade e/ou quantidade; concludente, resultante da 
causa de pedir; alternativo, excepcional, consiste em pedir uma coisa ou 
outra, assim como os genéricos ou ilíquidos que deixam de especificar os 
bens desejados pelo autor.
- Embora deva constar expressamente, a pretensão de receber juros legais e 
correção monetária, independem de pedido, pois decorrem de lei ( pedido 
implícito).
- Cumulação de pedidos: pode o autor reunir dois ou mais pedidos 
cumulativamente. Será simples a cumulação quando for mera justaposição 
ou decorrência um do outro (ex. reintegração de posse e indenização; 
separação e alimentos); alternativo, quando pretender uma coisa ou outra, 
considerando-se eventual quando manifestar preferência por determinada 
solução e subsidiariamente pedir outra coisa (ex. nulidade do contrato ou, 
subsidiariamente, a rescisão por inadimplemento).
- Para se admitir a cumulação de pedidos é necessário: 1. compatibilidade 
entre eles; 2.juízo competente para apreciar a todos (incompetência 
relativa e absoluta); 3. adequação de procedimento (CPC, art. 292, § 1º, inc. 
I a III) (ordinário, sumário, especial, execução).
- Por ser matéria de ordem pública pode o juiz indeferir certas cumulações, 
por ter o dever de zelar pela regularidade processual. Pode ser feita em 
qualquer momento, melhor logo de início, mas pode ser até a sentença. 
Pode haver desmembramento e não sua extinção, consultando, o juiz, o 
autor, sobre o pedido que deve prosseguir. (Não há unanimidade nos 
tribunais quanto à extinção ou exclusão, pois o CPC (art. 295, I, cc § e inc. 
IV, manda indeferir por inépcia. Aplica-se o princípio da economia 
processual, aproveitando-se, se possível).
- O juiz deve sempre se manifestar sobre os pedidos especificamente, 
rejeitando ou acolhendo, fundamentadamente.
- e) art. 282, V – valor da causa.
- Dá-se o valor à causa, em regra, tendo como base o benefício econômico 
pretendido pelo autor no processo.
- Finalidades: 1. caráter tributário, porque é por ele que se calculam as 
custas e taxas judiciárias; 2. indicação do procedimento, como o sumário 
(CPC, art. 275, I).
- Não deve ser usado como base de cálculo para honorários advocatícios 
impostos ao vencido (Cândido Dinamarco), mas freqüentemente o é.
- Outros feitos: execução fiscal com valor abaixo do mínimo legal ou em 
seus embargos, não admite apelação, mas só embargos infringentes ao 
mesmo juízo; juizado especial cível, valor até 40 salários mínimos.
- A toda causa deve ser atribuído um valor (CPC, art. 258), mas o próprio 
código excepciona quando trata das causas de valor inestimável, 
propiciando ao juiz o uso da equidade (CPC, art. 20, § 4º).
- Aplica-se à reconvenção, oposição, denunciação da lide, intervenção 
litisconsorcial voluntária, etc..
- O CPC, no art. 259, estabelece normas específicas para atribuição do 
valor da causa, atendendo ao critério econômico. São critérios legais e de 
natureza objetiva, mas que não atingem todas as hipóteses possíveis, 
obrigando a utilização de critérios estimativos algumas vezes, trazendo um 
grau de subjetividade da parte (CPC, art. 258: “não tenha conteúdo 
econômico imediato”).
- Portanto, temos critérios legais (CPC, art. 259) e estimativos (ex. pedido 
ilíquido).
- Casos importantes: pedidos cumulativos, alternativos, de trato sucessivo 
(CPC, art. 290), alimentos (vencidas mais 12 vincendas, etc.
- Ver CPC, art. 259, I – valor do ato jurídico como um todo. Aplica-se às 
pretensões meramente declaratórias, às sentenças constitutivas 
(modificação, extinção ou constituição de direitos), às condenatórias 
destinadas ao cumprimento do próprio ato ou obrigação.
- Se o ato tiver que ser cumprido parcialmente, o valor será a dimensão da 
pretensão e não o ato todo.
- Para casos omissos, como causas que tenham por objeto coisas 
determinadas pelo gênero ou quantidade e obrigações de fazer e não-fazer, 
vale o critério amplo do art. 258 do CPC.
- Deve prevalecer sempre o princípio da razoabilidade para que não se 
torne impossível o acesso à justiça pela imposição de custas e taxas 
elevadas e insuportáveis.
- Discute-se sobre a possibilidade do controle, pelo juiz, portanto, de ofício, 
do valor da causa, em face do disposto no art. 261 do CPC, que dá ao réu o 
direito de impugnação.
- A melhor solução é trazida pelo equilíbrio, ou seja, quando o critério for 
legal (disposto na própria lei), pode o juiz agir de ofício, determinando sua 
adequação, mas quando o critério for o estimativo, deve o juiz aguardar a 
impugnação do réu, não devendo alterá-lo, porém se fugir ao equilíbrio, 
pode o juiz efetivar uma verificação espontânea.
- A impugnação do réu tem o prazo da resposta, sob pena de preclusão, mas 
para o juiz não há preclusão em matéria de ordem pública, por independer 
de provocação, portanto realizável a qualquer momento do processo.
- f) art. 282, VI – protesto por provas.
- Mero protesto, não acarretando qualquer preclusão.
- O requerimento será feito mais tarde, na fase ordinatória (CPC, art. 324), 
quando então a não apresentação trará graves conseqüências.
- g) art. 282, VII – requerimento de citação do réu.
- O requerimento de citação do réu deve ser expresso, porém se a parte não 
o fizer poderá o juiz, por iniciativa própria, determinar a prática do ato.
- Há posição contrária, que considera incapaz de provocar o indeferimento 
da inicial.
- A citação se dará também em relação ao litisdenunciado, ao chamado ao 
processo, aos opostos, etc.
- h) art. 39, I – endereço do patrono do autor.
- Indispensável e capaz de provocar a extinção do processo, porque é 
meio de possível comunicação ou intimação do advogado.
- Considera-se suprido quando constar de procuração e até mesmo do 
cabeçalho do papel da petição.
- Hoje as intimações são feitas, normalmente, pelo DO, onde não constam 
dados pessoais, só o nome do patrono.
i) Requisitos adicionais. Documentos e custas.
- São requisitos da propositura e não da inicial, tanto os documentos, 
quanto as custas, são requisitos extrínsecos.
- A parte deve recolher as custas para o Estado de modo a ver prosseguir a 
demanda (CPC, art. 257), sob pena de indeferimento da inicial.
- Caso não haja o recolhimento ou seja ele insuficiente, , deve haver a 
intimação pessoal da parte (CPC, art. 267, par. 3º), não bastando a do 
advogado, como já decidido pelo STJ. Não basta a intimação pelo DO.
- Não se aplica aos dispensados pelo preparo, como os beneficiários da 
assistência judiciária, Fazenda Pública e Ministério Público.
- Quanto aos documentos, temos a procuração e o estatuto social.
- A procuração é o instrumento de outorga de poderes de representação do 
advogado (CPC, art. 37), que tem capacidade postulatória.
- Em casos de urgência admite-se a distribuição sem a presença da 
procuração, sendo concedido prazo de 15 dias para regularização posterior 
(CPC, art. 37, par.).
- Só acarretará extinção se a regularização determinada não for cumprida. 
O STJ decidiu que só cabe em caso de representação irregular, não 
inexistente.
- Quando se tratar de pessoa jurídica, para demonstrar que o outorgante tem 
poderes e é o seu representante, há necessidade da juntada da cópia do 
estatuto ou contrato social, acompanhado do ato pelo qual foi nomeado o 
signatário para o cargo representativo.
- Sendo a autora massa falida ou herança jacente, comprova-se por cópia do 
ato de nomeação do síndico ou inventariante (CPC, art. 12, inc. III a V).
- j) art. 283 – documentos indispensáveis.
- Documentos indispensáveis são aqueles sem os quais o mérito da causa 
não pode ser julgado (ainda que improcedente), portanto depende do tipo 
de ação (ex. certidão de casamento nas ações de separação judicial; 
escritura pública e registro nas ações fundadas em direito de propriedade).
- Temos os documentos meramente úteis, que poderão ser decisivos para o 
julgamento da demanda.
- Cândido Dinamarco entende que os documentos úteis não precisam vir 
com a inicial, porque pode o réu não contestar ou impugnar. Não concordo, 
porque deve prevalecer os princípios da boa-fé e da lealdade processual, 
que não admitem às partes a ocultação de documentos para apresentação 
posterior (CPC, art. 396).
- Diferentes tratamento deve ser dado aos documentos novos, que são 
aqueles que surgiram após a propositura da ação ou que tenham sido 
tardiamente encontrados. Serão analisados sob o crivo do contraditório.
-Cabível também o incidente de exibição de documento (CPC, art. 355), 
quer de documentos indispensáveis, quer de úteis, que estejam em poder da 
outra parte ou de terceiros.
- l) Ajuizamento da petição inicial e seus efeitos.
- A petição inicial é documento escrito.
- Ajuizamento: ato de apresentar em juízo, formando de imediato o 
processo. Implanta-se a litispendência.
- Efeitos em relação ao réu somente após a citação válida.
- Efeito substancial: interrupção da prescrição, embora provisória.
- Deve preencher os requisitos do art. 282 e 283 do CPC.
- Em ordem, será distribuída.
- Distribuição é o ato com que uma repartição judiciária atribui a causa a 
um dos juízes do foro.
- Hoje é feita eletronicamente e de forma aleatória e não alternadamente 
como prevê o art. 252 do CPC, obedecendo o estabelecido pela organização 
judiciária.
- Supervisiona a distribuição um juiz, chamado de corregedor do 
distribuidor, podendo, em caso de falha, haver correção pelo juiz da causa 
(CPC, art. 255), cabendo às partes a fiscalização.
- Nos tribunais, a distribuição a distribuição em razão da competência 
originária obedece o princípio da publicidade, alternatividade e do sorteio 
(CPC, art. 548).
- O distribuidor verificará a existência de prevenção (dependência). CPC, 
art. 253 (embargos de terceiro).
- A reconvenção e as intervenções de terceiro não serão distribuídas, mas 
apenas anotadas por ordem do juiz.
DEFERIMENTO OU INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
- Ao receber a petição inicial, o juiz fará um juízo de admissibilidade, 
analisando a presença dos requisitos intrínsecos e dos documentos que 
devem acompanhá-la, quando: 
a) definindo-a, mandará citar o réu; 
b) havendo imperfeições sanáveis, determinará que seja suprida, sob pena 
de indeferimento;
c) havendo causa de inadmissibilidade do julgamento de mérito, 
determinará manifestação do autor e depois deferirá ou indeferirá.
- Juízo inicial - pressuposto de admissibilidade do julgamento do mérito:
- Verificará a presença das condições da ação e dos pressupostos 
processuais.
- Atividade saneadora antecipada.
- Muitas vezes o juiz só poderá ter uma aferição perfeita da inicial após a 
citação e contestação do réu, o que fará na fase ordinatória.
- Deferimento da Petição Inicial:
- Presentes os requisitos básicos de admissibilidade, o processo inicia sua 
trajetória rumo ao julgamento da pretensão formulada, mas sempre sob as 
condições de análise da futura defesa.
- Embora a lei dê a impressão de que não preenchidos os requisitos de 
admissibilidade a inicial deve ser indeferida de plano (admitida a emenda 
somente nos casos do art. 284 e 295, V, do CPC), o fato é que devem 
vigorar os princípios da economia processual, do contraditório e do devido 
processo legal, concedendo prazo para eventual regularização antes de 
qualquer rejeição.
- Deve o juiz permitir a manifestação e participação das partes, até porque 
o entendimento mais moderno coloca um juiz mais participativo.
- Apresenta-se para mim, porém, em alguns casos a desnecessidade de 
manifestação da parte, com o reconhecimento da decadência e da 
prescrição (Cândido Dinamarco acha que sempre deve haver a 
manifestação das partes).
- Indeferimento da inicial:
- Ausentes os requisitos, quer pela omissão do autor, quer pela 
impossibilidade de fazê-lo, o juiz proferirá sentença extintiva do processo 
sem julgamento do mérito, o que significa que não estão presentes os 
pressupostos de admissibilidade do julgamento do mérito.
- Sanada eventual irregularidade ou omissão, a demanda pode ser 
reproposta, exceto se a extinção se deu pelo reconhecimento da coisa 
julgada, litispendência ou perempção (CPC, art. 267,V).
- Pode ocorrer o indeferimento parcial, quando atingir algum dos sujeitos , 
ou fundamentos ou parcela do pedido, prosseguindo quanto ao 
remanescente. Será decisão interlocutória e não sentença.
- Hipóteses de indeferimento da petição inicial e a possibilidade de seu 
conhecimento:
- arts. 284 e 295 CPC – quase todas as hipótese estão incluídas no 267 do 
CPC.
- Cabe o indeferimento: falta de condições da ação; falta de pressupostos 
processuais; ou presente algum pressuposto negativo de julgamento.
a) Indeferimento por carência da ação:
- Legitimidade de parte, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido.
- Decisão sobre o processo e não de mérito, porque não consiste em negar 
os fundamentos da demanda.
- Causas expressas de indeferimento da inicial, dando-a como inepta (CPC, 
art. 295).
- Normalmente é difícil ao juiz se pronunciar desde logo pela ausência de 
condições da ação, devendo aguardar a manifestação do réu, exceto se os 
documentos juntados com a inicial trouxerem dados seguros.
b) Indeferimento por falta de pressupostos processuais:
- Requisitos necessários ao desenvolvimento válido e regular do processo 
(CPC, art. 267, VI).
- Necessária a configuração da relação jurídica, que é o vínculo entre 
pessoas.
- Instrumento de mandato hábil à validade dos atos praticados pelo 
advogado.
- O juiz deve ser competente, a parte capaz e o objeto lícito.
- Dividem-se em subjetivos e objetivos: serão subjetivos quando digam 
respeito aos sujeitos do processo, juiz e partes e objetivos quando 
envolvam o próprio processo e seus atos (ex: falta de pagamento de 
despesas processuais, falta de citação, etc.).
c) Inépcia por incorreta propositura da ação:
- Não se trata de tipo de demanda ou procedimento.
- Será tida como incorreção na propositura da demanda a ausência dos 
requisitos intrínsecos (CPC, art. 282), inviabilizado o processo e a decisão 
de mérito.
- 295, § único, do CPC: falta de pedido ou causa de pedir; incoerência entre 
os fatos e fundamentos; incompatibilidade de pedidos cumulados; 
imperfeita redação da petição inicial, tornando-a ininteligível.
- Consideram-se também outros motivos, como a falta de procuração; falta 
de documentos indispensáveis; falta de recolhimento de custas; não-
pagamento de custas e honorários anteriores.
d) 295, parágrafo único, do CPC:
- Falta de pedido: deixa o processo sem objeto, sendo que o objeto é a 
pretensão do autor sobre a qual o juiz deve se pronunciar. Se houver pedido 
incompleto, deduzido pelas razões expostas, a parte será prejudicada 
porque o juiz só decidirá sobre o que estiver expresso.
- Falta de causa de pedir: impede a defesa do réu, porque a narrativa dos 
fatos é essencial. A falta de fundamento jurídico não é motivo de inépcia. 
Porém quando faltar fundamento fático em relação a eventuais pedidos, o 
juiz conhecerá e decidirá apenas aqueles que foram capazes de formar o 
seu convencimento.
- Incoerência lógica entre causa de pedir e pedido: é vício que conduz à 
inépcia, porque os fatos narrados não conduzem à conclusão do autor. 
Silogismo imperfeito. 
e) Procedimento inadequado:
- A premissa principal é a indispensabilidade do procedimento, razão de 
ordem pública que põe acima da vontade das partes a opção por algum 
deles.
- São regidos pela matéria (natureza da causa), ou valor da causa, devendo 
o autor seguir o procedimento especial ou sumário quando a lei assim 
determinar.
- Deve o juiz mandar emendar a inicial, sob pena de indeferimento.
- Muitas vezes o próprio juiz manda adaptar, valendo-se do poder de 
direção do processo, mas às vezes tem que observar se não haverá prejuízo, 
como no caso do sumário, em que o rol de testemunhas deve virna inicial.
f) Custas e honorários de processo anterior (arts. 28 e 268 do CPC):
- A inicial será distribuída e despachada, caso contrário estar-se-ia violando 
a Constituição Federal que prevê o acesso ao judiciário, mas será 
submetida ao juiz, que depois de verificada a situação indeferirá.
g) Vícios de representação ( art. 13, I, do CPC ):
- A capacidade da parte de estar em juízo deve estar presente desde o início 
da ação, sob pena de falta de pressuposto processual de desenvolvimento 
válido e regular. Sua ausência ensejará a suspensão do processo até 
regularização ( participação de representante legal) e posterior extinção se 
inocorrer.
- A falta de capacidade postulatória, ou seja, sendo necessária a 
regularização dos poderes outorgados ao defensor, o juiz suspenderá o 
processo e concederá prazo para a regularização. Inocorrendo, extinguirá o 
processo.
h) Falta de capacidade de ser parte:
- Tem capacidade as pessoas físicas, as jurídicas e outras entidades às 
quais a lei processual outorgue essa capacidade.
- A falta desse controle poderá acarretar uma sentença endereçada a 
ninguém.
i) Pressupostos negativos do julgamento do mérito:
- São aqueles que levam à extinção sem apreciação do mérito.
- Embora o art. 295 do CPC arrole apenas a decadência e prescrição, os 
demais motivos de extinção como litispendência, coisa julgada, perempção, 
confusão, etc., também o são.
- A ocorrência de qualquer deles enseja a extinção, que pode se dar desde o 
momento inicial.
j) Prescrição e decadência:
- São causas extintivas do processo com julgamento de mérito.
- A prescrição só poderá ser conhecida pelo juiz quando alegada (CC, art. 
194 e 219, § 5º do CPC), portanto quando do despacho da inicial o réu 
ainda não foi citado, seu reconhecimento é posterior.
- A decadência é, na verdade, a única hipótese de indeferimento da inicial, 
apesar de falsa sentença de mérito.
- Controle ulterior:
- Muitas vezes o juiz recebe a petição inicial e determina o seu 
prosseguimento porque naquele momento não possuía elementos para 
determinar uma emenda ou até indeferi-la, embora devesse, na maioria das 
vezes, ouvir antes a outra parte, de modo a procurar aproveitar ao máximo 
os atos processuais.
- Nada impede o controle posterior, quando pela denúncia do réu na 
contestação perceba-se a irregularidade, que ainda assim, pode ser suprida, 
sob pena de indeferimento.
- Decisão, recursos e juízo de retratação.
- A sentença de extinção comporta apelação.
- Porém, se a prolação da sentença se deu sem a intervenção da outra parte, 
cabe o juízo de retratação (CPC, art. 296), que sendo admitido dará 
prosseguimento ao feito. Não sendo, fará o processo subir ao Tribunal, sem 
a exigência de citação do réu para responder ao recurso.
- Se o indeferimento da inicial for pleiteado em preliminar de contestação, 
portanto já constituída a relação processual, cabe o apelo mas sem a 
possibilidade de retratação, porque o fundamento já será de ausência de 
pressuposto de constituição ou de desenvolvimento válido e regular do 
processo (CPC, 267, IV).
- No caso de indeferimento parcial, teremos uma decisão interlocutória e 
não sentença, sendo cabível o recurso de agravo de instrumento.
- Do recebimento da inicial, com a determinação de citação do réu, não 
cabe recurso.
- Tutela antecipada:
- Visa antecipar a pretensão do direito material. Concedido por meio de 
liminar fundada na análise sumária das alegações e documentos 
apresentados (CPC, art. 273).
- Característica: provisoriedade porque dura até a sentença ou até a 
extinção do processo. Pode ser concedida na sentença. Havendo tutela 
antecipada o recurso será recebido sempre no efeito devolutivo (CPC, art. 
520, VII).
- Cabe concessão parcial.
Recurso: antes da sentença cabe agravo, depois somente apelação.
- Requisitos: inequívoca verossimilhança (prova pré-constituída) e perigo 
de dano irreparável ou de difícil reparação.
- Cabe a aplicação dos arts. 461 e 461-A do CPC, com a fixação de multa 
pelo não-cumprimento.
- Cabível o pleito nas ações de natureza condenatória, onde há obrigações 
de fazer, não-fazer, dar e entrega de coisa , além do pagamento de quantia.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
TEMA: PETIÇÃO INICIAL
QUESTÕES
1. É possível o indeferimento parcial da petição inicial? Sendo possível, 
qual o recurso cabível para atacar a decisão?
2. Em quais situações se admite o indeferimento, de plano, da petição 
inicial? À luz dos princípios que informam o Direito Processual Moderno, 
qual a postura que se deve esperar do Poder Judiciário quanto ao 
aproveitamento da petição inicial, facultando-se ao autor o saneamento de 
eventuais defeitos?
3. Nas ações indenizatórias em que se pede a reparação de dano moral, o 
autor, na petição inicial, deverá formular pedido certo e determinado (com 
ênfase na sua liquidez)? Na hipótese, qual o valor correto a ser atribuído à 
causa?
4. É possível ao magistrado indeferir a petição inicial após contestada a 
demanda, diante, inclusive, de pedido expresso formulado pelo réu? 
Considerando-se, ainda, que se trata de hipótese justificadora do 
indeferimento da petição inicial (situação prevista no artigo 295, VI, do 
CPC, por exemplo), poderá o magistrado, antes de fazê-lo, facultar ao autor 
emendá-la, nos termos do artigo 284 do CPC, aproveitando-se, assim, o 
processo?
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	DEFERIMENTO OU INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
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