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Unificação do Egito: História e Mitos

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Aula 4: Egito - A Unificação 
 
Ao final desta aula, o aluno será capaz 
de: 
 
1. Identificar as fases da História 
egípcia;
 
2. localizar geograficamente o Egito e 
as dificuldades naturais apresentadas 
pelo território;
 
3. associar o aumento populacional 
ocorrido no final do Neolítico à 
organização das comunidades em 
unidades conhecidas como nomos;
 
4. perceber que, a partir da fundação 
dos nomos, cidades foram estruturadas 
e subdivididas em dois reinos;
 
5. analisar o processo que originou a 
unificação do Alto e do Baixo Império, 
estabelecendo o primeiro faraó;
 
6. perceber que a unificação egípcia 
determinou o início do período 
dinástico na história egípcia;
 
7. compreender a personificação do 
Estado na figura do faraó e sua 
identificação com um deus, ao 
surgimento de um modelo político 
denominado teocracia.
 
 
O entendimento do Egito fica muito restrito a um ideário direcionado não ao estudo 
em si, mas a algo independente. Sempre surge a ideia de tumbas, múmias, pirâmides. 
 Temos que, em primeiro lugar, acabar, ou pelo menos, rediscutir os mitos. 
 Definitivamente, não vamos discutir se foram os alienígenas que construíram as 
pirâmides. 
 
Vamos começar por quebrar o primeiro mito: o Egito não é uma dádiva do Nilo, no 
sentido de que basta o terreno geograficamente favorável para o homem se 
desenvolver. As sociedades do Egito se desenvolvem para além do Delta, área das 
principais inundações. Suas estruturas são complexas e dependem diretamente da 
ação humana no uso de diques. 
 
O entendimento do Egito fica muito restrito a um ideário direcionado não ao estudo 
em si, mas a algo independente. Sempre surge a ideia de tumbas, múmias, pirâmides. 
 Temos que, em primeiro lugar, acabar, ou pelo menos, rediscutir os mitos. 
 Definitivamente, não vamos discutir se foram os alienígenas que construíram as 
pirâmides. 
 
Vamos começar por quebrar o primeiro mito: o Egito não é uma dádiva do Nilo, no 
sentido de que basta o terreno geograficamente favorável para o homem se 
desenvolver. As sociedades do Egito se desenvolvem para além do Delta, área das 
principais inundações. Suas estruturas são complexas e dependem diretamente da 
ação humana no uso de diques. 
 
Christian Jacq, é um grande autor, responsável em muito pelo interesse na sociedade 
Egípcia. Jacq nasceu em Paris, em 1947. Formado egiptólogo, escreveu diversos 
trabalhos sobre os faraós e seus súditos. 
O autor de Egito dos Grandes Faraós, entre obras de ficção e trabalhos sérios, faz uma 
defesa apaixonada contra os preconceitos que, muitas vezes, saem sobre o Egito. 
Essa visão cotidiana é muito preconceituosa e reproduz a mesma lógica social: as 
pessoas acham que o Egito é uma sociedade voltada para a morte e que o faraó nasce 
já pensando no dia de sua morte. 
Esse elemento é o primeiro que devemos desconstruir, identificando as fases da 
História egípcia. As pirâmides, por exemplo, são das primeiras dinastias faraônicas. 
 Foram criadas como uma necrópole de enterramento onde todos os reis eram 
enterrados. Não existe uma grande construção particular. 
Na pirâmide de Quéops, a mais conhecida, não foi encontrado nenhum vestígio de 
enterramento. As pirâmides eram construídas com o objetivo de marcar, registrar o 
nome de seus idealizadores, da dinastia egípcia para sempre. 
Precisamos lembrar a lição de Jacques Le Goff ao discutir monumento e documento: 
 
monumento é aquilo que se produz com o objetivo de o passar para a História 
como um marco para as demais sociedades; documento é aquilo que faz parte do 
cotidiano que não, necessariamente, são feitos para a prosperidade. 
Muitos dos traços que encontramos sobre História antiga têm essa preocupação: 
foram construídos para marcar a posteridade. 
Os monumentos não são só obras físicas. Quando se faz um compêndio, um livro por 
exemplo, reunindo todas as fontes documentais sobre um determinado assunto, é um 
monumento. Foi elaborado para marcar o papel que se quer dar aquilo. O 
monumento não fala só sobre a continuidade da história, mas também das relações 
cotidianas normais, das relações próximas e dos grupos presentes. 
No Novo Império e Império Tardio aparece um documento diferente dos 
documentos esculpidos em pedra, uma espécie de folha em material vegetal, que 
foram reescritos, trabalhados: o papiro. Esse material começa a deixar registrado 
relações comerciais, migrações etc. Já não é escrito na língua da elite egípcia, alguns 
traços ficam, mas é escrito em copta. 
Copta - é uma língua, um escrito e tem a característica de ser a linguagem que faz 
relação direta com a produção fonética local, ao inverso do sentido de 
representatividade dos hieróglifos, representados nos monumentos egípcios 
Mas, vamos ver um pouco de arqueologia. No século XVIII e XIX, muitos 
monumentos e muitas pirâmides continham uma série de símbolos e isso causou 
muita discussão sobre qual o significado e papel deles. 
Surge um embate entre as escolas inglesas e francesas, porque uma defendia que os 
símbolos era uma linguagem (francesa) e, a outra, defendia que era um exercício 
simbólico de enfeitar os espaços. A partir dessa discussão, foi descoberto por 
generais franceses uma pedra de um monumento do Império Tardio, provavelmente 
no período em que o principal general de Alexandre, Ptolomeu, foi faraó egípcio, no 
século III a. C. 
Ptolomeu resolve criar seu próprio monumento. 
Manda gravar uma mensagem na qual três línguas são utilizadas: o grego; o copta 
(demótico) e hieróglifo. 
Por que ele faz isso? 
A pedra de roseta continha um decreto. A principal hipótese é que Ptolomeu quis 
que este fosse inscrito dentro da língua principal falada no espaço grego, da língua 
que mais circulava na região do Egito e, querendo marcar seu domínio de caráter 
faraônico em um exercício de legitimidade do seu poder, dentro do Egito. Nada 
melhor do que buscar a antiga escrita hieroglífica. 
O uso da escrita hieroglífica significa reconhecer o poder e o passado do povo 
egípcio, mas, a partir daquele momento, ele entrava para o rol dos faraós, ficando 
marcado para a prosperidade, conforme os traços hieroglíficos. Uma referência de 
2.000 anos antes, valorizada no século III 
O Egito não é só a morte dos deuses, dos astronautas, construtores de pirâmides. E 
nem o faraó é uma instituição política que permanece durante os mil anos inalterado. 
 Estes usavam essa denominação na busca de dar sentido ao poder, oferecer coesão às 
populações do entorno egípcio. Na verdade, se honra e se reproduz poderes maiores e 
muito antigos. 
Monumentos arqueológicos 
Os momentos arqueológicos, durante as disputas arqueológicas do século XVIII e 
XIX, deixam o Egito no auge. As estórias contadas são muitas; o fascínio era enorme. 
Dessa época surgiram alguns questionamentos e perguntas: 
1)O que seriam as imagens, as pirâmides?Como eram enterrados os faraós? O por que 
da mumificação? 
2)E as maldições? 
Bem, os museus europeus foram inundados de arte egípcia, aliás, hoje encontramos 
mais referências na Europa do que no próprio Egito. Entretanto, muitas questões 
ainda não tinham ficado claras até uma das mais emblemáticas expedições 
conseguirem um feito inédito: encontrar uma tumba praticamente intacta. 
TUTANCAMON 
Tutancamom - Um primeiro grupo consegue entrar no túmulo, há uma porta que se 
abre no chão e é encontrada uma escada. A Câmara do túmulo tem as maldições de 
um lado e do outro da porta, surpreendentemente intacta. Há apenas um buraco na 
lateral da entrada da tumba e chegam à conclusão que após uma tentativa de rompê-
la, essa tumba foi abandonada. Elesdescobrem, por esse panorama, a tumba do faraó 
menino, Tutancamon. 
Vale pensar que ele não foi um dos faraós mais famosos do Novo Império, nem 
tampouco forte e, talvez por isso a arqueologia tenha encontrado sua câmara intacta. 
 Ele governou por pouco temo, morreu muito jovem e é considerado o filho de um 
herético, de alguém que rompe com o deus Amon e tenta estabelecer no Egito outra 
religião. 
MITOS 
Enfim, Tutancamom não foi um faraó que teve a maior ou melhor tumba 
estabelecida. Mas é, justamente em torno dele que surge a real possibilidade de 
entender como funcionava o funeral como um todo. Foi identificado uma múmia 
intacta e todo o conjunto do sarcófago. O interessante é como ganhou uma fama sem 
precedentes no período contemporâneo. Se não bastasse o achado, seu caráter mítico 
afloraria. 
A "maldição" começa a funcionar, os arqueólogos e aventureiros que acharam o 
túmulo morrem de maneira misteriosa. 
Temos explicações atuais diferentes e que não eram preocupações no século passado: 
espaços que permanecem fechados durante muito tempo, como no caso, estão 
repletos de fungos e bactérias que o organismo não é capaz de suportar. Assim, é a 
literatura fantástica dos princípios do século XX que transforma a múmia e suas 
maldições em mitos e, para isso, muitas vezes temos a referência a Tutancâmon. 
TUMBAS EGIPCIAS 
Nas tumbas egípcias existem os mitos das maldições, com o objetivo de evitar as 
violações e saques, que já aconteciam desde a antiguidade. Em um julgamento no 
governo de Ptolomeu, o acusado, ao ser questionado sobre o porquê de saquear o 
túmulo, se ele sabia que o faraó era sagrado dentre os homens, respondeu que se o 
faraó fosse um deus, ele teria forças para impedir o roubo, caso não quisesse. 
Como estudiosos, temos que entender o Egito. Depois da questão linguística, 
entender como os Egípcios se relacionavam com o tempo é o maior desafio. 
No Egito não há uma cronologia fixa, não há uma linha de tempo. A contagem do 
tempo no Egito aparece em torno do governo, das dinastias. A princípio, seria 
simples. Bastaria colocar as listas de reis uma ao lado da outra e, como existem 
muitas, isso não é possível para fechar uma contagem cronológica. O problema é que 
as listas não coincidem uma com as outras e, além disso, o Egito tem uma prática 
bastante comum de divisão do trono, a corregência. 
LINHA DO TEMPO 
Os estudiosos fizeram várias propostas para tentar cruzar os dados. Uma das 
propostas dentre as utilizadas foi cruzar com outras cronologias de tábuas de reis de 
outras regiões. A cronologia que adotamos hoje é proveniente do cruzamento dos 
estudos de Carbono 14, referências astronômicas, documentais, para chegar a 
melhor cronologia possível. Observe ao lado. 
Cronologia Egípcia: 
 
 
O reino Antigo ou Império antigo (+ ou - 3.000 - 2160 a.C.) 
Primeiro período Intermediário (2.160 - 2134 a.C.) 
Reino médio ou Médio Império (2.134 - 1785 a.C.) 
Segundo Período Intermediário (1785 - 1552 a.C.) 
Reino Novo ou Novo Império ( 1552 - 1070 a.C.) 
Império Tardio ou Baixa época (1.070 – 30 a.C.) 
OBS.: Todas as datações são aproximadas e oferecem questionamentos. Nas listas dos 
reis, por exemplo, não aparecem os períodos intermediários. Alguns faraós aparecem 
com governos indistintos durante longo período. 
A UNIFICAÇÃO DAS DUAS COROAS 
O Egito tem o momento de disputa, no qual surge a figura de Menés em torno de 
3.000 a. C. A representação iconográfica de Menés nos hieróglifos é justamente de 
um escorpião, daí a figura do Escorpião Rei. Sua figura é mítica, pois consegue 
unificar os nomos egípcios, em especial os do alto Nilo, região das corredeiras, e do 
baixo Nilo, região do Delta, ao norte. 
Imaginando esse posicionamento, entende-se que há um primeiro processo dinástico 
sendo estabelecido. Esse processo não acaba com a força dos antigos clãs e nem com 
a força das antigas cidades. Quem é esta figura, este monarca que unifica o Egito? 
Não, não falamos de Menés, mas do Faraó. É um rei, é uma força, é um símbolo de 
domínio. 
Devemos, em especial no Antigo Império ou reino antigo, encarar o faraó como uma 
representação do poder, a representação de uma aliança. O Faraó representa a 
unificação das duas coroas do Egito. Avance a tela e veja com atenção o porquê. 
POR QUE A UNIFICAÇÃO? 
Porque havia uma disputa de coroas sobre quem seria o detentor dos caminhos da 
região tratada como Egito. Mais do que uma disputa direta por uma coroa, havia 
vários nomos que disputavam as terras e seu controle, e a união de norte e sul era o 
ponto mais intenso dessa disputa. Daí as duas coroas. 
 
 
 
Faraó, como administrador, controla uma série de terras comuns e, nessas terras, 
trabalhavam tanto a população egípcia quanto os escravos. 
Mais do que isso, havia a responsabilidade das grandes construções e quem ficava à 
frente desses trabalhos era o vizir, construtor e auxiliar direto do monarca. As 
grandes construções não são só as pirâmides, são também a abertura de canais de 
melhoria da irrigação e a construção de templos. 
Se Menés representa a figura do unificador, é no governo de Djoser que o Egito 
ganha definitivamente sua estrutura faraónica. Djoser, significa "o iluminado"; "o 
vitorioso;" A sua dinastia foi considerada a primeira grande dinastia do Egito 
faraônico. O seu braço de ação é o seu vizir e construtor Imhotep. 
Sobre essa relação entre os dois, muitos defendem um anacronismo para melhor 
compreensão: é de um monarca ou presidente e seu primeiro-ministro. Um seria 
aquele que representa o poder, ainda que tenha uma ação política e o outro, aquele 
que operacionaliza as negociações políticas e dá ação aos projetos. Devemos fugir dos 
anacronismos, mas é só para um melhor entendimento. O que temos clareza é da 
formação de uma hierarquia administrativa e que essa hierarquia não se passa apenas 
na relação do Faraó e do vizir, mas vai perpassar também os sacerdotes, líderes 
militares, representações nomarcas etc. 
 
 
 
Esta aula traz conteúdos de suma importância, não apenas para a compreensão do 
Egito Antigo, mas também para entender a cobiça que outros povos tinham em 
relação à região. Embora tenha se erguido em um ambiente muito inóspito, ou seja, 
próximo ao deserto, esse povo conseguiu utilizar com sapiência o recurso natural de 
que dispunha, a regularidade das cheias do Nilo. Além disso, desenvolveu uma forma 
intermediária de trabalho, a servidão coletiva que era também compulsório aos seus 
destinatários, mas não se comparava ao regime escravista. 
Enfatizamos, dessa forma, a aceleração do processo de desigualdade social a partir das 
formações estatais, acrescentando a ela um componente novo, a imobilidade social. E 
ainda, a questão da escravidão como fruto natural de conquistas territoriais e não 
direcionada a essa ou aquela etnia. 
SERVIDÃO COLETIVA 
Forma de trabalho na qual o indivíduo é recrutado sem consentimento voluntário e 
do qual não pode se retirar assim que desejar, sem ficar sujeito à possibilidade de 
punição. O que a distingue da escravidão, também compulsória, é que esse serviço 
era prestado de tempos em tempos. 
Nessa aula você: 
 Compreendeu que a visão de que o Egito é um dádiva do Nilo é simplória; 
 aprendeu que a unificação das coroas do Egito criaram uma nova prática 
governamental; 
 analisou a cronologia clássica Egípcia.

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