Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Francine Altevogt Karoline Pauli Thaís Wouters Novak ALISSOLOS Santa Cruz do Sul Julho de 2015 1 INTRODUÇÃO Pode-se definir solo como “o produto do intemperismo, do remanejamento e da reorganização das camadas superiores da crosta terrestre, sob ação da atmosfera, da hidrosfera, da biosfera e das trocas de energia envolvidas”. Portanto, o solo é um recurso natural, lentamente renovável, que sustenta a flora e fauna, a agricultura, a pecuária, o armazenamento da água e as edificações do homem. É encontrado em diferentes posições na paisagem, formado pela ação do clima e dos organismos vivos agindo sobre o material de origem, ao longo do tempo, e sendo modificado pela ação humana. A diversidade geológica, climática e de relevo no Estado do Rio Grande do Sul originou uma grande variedade de tipos de solos. Para podermos classificar os solos, temos que entender que estes são sempre produtos da decomposição de rochas, que podem estar em vários estágios. Desta forma é importante citar que o solo está presente em todas as atividades humanas e seu uso racional, economicamente viável e ambientalmente sustentável, exige um conhecimento prévio de suas características e limitações. Neste trabalho abordaremos sobre a ordem dos Alissolos, um dos tipos de solos classificados pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA), assim como suas principais características e sua ocorrência no Estado do Rio Grande do Sul. 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 FORMAÇÃO DO SOLO As rochas existentes na superfície da Terra estão sujeitas ao intemperismo, conjunto das modificações de natureza física (desagregação) e química (decomposição) que estas sofrem e que dependem de vários fatores, como clima, relevo, fauna, flora, o tipo da rocha em si e tempo de exposição. Os produtos friáveis e móveis formados pelo intemperismo e que não são imediatamente removidos pela água, vento ou gelo evoluem, sofrendo uma reorganização estrutural, dando origem ao que chamamos de solo, num processo conhecido por pedogênese. Dependendo dos fatores intempéricos, os solos terão características e propriedades físicas, químicas e físico-químicas diferenciada, estes podendo ser argilosos ou arenosos; vermelhos, amarelos ou cinza-esbranquiçados; ricos ou pobres em matéria orgânica; espessos ou rasos; homogêneos ou estruturados em horizontes bem definidos. 2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS NO BRASIL O território brasileiro se caracteriza por uma grande diversidade de tipos de solos, correspondendo, diretamente, à intensidade de interação das diferentes formas e tipos de relevo, clima, material de origem, vegetação e organismos associados, os quais, por sua vez, condicionam diferentes processos formadores dos solos. A esta diversidade, deve-se a natureza de nosso país, suas potencialidades e limitações de uso e, em grande parte, às diferenças regionais no que se refere às diversas formas de ocupação, uso e desenvolvimento do território. As diferenciações regionais são resultantes da considerável variabilidade de seus solos, condições climáticas e geomorfológicas, refletindo diretamente no potencial agrícola das terras, na diversificação das paisagens e aspectos vinculados ao tipo predominante de uso do solo, com reflexos no desenvolvimento diferenciado das regiões do país. Por exemplo, na região Sul, os solos originados de rochas básicas e de sedimentos diversos se encontram distribuídos em uma paisagem com relevo diversificado, onde predomina o clima subtropical, com estações bem definidas e solos predominantemente férteis com elevado potencial agrosilvipastoril. 2.2.1 Classificação dos solos da região Sul Com uma extensão geográfica de 577.723km2 é a menor das regiões brasileiras, com alta densidade populacional, clima subtropical e cobertura vegetal nativa de florestas e campos, atualmente desaparecidos quase por completo para dar lugar à exploração agropecuária e florestal mais desenvolvida do país. Constituída pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é uma região típica de planaltos e serras com terras férteis originadas, em grande parte, do derrame basáltico que se estende por toda a Bacia Sedimentar do Paraná. Na região predominam os Latossolos Vermelho-Amarelos, Vermelhos e Brunos, profundos, de excelentes propriedades físicas. As planícies representam grandes extensões no sul do país, predominantemente no Rio Grande do Sul. A maior parte se encontra sem sua cobertura vegetal original, devido aos sistemas produtivos implantados pelo homem. As condições climáticas, modelagem do terreno, o tipo do solo estão associados a suscetibilidade natural dos solos à erosão, que ainda pode ser acelerada pela ação humana. As classes de suscetibilidade muito baixa e baixa englobam tanto os solos de baixadas, hidromórficos ou não, como aqueles de planalto, muito porosos, profundos e bem drenados, todos localizados em relevo de relativa planura da superfície. Em condições mais favoráveis ao desenvolvimento de processos erosivos, destacam-se solos comumente arenosos ou com elevada mudança de textura em profundidade, bem como aqueles rasos, localizados, em geral, em relevos dissecados, configurando classes de suscetibilidade à erosão média, alta ou muito alta, dependendo, como relatado anteriormente, da interação entre os diversos fatores responsáveis pela suscetibilidade dos mesmos à erosão. Para a região Sul, observa-se a predominância de solos com alta e muito alta suscetibilidade à erosão, condicionados pela presença significativa de solos rasos, como os Cambissolos e Neossolos Litólicos, ou mesmo mais profundos, como os Argissolos, todos localizados em relevos acidentados das serras e planaltos sulinos. Os solos com suscetibilidade muito baixa e baixa totalizam 29% da região, geralmente associados aos planaltos e planícies sedimentares de relevos aplainados, onde ocorrem Latossolos e Planossolos respectivamente. Na classe de suscetibilidade média, destacam-se os Alissolos, Nitossolos e Chernossolos, em geral em relevo movimentado. 2.2.1.1 Ordem dos Alissolos O termo alissolos deriva da presença de elevados teores de alumínio trocável (Al3+) no perfil. São solos ácidos, com baixa fertilidade química e elevada toxidez por alumínio, além de baixas reservas de nutrientes para as plantas. Em alguns solos desta classe ocorre um significativo aumento do conteúdo de argila em profundidade; em outros este aumento é menos pronunciado. Em geral, são bem estruturados e distribuem-se na região subtropical do Brasil, especialmente nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas as maiores extensões deles são na Amazônia Ocidental, sob condições tropicais e equatoriais, predominantemente. No Rio Grande do Sul esta classe de solos ocorre nas diversas formas de relevo, principalmente na Depressão Central, Campanha e na região da Encosta do Planalto Meridional. 2.2.1.1.1 Características São solos minerais, não hidromórficos, pouco profundos a profundos (50- 200 cm), caracterizados pela presença de um horizonte B textural de coloração vermelho-amarelada. Normalmente possuem um horizonte A moderado, de cor clara, reflexo da perda de argila e materiais corantes para o horizonte B. O horizonte B geralmente apresenta acúmulo significativo de argila, acompanhado ou não de cerosidade. Normalmente apresentamtransições claras ou abruptas entre os horizontes A e B, com cores claras no A e colorações mais vivas no B. Quanto à textura, apresentam inúmeras variações: arenosa/média, arenosa/argilosa, média/argilosa ou mesmo textura argilosa no A e B. Neste último caso, a transição é menos clara e a relação textural mais baixa. Dependendo do material de origem, podem apresentar cascalho ao longo do perfil. Da mesma forma, a fertilidade natural é muito variável, admitindo-se nesta classe a ocorrência de perfis álicos, distróficos e eutróficos. A grande maioria deles, entretanto, é distrófico ou álico, apresentando quase sempre argila de atividade baixa (Tb). Apesar de desenvolver-se de diferentes materiais de origem, são sempre pobres em ferro. Nunca se desenvolvem, portanto, sobre rochas básicas. Ocorrem em áreas de relevo desde o suave ondulado até o forte ondulado nas Unidades de Relevo Patamares da Bacia do Paraná e Planalto Sul-Rio-Grandense, sob vegetação de Floresta Estacional Decidual e Semidecidual e Savana. São utilizados, principalmente, como pastagens e culturas de subsistência. Quando apresentam mudança textural abrupta (dobro de argila no B em relação ao A), recebem a denominação de Podzólico Vermelho-amarelo Abrúptico. A mudança textural abrupta consiste em um considerável aumento no teor de argila dentro de pequena distância na zona de transição entre o horizonte A ou E e o horizonte subjacente B. Estas variedades são extremamente suscetíveis a erosão hídrica, devido ao fato de que a água, ao percolar de forma relativamente fácil no horizonte superficial, encontrando logo abaixo um horizonte naturalmente adensado, tem sua velocidade de infiltração drasticamente diminuída. Há assim, uma rápida saturação dos poros no horizonte superficial, aumento da lâmina de água na superfície, com consequente aumento do escorrimento superficial e dos riscos de erosão, normalmente nas áreas mais declivosas, onde estes solos ocorrem. Este fato é normalmente agravado pelo baixo índice de agregação no horizonte A, que apresentam. No Rio Grande do Sul, em função da coloração escura ou acizentada do horizonte B, os Alissolos foram identificados como Alissolos Hipocrômicos. Aqueles que apresentam um horizonte B textural são designados como Alissolos Hipocrômicos argilúvicos (tem argila iluvial), os quais foram ainda distinguidos em abrúpticos ao apresentarem mudança textural abrupta entre os horizontes A e B, e em típicos quando não apresentam esta característica. Os Alissolos Hipocrômicos que apresentam um horizonte B nítico foram identificados como Alissolos Hipocrômicos órticos nitossólicos. Classes de solos Designação regional Alissolo Hipocrômico argilúvico abrúptico Livramento típico Santa Maria órtico nitossólico Carlos Barbosa 2.2.1.1.1.1 Horizonte B textural É um horizonte B com textura franco areno ou mais fina onde houve incremeto de argila em relação ao horizonte A ou E. O conteúdo de argila no horizonte B textural é maior que o do horizonte A e pode, ou não, ser maior que o do horizonte C. Isto é constatado por sua textura mais argilosa, presença de cerosidade nos agregados estruturais. A cerosidade é definida como a concentração de material inorgânico, na forma de preenchimento de poros ou de revestimentos de unidades estruturais (agregados ou peds) ou de partículas de frações grosseiras (grãos de areia, por exemplo), que se apresentam em nível macromorfológico com aspecto lustroso e brilho graxo. Pode ser resultante do revestimento por material inorgânico, frenquentemente argila e/ou do re-arranjamento de partículas nas superfícies das unidades estruturais causado pela mudança do volume da massa do solo em resposta a mudanças na umidade entre períodos secos e úmidos. Este horizonte pode ser encontrado à superfície se o solo foi parcialmente truncado por erosão. 2.2.1.1.1.2 Horizonte B nítico É um horizonte B com baixo gradiente textural em relação ao horizonte A, apresentando estrutura bem desenvolvida com agregados brilhantes pela cerosidade. Apresentam comumente argila de atividade baixa ou caráter alítico. Apresenta transição gradual ou difusa entre os sub-horizontes do horizonte B. Este horizonte pode ser encontrado à superfície se o solo foi erodido. 2.2.1.1.2 Ocorrência Os Alissolos ocorrem em relevos suavemente ondulados até fortemente ondulados. Na região da Depressão Central são comuns os Alissolos Hipocrômicos argilúvicos típicos, originados de siltito e arenito, em duas situações de paisagem: Relevo suavemente ondulado; Ocupando coxilhas ocupando uma posição intermediária entre o Argissolos Vermelhos (alto da coxilha) e o Planossolos (nas várzeas). Na região da Campanha ocorrem os Alissolos Hipocrômicos argilúvicos abrúpticos, originados de siltito e arenito, ocupando relevo suave ondulado a ondulado, associado ou não com Argissolos Vermelhos. Em relevo ondulado a forte ondulado, na região da Encosta Superior do Nordeste, ocorrem Alissolos Hipocrômicos órticos nitossólicos, originados do riolito, associados com Neossolos Litólicos e Cambissolos Húmicos. 2.2.1.1.3 Designação regional da ordem dos Alissolos 2.2.1.1.3.1 Unidade de mapeamento Livramento São classificados como solos brunos gleizados distróficos. Predominam nesta unidade de mapeamento solos profundos, arenosos, friáveis em toda a extensão do perfil, podzolizados, moderada e imperfeitamente drenados e com início de gleização (processo de formação do solo característico das condições de excesso de água ou hidromorfismo) nos horizontes mais profundos. Quimicamente são solos pobres em nutrientes, pois são ácidos. O alumínio nos horizontes superficiais é baixo, mas com valores elevados nos horizontes mais profundos. Os perfis apresentam sequencia de horizontes A, B e C, bem diferenciados, com as seguintes características morfológicas principais: Horizonte A profundo (cerca de 60cm), de textura areia franca nas camadas superficiais, tornando-se mais pesadas no limite com o B. A estrutura é granular ou em blocos subangulares francamente desenvolvida. A transição para o B é clara e plana. Horizonte B subdividido com cores bruno amareladas e cinzentas. O horizonte é todo manchado de vermelho. A textura é argila a franco argilo arenosa e a estrutura em blocos ou subangulares francamente desenvolvida. A transição para o C é gradual ou plana. Horizonte C cinzento e manchado amarelo brunado e vermelho. A textura é franco argilo arenosa. Este solo ocupa a área de 270km2, o que corresponde a 0,1% da área do Estado. São solos derivados de arenitos, ocupando relevo suavemente ondulado, formado por elevações pequenas com declives curtos (declividade média de 3 a 8%). Situam-se numa altitude de aproximadamente 200 metros. A vegetação natural nesta unidade é formada por campos mistos com boa incidência de gramíneas e algumas leguminosas. São solos suscetíveis a erosão, necessitam de drenagem para determinados cultivos, pois se trata de solos moderadamente drenados. No verão podem ocorrer áreas com pouca umidade. São comumente utilizados como pastagens, para cultivo de eucalipto e algumas lavouras de milho. Para produzir boas colheitas necessitam de forte adubação de fósforo e potássio, assim como, necessitam de práticas conservacionistas intensivas, pois são susceptíveis à erosão. 2.2.1.1.3.2 Unidade de mapeamento Santa Maria São classificados como solos brunizem hidromórfico. Predominam nesta unidade de mapeamento solos mediamente profundos (em torno de 1m),com cores acizentadas no A e bruno amareladas no B, textura média, friáveis e imperfeitamente drenados. Apresentam sequencia de horizontes A, B e C, com as seguintes características morfológicas: Horizonte A profundo (em torno de 40cm), de coloração bruno muito escura a bruno acizentada escura. A textura é franco arenosa e a estrutura granular francamente desenvolvida. É friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso. A transição é difusa e plana. Horizonte B relativamente estreito, de coloração amarelada. A textura é franco siltosa e a estrutura em blocos subangulares e angulares francamente desenvolvida. É friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso. A transição para o C é clara e plana. É comum este horizonte apresentar mosqueado. Horizonte C espesso, representado pelo material de origem em vários estágio de decomposição. É comum estes solos apresentarem horizontes A/B de transição. Totalizam uma área aproximada de 5.050km2, representando 1,87% da área total do Estado. São solos derivados principalmente de siltitos e também de arenitos de deposição lacustre. O relevo característico desta unidade é o suavemente ondulado a ondulado, com declives em torno de 6% e pendentes em centenas de metros. Ocorrem numa altitude que varia de 100 a 200 metros. Por serem solos ácidos e com baixa saturação de bases nos horizontes superficiais, sua vegetação típica é a de campo. A disponibilização de nutrientes é bastante variável, mas normalmente são pobres em fósforo disponível. Apesar de serem solos com boa capacidade de retenção de umidade, podem apresentar deficiências devido à ocorrência de períodos secos, assim tornando, a irrigação conveniente. A baixa fertilidade natural, a susceptibilidade à erosão e má drenagem provocam limitações no desenvolvimento agrícola. A má drenagem limita bastante sua utilização agrícola para as culturas de inverno, sendo assim, são solos mais apropriados para pastagens e, em algumas áreas são encontradas lavouras com culturas de verão, principalmente soja e milho. 2.2.1.1.3.3 Unidade de mapeamento Carlos Barbosa São classificados como solos laterítico bruno avermelhado distrófico, medianamente profundos, moderadamente drenados, com cores bruno escuras a bruno avermelhadas, textura franca a franco argilosa no A e argilosa no B. São solos ácidos e com baixo alumínio trocável, especialmente no horizonte A. Apresentam sequencia de horizontes A, B e C bem diferenciados com as seguintes caraterísticas morfológicas: Horizonte A espesso (50cm aproximadamente) subdividido em franco a franco argiloso, com estrutura francamente desenvolvida, granular ou em blocos subangulares, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso. Transição clara e plana para o B. Horizonte B com características morfológicas bem destacadas, representado por uma máxima acumulação de argila, bruno avermelhado, com estrutura bem desenvolvida em blocos subangulares, cerosidade forte e abundante, muito firme, plástico e pegajoso, com transição clara e ondulada. Horizonte C a aproximadamente 1 metro de profundidade, representado pelo material de origem em decomposição, de coloração bruno avermelhada. Ocorrem numa área aproximada de 3.180km2, o que representa 1,18% da área do Estado, geralmente em relevo ondulado a forte ondulado com declives médios em torno de 12%. Situam-se em altitudes que variam de 500 a 700 metros. São solos ácidos e pobres em nutrientes disponíveis. Possuem boa capacidade de retenção de umidade e ocorrem em regiões de muita chuva. Devido ao relevo movimentado, estes solos são muito susceptíveis à erosão. Possuem condições para serem cultivados com culturas anuais necessitando práticas intensivas de controle a erosão. Por ser uma área onde predomina a propriedade colonial, são cultivadas as mais diversas culturas, especialmente videiras, milho, trigo, cana-de-açúcar para forragem, batatinha e batata-doce. 2.2.1.1.4 Aptidão ao uso agrícola Por apresentarem elevado teor de alumínio trocável e baixa reserva de nutrientes para as plantas, os Alissolos são tóxicos para culturas anuais e frutíferas com sistema radicular profundo. Os níveis de toxidez são variáveis entre culturas e variedades. No caso do plantio direto sobre o campo nativo, a correção do alumínio poderá ser realizada com a aplicação do corretivo na superfície do solo sem incorporação. Já em áreas degradadas recomenda-se que o corretivo seja incorporado antes da adoção do sistema de plantio direto. As limitações físicas estão relacionadas à drenagem imperfeita, mudança textural abrupta e suscetibilidade à erosão. Os problemas de drenagem são mais acentuados quando resultam no encharcamento do solo em períodos de chuva prolongada, que ocorre quando há mudança textural abrupta ou contato lítico pouco profundo no perfil. Os Alissolos Hipocrômicos argilúvicos típicos e abrúpticos, originados de siltito e arenito, por serem mais arenosos, apresentam aptidão para pastagens, podendo ser utilizados para culturas anuais em áreas de melhor drenagem e desde que sejam adotadas práticas de melhoramento da fertilidade química e de controle da erosão. Os Alissolos Hipocrômicos órticos nitossólicos, originados do riolito, por ocorrerem em relevos mais acidentados apresentam limitações à mecanização, além de suscetibilidade à erosão. Podem ser utilizados para culturas anuais em lavouras de pequena extensão, olericultura, fruticultura e silvicultura. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Dentre a ordem dos Alissolos cuja característica implica no teor de alumínio em seu perfil, impossibilitando o uso deste para a agricultura sem a correta adubação e práticas conservacionistas ao controle da erosão, fez deste, um solo mais favorável à utilização na construção civil. Em 2005 a ordem dos Alissolos foi extinta em função do processo de formação (que implica na concentração de alumínio no solo), por não ser considerado como principal, tendo em vista que o referido processo ocorre em diversas classes de solos, independente do processo de formação principal. Em face do exposto, a concentração de alumínio no solo foi considerada como processo secundário, e, por isso, não é pertinente. Assim, os solos contidos nesta classe foram redistribuídos nas ordens dos Argissolos e Nitossolo. O solo é um recurso natural, lentamente renovável, com diferentes processos de formações e características específicas para cada tipo de solo. Satisfatória produtividade do solo é o objetivo final de sua utilização. Para se atingir o objetivo é necessária à coordenação de certas práticas e manipulações destinadas a atingir o objetivo com mais perfeição. Manutenção adequada do solo consiste no conhecimento completo da natureza e das suas propriedades. ANEXO REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO BRADY, Nyle C.; BUCKMAN, Harry O. The nature and properties of soils. New York: The Macmillan Company, 1960. Tradução: FIGUEIREDO FILHO, Antônio B. N. Natureza e propriedade dos solos. Rio de Janeiro: 1966. Disponível em: <http://coralx.ufsm.br/ifcrs/solos.html> Acesso em: 22 de junho de 2015. Disponível em: <http://library.wur.nl/isric/fulltext/isricu_i00003061_001.pdf> Acesso em: 03 de julho de 2015. EMBRAPA, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2 ed. Rio de Janeiro: EMPRABA-SPI, 2006. Disponível em: <http://www.agrolink.com.br/downloads/sistema-brasileiro-de-classificacao- dos-solos2006.pdf>Acesso em: 22 de junho de 2015 JACOMITE, Paulo Klinger Tito. A nova versão do sistema brasileiro de classificação de solos. Recife: UPFPE. Disponível em: <http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/19350/1/Jacomine.pdf> Acesso em: 22 de junho de 2015. STRECK, Edemar Valdir et al. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2002.
Compartilhar