Buscar

Aula 5 introdução ao estudo da História

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 5: O Marxismo e a História 
 
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 
 
1. Compreender o que foi o marxismo;
 
2. identificar o contexto histórico presente durante o período no 
qual Karl Marx desenvolveu suas principais teorias;
 
3. relacionar os pensamentos de Marx com o estudo da História;
 
4. entender o que foi o materialismo histórico. 
 
Marx foi um autor muito importante para disciplina da História e em suas 
obras desenvolveu uma concepção para a teoria da histórica. Sua 
interpretação acerca dessa disciplina, entretanto, foi muito influenciada 
pela ideia de filósofos como Saint Simon, Fleuerbach e, sobretudo, Hegel. 
Sua noção da história inserida em uma ideia de processo e progresso 
como algo que surge a partir do próprio desenvolvimento dos 
acontecimentos. De forma dialética, é bastante Hegeliana, contudo, o 
autor não se limitou a apenas isso. 
 
Saint Simon 
Conde de Saint-Simon nasceu em 17 de outubro 
de 1760, em Paris, e faleceu em 19 de maio de 1825. 
Foi economista e filósofo e fundou as bases 
para o socialismo utópico. 
 
Fleuerbach 
Ludwig Andreas Feuerbach nasceu em 28 de julho de 1804 em Landshute 
e faleceu em Rechenberg, Nuremberg, no dia 13 de setembro de 1872. Foi 
um filósofo alemão, discípulo de Hegel, que ficou conhecido pela teologia 
humanista e seu pensamento foi definidor para a construção do 
pensamento marxista. 
 
Hegel 
Para conhecer mais sobre Hegel, veja a aula 4. 
 
Marx trouxe o conceito de Revolução para a História e suas análises foram 
fortemente influenciadas pelo pensamento positivista que rejeitava 
conceitos metafísicos ou qualquer ideia parecida com o pensamento 
hegeliano de “espírito da época”. A concepção histórica marxista voltava-
se para fatos reais e concretos da existência humana. 
Dessa forma, observa-se a inovação de Karl Marx em relação à filosofia da 
história: a criação do materialismo histórico, que trazia um conceito novo 
para a interpretação dos acontecimentos sociais, pois chamava fatores 
técnicos e econômicos para a leitura e compreensão da história. Na 
verdade, o idealismo dialético de Hegel foi lido, criticado e transformado 
no materialismo dialético. 
 
Para José D’ Assunção Barros, o materialismo histórico de Marx seria o 
terceiro grande paradigma historiográfico que surgiu no século XIX e que 
se estende até os dias de hoje como um âmbito teórico em permanente 
discussão. Ainda de acordo com o autor, trata-se de uma teoria da história 
cuja influência não se dá à própria historiografia marxista, mas em relação 
a várias correntes historiográficas, uma vez que diversos dos conceitos 
consolidados pelo materialismo histórico são hoje parte integrante de 
repertório da comunidade de historiadores como um todo. 
BARROS, José D´Assunção. Teoria da História: paradigmas revolucionários. 
Rio de Janeiro: Vozes, 2011. P.17. 
Segundo a concepção da história de Hegel, existia a ideia de um espírito 
absoluto nas sociedades, que tornou a humanidade apenas uma massa 
que o possuía e o transportava de forma consciente e inconsciente, por 
isso, a história da humanidade, para Hegel, estava além da história do 
homem real, trazia uma ideia metafísica. 
Marx, crítico dessa concepção, partia da premissa de que toda a história 
humana é baseada na existência de indivíduos humanos e vivos, e acredita 
que é fundamental essa compreensão, a fim de que se possa entender a 
relação existente entre o homem e a natureza. 
Para o autor, é a partir dessa percepção que se pode distinguir inclusive o 
homem da natureza, pois se torna possível perceber que o ser humano 
apresenta uma concepção de religião e, mais importante, a noção da 
necessidade de produção do seu meio de subsistência, ou seja, de sua vida 
material. 
 
Enquanto Hegel propunha um sistema de compreensão da sociedade e do 
mundo dialético e idealista, Marx formulava sua visão de mundo a partir 
de um sistema dialético e materialista. De acordo com o historiador José 
D’Assunção Barros, esse esquema representa uma síntese dos 
fundamentos e conceitos centrais do materialismo histórico. 
 
MATERIALISMO HISTÓRICO 
 
Aqui se encontram tudo aquilo que seria mais inseparável do materialismo 
histórico como campo teórico-metodológico específico que permite 
compreender a história e a dinâmica das sociedades humanas. 
 
HISTORICIDADE RADICAL 
 
Na parte superior interna do círculo, segundo o autor, estão os 
fundamentos centrais do materialismo histórico: a “Dialética”, o 
“Materialismo” e a “Historicidade Radical”. Vale ressaltar que o conceito 
de dialética refere-se a ideia de conceber a realidade como um dever, 
onde este aconteceria a partir da existência de contradições, ou seja, esse 
conceito está diretamente ligado à concepção de transformação. 
Enquanto Hegel situava o processo dialético existente na sociedade no 
Espírito, Marx o situava na matéria, na realidade concreta, como resultado 
das contradições na qual se encontravam os homens no momento 
histórico no qual estão inseridos. Por isso, a importância da análise 
material e objetiva. O conceito de Historicidade Radical está ligado à ideia 
de que tudo pode ser analisado historicamente. 
 
 
 
A partir da compreensão do esquema e de suas explicações, percebe-se 
que para Marx a concepção de história localizava-se em duas dimensões 
diferentes, mas relacionadas: a “História da Luta de classes” e a “História 
da sucessão dos modos de produção”. 
o fazer essa leitura, em pleno século XIX, no qual predominava uma visão 
de história ligada a Escola metódica, Marx inaugurava uma nova 
abordagem historiográfica que trazia a importância da leitura social e 
econômica e não apenas política para a historiografia. 
A partir de agora, você conhecerá alguns dos conceitos mais importantes 
trabalhados por Marx e Engels e que passaram a compor o materialismo 
histórico. 
 
O conceito de modo de produção 
 
Marx acreditava que a produção do meio de subsistência de uma 
sociedade dependia das características dos meios de subsistência já 
existentes em determinada organização. Dessa maneira, se torna possível 
compreender de que forma os indivíduos são, pois sua existência estaria 
ligada à produção. 
 
Assim, é imprescindível compreender o que produzem e como produzem. 
Dessa forma, se torna possível entender quais são as condições materiais 
de produção que possibilitam a existência e permanência no mundo de 
determinada organização social. 
Cada fase da história possui um resultado material reflexo do somatório 
de forças de produção, criados entre os indivíduos e a sua relação com a 
natureza. 
Nesse sentido, cada sociedade herda daquela que a precedeu 
características produtivas, as transforma e assim o processo histórico se 
dá evolutivamente em um caráter sucessivo, pois a geração seguinte 
também herdará determinadas características produtivas e a transformará 
para as próximas. 
O autor inova com esse pensamento, pois traz para a análise histórica a 
importância da relação entre o homem e a natureza que, segundo ele, 
teria sido deixada de lado por outros historiadores preocupados apenas 
com a política e as sucessões religiosas. 
 
O conceito de modo de produção surge, assim, a partir da combinação 
entre as forças de produção e as relações de produção existentes em uma 
sociedade. Para explicar esses conceitos, José D’Assunção Reis utiliza 
como exemplo o mundo medieval - o chamado “modo de produção 
feudal” constituído por “relações de produção” e “forças de produção” 
bem específicas. 
No campo das forças de produção estariam a materialidade e força vital,toda a tecnologia e modos de apropriação da natureza e otimização do 
trabalho de que dispunha o homem medieval para reproduzir a existência 
de uma sociedade diante das condições que lhe eram oferecidas. 
Constituem, por exemplo, a totalidade das “forças de produção” o arado e 
a charrua. Os meios de produção seriam os ambientes dos quais os 
homens medievais poderiam extrair materiais para a sua própria vida e 
também transformar em ambientes para o seu trabalho e, por fim, os 
“agentes de produção”, coincidiam com a sociedade que trabalhava, no 
caso da Idade Média, de forma simplificada, os servos. 
Instrumentos, técnicas, meios e agentes de produção estão sempre em 
expansão, às vezes em ritmo mais lento, às vezes em ritmo mais 
acelerado. 
A certa altura, com a invenção de novas técnicas, ocorre uma melhoria da 
agricultura que causaria excedentes e melhoria na qualidade de vida, 
possibilitando com que a quantidade de trabalhadores camponeses fosse 
diminuindo, abrindo a possibilidade para o desenvolvimento de outras 
atividades, como o comércio. Isso possibilitaria um desenvolvimento cada 
vez maior da vontade de transformações nas relações de produção e logo 
essa organização social teria que dar lugar à outra. 
 
Classes sociais e lutas de classes 
 
Observe essa citação de Karl Marx existente no Manifesto Comunista: 
 
“A história de todas as sociedades, até hoje, têm sido a história das lutas 
de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, 
membro especializado das corporações e aprendiz, em suma, opressores 
e oprimidos estiveram permanentemente em oposição; travaram uma 
luta sem trégua, ora disfarçada, ora aberta, que terminou sempre com a 
transformação revolucionária da sociedade inteira ou com o declínio 
conjunto das classes em conflito.”. 
(MARX; ENGELS. Manifesto Comunista, 1848) 
 
No trecho que você acabou de ler estão presentes alguns dos principais 
conceitos para o paradigma marxista: “classe social”, “luta de classe” e 
“consciência de classe”, pois é a partir deles que se pode perceber como a 
história caminha, pois são os verdadeiros agentes da história. 
O modo de produção e as suas transformações estão associados ao macro 
e à longa duração. Já as relações entre os seres humanos, a relação entre 
os grupos sociais estaria mais ligada a uma média duração, embora a 
história desses grupos estivesse diretamente relacionada ao 
desenvolvimento dos modos de produção. 
De acordo com José D’Assunção Barros: 
 
“Uma classe social’, ao menos em uma perspectiva possível, ocupa sempre 
uma posição específica no “modo de produção”, na formação social a ser 
examinada. Sua História - a das classes sociais em confronto, aliança e 
luta- é ditada por um ritmo histórico mais agitado: ela se agita a partir de 
eventos, assiste à eclosão de revoluções, vê-se atravessada por 
manifestações ideológicas que podem assumir a forma de produtos 
culturais específicos. 
As lutas dão-se nas ruas, nas relações de trabalho, no confronto cotidiano, 
mas também por meio de textos, discursos, preconceitos, permanências e 
inovações. 
O modo de produção é estrutura e cenário para a atuação das classes 
sociais, verdadeiros sujeitos da história, de acordo com as proposições 
que fundamentam o Materialismo Histórico.” 
Para Marx e Engels, as sociedades são divididas em classes sociais, onde 
existem as classes dominantes e as classes oprimidas. As ideias das classes 
dominantes são, para ele, em todas as épocas, as ideias dominantes, ou 
seja, a classe que controla os meios de produção e a força material 
dominante também é a que controla a força dominante intelectual e os 
indivíduos que possuem essa dominação têm a consciência disso. 
Embora esses autores não tenham sido os primeiros a formularem essa 
ideia de classe social, foram eles os primeiros a analisá-las à luz do 
materialismo histórico, onde o indivíduo possui a consciência de 
pertencimento a um determinado grupo, diferenciando-se de outro. Na 
verdade, a ideia de classe social está diretamente relacionada a 
estratificação social, fruto da divisão do trabalho e da posse dos meios de 
produção. A existência desse conceito também está ligada a hierarquia e 
posse de status, privilégios, distribuição de bens, ligação com poder etc. 
A definição segundo a concepção marxista para classe seria a de que elas 
se constituem a partir das relações de produção e são fortemente 
marcadas pela dicotomia entre os detentores dos meios de produção e os 
que vendem a força de trabalho, que são representados no capitalismo 
burguesia e proletariado. O fator econômico é a característica central 
dessa definição de classe. 
Mas, a classe não surge a partir do nada, ela é resultado de experiências 
comuns (herdadas ou partilhadas) de homens e mulheres e que, a partir 
desses elementos, geram a identidade de seus interesses entre si. 
Da mesma forma, esse grupo que se forma ao redor da classe é contra 
outros homens cujos interesses diferem dos seus. 
Para o autor inglês Eduard Thompson, a experiência de classe é 
determinada, em grande medida, pelas relações de produção nas quais os 
homens nasceram – ou entraram involuntariamente. 
A consciência de classe é o resultado dessas experiências. “Se a 
experiência aparece como determinada, o mesmo não ocorre com a 
consciência de classe. Podemos ver uma lógica nas reações de grupos 
profissionais semelhantes que vivem experiências parecidas, mas não 
podemos predicar nenhuma lei. A consciência de classe surge da mesma 
forma em tempos e lugares diferentes, mas nunca exatamente da mesma 
forma.” 
THOMPSON, E.P. A Formação da Classe Operária Inglesa. Rio de Janeiro: 
Paz e Terra, 1987. v. 1. A árvore da liberdade. 
 
Marx produziu uma excelente e inovadora resposta ao contexto 
histórico que vivia. Tendo tido a experiência de ver os resultados da 
revolução industrial, ele articulou as características do pensamento 
filosófico do século XIX com um detalhado estudo sobre economia. Desta 
forma, Marx produziu uma proposta filosófica para dar resposta ao seu 
tempo, mas que continua influenciando vários autores ainda hoje. 
A atualidade de Marx permanece, mesmo sendo um pensador do 
século XIX. O modo de produção capitalista ainda predomina. 
 Assim, a crítica de Marx foi tão contundente ao sistema capitalista 
 que ainda não foi suplantada. 
 
 
Nessa aula você: 
 Compreendeu o que foi marxismo; 
 entendeu quais foram as principais teorias escritas por Marx 
e qual importância destas para a História; 
 identificou o que foi o materialismo histórico

Outros materiais