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Introdução ao Direito do Trabalho

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Capítulo I
Introdução 
ao dIreIto do trabalho
SUMÁRIO • 1. Conceito e denominação do Direito do Trabalho – 2. Princípios 
do Direito Individual do Trabalho; 2.1. In dubio pro operario; 2.2. Regra mais 
favorável; 2.3. Condição mais benéfica; 2.4. Outros princípios – 3. Fontes do 
Direito do Trabalho; 3.1. Fontes heterônomas ou estatais; 3.2. Fontes autô-
nomas ou profissionais; 3.3. Conflitos de leis no espaço; 3.4. Hierarquia; 3.5. 
Aplicação e integração do Direito do Trabalho
1. ConCeIto e denomInação do dIreIto do trabalho
O Direito do Trabalho é o ramo do Direito composto por regras e princí-
pios, sistematicamente ordenados, que regulam a relação de trabalho subor-
dinada entre empregado e empregador, acompanhado de sanções para a hi-
pótese de descumprimento dos seus comandos.
Além da denominação consagrada pela doutrina e pela legislação, o Direi-
to do Trabalho recebe ainda as seguintes denominações menos usuais: legis-
lação do trabalho, direito industrial, direito corporativo, direito social e direito 
do emprego.
2. PrInCíPIos do dIreIto IndIvIdual do trabalho
o princípio da proteção é considerado o princípio dos princípios do Di-
reito do Trabalho. Com o advento da revolução industrial e o surgimento da 
questão social, sentiu-se a necessidade de estabelecer uma proteção legal ao 
empregado em face dos atos do empregador, enquanto estivesse sob o seu 
poder de comando e direção. Daí o aparecimento do princípio protetivo, tam-
bém denominado de princípio tuitivo ou tutelar, que representa a própria es-
sência do Direito Laboral. Sua ausência implicaria não reconhecer a autonomia 
desse ramo do Direito.
Assim, o Direito do Trabalho, por intermédio do princípio protetivo, esta-
belece uma desigualdade no plano jurídico, para compensar a desigualdade 
no plano fático que existe entre o empregado e o empregador.
José Cairo Júnior
1 8
Plano fático Plano jurídico
< >
Seguindo essa linha, o art. 9º da CLT dispõe expressamente que: “Serão 
nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impe-
dir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação”.
 O princípio protetivo manifesta-se por meio das idéias do in dubio pro 
operario, da regra da aplicação da norma mais favorável e da regra da condi-
ção mais benéfica, conforme se observa do gráfico abaixo e que serão abor-
dados em seguida.
PrInCíPIo 
 ProtetIvo
norma mais 
favorável
In dubio pro 
operario
Condição 
mais benéfica
2.1. In dubio pro operario
Por esse princípio, quando surgir interpretações divergentes em relação à 
mesma norma jurídica a ser aplicada a um determinado caso concreto, será 
dada preferência àquela interpretação que mais favoreça ao empregado.
2.2. regra mais favorável
Pelo princípio da aplicação da regra mais favorável, será utilizada, no caso 
concreto, a norma que atribua melhores condições de trabalho para o trabalha-
dor.
Desse modo, se uma norma de grau inferior contiver dispositivo que atri-
buam direitos em maior intensidade para o empregado, terá preferência so-
bre aquela de grau superior que não tenha oferecido maiores vantagens ao 
trabalhador.
Essa regra está consignada expressamente no caput do art. 7º da CF/88: 
“Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social”; e no art. 620 da CLT: “As condições 
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO 
1 9
estabelecidas em convenção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as 
estipuladas em acordo”.
A exceção a essa regra fica por conta de disposição de convenção ou acor-
do que, direta ou indiretamente, contrarie proibição ou norma disciplinadora 
da política econômico-financeira do governo ou concernente à política salarial 
vigente, não produzindo quaisquer efeitos perante autoridades e repartições 
públicas, inclusive para fins de revisão de preços e tarifas de mercadorias e 
serviços (CLT. Art. 623).
2.3. Condição mais benéfica
Como regra da aplicação da condição mais benéfica, entende-se que pre-
valece aquela condição mais vantajosa para o empregado, desde que esteja pre-
vista no próprio contrato de trabalho, de forma explícita ou implícita, ou decor-
rente de sua execução.
Nesse caso, verifica-se que o empregador oferece uma condição de traba-
lho mais proveitosa do que aquela prevista nas normas autônomas ou heterô-
nomas, devendo, por conseguinte, prevalecer sobre essas últimas.
2.4. outros princípios
Além dos princípios basilares que foram mencionados acima, pode-se ci-
tar ainda o princípio da continuidade da relação de emprego, o princípio da 
irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas e o princípio da não-discriminação, 
dentre outros relatados pela doutrina pátria e alienígena. 
a. Continuidade
Considerando o fato de que o salário do empregado é a sua única ou 
principal fonte de renda, presume-se que a sua vontade é de permanecer 
prestando serviços indefinidamente, circunstância que alicerça o princípio de 
continuidade da relação de emprego.
Nesse sentido, o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quan-
do negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois 
o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favo-
rável ao empregado (TST. Súmula nº 212).
b. Primazia da realidade
O contrato de trabalho é do tipo contrato-realidade. Primeiro, porque ele 
é consensual, pois a sua eficácia independe de qualquer formalidade, bastando, 
apenas, o consentimento das partes. Segundo, porque a solenidade só é exi-
José Cairo Júnior
2 0
gida quando o contrato de trabalho for especial e assim dispuser a lei que o 
regula. 
Dessas circunstâncias deriva o princípio da primazia da realidade, devendo 
prevalecer a realidade dos fatos, desde que devidamente provados por qual-
quer meio admitido em direito, em detrimento do que ficou registrado nos 
instrumentos formais de sua constituição.
C. não-discriminação
Proíbe-se a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para 
efeito de acesso à relação de emprego, ou sua manutenção, por motivo de 
sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade, ressalvadas, 
neste caso, as hipóteses de proteção ao menor (Lei nº 9.029/95. Art. 1º).
A Constituição Federal de 1988 acolhe o aludido princípio de forma ex-
pressa, o em seu art. 7º, inciso XXX: “proibição de diferença de salários, de 
exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor 
ou estado civil”.
A CLT, em seu art. 373-A, veda:
•	 publicar	ou	fazer	publicar	anúncio	de	emprego	no	qual	haja	referência	
ao sexo, à idade, à cor ou situação familiar, salvo quando a natureza da 
atividade a ser exercida, pública e notoriamente, assim o exigir;
•	 recusar	emprego,	promoção	ou	motivar	a	dispensa	do	trabalho	em	ra-
zão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez, salvo 
quando a natureza da atividade seja notória e publicamente incompa-
tível;
•	 considerar	 o	 sexo,	 a	 idade,	 a	 cor	 ou	 situação	 familiar	 como	 variável	
determinante para fins de remuneração, formação profissional e opor-
tunidades de ascensão profissional;
•	 exigir	atestado	ou	exame,	de	qualquer	natureza,	para	comprovação	de	
esterilidade ou gravidez, na admissão ou permanência no emprego;
•	 impedir	 o	 acesso	 ou	 adotar	 critérios	 subjetivos	 para	 deferimento	 de	
inscrição ou aprovação em concursos, em empresas privadas, em ra-
zão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez;
• proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas 
ou funcionárias.
3. Fontes do dIreIto do trabalho
As fontes do Direito são classificadas, inicialmente, em materiais e formais. 
Fonte material nada mais é do que o substrato fático que enseja à formação 
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO 
2 1
da norma jurídica, impregnado da respectiva valoração que lhe é atribuído 
pela sociedade. Desse modo, são fontes materiais do direito os fatos sociais, 
assim considerados, os econômicos, religiosos, políticosetc.
Entendem-se como fontes formais do Direito as manifestações provenien-
tes do Estado e, excepcionalmente, emanadas da própria sociedade, reconhe-
cidas por esse mesmo Direito, que dão origem às normas e aos princípios que 
regulamentam a vida em sociedade.
As fontes formais dividem-se em heterônomas e autônomas, com suas res-
pectivas subdivisões conforme esquematização abaixo:
Fontes 
formais
Fontes 
 heterônomas
Atos do Poder 
Legislativo
Constituição
Leis
Decreto-legislativo
Atos do Poder 
Executivo
Medida provisória
Decreto
Portaria
Atos do Poder 
Judiciário Sentença normativa
Fontes 
 autônomas
Convenção coletiva de trabalho
Acordo coletivo de trabalho
Regulamento de empresa
3.1. Fontes heterônomas ou estatais
Fontes estatais do direito são atos normativos emanados do Poder Públi-
co, derivados do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, como a Constitui-
ção, a lei, o decreto, a sentença normativa etc.
Na Constituição Federal em vigor, os preceitos de Direito do Trabalho en-
contram-se incluídos no Capítulo II – Dos Direitos Sociais, do Título II – Dos 
Direitos e Garantias Fundamentais. Representou um grande avanço essa nova 
localização sistemática do Direito Laboral, pois, nas Constituições anteriores, 
os dispositivos dessa natureza estavam inseridos no Título que tratava da Or-
dem Econômica e Social.
O estatuto básico infraconstitucional do trabalhador brasileiro é denomi-
nado de Consolidação das leis do trabalho ou simplesmente de CLT. Formou-se 
a partir da reunião de diversas normas que regulamentavam as relações so-
ciais de trabalho, pelo decreto-lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943, com início 
de vigência em 10.11.1943.
José Cairo Júnior
2 2
Existem outras leis esparsas de extrema importância para o Direito do Tra-
balho, como as Leis nºs: 8.036/90, que trata do Fundo de Garantia do Tempo 
de Serviço; 5.889/73, que regulamenta o trabalho rural; 5.859/72, que dispõe 
sobre o exercício da profissão de empregado doméstico; 605/49, que trata do 
descanso semanal remunerado; 4.090/62, que institui a gratificação de natal, 
também denominada de 13º salário; 6.019/74, lei do trabalhador temporário; 
6.354/76, lei do atleta profissional de futebol; 6.615/78, do radialista; 7.102/83, 
que dispõe sobre o trabalho dos vigilantes; 7.783/89, que regulamenta o direi-
to de greve; 7.998/90; sobre o programa de seguro-desemprego etc.
Saliente-se que as Convenções da OIT, ratificadas pelo Brasil, aderem ao 
ordenamento jurídico nacional em posição equivalente à da lei ordinária e for-
mam, também, o arcabouço do Direito Laboral nacional. 
No âmbito do Direito do Trabalho, as Portarias Ministeriais exercem função 
de elevada importância. Os arts. 155, I, e 200 da CLT, por exemplo, autorizam 
o Ministério do Trabalho e Emprego a expedir ato normativo para tratar de 
questões relacionadas com a medicina, segurança e higiene do trabalho, as-
sim consideradas as normas destinadas à proteção da vida e saúde do traba-
lhador.
A efetivação desse comando legal operou-se por meio da Portaria do MTb 
nº 3.214, de 08 de junho de 1978, que aprovou as Normas Regulamentado-
ras, mais conhecidas como NR’s, em número de trinta e três, dispondo prin-
cipalmente sobre: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA (NR-5); 
Equipamentos de Proteção Individual (NR-6); Exames Médicos (NR-7); Riscos 
Ambientais (NR-9); Atividades e Operações Insalubres (NR-15); Atividades e 
Operações Perigosas (NR-16); e Ergonomia (NR-17).
Por fim, no exercício do Poder Normativo da Justiça do Trabalho, os Tribu-
nais solucionam os conflitos coletivos de natureza econômica, proferindo sen-
tenças normativas. Essa espécie de sentença, apesar de ser um ato originário 
do Poder Judiciário, tem o condão de criar novas condições de trabalho, pois 
tem um conteúdo normativo, como o próprio nome sugere, devendo respei-
tar as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as con-
vencionadas anteriormente (CF/88. Art. 114, § 2º, in fine).
Contudo, a Súmula nº 277 do TST determina que: “I – As condições de 
trabalho alcançadas por força de sentença normativa, convenção ou acordos 
coletivos  vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os 
contratos individuais de trabalho. II – Ressalva-se da regra enunciada no item 
I o período compreendido entre 23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou a 
Lei nº 8.542, revogada pela Medida Provisória nº 1.709, convertida na Lei nº 
10.192, de 14.02.2001”.
A sentença normativa vigora, desde seu termo inicial até que sentença nor-
mativa, convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho super-
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO 
2 3
veniente produza sua revogação, expressa ou tácita, respeitado, porém, o prazo 
máximo legal de quatro anos de vigência (TST. Precedente Normativo nº 120).
 ► Como o assunto FoI tratado Pela FGv?
(FGV/Badesc/SC/Advogado/2010) No Direito do Trabalho, o acordo coletivo é 
classificado como uma fonte:
a) jurisprudencial.
b) material heterônoma.
c) material autônoma.
d) costumeira.
e) formal.
Item correto: E
3.2. Fontes autônomas ou profissionais
São atos normativos praticados pelos próprios interessados em estabele-
cer regras de conduta. Todavia, agem dessa forma por assim estarem autoriza-
dos pelo ordenamento jurídico estatal. 
Consideram-se fontes profissionais do Direito do Trabalho a convenção co-
letiva, o acordo coletivo de trabalho e o regulamento da empresa.
Quando a negociação coletiva processa-se entre sindicatos representativos 
de um grupo de trabalhadores de um lado e de um grupo de empregadores 
do outro, dá origem a uma convenção coletiva de trabalho. Na hipótese do 
grupo de trabalhadores, representados pelo sindicato da sua categoria profis-
sional, negociar diretamente com uma ou mais empresas, surgirá um acordo 
coletivo de trabalho.
É de 2 anos o prazo máximo de vigência dos acordos e das convenções 
coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo que ultrapassa o prazo total de dois 
anos, a cláusula de termo aditivo que prorroga a vigência do instrumento co-
letivo originário por prazo indeterminado (TST. SDI-1. OJ nº 322).
No exercício do seu poder regulamentar, o empregador tem a faculdade 
de estabelecer um regramento geral (regulamento de empresa), válido para to-
dos os seus empregados, desde que não imponha condições de trabalho que 
sejam mais desfavoráveis a estes últimos, podendo fixar, inclusive, limitações 
ao exercício do seu poder diretivo.
Assim, a título de exemplo, nula é a punição de empregado se não pre-
cedida de inquérito ou sindicância internos a que se obrigou a empresa por 
norma regulamentar (TST. Súmula nº 77).
Já as condições mais favoráveis aos empregados nele estabelecidas in-
corporam-se definitivamente aos contratos de trabalho em vigor. Posterior 
José Cairo Júnior
2 4
 alteração, em prejuízo para os empregados, só terá validade em relação aos con-
tratos de trabalho celebrados após o início de sua vigência.
Sobre a complementação de aposentadoria instituída por regulamento da 
empresa, a jurisprudência fixou as seguintes regras:
•	 Instituída	 complementação	de	 aposentadoria	por	 ato	da	 empresa,	 ex-
pressamente dependente de regulamentação, as condições desta de-
vem ser observadas como parte integrante da norma (TST. Súmula nº 
97);
•	 A	 complementação	 dos	 proventos	 da	 aposentadoria	 é	 regida	 pelas	
normas em vigor na data da admissão do empregado, observando-se 
as alterações posteriores desde que mais favoráveis ao beneficiário do 
direito (TST. Súmula nº 288);
•	 A	 pretensão	 à	 complementação	 de	 aposentadoria	 jamais	 recebida	
prescreve em dois anos contados da cessação do contrato de trabalho 
(TST. Súmula nº 326);
•	 A	 pretensão	 a	 diferenças	 de	 complementação	 de	 aposentadoria	 su-
jeita-se à prescrição parcial e quinquenal, salvo se o pretenso direito 
decorrer de verbas não recebidas no curso da relação de emprego e 
já alcançadas pela prescrição, à época da propositura da ação. (TST. 
Súmulanº 327).
3.3. Conflitos de leis no espaço
O local da prestação dos serviços é que define a norma a ser aplicada à re-
lação de emprego, ou seja, segue-se o princípio da lex loci executione contracti 
(lei do lugar da execução do contrato) conforme dispõe o art. 198 do Código 
de Bustamante, que foi ratificado pelo Brasil.
Nesse sentido é o teor da Súmula nº 207 do TST: “A relação jurídica traba-
lhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por 
aquelas do local da contratação". 
3.4. hierarquia
Como foi dito, no Direito do Trabalho, aplica-se ao caso concreto a norma 
que seja mais favorável ao empregado, não importando a sua posição hierár-
quica no ordenamento jurídico.
Excepciona-se essa regra se houver proibição expressa na norma de nível 
superior ou de ordem pública, a exemplo do que ocorre com o disposto no art. 
623 da CLT: “Será nula de pleno direito disposição de Convenção ou Acordo 
que, direta ou indiretamente, contrarie proibição ou norma disciplinadora da 
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO 
2 5
política econômico-financeira do Governo ou concernente à política salarial 
vigente, não produzindo quaisquer efeitos perante autoridades e repartições 
públicas, inclusive para fins de revisão de preços e tarifas de mercadorias e 
serviços”.
3.5. aplicação e integração do direito do trabalho
Na falta de lei específica que regule a matéria objeto do conflito, o apli-
cador deverá utilizar-se das fontes integrativas do Direito, na forma prevista 
pelo art. 8º da CLT: “As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, 
na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela 
jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais 
de direito, principalmente do Direito do Trabalho e, ainda, de acordo com os 
usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum 
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público”.
Além disso, o direito comum será fonte subsidiária do Direito do Trabalho, 
naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste 
(CLT. Art. 8º, parágrafo único).

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