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Controle de Constitucionalidade - Resumo

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Controle de Constitucionalidade 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
1 
www.cursoenfase.com.br 
Sumário 
1. Conceito .................................................................................................................. 2 
2. Elementos do Controle de Constitucionalidade ..................................................... 2 
3. Pressupostos do controle de constitucionalidade ................................................. 3 
4. Direito Comparado ................................................................................................. 3 
4.1 Direito Norte-Americano .................................................................................. 3 
4.2 Modelo Europeu (Áustria) ................................................................................ 4 
4.3 Modelo Francês ................................................................................................ 5 
4.4 O modelo brasileiro: misto, híbrido ou eclético ............................................... 5 
5. Modalidades de controle de constitucionalidade .................................................. 5 
6. Controle Político ..................................................................................................... 7 
6.1 Controle de Constitucionalidade realizado pelo Poder Executivo ................... 7 
6.2 Controle de Constitucionalidade realizado pelo Poder Legislativo .................. 8 
7. Controle Judicial ................................................................................................... 10 
7.1 Controle de constitucionalidade judicial preventivo ...................................... 10 
7.1.1 Violação ao devido processo legislativo constitucional no trâmite de um 
Projeto de Lei (PL) ou Proposta de Emenda Constitucional (PEC) .................................... 10 
8. Tipologia da inconstitucionalidade ....................................................................... 11 
8.1 Inconstitucionalidade material (de conteúdo; ou nomoestática) e formal (ou 
nomodinâmica) ..................................................................................................................... 11 
8.2 Inconstitucionalidade por ação ou por omissão ............................................. 12 
8.3 Inconstitucionalidade Direta ou Indireta (ou reflexa; ou oblíqua) ................. 12 
8.4 Inconstitucionalidade simples e por arrastamento (ou por derivação; por 
atração; consequencial; ricochete; por reverberação normativa) ....................................... 13 
8.5 Inconstitucionalidade originária (ou congênita; genética) ou superveniente 13 
8.6 Controle difuso e incidental ............................................................................ 14 
8.6.1 Procedimento da Arguição Incidental de Inconstitucionalidade .............. 15 
8.6.1.1 Hipóteses de dispensa da cláusula de reserva do Plenário ............... 16 
 
 
Controle de Constitucionalidade 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Controle de Constitucionalidade 
1. Conceito 
É a verificação da compatibilidade vertical entre o ato/norma e a Constituição. O 
conceito de controle é relacional, ou seja, é um conceito que trabalha a relação de alguma 
coisa relativamente a outra. 
Essa compatibilidade é vertical, uma vez que a Constituição ocupa uma posição 
hierarquicamente superior ao ato ou à norma objeto do controle. 
 
2. Elementos do Controle de Constitucionalidade 
Existem 2 elementos do controle de Constitucionalidade 
a) Parâmetro: são as normas constitucionais em relação as quais se realiza o 
controle. 
Parâmetro, muitas vezes, também é nomeado pelos seguintes termos: referência; 
paradigma; modelo paradigmático; modelo referencial; modelo paramétrico; norma 
constitucional revestida de parametricidade; bloco de constitucionalidade. 
Por parâmetro, entende-se tudo aquilo que representa: 
- Texto constitucional: O texto constitucional brasileiro é dividido em 3 partes: o 
texto principal – a Constituição em si - com as regras e princípios constitucionais 
propriamente ditos; o ADCT; e as emendas à Constituição. As emendas, além de servirem 
para alterar os dispositivos da Constituição e do ADCT, também podem trazer dispositivos 
próprios, que terão força constitucional. 
- Princípios Constitucionais Implícitos: são os princípios constitucionais não 
expressos, mas extraídos da norma constitucional. 
- Tratados Internacionais de direitos humanos (art. 5º, §3º, CR): terão status 
constitucional os tratados internacionais que versarem sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos 
dos respectivos membros. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo) 
 
Controle de Constitucionalidade 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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b) Objeto: é o ato ou norma que está sendo questionada. 
 
Obrigatoriamente, quando se fala em controle de constitucionalidade, sempre 
haverá um objeto e um parâmetro. 
 
3. Pressupostos do controle de constitucionalidade 
Existem 3 pressupostos do controle de constitucionalidade: 
1 – Supremacia Constitucional: a Constituição é a norma hierarquicamente superior 
relativamente a todas as outras. O controle de constitucionalidade será realizado sobre ato 
ou norma jurídica em relação ao texto constitucional. 
2 – Rigidez Constitucional (art. 60, §2º, CR): a alteração do texto constitucional se 
dará através de um procedimento substancialmente mais rigoroso que o procedimento 
adotado para alteração e criação de leis ordinárias. A proposta de emenda à Constituição 
será discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em cada casa, 
3/5 (três quintos) dos votos dos respectivos membros. 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros. 
Portanto, a Constituição brasileira é uma Constituição rígida, uma vez que alterar o 
texto constitucional é procedimentalmente muito mais difícil que criar leis ordinárias. 
 
3 – Órgão competente: o controle de constitucionalidade será feito por um órgão 
competente, designado para verificar a compatibilidade das leis relativamente à 
Constituição. 
 
4. Direito Comparado 
No Direito Comparado, temos alguns modelos de controle que influciaram o sistema 
brasileiro. 
 
4.1 Direito Norte-Americano 
O Direito Norte-Americano influenciouo sistema brasileiro através do caso Marbury 
versus Madison (1803). É a partir dessa decisão que surge um controle de 
Controle de Constitucionalidade 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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constitucionalidade. É um controle feito pelo poder judiciário e, portanto, judicial, no qual 
todos os juízes podem realizar controle de constitucionalidade. É também conhecido como 
controle judicial difuso. Todo juiz pode fazer controle de constitucionalidade, desde que 
esteja dentro da sua competência. 
Esse controle realizado pelo juiz é um controle incidental ou concreto, pois o controle 
de constitucionalidade é uma questão incidental no processo, ou causa de pedir. O controle 
incidental é realizado de modo a ultrapassar a questão da constitucionalidade do ato ou 
norma para que se possa realizar a prestação jurisdicional sobre o pedido principal pleiteado 
pelas partes. 
Quer dizer que, em linhas gerais, no controle incidental a constitucionalidade 
debatida é causa de pedir, cujo pedido principal vai variar conforme o caso concreto. 
Quando o objetivo da ação é a defesa de um direito subjetivo e a matéria constitucional é a 
causa de pedir, diz-se que trata de controle de constitucionalidade incidental. 
Além disso, esse caso criou o precedente de que toda norma inconstitucional é 
norma nula (Princípio da Nulidade). A norma constitucional é nula ab ovo (desde a origem). 
Se a norma é nula desde o nascimento, a decisão que declara a norma inconstitucional tem 
efeito ex tunc, ou seja, a inconstitucionalidade opera efeitos retroativos. 
 
4.2 Modelo Europeu (Áustria) 
Foi um modelo elaborado por Hans Kelsen, no início do século XX. Hans Kelsen 
formula uma teoria sobre o controle de constitucionalidade, cujas ideias são incorporadas 
pela Constituição Austríaca de 1920. A ideia de Kelsen é de que quando a norma é declarada 
inconstitucional, essa norma é retirada da norma jurídica. 
Retirar do ordenamento é uma atividade legislativa negativa, notadamente política. 
Legislador positivo é quem cria e insere a norma no ordenamento. Declarar a norma 
inconstitucional é função de legislador negativo. Dizer quais são as leis que devem ser 
aplicadas no Estado de Direito e quais não devem relaciona-se à própria formação do Estado 
de Direito. Inserir ou retirar normas influencia a ideia através da qual se pretende formar um 
determinado Estado de Direito. Ocorre que, para Kelsen, essa função é tipicamente política. 
Para o autor, essa transformação caberia aos setores políticos, e não ao judiciário. 
Desse modo, entende-se que o modelo europeu envolve uma função política de 
legislador negativo. O juiz tem uma função jurisdicional, e não seria bom que o juiz exercesse 
essa função política de legislador negativo. Isso é diferente do modelo americano. 
Para Kelsen, um órgão específico deveria ser responsável pela realização desse 
controle, se opondo ao modelo difuso americano, onde qualquer juiz pode realiza-lo. Por 
atribuir a função de controle a apenas um órgão, chamamos esse controle de concentrado. 
Controle de Constitucionalidade 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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Para Kelsen, seria necessário criar um Tribunal Constitucional dedicado a essa função de 
controle. Para o autor, o Tribunal Constitucional não existe para resolver casos concretos, 
mas apenas para analisar e resolver a constitucionalidade das normas. Se esse Tribunal irá 
analisar só a norma, ele irá realizar controle abstrato, pois aqui será feita análise da norma 
em tese, sem que haja qualquer debate acerca de casos concretos. 
Mais um ponto distintivo entre o modelo europeu e o americano é o princípio da 
anulabilidade. Enquanto no modelo americano defende-se o princípio da nulidade, o modelo 
europeu advoga pelo princípio da anulabilidade, segundo o qual a norma julgada 
inconstitucional operará efeitos ex nunc, ou seja, sem efeitos retroativos. 
 
4.3 Modelo Francês 
A França desenvolveu um modelo que se caracteriza pelo controle político e 
preventivo. É político pois é feito por um órgão de caráter eminentemente político 
(Conselho Constitucional); e é preventivo pois é um controle feito sobre os projetos de 
normas. 
 
4.4 O modelo brasileiro: misto, híbrido ou eclético 
Nós agregamos todos os modelos acima. Temos traços do modelo americano, 
austríaco e francês. O modelo brasileiro será devidamente desenvolvido ao longo das aulas. 
 
 
5. Modalidades de controle de constitucionalidade 
a) Quanto ao momento: 
a.1) Controle Preventivo/a priori: é o controle realizado antes da edição da 
norma. 
 
a.2) Controle Repressivo/Sucessivo/a posteriori: é o controle de 
constitucionalidade realizado após a edição da norma. 
 
b) Quanto à natureza do órgão: 
b.1) Controle Judicial: é quando o controle de constitucionalidade é realizado 
pelo Poder Judiciário. 
 
Controle de Constitucionalidade 
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b.2) Controle Político (não judicial): é quando o controle de constitucionalidade é 
realizado pelos Poderes Executivo e Legislativo. 
 
O controle judicial é, em regra, repressivo. E o controle político é, em regra, 
preventivo. 
 
c) Quanto ao controle judicial: 
c.1) Aspecto orgânico: competência do órgão. 
c.1.1) Controle difuso: recebe o nome de controle difuso toda forma de controle 
de constitucionalidade realizada pelos juízes e tribunais. 
 
c.1.2) Controle concentrado: é quando o controle de constitucionalidade precisa 
ser realizado especificamente por um único órgão julgador. 
 
c.2) Aspecto processual 
c.2.1) Controle incidental/concreto: ocorre quando o controle de 
constitucionalidade é questão incidental ao processo, é causa de pedir em caso 
concreto. 
 
c.2.2) Controle abstrato: é aquele realizado sobre a norma em tese. A discussão 
da constitucionalidade das normas é o pedido da ação. 
 
Em regra, o controle incidental é difuso e o controle abstrato é concentrado. 
 
d) Quanto à natureza do processo: 
d.1) Processo Subjetivo: é o processo no qual se discute direito subjetivo 
Observação: direito subjetivo é o direito de exigir de outrem uma prestação devida. 
d.2) Processo Objetivo: aqui se discute apenas a norma em tese. Discute-se 
apenas a constitucionalidade da lei. Em regra, em processos objetivos se realiza 
controle abstrato de constitucionalidade. 
Aqui não há interesse subjetivo em jogo. Nos processos objetivos, não há pretensão 
ou lide. Há apenas a discussão da constitucionalidade da norma. 
 
 
Controle de Constitucionalidade 
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6. Controle Político 
Controle político é todo controle não realizado pelo poder judiciário. Ou seja, é todo 
controle de constitucionalidade realizado pelos Poderes Executivo e Legislativo. 
 
6.1 Controle de Constitucionalidade realizadopelo Poder Executivo 
Há 3 maneiras do Executivo realizar controle de constitucionalidade: 
 
a) Veto presidencial com motivação jurídica (art. 66, §1º, CR) – Veto Jurídico 
O Presidente da República pode vetar projeto de lei de duas maneiras: se entender 
que a lei não reproduz um interesse público; ou se entender que a lei que se pretende criar é 
inconstitucional. Ao segundo caso dá-se o nome de veto jurídico. 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao 
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, 
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no 
prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de 
quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto. 
 
b) Legitimidade para a ADI, ADC, ADO e ADPF (art. 103, I e V, CR) 
Nos dois casos, trata-se de membros do Chefe do Poder Executivo com legitimidade 
para propor as ações que iniciam processo de controle de constitucionalidade. 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
I - o Presidente da República; 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
É preciso atentar para o fato dos Prefeitos não serem legitimados para intentar tais 
ações. 
 
c) Determinação de inaplicação de lei inconstitucional 
Se o Chefe do Poder Executivo entender que uma determinada lei é inconstitucional, 
ele pode determinar aos seus órgãos subordinados a não aplicação da lei que ele considere 
inconstitucional. 
Essa é uma das exceções nas quais o controle político será repressivo. 
Controle de Constitucionalidade 
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6.2 Controle de Constitucionalidade realizado pelo Poder Legislativo 
O controle de constitucionalidade político pode ser realizado pelo Poder Legislativo 
das seguintes maneiras: 
a) Rejeição do veto presidencial pelo Legislativo (art. 66, §4º, CR) 
É quando o Poder Legislativo rejeita o veto jurídico do Presidente estudado acima. 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao 
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
 § 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu 
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e 
Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013) 
b) Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) 
Quando da deliberação de um projeto de lei pelo Legislativo, as CCJs realizam análise 
de constitucionalidade preventivo destes projetos. 
c) Análise de Medida Provisória 
A Medida Provisória editada pelo Presidente da República poderá ser convertida em 
lei ou rejeitada pelo Legislativo. Essa rejeição pode ocorrer por uma série de razões, inclusive 
se o Congresso entender que a Medida Provisória é inconstitucional. Nestes casos, o 
Legislativo estará realizando controle de constitucionalidade político repressivo (outra 
exceção à regra). É um controle repressivo pois, embora não tenha sido convertida em lei, a 
própria Medida Provisória é ato normativo primário com força de lei. 
d) Sustação de lei delegada que extrapola os limites da delegação legislativa (art. 
49, V, CR) 
Lei delegada (art. 68, CR) é uma lei elaborada pelo Presidente da República 
conferindo-lhe poderes para realizar atos de competência do Congresso Nacional. Mas essa 
delegação legislativa tem limites. Se o Presidente da República edita lei delegada 
exorbitando os limites da delegação legislativa, o próprio Congresso Nacional poderá sustá-
la. Essa seria outra hipótese de controle político repressivo. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar 
ou dos limites de delegação legislativa; 
 
Controle de Constitucionalidade 
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Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá 
solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso 
Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, 
a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: 
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de 
seus membros; 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso 
Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. 
§ 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a 
fará em votação única, vedada qualquer emenda. 
e) Legitimidade para propor ADI, ADC, ADO, ADPF (art. 103, II, III e IV, CR) 
Aqui, trata-se da mesma legitimidade dada ao Executivo para propor as ações de 
controle de constitucionalidade. 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito 
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Só é preciso ter cuidado pois a Mesa competente é a do Senado Federal e da Câmara 
dos Deputados, e não mesa do Congresso Nacional. 
f) Determinação de inaplicação de lei considerada inconstitucional 
É a mesma coisa aplicada ao Executivo, mas aqui a Mesa Diretora da Casa Legislativa 
pode estabelecer que seus órgãos subordinados não apliquem uma lei considerada 
inconstitucional. 
g) Revogação de lei inconstitucional 
O legislativo pode elaborar nova lei se entender que uma já existente é 
inconstitucional. Nesses casos, há controle de constitucionalidade pelo Legislativo. 
h) Resolução suspensiva do Senado Federal (art. 52, X, CR) 
Esse assunto, por merecer atenção especial, será tratado mais detidamente em aula 
futura. 
Controle de Constitucionalidade 
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i) Emenda constitucional superadora de jurisprudência do STF 
O Congresso Nacional editou lei criando a taxa de iluminação pública. Essa taxa foi 
declarada inconstitucional pelo STF, uma vez que iluminação pública não seria um serviço 
específico e divisível. Diante disso, o Congresso Nacional propôs uma emenda constitucional 
(EC nº 39) inserindo um artigo na Constituição (art. 149-A) para permitir a instituição de um 
outro tributo sobre a utilização de iluminação pública (Contribuição sobre Serviço de 
Iluminação Pública - COSIP). 
Art. 149-A Os Municípiose o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das 
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no 
art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) 
 
Em outras palavras, o Congresso Nacional emendou a Constituição para superar uma 
jurisprudência do STF acerca de constitucionalidade de lei. 
 
Observação: O Tribunal de Contas pode apreciar a constitucionalidade (ou 
inconstitucionalidade) de leis e contratos da Administração Pública. Lembrando que o 
Tribunal de Contas não é órgão do Poder Legislativo, mas é um órgão constitucional 
autônomo. O Tribunal de Contas é um órgão auxiliar do Legislativo, mas não faz parte dele. 
O Tribunal de Contas apenas aprecia a constitucionalidade de leis e contratos da 
Administração Pública. 
Observação²: O Poder Judiciário declara a constitucionalidade ou 
inconstitucionalidade das leis. O Poder Executivo e o Legislativo apenas procedem pela sua 
apreciação. 
 
7. Controle Judicial 
Como o controle judicial será estudando ao longo de toda disciplina, no momento 
vamos apenas ingressar na análise da exceção, qual seja: o controle de constitucionalidade 
judicial preventivo. 
7.1 Controle de constitucionalidade judicial preventivo 
7.1.1 Violação ao devido processo legislativo constitucional no trâmite de um 
Projeto de Lei (PL) ou Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 
Se houver um projeto de lei ou uma PEC que estejam em curso, e há uma violação 
das regras constitucionais do processo legislativo, o parlamentar pode impetrar Mandado de 
Controle de Constitucionalidade 
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Segurança para trancar o processo legislativo, uma vez que essa PEC ou PL viola o processo 
legislativo previsto na Constituição. 
O legitimado para impetrar o Mandado de Segurança nesse caso é o Parlamentar. 
Todo MS visa proteger um direito líquido e certo. O direito líquido e certo violado do 
parlamentar é o direito ao devido processo legislativo constitucional. 
A competência para julgar esse MS é do STF (art. 102, d, CR). 
O objeto impugnado nesse caso é o ato da Mesa Diretora da Casa Legislativa que deu 
prosseguimento ao processo legislativo inconstitucional. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas 
anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da 
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de 
Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal 
Federal; 
Observação: não cabe MS se a suposta violação for ao regimento interno da casa 
legislativa, pois isso é matéria interna corporis. 
 
8. Tipologia da inconstitucionalidade 
8.1 Inconstitucionalidade material (de conteúdo; ou nomoestática) e formal (ou 
nomodinâmica) 
Inconstitucionalidade material é uma inconstitucionalidade na matéria da norma. Ou 
seja, o conteúdo da norma é contrário ao conteúdo da Constituição. 
Exemplo: uma norma é editada permitindo a pena de morte no Brasil. Essa norma 
será declarada inconstitucional, uma vez que a Constituição veda a pena de morte no país. 
Inconstitucionalidade formal é aquela que vicia a norma na sua formação, na sua 
elaboração. É um vício no procedimento de formação da norma. A inconstitucionalidade 
formal pode ser: 
a) Procedimental: quando a norma é editada com violação ao processo legislativo. 
Esse vício procedimental pode se dar por conta da iniciativa (vício procedimental 
subjetivo) ou por violação a critérios objetivos do procedimento (vício procedimental 
objetivo). 
b) Orgânica: relaciona-se com a competência legislativa. 
Controle de Constitucionalidade 
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Nesse caso, quem editou lei não tinha competência para legislar sobre aquela 
matéria. É quando um ente da federação legisla sobre matéria da competência de outro 
ente. 
c) Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos específicos do ato 
É quando um ato ou norma é editado sem que se respeite seus pressupostos 
objetivos definidos pela Constituição. 
Exemplo: uma Medida Provisória editada sobre matéria que não seja relevante ou 
urgente. Ou quando uma lei federal que crie um novo Estado membro não respeite os 
requisitos constitucionais (não realizou plebiscito com a população envolvida, por exemplo). 
 
8.2 Inconstitucionalidade por ação ou por omissão 
Na inconstitucionalidade por ação, o Poder Público pratica atos que violam os 
dispositivos constitucionais. É um fazer inconstitucional. O Poder Público realiza atos que 
ofendem alguma norma constitucional. 
Na inconstitucionalidade por omissão o que temos é uma violação ao dever 
constitucional de agir. É um abster-se inconstitucional. A inconstitucionalidade por omissão 
pode ser: 
a) Total: é quando há uma total ausência de atos do Poder Público. 
b) Parcial: é o estado de incompletude ou insuficiência dos atos do Poder Público, 
que gera a inconstitucionalidade. 
 
8.3 Inconstitucionalidade Direta ou Indireta (ou reflexa; ou oblíqua) 
A inconstitucionalidade direta é aquela que atinge um ato normativo primário. A 
inconstitucionalidade indireta é aquela que atinge um ato normativo secundário. O Supremo 
não admite a inconstitucionalidade indireta (reflexa ou oblíqua) na sistemática de controle 
de constitucionalidade brasileiro. 
Para o STF, como o ato normativo secundário responde imediatamente às 
disposições da lei infraconstitucional, e apenas mediatamente à Constituição, seria caso de 
controle de legalidade e não de constitucionalidade. 
Exemplo: digamos que haja uma lei regulamentada por um decreto. O decreto (ato 
normativo secundário) responde imediatamente às disposições da lei (ato normativo 
primário). Por responder apenas mediatamente à Constituição, uma eventual desobediência 
do decreto seria caso de controle de legalidade relativamente à lei. 
Controle de Constitucionalidade 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Excepcionalmente, o Direito brasileiro prevê alguns casos de atos normativos 
secundários que respondem diretamente à Constituição. É o que ocorre com os Decretos 
Autônomos. Formalmente, o Decreto Autônomo seria um ato secundário, mas na prática ele 
se comporta como ato normativo primário. Portanto, sobre ele caberia controle de 
constitucionalidade. 
 
8.4 Inconstitucionalidade simples e por arrastamento (ou por derivação; por 
atração; consequencial; ricochete; por reverberação normativa) 
Antes de adentrarmos no conceito das duas formas de inconstitucionalidade, é 
preciso entender que pode haver entre duas normas uma relação de absoluta dependência. 
Ou seja, é possível que uma norma seja editada apenas em função (ou em dependência) de 
outra. 
O que ocorre na inconstitucionalidade por arrastamento é que a 
inconstitucionalidade da norma principal acarretará, logicamente, a inconstitucionalidade danorma que dela dependia. A inconstitucionalidade da norma principal arrasta a norma 
dependente (ou acessória). 
Exemplo: norma estadual que concedia vitaliciedade para Procurador do Estado. Esse 
mesmo Estado, então, editou outra norma estabelecendo que o Procurador do Estado só 
perderia o cargo se fosse movida contra ele ação civil para a decretação de perda de cargo, 
uma ação específica para esse fim. Vitaliciedade, como se sabe, é uma garantia 
constitucional que permite que alguém só seja removido do cargo em caso de decisão 
judicial. Ocorre que a Constituição só concede vitaliciedade aos membros do MP e ao 
magistrado. O STF, então, declarou que a primeira lei estadual (que concedia vitaliciedade 
aos Procuradores Estaduais) era inconstitucional, uma vez que vitaliciedade era uma 
prerrogativa exclusiva dos membros do MP e dos magistrados. A segunda norma estadual, 
então, perde razão de ser, pois que regula norma inconstitucional. Desse modo, a segunda é 
declarada inconstitucional por arrastamento, uma vez que dependente de norma violadora 
da Constituição. 
No caso estudado no item anterior, da inconstitucionalidade reflexa, se a declaração 
de inconstitucionalidade fosse feita sobre a lei (ato normativo primário), o decreto seria 
objeto de inconstitucionalidade por arrastamento vertical, pois que hierarquicamente 
inferior à lei. 
 
8.5 Inconstitucionalidade originária (ou congênita; genética) ou superveniente 
A norma já surge no ordenamento jurídico violando dispositivos constitucionais. É 
aquela norma que, desde sua origem, já ofendia a Constituição. 
Controle de Constitucionalidade 
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A inconstitucionalidade superveniente trata das leis que nascem constitucionais, mas 
que se tornam inconstitucionais em razão de nova Constituição ou de emenda que venha 
reforma-la. O STF não admite a inconstitucionalidade superveniente. Para o Supremo, se a 
lei nasceu constitucional mas vem a se tornar inconstitucional por força de nova 
Constituição ou emenda, seria caso de não recepção dessa lei, e não de declaração de 
inconstitucionalidade. A não recepção levaria à revogação da lei, enquanto a declaração de 
inconstitucionalidade leva à anulação da mesma. 
 
8.6 Controle difuso e incidental 
O controle de constitucionalidade difuso e incidental é aquele realizado dentro do 
caso concreto, quando não se tratar de questão principal do processo. Ele é feito através de 
uma Arguição Incidental de Inconstitucionalidade. Os legitimados para ingressar com a 
arguição incidental de inconstitucionalidade são: 
- Qualquer das partes no processo 
- Ministério Público 
- 3º interveniente 
- Juiz de ofício pode reconhecer a inconstitucionalidade 
 
A arguição incidental pode ocorrer em qualquer processo e em qualquer fase do 
processo. 
Podem ser objeto da arguição incidental de inconstitucionalidade lei federal, lei 
estadual ou lei municipal. 
Nestas arguições, o parâmetro pode ser: 
a) Constituição Federal: leis federais, estaduais e municipais podem ser objeto de 
controle relativamente à Constituição Federal. 
Observação: Constituição Estadual também pode ser objeto de controle de 
constitucionalidade em face da Constituição da República. 
 
b) Constituição Estadual: apenas leis estaduais e municipais podem ser objeto de 
controle de constitucionalidade em face de Constituição Estadual. 
 
Controle de Constitucionalidade 
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8.6.1 Procedimento da Arguição Incidental de Inconstitucionalidade 
- Na 1ª instância: se houver uma arguição incidental, não há alteração no processo. 
- Nos Tribunais (TJ, TRT, TER, STJ, STF etc.): é preciso respeitar a cláusula de reserva 
de plenário (art. 97, CR, regulamentada nos artigos 480 ao 482, CPC). 
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do 
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou 
ato normativo do Poder Público. 
 
Art. 480. Argüida a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o 
relator, ouvido o Ministério Público, submeterá a questão à turma ou câmara, a que 
tocar o conhecimento do processo. 
 
Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será 
lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno. 
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao 
órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento 
destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. (Incluído pela Lei nº 
9.756, de 17.12.1998) 
 
Art. 482. Remetida a cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal 
designará a sessão de julgamento. 
§ 1o O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela 
edição do ato questionado, se assim o requererem, poderão manifestar-se no incidente 
de inconstitucionalidade, observados os prazos e condições fixados no Regimento Interno 
do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 10.11.1999) 
§ 2o Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103 da Constituição poderão 
manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação pelo 
órgão especial ou pelo Pleno do Tribunal, no prazo fixado em Regimento, sendo-lhes 
assegurado o direito de apresentar memoriais ou de pedir a juntada de 
documentos. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 10.11.1999) 
§ 3o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos 
postulantes, poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos 
ou entidades. (Incluído pela Lei nº 9.868, de 10.11.1999) 
 
- Cisão funcional da competência em plano horizontal: é quando um Órgão 
Fracionário (Câmara ou Turma) precisa enviar ao Plenário (normalmente chamado de Órgão 
Especial) uma questão constitucional a ser resolvida no caso concreto, em respeito à 
cláusula de reserva de plenário (art. 97, CR). O Órgão Plenário resolve a questão e reenvia a 
demanda ao Órgão Fracionário para que este, com base no julgamento de 
constitucionalidade do pleno, encerre o caso concreto. 
Controle de Constitucionalidade 
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Observação: Súmula 513 - a decisão que enseja a interposição de recurso ordinário 
ou extraordinário não é a do plenário, que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas 
a do órgão (câmaras, grupos ou turmas) que completa o julgamento do feito. 
Eventual recurso extraordinário será cabível da decisão final do fracionário, e não da 
decisão do plenário. 
Observação²: Súmula vinculante 10 - Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, 
artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare 
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua 
incidência, no todo ou em parte. 
Viola a reserva de plenário decisão do fracionário que, embora não declare 
explicitamente a inconstitucionalidade,determina o afastamento da norma pertinente ao 
caso no todo ou em parte. 
Observação³: não cabe embargos infringentes sobre a decisão do plenário. 
 
8.6.1.1 Hipóteses de dispensa da cláusula de reserva do Plenário 
São os casos nos quais o órgão fracionário não precisa enviar a questão 
constitucional ao órgão plenário. São eles: 
1) Quando órgão fracionário entender que a norma é constitucional. 
2) Quando já houver decisão anterior do Plenário do próprio tribunal sobre aquela 
questão que se discute no órgão fracionário. O Órgão fracionário apenas 
procederá pela aplicação do precedente criado pelo órgão plenário. 
3) Quando já houver decisão do STF sobre aquela questão que se discute no órgão 
fracionário. O Órgão fracionário apenas procederá pela aplicação do precedente 
criado pelo STF. 
Controle de Constitucionalidade 
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 Sumário 
1. Efeitos da decisão no controle difuso ......................................................................... 2 
1.1 Subjetivo ou quanto às partes .............................................................................. 2 
1.2 Temporal ............................................................................................................... 2 
2. Controle concentrado ................................................................................................. 2 
2.1 Competência ......................................................................................................... 3 
2.2 Parâmetro ............................................................................................................. 3 
2.3 Objeto .................................................................................................................... 4 
 
 
 
Controle de Constitucionalidade 
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1. Efeitos da decisão no controle difuso 
1.1 Subjetivo ou quanto às partes 
Efeito inter partes (ou intraprocessual). Portanto, somente as partes no processo são 
afetadas pela decisão no controle concreto. 
 
1.2 Temporal 
No controle difuso, em regra, o efeito da decisão surtirá efeitos ex tunc. 
Observação: o STF admite a modulação dos efeitos temporais da decisão, ou seja, é a 
capacidade de transformar uma decisão com efeitos ex tunc em decisão com efeitos ex nunc, 
com objetivo de proteger a segurança jurídica decorrente de efeitos já produzidos pela 
norma. 
O STF poderá fazer três coisas: declarar o efeito ex nunc, pode declarar a 
inconstitucionalidade com efeitos pro futuro ou ainda dar um efeito ex tunc parcial. 
Assim, são fundamentos da modulação: o princípio da segurança jurídica e do 
excepcional interesse social. 
 
2. Controle concentrado 
No controle concentrado a matéria constitucional é a questão principal do processo 
fazendo parte do próprio pedido. Sendo assim, a natureza do processo é objetivo. No 
processo subjetivo há um direito subjetivo em jogo ou há um interesse em jogo já no 
processo objetivo não há direito subjetivo logo não há interesse em jogo e analisa-se a 
norma em tese. O objetivo no processo objetivo é a defesa da Constituição como um todo. 
Encontramos as ações específicas do controle de constitucionalidade, são elas: 
ADI – art. 102, I, “a” da CF; 
ADC – art. 102, I, “a” da CF reguladas pela Lei 9.868/99; 
ADO – art. 103, § 2º da CF; 
ADPF – art. 102, § 1º da CF e Lei 9.882/99; 
ADI estadual – art. 125, § 2º da CF; 
ADI interventiva ou representação interventiva – art. 36, III da CF e Lei 
11.562/11. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
Controle de Constitucionalidade 
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I - processar e julgar, originariamente: 
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a 
ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; 
 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: 
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva 
norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das 
providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em 
trinta dias. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta 
Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. 
 
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos 
nesta Constituição. 
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou 
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a 
atribuição da legitimação para agir a um único órgão. 
 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral 
da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. 
 
2.1 Competência 
A competência para julgar a ADI, ADC, ADO, ADPF e a representação interventiva é 
do STF. Já a competência para julgar a ADI estadual é do TJ. 
 
2.2 Parâmetro 
O parâmetro é a norma ou princípio constitucional perante o qual é questionado o 
ato (objeto). 
O parâmetro na ADI e na ADC é a ordem constitucional global: 
Texto constitucional; 
Princípios constitucionais implícitos; 
Tratados internacionais de direitos humanos aprovados na forma do art. 5º, § 3º 
da CF (equivalência com a Emenda Constitucional). 
Controle de Constitucionalidade 
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Na ADO o parâmetro são normas constitucionais que imponham um dever de fazer. 
Para que haja omissão é necessário verificar uma obrigação de fazer. 
 
Na ADPF o parâmetro são os preceitos fundamentais. O STF elencou alguns como 
preceitos fundamentais: 
Princípios fundamentais previstos entre os arts. 1º e 4º da CF; 
Direitos fundamentais; 
Princípios constitucionais sensíveis previstos no art. 34, VII do CF (são aqueles 
que uma vez violados ensejam a intervenção federal);Cláusulas pétreas previstas no art. 60, § 4º da CF. 
Assim, podemos concluir que o parâmetro na ADI é mais amplo do que o parâmetro 
da ADPF. Enquanto na ADI é toda ordem constitucional, na ADPF não. 
 
Na ADI estadual o parâmetro é a Constituição estadual. 
 
Por fim, o parâmetro na representação interventiva: 
Princípios constitucionais sensíveis previstos no art. 34, VII da CF; 
Cumprimento de lei federal – art. 34, VI, 1ª parte da CF. 
Primeiro se verifica a violação ao parâmetro, é proposta a representação interventiva 
que é de competência do STF e se o STF entender que deve haver intervenção comunicará 
ao Presidente da República que determinará a intervenção. 
 
2.3 Objeto 
O objeto na ADI é a lei ou ato normativo federal ou estadual primário e não o ato 
normativo secundário (ato infralegal). O objeto na ADC é a lei ou ato normativo federal 
primário (e não o secundário). 
Controle de Constitucionalidade 
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Ato normativo primário é aquele que se fundamenta diretamente na CF, não 
depende de nenhuma outra norma a não ser a própria Constituição possuindo autonomia. O 
decreto autônomo pode ser objeto de ADI enquanto o decreto regulamentar de uma lei não 
pode ser objeto de ADI.
 
O objeto da ADO é uma omissão que pode ser: 
Normativa ou administrativa; 
Total ou parcial. 
Total é o estado de ausência (poder público não fez nada). 
Parcial é estado de insuficiência ou incompletude. 
 
Para entendermos o objeto da ADPF primeiro devemos ter em mente que existem 
dois tipos de ADPF: 
Indireta ou incidental – o objeto é a lei ou ato normativo federal, estadual ou 
municipal (e do Distrito Federal) incluindo os anteriores à Constituição. 
Exemplo: em um determinado processo foi suscitada uma questão incidental de 
matéria constitucional, neste caso estaríamos diante de um controle concreto de 
constitucionalidade a ser julgado pelo juiz competente. Contudo, se esta questão envolve 
um preceito fundamental. O juiz da causa continua competente, mas admite-se que a partir 
da questão incidental poderá ser proposta ação diretamente ao STF, que consiste na ADPF 
incidental. 
O controle que o STF fará é abstrato. O termo incidental é utilizado porque a ADPF é 
proposta a partir de uma questão incidental, mas a ADPF em si é controle abstrato. 
Esse fenômeno é chamado pela doutrina de cisão função da competência em plano 
vertical. 
 
Direta ou autônoma (não depende de processos anteriores) – o objeto é um ato 
do Poder Público, que pode ser: 
a) Normativo ou concreto; 
b) Da administração pública direta ou indireta; 
c) Posterior ou anterior à Constituição Federal; 
d) Infralegal; 
Controle de Constitucionalidade 
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 Sumário 
2. Controle concentrado ................................................................................................. 2 
2.3 Objeto .................................................................................................................... 2 
2.4 Legitimados ativos................................................................................................. 4 
2.5 Legitimados passivos ............................................................................................. 5 
2.6 Procurador Geral da República ............................................................................. 5 
 
 
 
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2. Controle concentrado 
2.3 Objeto 
ADC ADI ADPF Indireta ADPF Direta 
Lei ou ato normativo 
federal 
Lei ou ato normativo 
federal ou estadual 
Lei ou ato normativo 
da União, Estados, 
Municípios ou do DF 
incluindo os 
anteriores à CF. 
Ato do Poder 
Público. 
 
 
 Somente posteriores à CF. 
Podemos concluir que: ADC < ADI < ADPF indireta < ADPF direta. Assim, o objeto da 
ADPF é mais amplo do que o objeto da ADI. Diferentemente, o parâmetro da ADI é mais 
amplo do que o parâmetro da ADPF. 
Imagine uma lei federal posterior à CF que viola um direito fundamental. Se é uma lei 
federal e é posterior a CF poderá ser objeto de ADI, porém direito fundamental é preceito 
fundamental e lei federal se enquadra tanto no objeto da ADPF indireta como direta. Assim, 
temos a situação que a norma pode ser objeto tanto da ADI quanto da ADPF. Nesse caso, 
deverá ser proposta ADI, pois para a ADPF vale o princípio da subsidiariedade, ou seja, só 
cabe ADPF quando não houver outro mecanismo eficaz para sanar lesividade ao preceito 
fundamental. 
Lei 9882, art.4º, § 1o Não será admitida argüição de descumprimento de preceito 
fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade. 
Caso o ato fosse objeto de ADPF, mas não era cabível ADPF no caso, mas sim ADI ou 
então foi objeto de ADI, mas na verdade era cabível ADPF, ou seja, foi proposta uma no lugar 
da outra por equivoco ou por dúvida do autor, o STF entende ser possível a aplicação da 
fungibilidade entre as ações convertendo a ADI em ADPF ou ADPF em ADI. 
 Para que propor uma ação para dizer que a norma é aquilo que ela se presume ser? 
Toda norma surge com presunção de constitucionalidade e já é presumidamente 
constitucional. Para que a ADC faça sentido é necessário que haja controvérsia sobre aquela 
norma. Ou seja, o pressuposto para ADC é a controvérsia judicial que poderá ser de órgãos 
judiciais ou entre o próprio Poder Judiciário e a Administração Pública. Para que seja cabível 
a ADC é necessário o cumprimento desse pressuposto e isso deve ficar demonstrado na 
inicial da ADC. 
Controle de Constitucionalidade 
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O objeto da ADI estadual é a lei ou ato normativo estadual ou municipal. 
 
Objeto Ação Parâmetro Competência 
Lei Federal ADI CF STF 
Lei Estadual ADI 
ADI estadual 
CF 
CE 
STF 
TJ 
Lei Municipal ADI estadual CE TJ 
 
Observação: a única lei que pode ser objeto das duas ações é a lei estadual. Na 
hipótese de ocorrer a propositura simultânea (simultaneus processus) das duas ações a ADI 
genérica vai implicar o sobrestamento (paralisação) da ADI estadual. 
O STF poderá declarar a inconstitucionalidade e isso gera a prejudicialidade da ADI 
estadual. Porém, se o STF declarar a lei estadual constitucional não haverá prejudicialidade 
na ADI estadual, ou seja, a ADI estadual poderá continuar. É como se houvesse um duplo 
juízo e a lei estadual deve respeitar a Constituição Federal e a Constituição Estadual. 
Observação2: Na ADI estadual o parâmetro é uma norma da Constituição estadual, 
mas, por questões de simetria, pode acontecer de a norma utilizada como parâmetro ser 
uma norma de reprodução obrigatória da Constituição Federal. Neste caso, da decisão do TJcaberá recurso extraordinário para o STF. Não é toda decisão do TJ na ADI estadual que gera 
a possibilidade de recurso extraordinário, mas tão somente a decisão do TJ na ADI estadual 
em que a norma da Constituição Estadual é norma de repetição obrigatória da CF. Esse 
recurso extraordinário, excepcionalmente, será controle abstrato. Nesse RE se analisa 
apenas a norma em tese. 
 
Por fim, o objeto da representação interventiva pode ser: 
Ato normativo ou concreto; 
Ato comissivo ou omissivo. 
Que gerem violação a principio constitucional sensível ou recusa a execução de lei 
federal. 
 
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2.4 Legitimados ativos 
ADI, ADC, ADO, ADPF – art. 103 da CF. 
CF, art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória 
de constitucionalidade: 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
A doutrina divide esses legitimados em universais (neutros) e especiais. 
Os universais são os incisos I, II, III, VI, VII, VIII. Já os especiais são IV, V e IX. Os 
legitimados especiais precisam demonstrar pertinência temática, que é a relação de 
afinidade entre o autor e a matéria. Já os legitimados universais não precisam demonstrar 
pertinência temática. Exemplo: o Governador de um Estado pode entrar com ADI de lei de 
outro Estado desde que demonstre que a lei do outro Estado está gerando prejuízo para o 
seu. 
Além disso, outra análise que pode ser realizada dos legitimados ativos é sobre 
aqueles que possuem capacidade postulatória e os que não possuem capacidade 
postulatória. Possuem capacidade postulatória própria os legitimados dos incisos I ao VII. Já 
sem capacidade postulatória própria são os previstos nos incisos VIII e IX precisando de 
advogado com procuração com poderes especiais para a propositura da ação não bastando 
poderes especiais para o foro. 
Observação: A capacidade postulatória própria não é da pessoa, mas do agente 
político. 

ADI estadual – o art. 125, § 2º da CF confere liberdade para a Constituição 
Estadual, vedado atribuir a um único órgão ou autoridade. Não há reprodução obrigatória da 
ADI genérica. 
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos 
nesta Constituição. 
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou 
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a 
atribuição da legitimação para agir a um único órgão. 
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Representação interventiva – exclusiva do Procurador-Geral da República (art. 
36, III CF). 
 
2.5 Legitimados passivos 
ADI, ADO, ADPF, ADI estadual, representação interventiva – órgão ou 
autoridade responsável pelo objeto da ação (ato/omissão) que tem irá prestar informações; 
ADC – não há legitimado passivo, pois tem por finalidade confirmar a presunção 
de constitucionalidade da norma. 
 
2.6 Procurador Geral da República 
ADI, ADC, ADPF, ADO*, Representação Interventiva – em razão da autonomia 
funcional o PGR pode se manifestar pela procedência ou improcedência da ação (art. 103, § 
1º da CF). 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: 
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de 
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal 
Federal. 

Deve o PGR se manifestar na ação que ele mesmo propôs? Sim. 
Pode o PGR pedir a improcedência da ação que ele mesmo propôs? Sim, pois ele 
pode mudar de opinião. 
 
ADO – se manifestará nas ações que não propôs. 
ADI estadual – O PGJ faz a mesma função do PGR. 
 
Controle de Constitucionalidade 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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 Sumário 
2. Controle concentrado ................................................................................................. 2 
2.7 Advogado Geral da União ..................................................................................... 2 
2.8 Amicus Curiae ........................................................................................................ 3 
2.8.1 Pressupostos para admissibilidade ................................................................ 3 
2.8.2 Quanto a sua atuação..................................................................................... 3 
2.8.3 Limites da atuação .......................................................................................... 3 
2.9 Audiência pública e peritos ................................................................................... 4 
2.10 Cautelar ............................................................................................................... 4 
2.11 Decisão final ........................................................................................................ 4 
2.11.1 Efeitos da decisão ............................................................................................ 5 
 
 
 
Controle de Constitucionalidade 
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2. Controle concentrado 
2.7 Advogado Geral da União 
ADI – Defesa da constitucionalidade da norma fazendo uma espécie de 
contraditório. Exceção: Quando já houver decisão anterior do STF pela inconstitucionalidade 
da norma; 
DIREITO CONSTITUCIONAL. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.522, DE 11.10.96. ALTERAÇÃO DO 
ARTIGO 38 DA LEI Nº 8.112/90. SUSBSTITUIÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS INVESTIDOS 
EM CARGOS DE DIREÇÃO E CHEFIA OU DE NATUREZA ESPECIAL. REEDIÇÕES DE MEDIDA 
PROVISÓRIA FORA DO PRAZO CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO CONGRESSO 
NACIONAL PARA DISPOR SOBRE OS EFEITOS JURÍDICOS DAÍ DECORRENTES. RESOLUÇÃO 
DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 62, 
PARÁGRAFO ÚNICO, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO. 
DEFESA DO ATO IMPUGNADO DE QUE EXISTEM PRECEDENTES DO STF. POSSIBILIDADE. 
1. A Medida Provisória nº 1.522, de 11.10.96, alterou o disposto no artigo 38 da Lei nº 
8.112/90. As substituições dos servidores investidos em cargos de direção e chefia ou de 
natureza especial passaram a ser pagas na proporção dos dias de efetiva substituição 
que excedam a um mês. 2. A Resolução do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, 
que entendeu expedidas forado prazo algumas das reedições da Medida Provisória nº 
1.522/96, repristinou o artigo 38 da Lei nº 8.112/90. Violação ao parágrafo único do 
artigo 62 da Constituição, por ser da competência exclusiva do Congresso Nacional 
disciplinar as relações jurídicas decorrentes de medida provisória tornada ineficaz pela 
extemporaneidade de suas reedições. 3. Violação ao disposto no artigo 62, caput, da 
Constituição Federal, que negou força de lei à Medida Provisória nº 1.522, de 11 de 
outubro de 1996. Precedentes. 4. O munus a que se refere o imperativo constitucional 
(CF, artigo 103, § 3º) deve ser entendido com temperamentos. O Advogado- Geral da 
União não está obrigado a defender tese jurídica se sobre ela esta Corte já fixou 
entendimento pela sua inconstitucionalidade. Ação julgada procedente para declarar 
inconstitucional a Resolução Administrativa do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª 
Região, tomada na Sessão Administrativa de 30 de abril de 1997. (STF - ADI: 1616 PE, 
Relator: MAURÍCIO CORRÊA, Data de Julgamento: 24/05/2001, Tribunal Pleno, Data de 
Publicação: DJ 24-08-2001 PP-00041 EMENT VOL-02040-02 PP-00303) 
ADC – não há a atuação. A própria ação já é a defesa da norma. 
ADO – o relator poderá solicitar sua manifestação. 
ADPF – idem ADI. 
ADI estadual – Procurador-Geral do Estado ou Advogado-Geral do Estado. 
Representação interventiva – manifestação como Advogado-Geral da União. 
 
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2.8 Amicus Curiae 
O amicus curiae está previsto no art. 7º, § 1º da Lei 9.868/99 e terá aplicação em 
todas as ações. 
A expressão em latim amicus curiae significa amigo da corte que pode ser algum 
órgão ou entidade que é admitida no processo com a finalidade de pluralização (ou 
democratização / abertura) do debate (ou interpretação) constitucional. A ideia é que 
quanto maior é a abertura, mais democrática é a decisão do Supremo. 
 
2.8.1 Pressupostos para admissibilidade 
Existem dois pressupostos para a admissibilidade do amicus curiae, são eles: 
a) Relevância da matéria; 
b) Representatividade do postulante. 
Na ADPF 54 o STF admitiu diversas entidades que representavam parcela da 
sociedade naquela matéria. Não faria sentido se admitir, por exemplo, o sindicato de 
metalúrgicos nessa ADPF, pois tratou do aborto de anencéfalos. 
O juízo de admissibilidade é feito pelo relator e se o relator não admitir o amicus 
curiae cabe agravo. 
 
2.8.2 Quanto a sua atuação 
Quanto a sua atuação, o amicus curiae pode: 
b) Memoriais; 
a) Manifestação oral; 
 
2.8.3 Limites da atuação 
O amicus curiae não pode: 
a) Ampliar o objeto da demanda; 
b) Recorrer da decisão final. 
 
 
 
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2.9 Audiência pública e peritos 
Também vale para todas as ações. 
Quando o STF se deparar com alguma matéria controversa que envolva 
circunstâncias fáticas que envolvam conhecimento não jurídico ou muito técnico poderá o 
Supremo ouvir especialistas na matéria. 
Já na audiência pública o STF faz um edital público aberto com algumas condições à 
sociedade informando que deseja ouvir especialistas sobre determinado assunto e os 
especialistas se inscrevem e o STF designa dia para ouvir o especialista. 
 
2.10 Cautelar 
A cautelar é possível em todas as ações, a diferença entre elas é a finalidade: 
ADI – suspensão da eficácia da norma. 
ADC – suspensão dos processos em que se discute aquela matéria. O prazo é de 
180 dias. 
ADO – suspensão da eficácia da norma no caso de omissão parcial; suspensão de 
processos judiciais ou administrativos; ou outra medida que o STF considere razoável. 
ADPF – suspensão da eficácia do ato; suspensão de processos; suspensão de 
decisões judiciais sem trânsito em julgado; ou suspensão de medidas pertinentes à matéria 
discutida. 
ADI estadual – idem ADI genérica. 
Representação interventiva – suspensão do ato. 
Em todos os casos a cautelar gera efeitos erga omnes e vinculante. 
 
2.11 Decisão final 
Para todas as ações temos a presença mínima de 2/3 do STF e o quorum de decisão é 
maioria absoluta (maioria do total de membros). 
No Tribunal de Justiça será aplicada a mesma lógica de forma proporcional, ou seja, 
presença mínima de 2/3 dos ministros e decisão da maioria absoluta. 
 
 
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2.11.1 Efeitos da decisão 
Para todas as ações, o efeito é erga omnes e vinculante. 
 
 Afetados 
 Demais órgãos do Judiciário 
Vinculante Administração pública direta ou indireta 
 
 Não afetados 
 STF 
 Legislativo (legislador). 
 
Exemplo: A Súmula Vinculante 13 veda a pratica do nepostimo e atinge não apenas o 
Poder Judiciário, Administração Pública, mas também o Legislativo porque se trata de função 
administrativa. Na função legislativa significa que o legislador pode, depois de o STF declarar 
uma norma inconstitucional, fazer outra norma idêntica. 
Se um órgão do Poder Judiciário decidir de forma contrária a decisão do STF ou se um 
órgão da Administração Pública praticar um ato contrário a decisão vinculante tanto a 
decisão quanto o ato podem ser impugnados por meio de reclamação constitucional no 
próprio Supremo. Se o STF julgar procedente a reclamação isso implicará a cassação da 
decisão judicial ou a anulação do ato administrativo para que a respectiva autoridade decida 
ou atue novamente de maneira correta. 
Efeito temporal: ex tunc (retroativo), porém cabe modulação. As fundamentações da 
modulação são a segurança jurídica e excepcional interesse social. 
Efeito represtisnatório: Exemplo: Lei A foi revogada pela Lei B que é inconstitucional 
(nula ab ovo), logo, a revogação também é nula. Sendo assim, a Lei A automaticamente vai 
sofrer a repristinação. 
O STF pode, expressamente, determinar o afastamento expresso do efeito 
repristinatório (efeito repristinatório indesejado), na hipótese de a lei restaurada também 
for inconstitucional. 
Observação: Represtinação é um termo genérico que significa a restauração de uma 
norma revogada e pode ter duas causas diferentes: na forma da LINDB (revogação da 
revogadora e aí essa represtinação somente pode ser expressa) ou como efeito da 
declaração de constitucionalidade. 
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Observação2: O efeito represtinatório também ocorre na cautelar da ADI.

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