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PORTIFOLIO INDIVIDUAL 2015 BPC

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SERVIÇO SOCIAL
MÁRIO AUGUSTO TURRI
	
BPC – Benefício de Prestação Continuada:
Requisitos para sua concessão.
BOTUCATU
2015
MÁRIO AUGUSTO TURRI
BPC – Benefício de Prestação Continuada:
Requisitos para sua concessão.
Trabalho elaborado com fins avaliativo do 5º. e 6º. período do Curso de Graduação em Serviço Social para as disciplinas Serviço Social na área da Saúde, Previdência e Assistência Social, Serviço Social e Processo de Trabalho, Direito e Legislação, Seminário da Prática VI e Estágio em Serviço Social II.
	Professores: Maria Lucimar Pereira, Amanda Boza, Vanessa Vilela Berbel e Valquíria Caprioli.
	
BOTUCATU
2015
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO...........................................................................................04
DESENVOLVIMENTO...............................................................................05
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................09
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................10
INTRODUÇÃO.
Neste trabalho, abordaremos o Benefício da Prestação Continuada (BPC) destinado aos idosos e às pessoas com deficiência, um dos elementos constitutivos da política de assistência social no Brasil.
A assistência social, segundo as leis brasileiras, é para os que dela necessitam – aqueles que não têm renda ou que não dispõem de recursos suficientes e que, por conseguinte, precisam do auxílio do Estado, que lhes deve assegurar os mínimos sociais, por meio de políticas públicas sociais integradas.
Com a política de assistência social foi instituído o Benefício de Prestação Continuada (BPC), assegurado pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993; Leis nº 12.435, de 06 de julho de 2011 e nº 12.470, de 31 de agosto de 2011, que alteram dispositivos da LOAS; e pelos Decretos nº 6.214/ 2007 e 6.564/2008. O BPC é um benefício não vitalício e não contributivo, que representa um mecanismo de transferência de renda no valor de um salário mínimo às pessoas idosas, acima de 65 anos, e às pessoas com deficiência consideradas incapazes para a vida independente e para o trabalho, e cuja renda per capita seja inferior a um quarto do salário mínimo.
A LOAS ao priorizar os segmentos (idosos, portadores de necessidades especiais, crianças e adolescentes, desempregados de longa duração), a lei busca, construir um sistema de proteção social, voltado para as exclusões sociais garantindo assim a cidadania e fazendo da assistência social uma política de eqüidade, já que relega ao Estado a responsabilidade da garantia dos direitos sociais, bem como chama a atenção da sociedade como um todo, para a discussão em torno dos direitos de cidadania.
De posse das Legislações a produção de texto apresentará que o BPC integra a Proteção Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, bem como um aprofundamento e reflexão sobre o direito socioassistencial, discutindo o conceito de miserabilidade e os critérios para concessão do benefício.
DESENVOLVIMENTO.
A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) contempla as Definições e Objetivos dessa política, conservando os constantes na Constituição Federal e referem-se à proteção, à família, à infância, à adolescência e à velhice, à habilitação e reabilitação da pessoa portadora de deficiência; traz os Princípios (universalização, a dignidade e a autonomia) e Diretrizes (descentralização, o comando único em cada esfera de governo e a participação da população na formulação das políticas e no controle das ações), deixando clara a primazia e a responsabilidade do Estado na condução da referida política em cada esfera de governo; trata da Organização e da Gestão da Assistência Social (sistema descentralizado e participativo, cuja coordenação caberia ao então Ministério do Bem-Estar Social) além de tratar das normas gerais para o funcionamento das entidades e organizações da área; define os Benefícios, Serviços, Programas e Projetos, entre os quais Benefício de Prestação Continuada (BPC), que compreende um salário mínimo de benefício mensal ao portador de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família; em seguida, define que o financiamento contará com recursos da União, dos Estados e dos Municípios. Define que a gestão do Fundo Nacional da Assistência Social (FNAS) cabe ao órgão da administração federal, responsável pela política nacional de assistência social, sob orientação e Controle do Nacional de Assistência Social (CNAS). 
O BPC foi instituído pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), nº 8742, de 07 de dezembro de 1993. A implantação do BPC se deu apenas em 1996, três anos após a LOAS, que foi responsável pela sua regulamentação. Ele é compreendido, atualmente, como o primeiro benefício não contributivo garantido na CF/1988, sendo uma transferência de renda para idosos com 65 anos ou mais, ou pessoas com deficiência, incapacitadas para a vida independente e para o trabalho que comprovem não possuir meios para prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família, o que representa uma comprovação de renda familiar per capita inferior a um quarto de salário mínimo.
Com base em SPOSATI (1997, p.28),
A constituição estabelece, por exemplo que um mínimo social em benefício ao idoso e ao portador de deficiência é de um salário mínimo. Este direito foi reinterpretado na LOAS e reduzido a um quarto deste valor. Sob esta análise o benefício da LOAS está abaixo do mínimo social constitucional.
A idade da pessoa idosa, para concessão do BPC mudou ao longo de 8 (oito) anos. Segundo a LOAS, em 1996, para a pessoa ter direito ao benefício deveria comprovar ter 70 anos de idade, passou em 1998 para 67 anos e depois para 65 em 2003. Os portadores de necessidades especiais já se sentem inferiorizados por sua própria condição, ainda têm que se submeter a um processo burocrático para comprovar sua deficiência. Esta situação lhes nega a condição de cidadania, prevista na Constituição do Brasil e na Lei Orgânica da Assistência Social.
BPC-LOAS conta com um sistema de gestão descentralizado para Estados e Municípios integrado por representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, por meio da Secretaria Nacional de Assistência Social, Ministério da Previdência Social, por meio do Instituto Nacional de Seguro Social, INSS, DATAPREV e as Secretarias Estaduais e Municipais de Assistência Social ou órgãos correspondentes. 
O beneficio pode ser pago a mais de um membro da família, desde que comprovadas todas as condições exigidas. Neste caso, o valor do amparo assistencial anteriormente concedido a outro membro do mesmo grupo familiar, passa a integrar a renda para efeito do cálculo por pessoa de novo beneficio requerido.
Segundo Aldaíza Sposati (2004) o processo de avaliação tem por objetivo a certificação do meríto, isto é, identificar se o beneficiário mantém ou não as mesma condições tidas como requisito para acesso, ao mesmo tempo em que pretende conhecer qual aplicação que ele faz do beneficio e se possui vínculos com outros programas sociais, Além do exame das condições sociais, o beneficiário por deficiência também deve passar por exame médico pericial que certifique a permanência da situação.
A Deficiência deverá ser comprovada através da apresentação de Laudo de Avaliação para pessoa portadora de deficiência, com participação de perícia médica do INSS, ou com equipe multi profissional do Sistema Único de Saúde – SUS, ou ainda com profissionais de entidades ou organização de reconhecida competência técnica, que são aquelas que tradicionalmente prestam serviçoscom padrão de qualidade aos portadores de deficiência como, por exemplo, a APAE. A renda familiar e o não exercício de atividades remunerada deverão ser declaradas pelo requerente ou pelo seu representante legal. 
Conforme o artigo 21 da Lei Orgânica de assistência Social – LOAS, o Beneficio de Prestação Continuada – BPC deve ser revisto a cada dois anos, para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem. A avaliação dos aspectos de inclusão social, carência e vulnerabilidade do Beneficio de Prestação Continuada - BPC deve ser revisto a cada dois anos, para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem, é realizada mediante visita domiciliar ou à instituição onde o beneficiário esteja brigado. Estas visitas são efetuadas unicamente por Assistentes Sociais com registro no Conselho Regional de Serviço Social – CRESS, utilizando instrumentais básicos instituídos nacionalmente para esta finalidade.
O conceito da miserabilidade está inserido no parágrafo 3º que estipula que renda mensal por pessoal seja inferior à ¼ do salário mínimo. Sobre este tema, Adilson Sanchez diz: “Não é só; também se discute o conceito de renda familiar. Seria somente o atributo matemático da Lei nº 8.742 o parâmetro. Lembra-se: considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja a renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário-mínimo (art. 20, §3, da LOAS). Ora, quem recebe um centavo a mais poderia a possibilidade de acesso ao benefício”.
Para responder à este questionamento podemos citar o acórdão preferido pelo Egrégio Tribunal Regional Federal da 3º Região, pela 8º turma:
“Para concessão do amparo assistencial, mister se faz conjugação de dois requisitos, alternativamente, a comprovação de idade avançada, ou capacidade laborativa, a qual se verifica por meio de laudo médico pericial e, cumulativamente, a miserabilidade, caracterizado pela inexistência de condições econômicas para prover o próprio sustento ou de tê-lo provido por alguém da sua família.
A condição de idosa foi devidamente comprovada mediante juntada do documento de identidade (fls.7).
Por outro lado, restou comprovado, por meio de estudo social (fls. 53/54), datado de 21.05.07, trata-se de pessoa pobre na acepção jurídica do termo, não tendo meios de prover a sua própria manutenção nem tê-la provida pela sua família, composta por duas pessoas: autora 68 anos, sem rendimentos; e sua esposo 71 anos, aposentado; residentes em casa própria, porém simples, constituída por 3 quartos, sala, cozinha e banheiro, de alvenaria, piso cimentado, guarnecida de mobiliário bem conservado.
A renda familiar provém da aposentadoria do esposo, no valor de R$ 424,00 (quatrocentos e vinte e quatro reais), para maio de 2007 (salário mínimo: R$ 380,00) As despesas (alimentação, água, luz, gás, medicamentos) giram em torno de R$ 485,00 (quatrocentos e oitenta e cinco reais mensais).
Verifica-se, portanto, que a renda familiar é constituída pelo benefício de aposentadoria auferido pelo esposo, com 71 anos, no valor de R$ 424,00 (quatrocentos e vinte e quatro reais). Desconsiderando um salário mínimo, o que se faz analogia ao prevista pelo parágrafo 34, da Lei 10.741, de 1º de dezembro de 2003 (Estatuto do Idoso), constata-se que não ultrapassa o limite legal, previsto no artigo 20, §3º, da Lei 8.742/93, que exige comprovação da renda própria familiar, per capita, de ¼  do salário mínimo.” (TRF da 3º Região, AC – 1329488/SP, Rel. Des. Fed. Therezinha Cazerta, DJU, 09-06-2009)
A constitucionalidade deste parágrafo, pela ADIn 1.232-1, com fundamento de ofender o artigo 7º, IV da Constituição Federal, que fora julgada improcedente pelo STF.
"Impugna dispositivo de lei federal que estabelece o critério para receber o benefício do inciso V do art. 203, da CF. Inexiste a restrição alegada em face ao próprio dispositivo constitucional que reporta à lei para fixar os critérios de garantia do benefício de salário mínimo à pessoa portadora de deficiência física e ao idoso. Esta lei traz hipótese objetiva de prestação assistencial do estado." (ADI 1.232, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ 01/06/01)
De acordo com Marisa Santos: “O STJ, desde então, passou a adotar entendimento, que se tornou majoritário na jurisprudência dos TRF´s, no sentido de que a decisão do STF não retirou a possibilidade de aferição da necessidade por outros meios de prova que não a renda per capita familiar; a renda per capita família de ¼ do salário mínimo configuraria presunção absoluta de miserabilidade, dispensando outras provas. Daí que, suplantando tal limite, outros meios de prova poderiam ser utilizados para a demonstração da condição de miserabilidade, expressa na situação absoluta carência de recursos para subsistência.”
Por mais que o termo da lei é claro, assim o Ministro do STF, bem como os Desembargadores Federais do TRF´s, aplicando o livre convencimento motivado, bem como, o princípio da razoabilidade, em não considerar com fator exclusivamente a renda da miserabilidade, podendo assim, aplicar a justiça social, aos devidamente necessitados.
Importante saber que em 1996, quando foi instituído, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) atendia 346 mil pessoas. Quase 20 anos depois, o benefício já é recebido por mais de mais de 4 milhões de brasileiros e brasileiras, sendo 1,84 milhões de pessoas idosas (a partir de 65 anos) e 2,18 milhões de pessoas com deficiência, de todas as idades.
Para se ter ideia do tamanho deste investimento em cidadania, o total de recursos investidos no BPC em 2013 ultrapassou os R$31,4 bilhões!
Veja a distribuição de beneficiários do BPC por Estado:
	Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
	Secretaria Nacional de Assistência Social
	Departamento de Benefícios Assistenciais
	Coordenação-geral de Revisão e Controle de Benefícios
	Benefício de Prestação Continuada (BPC) – Benefícios ativos em abril de 2014
	Unidade da Federação
	Quantidade de benefícios
	Total de benefícios
	
	Pessoa com Deficiência
	Pessoa Idosa
	
	Brasil
	2.178.925
	1.842.902
	4.021.827
	Rondônia
	24.642
	15.123
	39.765
	Acre
	15.255
	6.313
	21.568
	Amazonas
	48.048
	39.811
	87.859
	Roraima
	7.191
	3.446
	10.637
	Pará
	100.383
	84.693
	185.076
	Amapá
	10.511
	10.753
	21.264
	Tocantins
	20.629
	15.918
	36.547
	Maranhão
	99.614
	89.384
	188.998
	Piauí
	41.801
	20.208
	62.009
	Ceará
	136.523
	84.269
	220.792
	Rio Grande do Norte
	46.628
	21.620
	68.248
	Paraíba
	62.658
	32.975
	95.633
	Pernambuco
	163.387
	111.741
	275.128
	Alagoas
	72.638
	34.678
	107.316
	Sergipe
	34.952
	15.362
	50.314
	Bahia
	207.265
	180.265
	387.530
	Minas Gerais
	222.424
	171.779
	394.203
	Espírito Santo
	31.417
	27.336
	58.753
	Rio de Janeiro
	110.298
	169.868
	280.166
	São Paulo
	299.718
	355.238
	654.956
	Paraná
	103.086
	86.059
	189.145
	Santa Catarina
	41.270
	22.218
	63.488
	Rio Grande do Sul
	107.312
	72.697
	180.009
	Mato Grosso do Sul
	34.260
	41.536
	75.796
	Mato Grosso
	40.740
	39.230
	79.970
	Goiás
	71.544
	67.205
	138.749
	Distrito Federal
	24.731
	23.177
	47.908
	Fonte: DATAPREV/Sínteses
 
O Benefício Assistencial não pode ser acumulado com outro benefício previdenciário ou assistencial.
Art. 20, § 4º, da Lei 8.742/93, LOAS – O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
O benefício será suspenso quando a pessoa com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual. Existe, porém, uma exceção: a contratação remunerada de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão do BPC, limitado a 2 (dois) anos o recebimentoconcomitante da remuneração e do benefício. Extinta a relação trabalhista ou a atividade empreendedora e, quando for o caso, encerrado o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, poderá ser requerida a continuidade do pagamento do benefício suspenso, sem necessidade de realização de perícia médica ou reavaliação da deficiência e do grau de incapacidade para esse fim, respeitado o período de revisão a cada 2 anos. 
O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade na sua concessão ou utilização. Além disso, o pagamento do BPC deverá ser cessado no momento em que forem superadas as condições que lhe deram origem, ou em caso de morte do beneficiário.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A Assistência Social teve sua origem na família, e foi uma das primeiras formas de proteção social no mundo. Vale frisar que, foi conduzida na maior parte pela Igreja e por instituições públicas.
A Assistência Social constitui um dos pilares da Seguridade Social, juntamente com a Saúde e a Previdência Social. Juntos, formam um complexo sistema de proteção social. 
Com o passar dos anos, a Assistência Social foi evoluindo, até virar direito subjetivo do cidadão de ter o mínimo existencial garantido pelo Estado. E uma das maneiras utilizadas pelo Estado para prestar a assistência aos necessitados é em forma de benefícios em dinheiro. Então, entra em cena um dos mais importantes benefícios, considerando o âmbito da Seguridade Social como um todo, o Benefício de Prestação Continuada da Lei n. 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social).
Com esse benefício, o Estado promove o bem-estar social dos idosos e das pessoas com deficiência, que se encontram em situação de necessidade, na tentativa de inseri-los ou reinseri-los na sociedade de forma efetiva e digna.
A concessão do Benefício de Prestação Continuada tornou-se questão central dos debates referentes à Assistência Social, tendo em vista as diferentes formas de entendimento sobre o conceito de necessidade. Portanto, o presente estudo teve a finalidade de identificar os pontos controversos entre a Administração Pública e o Poder Judiciário no que se refere a este tema.
Conforme estabelecido no parágrafo 3º, do artigo 20, da Lei n. 8.742/93, para que o indivíduo seja considerado economicamente hipossuficiente, deveria possuir renda familiar per capita inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo. Portanto, esse é o critério utilizado pela LOAS.
Entretanto, como visto no decorrer do trabalho, esse critério, além de não corresponder com os parâmetros para aferição de miserabilidade utilizados pelas leis assistenciais nos dias atuais, viola vários princípios constitucionais, bem como os princípios específicos da Seguridade Social, como por exemplo, o princípio da dignidade da pessoa humana, da razoabilidade, proporcionalidade, igualdade, da solidariedade social, da justiça social, entre outros tantos.
O requisito da miserabilidade trazido pela LOAS foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Por isso, os legisladores pátrios deverão criar um outro critério condizente com a realidade social em que vivemos.
Concluindo, é importante frisar mais uma vez, a importância de tal tema para nossa sociedade, pois afeta grande parte da nossa população, tendo em vista o benefício assistencial não se restringir apenas às pessoas com deficiência e aos idosos. Estende-se também à todos os familiares desses indivíduos, que constituem um grupo vulnerável no nosso país. Em decorrência disso, torna-se imprescindível que os operadores do Direito que trabalham na área da Seguridade Social, aprofundem seus conhecimentos nesse assunto, com o objetivo de tornar a atuação profissional nessa área mais humana e adequada aos princípios Constitucionais, em especial, ao princípio da dignidade da pessoa humana.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição: República Federativa do Brasil. s.l, Senado Federal, 1988.
Lei nº 8.742, de 07/12/1993 (art. 20; art. 21) - Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências.
Decreto nº 3.048, de 06/05/1999 - Aprova o regulamento da previdência social.
Lei nº 10.741, de 01/10/2003 (art 33 e art. 34) - Estatuto do Idoso.
Decreto nº 6.214, de 26/09/2007  - Regulamenta o benefício de prestação continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso de que trata a Lei no 8.742/93, e a Lei no 10.741/03.
SPOSATI, Aldaíza et alii. Assistência Social na Trajetória das Políticas Sociais Brasileiras. São Paulo, Cortez: 1989.
http://www.franca.unesp.br/Home/Pos-graduacao/ServicoSocial/Dissertacoes/Gabriela_Abrahao.pdf Acesso em: 19 out. 2015
SANCHEZ, Adílson – Xavier, Victor Hugo – Advocacia Previdenciária – p.118
https://previdenciarista.com/beneficio-assistencial-ao-idoso-e-a-pessoa-portadora-de-deficiencia-art-20-lei-8-74293-loas/#ixzz3ojYtW3LH Acesso em: 19 out. 2015
GOMES, Ana Lígia. O Benefício de Prestação continuada: Uma trajetória de retrocessos e Limites- construindo possibilidade de Avanços. In: Proteção Social de Cidadania. Inclusão de Idosos e pessoas com deficiência no Brasil, França e Portugal. / Aldaíza Sposati , (org) São Paulo: Cortez, 2004. p.191 a 226.
SPOSATI, Aldaíza. Benefício de Prestação Continuada como mínimo Social. In: Proteção Social de Cidadania. Inclusão de Idosos e pessoas com deficiência no Brasil, França e Portugal. / Aldaíza Sposati , (org) São Paulo: Cortez, 2004. p.125 a 178.
Raquel Veloso da Silva. Critério econômico para a concessão de benefícios segundo STJ e STF. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 19, n. 4197, 28 dez. 2014. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/34687>. Acesso em: 19 out. 2015.
TAGLIETA, Eliane da Silva. Conceito de deficiência introduzido pela Lei 12.470/2011 e o LOAS. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 19, n. 4099, 21 set. 2014. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/29889>. Acesso em: 19 out. 2015.
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/98301/estatuto-do-idoso-lei-10741-03, Acesso em 19 out,2015

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