Buscar

MED RESUMOS - OBSTETRÍCIA - COMPLETA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 108 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
1
MED RESUMOS 2011
ARLINDO UGULINO NETTO 
LUIZ GUSTAVO C. BARROS € YURI LEITE ELOY
MEDICINA – P7 – 2010.2
OBSTETR‚CIA
REFERÊNCIAS
1. Material baseado nas aulas ministradas pelos Professores Francisco Mendonça, Roberto Magliano e 
Eduardo Borges na FAMENE durante o período letivo de 2010.2.
2. MORAIS, E.; & MAUAD. Medicina Materna e Perinatal. 1ª ed., Revinter: 2000.
3. RESENDE, J. Obstetrƒcia. 9ª ed., Guanabara: 2002
4. NEME, B. Obstetrƒcia B„sica. 2ª ed., Sarvier: 2000.
5. RESENDE, J. Obstetrƒcia Fundamental. 9ª ed., Guanabara: 2003
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
2
MED RESUMOS 2011
CORREIA, Luiz Gustavo; NETTO, Arlindo Ugulino; ELOY, Yuri Leite.
OBSTETRÍCIA
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
(Professor Roberto Magliano)
Na nossa Sociedade, a primeira menstrua€o, al‚m do valor simbƒlico, tamb‚m apresenta um fator org„nico. 
Isto se deve ao fato que, a partir do primeiro ciclo menstrual, a sociedade encara a transforma€o de uma crian€a em 
uma jovem f‚rtil, que pode engravidar. 
No in…cio da puberdade (10 aos 14 anos de idade), o rec‚m-infanto apresenta uma s‚rie de modifica€†es 
corporais em fun€o do amadurecimento. Com isto, horm‡nios, que at‚ ento no eram secretados, passa a apresentar 
n…veis fisiolƒgicos na circula€o.
Nos dias atuais, a menarca (primeira menstrua€o) estˆ sendo cada vez mais precoce. Explica-se, pelo fato do 
desenvolvimento neurolƒgico estˆ mais avan€ado quando comparado ‰s crian€as mais antigas; um dos motivos deste ‚ 
o bombardeio de informa€†es mostradas em ve…culos de imprensa (televiso, internet), que contribuem, sobremaneira, 
no amadurecimento precoce. Antes de descrevermos quais so os principais questionamentos dos antecedentes 
obst‚tricos, devemos entender os seguintes termos:
 Infância ‚ o per…odo compreendido desde o nascimento at‚ a puberdade (por volta dos 10 anos). Durante 
esta fase, no hˆ matura€o do eixo hipotˆlamo-hipofisˆrio-ovariano e, portanto, os horm‡nios da vida 
sexual feminina ainda no so produzidos.
 Menarca ‚ o nome t‚cnico para a primeira menstrua€o. Isto ocorre a partir do instante que o sistema 
hipotˆlamo-hipofisˆrio-ovariano ‚ amadurecido, com consequente libera€o do horm‡nio estradiol (oriundo 
do estrogŠnio, assim como o estriol e a estrona). A idade mais comum do amadurecimento deste eixo ‚ em 
torno de 11-12 anos de idade. Al‚m da indu€o da menarca, o estradiol ‚ o horm‡nio responsˆvel pelas 
altera€†es corporais horm‡nio-dependentes, tais como o aparecimento de pelos pubianos, desenvolvimento 
das mamas, dentre outros. Na inf„ncia (antes dos 11 anos de idade), o estriol estˆ presente na circula€o, 
por‚m, ‚ um horm‡nio pouco potente para provocar as altera€†es hormonais que ocorrem pelo estradiol. 
 Menacme ‚ o per…odo f‚rtil da mulher, vai desde o inicio da menarca at‚ a menopausa. A Organiza€o 
Mundial de Sa‹de (OMS) contempla o per…odo de 10-49 anos de idade como o menacme. Dento da 
menacme, existe o per…odo que corresponde ‰ adolescŠncia (10 – 19 ou 21 anos).
 Climatério ‚ o per…odo de transi€o entre o tempo reprodutivo e o no-reprodutivo, vai desde 35-65 anos. 
Desta maneira, a menopausa estˆ contida no climat‚rio. 
 Menopausa ‚ o termo que designa a ultima menstrua€o da mulher e os sinais que caracterizam o 
climat‚rio (sensa€o de calor, irritabilidade, ressecamento de vagina, etc.). Fisiologicamente, ocorre como 
consequŠncia da ausŠncia da produ€o do estradiol pelos ovˆrios. 
 Senilidade (sinectude) compreende o per…odo da vida da mulher apƒs os 65 anos de idade. 
 Amenorréia traduz a ausŠncia da menstrua€o, podendo ser ocasionada por causas fisiolƒgicas e no-
fisiolƒgicas. Dentre as causas fisiolƒgicas da amenorr‚ia, destacam-se a gravidez, inf„ncia, menopausa e 
lacta€o. 
DIAGN‚STICO CLNICO
O diagnƒstico cl…nico da gravidez envolve a descri€o de uma histƒria cl…nica completa (anamnese), associada 
ao exame f…sico de vˆrios aparelhos e sistemas, interdependentes. O roteiro para elabora€o do diagnƒstico cl…nico de 
gravidez deve conter dos seguintes achados:
1. Anamnese
2. Inspe€o
3. Palpa€o
4. Toque Vaginal
5. Ausculta
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
3
1. ANAMNESE
A anamnese é o ponto inicial de todo o diagnóstico clínico da gravidez. É neste instante que se estabelece uma 
boa relação médico-paciente, com aconselhamento psicológico (quando for necessário, principalmente, em gestantes 
adolescentes), dentre outros. A anamnese minuciosa deve conter dados acerca de:
 Atraso menstrual
 Interrogatório sistemático
o Manifestações Neurovegetativas
o Exame do sistema urinário: Poliaciúria
o Abdome: Cólicas na região hipogástrica
o Exame das mamas: Mastalgia bilateral e sensação de aumentos das mamas
 Movimentação fetal
O atraso menstrual é considerado o primeiro e mais importante sintoma clínico de gravidez da mulher 
eumenorréica e com vida sexual ativa. O diagnóstico da gravidez é dado a partir dos sinais de presunção, dentre os 
quais, a amenorréia (ausência de sangramento menstrual) é a mais exuberante. Dados estatísticos comprovam que 
0,7% dos casos, as perdas sanguíneas são contínuas até o 3º mês de gestação. Isto se deve a implantação do ovo à 
decídua. A amenorréia é fisiológica em três outras situações, além da própria gestação: período pré-puberal (durante a 
infância), menopausa, durante o período de lactação (aleitamento). Outras condições, podem ainda induzir a amenorréia 
(quadro 1). A amenorréia é fisiológica durante a etapa pré-puberal, pelo fato do não-amadurecimento do eixo 
hipotálamo-hipófise-ovariano. 
Amenorréia é a ausência do fluxo menstrual mensal, por no mínimo, 3 meses. Existe uma crença idealizada 
pela população que a amenorréia é sinal de gravidez. O que ocorre é bem diferente, algumas patologias ginecológicas 
podem causar amenorréia, a exemplificar: Síndrome dos ovários policísticos, hímen imperfurado, dentre outros. 
Durante o período gestacional, alguns sinais e sintomas são precipitados. As manifestações neurovegetativas
mais comuns são: náuseas, vômitos, sialorréia, vertigens. No sistema urinário, a poliaciúria ocorre como compressão 
da bexiga pelo corpo uterino. No exame do abdome, a paciente refere cólicas na região hipogástrica e constipação. No 
interrogatório sistemático a respeito das mamas, a paciente refere mastalgia bilateral e sensação de aumento das 
mamas (que ocorrem consequente à liberação dos hormônios gestacionais). A movimentação fetal, em multíparas, é 
percebida a partir da 16ª - 18ª semana, diferentemente, as primigestas somente percebem esta sensação a partir da 18ª 
- 20ª semana. 
2. INSPEÇÃO
A inspeção compreende a etapa de visualização, por parte do examinador, de algumas alterações evidentes em 
alguns sistemas, tais como: mamas, abdome, genitália interna e externa.
 Cabeça
 Cloasma gravídico
 Sinal de Halban
 Mamas
 Abdome
 Genitália interna e externa
Durante a inspeção da cabeça, o examinador deve analisar a presença do cloasma gravídico e sinal de Halban. 
O cloasma gravídico, geralmente, é visto a partir da 12ª - 16ª semana. Visualmente, o cloasma é demonstrado como 
uma alteração de pigmentação na região das bochechas (infra-
orbitária). A hiperpigmentação da gestante parece ser 
conseqüência da hiperfunção do lobo anterior da hipófise, por 
intermédio de suas células basófilas que, secretando 
hormônios melanotróficos, exageram a pigmentação, com 
preferências para as regiões, onde, na vida embrionária se 
realizou a oclusão da cavidade abdominal. 
Já o sinal de Halban constitui o surgimento de lanugem 
próximo à inserção dos cabelos, que ocorre como 
conseqüência da intensificação da nutrição dos folículos 
Diagnóstico diferencial de AMENORRÉIA
Condições patológicas Endocrinopatias/anemias graves/cisto ovárioUso de medicações Anticoncepcional / clorpromazina /fenotiazina/ reserpina / metildopa / antiblásticos
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
4
pilosos, reflexo do metabolismo próprio da grávida e principalmente, por influências hormonais. 
A inspeção das mamas gravídicas demonstra alterações típicas: sinal de Hunter, tubérculos de Montgomery e 
Rede de Haller. A aréola primitiva, mais escura do que fora da gestação, apresenta, ao redor, a aréola secundária, 
menos pigmentada de limites imprecisos (aréola gravídica). O sinal de Hunter ou aréola gravídica é a presença de uma 
pigmentação ao redor da aréola primitiva. Os tubérculos de Montgomery correspondem a glândulas sebáceas 
hipertrofiadas. Já a rede de Haller representa a dilatação da rede venosa superficial mamária, como uma resposta 
fisiológica ao aumento da concentração dos hormônios gravídicos, sendo um pré-requisito para futura lactação. 
Durante a inspeção abdominal, nota-se aumento do volume abdominal, associada a pigmentação acentuada na 
linha alba (plano mediano, entre o processo xifóide e a sínfise púbica), sinal semiológico conhecido como Linha Nigra.
Na inspeção da genitália, o examinador deve buscar a presença do sinal de Jacquemier-Luge e de Kluge, 
ambos presentes após a 8ª semana de gestação. O sinal de Jacquemier-Luge corresponde a coloração arroxeada do 
vestíbulo e parede vaginal anterior, explicada fisiologicamente pelo aumento da vascularização e a própria embebição 
gravídica. O sinal de Kluge é a coloração arroxeada do colo uterina durante a inspeção.
2. PALPAÇÃO
Deve-se avaliar, durante a palpação, os seguintes itens:
 Mamas
 Corpo uterino
 Toque vaginal
Na palpação, a mama apresenta-se com volume aumentado e mais sensível ao toque. 
Durante esta etapa, o examinador deverá, com os dedos polegar e indicador, comprimir a 
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
5
regio periareolar e avaliar a sa…da do “colostro”. A partir, ou at‚ mesmo antes, da 10a semana, jˆ se ‚ poss…vel que se 
perceba a presen€a do colostro.
A palpa€o do corpo e do fundo uterino ‚ uma etapa de grande import„ncia no 
exame f…sico da gesta€o. Ora, o corpo uterino, ao longo do per…odo gestacional, sofre uma 
s‚rie de altera€†es. Com isto, a sua localiza€o anat‡mica habitual apresenta-se em um 
processo din„mico de migra€o:
 Primeiros dois meses: intrap‚lvico 
 10a – 12a semana: regio hipogˆstrica
 3o – 4o meses: entre a s…nfise p‹bica e cicatriz umbilical
 5o mƒs: cicatriz umbilical
O toque vaginal ‚ uma etapa fundamental no processo de diagnƒstico cl…nico da gravidez. TrŠs sinais mais 
importantes devem ser investigados: Osiander, Noble-Budin e Puzos. O primeiro passo na vigŠncia do toque vaginal ‚ a 
aplica€o da regra estabelecida por Goodel, que descreveu o seguinte:
 Colo uterino no-grav„dico: apresenta consistŠncia semelhante ‰ cartilagem nasal
 Colo uterino grav„dico: ConsistŠncia semelhante ao lˆbio
O sinal de Osiander ‚ descrito como 
sendo a percep€o do pulso vaginal, ao toque. 
O sinal de Noble-Budin ‚ a percep€o, ‰ 
palpa€o, do corpo uterino na morfologia 
globosa. Anatomicamente, em pacientes no-
grˆvidas, o corpo uterino se mostra com 
formato piriforme. Durante a gesta€o, os 
fundos de sacos laterais so preenchidos, 
desmorfolizando a anatomia piriforme normal 
do corpo uterino, principalmente, a partir da 
10a – 12a semana. O sinal de Puzos ‚ o 
correspondente semiolƒgico ao recha€o fetal. 
Ou seja, na procedŠncia do toque vaginal, a 
falange distal do examinador experimenta a 
sensa€o de “algo retornando” de uma 
cavidade, que ‚ justamente o feto em 
desenvolvimento. 
3. AUSCULTA
Os batimentos cardiofetais (BCF) que nos informam, durante a gesta€o, se o concepto estˆ vivo ou morto, 
pouco se podendo inferir de suas condi€†es de higidez, a no ser atrav‚s da monitoriza€o dos batimentos. Os BCF, 
geralmente, so percebidos em torno de 20 semanas de gravidez. A ausculta clinica pode ser imediata ou direta, 
aplicando-se o ouvido sobre a parede abdominal da paciente, e mediata ou indireta, utilizando-se o estetoscƒpio.
O usado em obstetr…cia ‚ o de Pinard, de alum…nio ou de madeira, tendo trŠs partes: auricular, coletora e 
condutora do som. Estˆ hoje em segundo plano, substitu…do pela ausculta€o mediante o sonar-doppler, poss…vel a partir 
de 10-12 semanas de gesta€o e que faculta, demais, a audiŠncia e a identifica€o do pulso do cordo umbilical ou de 
qualquer outro vaso fetal. 
No termo da gravidez ou prƒximo dele, em virtude de estar a ˆrea card…aca mais perto do pƒlo cefˆlico, resulta 
que o foco mˆximo de escuta terˆ loca€o diferente conforme a apresenta€o. 
 Na apresenta€o cef…lica, o foco se encontra nos quadrantes inferiores do abdome materno, ‰ esquerda ou ‰ 
direita, conforme a posi€o. 
 Na apresenta€o p†lvica, o BCF ‚ melhor auscultado nos quadrantes superiores ‰ esquerda ou ‰ direita.
 Na apresenta€o c‡rmica, estˆ na linha m‚dia, junto ‰ cicatriz umbilical. 
DIAGN‚STICO LABORATORIAL
O exame laboratorial ‚ feito perante a anˆlise da gonadotrofina cori‡nica humana (β-HCG). Esse horm‡nio ‚ 
espec…fico da gravidez, salvo em algumas neoplasias raras que podem produzi-lo. A conduta mais adequada para as 
pacientes com amenorr‚ia, em idade f‚rtil ‚ a dosagem do β-HCG. 
 Na urina, o β-HCG somente ‚ percebido a partir de 12 dias de falha menstrual. 
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
6
 No plasma, o B-HCG pode ser detectado em at‚ 10 dias apƒs a fecunda€o, ou seja, precedendo em quase 4
dias a amenorr‚ia (que ‚ o principal sinal de presun€o). Deste modo, esta forma ‚ a de maior sensibilidade e 
especificidade. 
OBS1: Alguns fatores influenciam no resultado dos exames de dosagem plasmˆtica de β-HCG (Quadro 2). Dentre os 
quais, destacam-se os fatores que determinam exames falso-positivos (dose aumentada do horm‡nio, sem a gesta€o 
instalada) e falso-negativos (gesta€o jˆ instalada, por‚m, no acusada no exame laboratorial).
DIAGN‚STICO ULTRASSONOGRƒFICO
O diagnƒstico ultrassonogr…fico pode ser obtido pela regio abdominal e transvaginal. O transdutor abdominal 
permite avaliar a presen€a do saco gestacional a partir da 5 semana de gesta€o. Enquanto que o transdutor 
transvaginal permite avaliar o saco gestacional em meados da 4 semana de gesta€o. Em comum, a USG por via 
transvaginal ou abdominal objetiva:
 Avaliar a idade gestacional e vitalidade 
 Localiza€o do embrio 
 N‹mero de embri†es 
Fatores que alteram a contagem do β-HCG
Falso-Positivos No geral, os falso-positivos so representados 
pelas condi€†es que aumentam a concentra€o 
do LH: Menopausa; Ooforectomia bilateral; 
Fenotiaz…dicos; Hipnƒticos; Antidepressivos; 
Anticonvulsivantes; Anticoncepcionais orais; 
Hipertireoidismo. 
Falso-Negativos Os falso-negativos so representados pelas 
condi€†es que geram insuficiŠncia de β-HCG: 
Pouco tempo de amenorr‚ia, aborto, prenhez 
ectƒpica.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
7
MED RESUMOS 2011
ELOY, Yuri Leite; NETTO, Arlindo Ugulino.
OBSTETRÍCIA
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
(Professor Francisco Medonça)
AssistŠncia pr‚-natal ou simplesmente rotina pr‚-natal, consiste em uma s‚rie de medidas adotadas pelo m‚dico 
obstetra, que visa acompanhar a gestante at‚ o trabalho de parto propriamente dito. Com isso tem por objetivo,
salvaguardar a sa‹de das mulheres durante a gravidez e o aleitamento, orientar sobre os cuidados a serem dispensados 
‰s crian€as, permitir um parto normal e dar a luz a um filho sadio (OMS).
CONCEITO
A assistŠncia pr‚-natal em termos gerais ‚ o per…odo em que hˆ necessidade de administrar cuidados 
espec…ficos a mulher grˆvida, preservando o futuro reprodutivo da paciente, contribuindo para a sa‹de do concepto 
durante sua vida fetal, e ainda tomando providŠnciascab…veis para que a gestante possa dar a luz a um concepto h…gido. 
Com isso pode-se dizer que o m‚dico tem a oportunidade de ao longo dos nove meses de gesta€o, identificar e 
tratar patologias que possam comprometer a sa‹de da me durante a atual gesta€o, em gesta€†es futuras e por ‹ltimo 
garantir a viabilidade do concepto do ponto de vista anat‡mico, fisiolƒgico e social.
OBJETIVOS ESPECFICOS
 Prevenir, identificar e/ou corrigir as anormalidades maternas ou fetais que afetam a gravidez, incluindo 
os fatores sócio-econômicos e emocionais, bem como os médicos e/ou obstétricos. Nesse ponto a 
assistŠncia pr‚-natal se conflui com a sa‹de p‹blica, ou seja, quando o m‚dico tem como inten€o ajudar ‰ 
paciente, indiretamente se envolve com quest†es sƒcio-econ‡micas e culturais, que vo al‚m da situa€o de 
obstetra. Isso pode ser identificado por diversas condi€†es, tais como: (1) pacientes que no tem uma 
alimenta€o adequada por dificuldade financeira, ou ainda no pode obter certa medica€o para o tratamento 
de determinada patologia, (2) que sofrem algum tipo de violŠncia seja ela verbal ou f…sica. Dessa forma, pode-se 
concluir que o m‚dico obstetra no exerc…cio de sua profisso, tem como fun€o dar apoio psicossocial a 
gestante.
 Instruir a paciente no que diz respeito à gravidez, trabalho de parto, puerpério e atendimento ao RN.
Nesse aspecto o m‚dico obstetra desempenha um papel de grande import„ncia, pois deve primeiramente “abrir 
os olhos da paciente” para a condi€o que estˆ passando, isto ‚, explicando as altera€†es f…sicas e psicolƒgicas 
que possam vir a ocorrer, assim como os cuidados que deverˆ ter durante e apƒs a gesta€o. Essas 
considera€†es em nosso pa…s so ainda mais importantes devido ‰ situa€o da pobreza, e alto …ndice de 
gravidez na adolescŠncia, ou seja, mes que no esto preparadas psicologicamente para sofrer altera€†es to 
radicais implicadas por uma gravidez.
 Promover suporte psicológico adequado (principalmente na 1º gravidez). Geralmente a primeira gravidez ‚ 
acompanhada de uma s‚rie de lendas estabelecida por parentes e conhecidos. Entretanto o m‚dico deve 
instruir a paciente sobre suas d‹vidas (rela€†es sexuais, alimenta€o, exerc…cios f…sicos, sangramentos, 
secre۠es vaginais), a fim de evitar situa۠es que possam colocar em risco o concepto e, algumas vezes a 
prƒpria me. Uma situa€o comum ‚ a ingesto de medicamentos de forma indiscriminada e sem receita 
m‚dica por influŠncia de terceiros.
ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS PARA QUE TAIS OBJETIVOS SEJAM ALCANÇADOS
Para que os objetivos citados acima sejam alcan€ados (preservar a sa‹de da paciente, realizar um 
acompanhamento pr‚-natal adequado e gerar um concepto h…gido), deve-se adotar certas medidas:
I. Captação precoce da gestante na comunidade: consiste no incentivo para o in…cio do pr‚-natal. Quanto mais 
precoce seu in…cio maiores so as chances de detectar anormalidades fetais, diagnƒstico precoce e tratamento 
adequado, al‚m de orientar a futura me sobre os cuidados que devem ser adotados.
II. Atendimento periódico contínuo e extensivo à população alvo: a assistŠncia pr‚-natal adequada exige uma 
freq‘Šncia de visitas mais elevada ao m‚dico, proporcionando que o mesmo perceba as altera€†es fisiolƒgicas 
na me e no concepto.
III. Recursos humanos tecnicamente treinados e cientificamente preparados: tem uma grande influŠncia 
principalmente quando a paciente faz questionamentos que podem surgerir respostas inadequadas, e dessa 
forma, causar preju…zos a paciente. Principalmente quando estˆ relacionado a cren€as familiares, experiŠncias 
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
8
de terceiros, que podem levar a gestante a, por exemplo, ingerir medicamentos inadequados, ingerir produtos ou 
tomar atitudes que possam prejudicar a sa‹de do concepto a da prƒpria me.
IV. Área física adequada: permitindo um exame f…sico e anamnese adequada para que a gestante se sinta bem 
acolhida.
V. Realização de exames laboratoriais obrigatórios:
VI. Medicamentos básicos e acessíveis:
VII. Equipamentos e instrumentais adequados: realizar as medidas adequadas da paciente, auscultar com 
frequŠncia o feto, monitorizar constantemente a presso arterial da paciente, fazer dosagens e controle 
adequado da glicemia.
VIII. Sistema eficiente de referencia e contra-referencia:
IX. Serviço de registro de estatística: ter conhecimento de servi€os de estat…sticas da regio, onde se faz a 
assistŠncia pr‚-natal, principalmente quando estˆ envolvido o sistema p‹blico de sa‹de. Isto ‚, ter conhecimento 
das principais patologias que acometem uma determinada regio e saber sua gravidade em rela€o ‰s pacientes 
grˆvidas, ou ainda, reconhecer uma paciente que vŠm de outra ˆrea e quais as poss…veis patologias pode estˆ 
trazendo consigo. Um exemplo comum ‚ toxoplasmose e hipovitaminose.
X. Sistema de avaliação da efetividade das ações de assistência pré-natal: deve-se ter um retorno de todas as 
a€†es efetivadas com a paciente no pr‚-natal, avaliando sua eficˆcia cl…nica, permitindo avaliar seu impacto 
ben‚fico para a popula€o.
IDENTIFICA„…O DA IDADE GESTACIONAL
Jˆ na primeira consulta de uma paciente que serˆ acompanhada durante sua fase gestacional, ‚ de extrema 
import„ncia a necessidade de se estabelecer a idade gestacional. Isso ‚ importante, pois, atrav‚s dela o m‚dico pode 
orientar a paciente sobre determinadas atividades e atitudes, que com certeza iro mudar ao longo da gravidez. Essa 
idade ‚ sempre avaliada pelo m‚dico obstetra em semanas e nunca em meses, pois dessa forma, permite um 
acompanhamento mais preciso e fidedigno em rela€o ‰s altera€†es fisiolƒgicas do feto.
Para o cˆlculo da idade gestacional existem diversas regras que podem ser utilizadas, entre as principais temos:
 Regra de Naegele: baseia-se na data da ‹ltima menstrua€o (DUM), para ento obter a data estimada do parto 
(DEP). A DEP ideal acontece com cerca de 40 semanas (280 dias). Quando o parto ocorre apƒs a DEP, temos 
um parto pós-data. A regra de Naegele afirma que a DEP pode ser obtida somando 7 dias, diminuindo 3 meses 
e somando 1 ano ‰ DUM. Esta regra pode sofrer varia€†es, a depender se a DUM ocorreu no final do mŠs ou no 
come€o do ano, como mostra o Ex2 e o Ex3, respectivamente. Quando a soma referente aos dias ultrapassa o 
mŠs, como mostrado no Ex2, devemos diminuir duas unidades dos meses, seguido do aumento de uma unidade 
anualmente. No Ex3, por sua vez, como a DUM ocorreu em Janeiro, a DEP serˆ estimada para o mesmo ano, 
sem ser necessˆrio somar uma unidade ao ano; neste caso, podemos ainda considerar como Janeiro sendo o 
“mŠs 13”, de modo que, ao subtrairmos 3 dele, chegaremos a Outubro (mŠs 10). 
Ex1: Ex2: Ex3: 
 Cálculo das Semanas e Dias: para a realiza€o do cˆlculo, deve-se estabelecer a data da ‹ltima menstrua€o, 
exemplo, 15/01/2010 e a data de base, que seria nesse caso a data da consulta 02/06/2010. Com isso devem-se 
contar os dias desde a ‹ltima menstrua€o at‚ a data de base. Assim temos:
 16 DIAS DE JANEIRO
 28 DIAS DE FEVEREIRO
 31 DIAS DE MAR’O
 30 DIAS DE ABRIL
 31 DIAS DE MAIO
 02 DIAS DE JUNHO
 Ultrasonografia: a USG ‚ um exame ideal para o cˆlculo da idade gestacional da paciente, atrav‚s dele ‚ 
poss…vel determinar com exatido todas as fases evolutivas do feto, al‚m de poder identificar uma s‚rie de 
patologias e anormalidades fetais. Quando realizado por via transvaginal, a USG tem uma margem de erro 
m…nima que varia em torno de 3 a 5 dias para mais ou para menos. Contudo, o sistema p‹blico de sa‹de 
brasileiro ‚ falho nesse aspecto e geralmente o per…odo de solicita€o do exame at‚ o per…odo de execu€o ‚ 
longo, com isso, perdendo a avalia€o que deveria ser realizado na ‚poca determinada anteriormente.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
9
ASSIST†NCIAPR‡-NATAL
No Brasil, o Programa de Humaniza€o no Pr‚-natal e Nascimento (PHPN) estabelecem que, o n‹mero m…nimo 
de consultas no acompanhamento pr‚-natal deve ser de seis.
Como jˆ foi dito anteriormente a primeira consulta deve ser realizada o mais precoce poss…vel. As consultas 
subseq‘entes por sua vez, devem ser mensais at‚ o 7“ mŠs (30 semanas) de gesta€o, quinzenais at‚ o 9“ mŠs (37 
semanas) de gesta€o e semanais do 9“ mŠs at‚ o parto. A frequŠncia de consultas aumenta com o decorrer da 
gesta€o devido ‰ incidŠncia de complica€†es, principalmente em sua fase terminal, como por exemplo, a presen€a de 
diabetes gestacional, hipertenso arterial, edemas, convuls†es, AVC. 
As patologias que envolvem o feto tamb‚m esto inclusas tais como: insuficiŠncias fetais.
PRIMEIRA CONSULTA
ANAMNESE
Na primeira consulta de uma gestante, deve ser conduzida da mesma forma como ‚ feito com outros pacientes,
ou seja, realiza€o de uma anamnese adequada e dirigida para sua condi€o fisiolƒgica. Assim durante a identificação, 
dados socio-econômicos, antecedentes pessoais e familiares, antecedentes ginecológicos, antecedentes 
obstétricos e condições e hábitos de vida, procura-se estabelecer as condi€†es de risco em que a paciente estˆ 
inserida e, atrav‚s disso, realizar um trabalho de assistŠncia pr‚-natal adequada para a paciente, objetivando uma 
gravidez o mais saudˆvel poss…vel.
EXAME FÍSICO GERAL
Seguida da anamnese estˆ o exame físico geral, em que, atrav‚s dele tamb‚m podem ser diagnosticadas 
condi€†es patolƒgicas que podem interferir com o curso natural da gesta€o. Um exemplo so as pacientes que 
apresentam anormalidades do sistema locomotor. Estas, com certeza, tero dificuldades para deambular nas fases mais 
avan€adas da gravidez. Pacientes que apresentam h‚rnias discais podem vir a desenvolver dores intensas durante a 
gesta€o devido ao peso. Com isso so condi€†es que podem ser diagnosticadas com um exame f…sico bem executado. 
Entre outras patologias comuns que envolvem outros sistemas so: respiratƒrio (asma, tabagismo), sistema 
nervoso (epil‚pticas – indicadas a no suspender o uso dos anticonvulsivantes), cardiolƒgico (hipertensas), endƒcrino-
metabƒlico (diab‚ticas, dislipidemias, obesidade). Por ‹ltimo segue o exame espec…fico ginecológico e obstétrico.
EXAME FÍSICO GINECOLÓGICO E OBSTÉTRICO
O exame ginecológico deve ser seguido, identificando as altera€†es t…picas da gravidez que iro aparecer, 
principalmente no crescimento das mamas. Outra etapa importante consiste na realiza€o do exame especular e 
colpocitológico, para identifica€o de patologias graves como ‚ o caso da presen€a do v…rus HPV e at‚ mesmo, c„ncer 
do colo uterino. Estat…sticas mostram que a grande quantidade de c„ncer de colo uterino ‚ diagnosticada durante a 
primeira consulta da gravidez devido ‰ obrigatoriedade de sua realiza€o. 
O toque vaginal ‚ importante quando hˆ suspeita de patologias do trajeto do canal de parto, patologias que 
possam comprometer um futuro parto normal da paciente. Com isso pode-se dizer que realiza-se um check up
ginecológico com a paciente. Al‚m disso, pode ser solicitado exame de urina, citolƒgico etc.
No exame obstétrico realizam-se a inspeção, altura uterina, ausculta dos BCF (batimentos cardíacos do 
feto), situação e apresentação fetal (manobras de Leopold) e o toque vaginal.
EXAMES LABORATORIAIS
Mesmo apƒs a realiza€o de um exame f…sico adequado deve-se abrir um leque maior de exames, para uma 
melhor investiga€o e diagnƒstico de suspeitas levantadas anteriormente. Dessa forma pode-se tratar e controlar 
doen€as que anteriormente estavam descompensadas e ainda estabelecer diagnƒstico de patologias que antes 
passavam despercebidas pela prƒpria gestante, como no ‚ incomum encontrar gestantes na primeira consulta, 
hipertensas, sem ter nenhum conhecimento de sua condi€o. 
Em contrapartida, como foi dito anteriormente, o acesso aos exames pelas classes mais pobres ‚ dif…cil e muitas 
vezes no ‚ poss…vel sua realiza€o. Da… a import„ncia da realiza€o de um exame f…sico adequado para que sejam 
solicitados somente os exames que so necessˆrios para a comprova€o de uma determinada suspeita cl…nica. Entre os 
principais exames solicitados esto:
 Hemograma
 Tipagem sangu…nea 
 Fator Rh (Coombs indireto S/N)
 Glicemia de jejum
 Urina tipo I
 Sorologia para HIV: exame que antigamente no era obrigatƒrio, mas atualmente deve ser realizado.
 IgG e IgM para rub‚ola
 Sorologia para s…filis
 IgG e IgM para Toxoplasmose
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
10
 IgG e IgM para citomegalovirus
 Colpocitologia oncótica: pesquisa de HPV
 Parasitológico de fezes: importante no diagnóstico diferencial no que se refere à dor gestacional. Nesses casos a 
paciente refere dor abdominal devido à patologia parasitária, e que se não diagnosticada pode vir a indicar 
medicamentos equivocados podendo trazer prejuízos a paciente e ao feto.
 Teste de tolerância oral à glicose (75g): glicemia maior que 140 mg/dl confirma o diagnóstico.
 Ultrasonografia pélvica transvaginal de 1º trimestre
 Sorologia para hepatite B e C
 Pesquisa estreptococos do grupo B: muito comum na fase final da gestação principalmente entre a 35º e 37º 
semana.
ORIENTA‰ŠO QUANTO AO PESO
Na primeira consulta também é necessário a orientação quanto ao peso gestacional. Informando que o ganho 
ideal está em torno de 300 ou 400 g/semana a partir da 1ª semana, com um ganho gestacional total de 10-12 Kg. 
Entretanto não é uma regra a ser seguida, pois há pacientes que registram um aumento superior a 20 kg durante toda a 
gestação e se apresentam normais, em contrapartida pacientes que só registram um aumento de 5 a 6 kg, mas também 
se mostram hígidas. Com isso os valores citados anteriormente é uma média entre os dois opostos.
Para avaliar o estado nutricional da gestante, utiliza-se o nomograma de Rosso.
O nomograma de Rosso funciona da seguinte 
forma: (1) registra-se o peso da paciente e (2) altura. 
Depois disso com uma régua encontra-se o valor em 
porcentagem do peso ideal em relação à altura.
Encontrado o percentual na tabela, relaciona-
se com o número de semanas. Podemos interpretar 
os resultados da seguinte maneira:
 Percentil A: normal.
 Percentil B: baixo peso.
 Percentil C: sobrepeso.
Como exemplo prático podemos descrever a 
seguinte situação. Paciente gestante 9º semana de 
gravidez, 1º consulta ao obstetra, com 1,60 de altura 
pesando 65 kg. De acordo com a tabela a 
percentagem do peso ideal/ altura é de 
aproximadamente 110. Este valor quando levado a 
tabela analisando-se as 9 semanas de gestação, a 
paciente encontra-se em um peso normal.
NUTRI‰ŠO E GRAVIDEZ
 ‹cido F‡lico – Estudos realizados por médicos de Londres mostraram que pacientes que tinham deficiência do 
ácido fólico tinham maiores índices de abortamentos e ainda defeitos da formação do tubo neural. Com isso o 
ácido fólico passou a ser estudado mais profundamente, até que se comprovou sua eficácia na prevenção de 
má-formações do tubo neural. A administração do ácido fólico está indicada assim que a gestante suspender o 
uso dos anticoncepcionais. Assim a suplementação pré-concepcional é feita até a 12ª semana, na dose de 5 
mg/dia para prevenção de defeitos do tubo neural.
 Ferro – Prevenção contra níveis baixos de hemoglobina ao final da gestação, pois pode cursar com trabalho de 
parto prematuro e abortamentos. Com isso até 20 semanas de gestação além do ácido fólico deve-se indicar o 
sulfato ferroso.
 Vitaminas – A, D, C e E. Como via de regra até 20 semanas de gravidez ou até mesmo antes, deve-se fazer o 
uso de ácido fólico e sulfato ferroso, após esse período deve-se suspender e administrar polivitamínicos, que 
também tem uma quantidade razoável de ácido fólico.
HIGIENE, COMPORTAMENTO E MEDICAMENTOS
 Asseio corporal: alémde todas as considerações ditas anteriormente, deve-se ainda, informar a paciente sobre 
as condutas de higienização da genitália externa, prevenindo assim a ocorrência de infecções, que, durante a 
fase gestacional é de difícil controle e tratamento, principalmente quando se encontra em fases mais avançadas, 
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
11
pois nesse momento a futura me tem algumas contra-indica€†es em rela€o a determinados medicamentos 
(antibiƒticos).
 Vestiário: embora muitos ainda achem desnecessˆrios, as vestes da gestante desempenham um importante 
papel principalmente em rela€o ‰ higieniza€o. Recomenda-se que as gestantes utilizem roupas mais leves e 
que permitem uma ventila€o adequada da genitˆlia externa. Ou seja, deve-se evitar roupas apertadas, 
desconfortˆveis, que gerem um ambiente abafado que predisp†e a ocorrŠncia de infec€†es.
 Trabalho: em rela€o ao trabalho, ‚ importante salientar sobre um pequeno tempo de repouso que a mulher 
deve preconizar. Estabelecer um intervalo de aproximadamente 40 minutos em dec‹bito lateral esquerdo
(principalmente apƒs o almo€o, per…odo em que o feto mais necessita de glicose), posi€o esta que melhora o 
retorno venoso e com isso diminui o n‹mero de varizes e edema de membros inferiores, al‚m de melhorar o 
fluxo sangu…neo para o ‹tero, atrav‚s das art‚rias e veias uterinas. Fisiologicamente estˆ posi€o, desloca o 
‹tero e com isso, deixa o fluxo da aorta abdominal e veia cava inferior mais livres.
 Esportes: quanto a atividades f…sicas ‚ de extrema import„ncia a orienta€o do m‚dico obstetra. Estˆ proibida a 
realiza€o de atividades que exigem esfor€o intenso, tais como levantamentos de peso, utiliza€o de exerc…cios 
abdominais, ou nenhum outro exerc…cio que gere impacto na regio abdominal. Assim nas gestantes indica-se a 
prˆtica freq‘entes de exerc…cios, como por exemplo, caminhar levemente. Outra atividade que estˆ bem indicada 
para as pacientes gestantes ‚ a hidroginˆstica. Os exerc…cios f…sicos evitam a forma€o de trombose venosa 
profunda nos membros inferiores.
 Viagens (aéreas): em rela€o ‰s viagens, principalmente as a‚reas, so permitidas quando dom‚sticas. 
Entretanto nas fases mais avan€adas (32 semanas) da gesta€o ‚ contra-indicado devido ao risco de entrar em 
trabalho de parto durante a viagem.
 Atividades sexuais: consiste em uma pergunta muito frequente nos consultƒrios m‚dicos. Fisiologicamente 
durante a gesta€o hˆ um aumento da quantidade de progesterona que inibe a a€o estrogŠnica, e com isso, a 
gestante tem uma perda da libido. A gestante pode ter rela۠es sexuais, entretanto deve-se observar se durante 
o ato sexual apresenta ou no contra€†es, principalmente nos primeiros 5 minutos apƒs. Essas contra€†es 
ocorrem devido ao ‹tero ter uma forma piriforme (que garante a contra€o que facilita a suc€o dos 
espermatozƒides). Assim, os espermatozƒides possuem uma subst„ncia chamada de prostaglandinas, que 
promovem uma irrita€o no colo uterino fazendo com que a miofibrila se contraia facilitando sua entrada no 
orif…cio tubˆrio. Algumas vezes as contra€†es das miofibrilas so to intensas que podem ocorrer sangramentos. 
Apesar dessas ocorrŠncias, no hˆ necessidade de interromper as rela€†es sexuais, mas sim orientar sobre a 
prˆtica do “coito interrompido” ou ainda a utiliza€o da camisinha.
 Fumo e álcool: ‚ totalmente contra-indicado durante a gravidez. O alcoolismo durante a gravidez pode vir a 
desenvolver s…ndromes de mˆ-forma€†es congŠnitas graves.
 Vacinação: T‚tano neonatal - Toxƒide tet„nico (TT) e Gripe (H1N1).
 Limitação medicamentosa: ‚ uma situa€o importante que no pode ser esquecida durante a assistŠncia pr‚-
natal. Uma das contra-indica€†es inclui a utiliza€o de quinolonas, sulfas corticƒides, que se administradas em 
doses elevadas ou com uma frequŠncia muito alta, pode trazer preju…zos s‚rios ao feto.
CONSULTAS SUBSEQUENTES
EXAMES OBSTÉTRICOS SISTEMÁTICO
 Pressão arterial
 Pele e mucosas
 Exame das Mamas
 Palpação obstétrica
 Medida da altura uterina: quando a altura do ‹tero se 
encontra ao n…vel da cicatriz umbilical a gesta€o deve estar 
em torno de 22 semanas. Abaixo da cicatriz umbilical 
encontra-se menor que 22 semanas e acima da cicatriz, entre 
o apŠndice xifƒide e cicatriz umbilical, estˆ em torno de 28 
semanas; quando atinge o apŠndice xifƒide, estˆ prƒxima de 
40 semanas.
 Auscultar dos batimentos cardíacos fetais (BCF)
 Pesquisa de edema de MMII
 Solicitar exames pertinentes (laboratório/ultrasonografia, cardiotocografia/doppler velocimetria)
 Solicitar avaliações de outros profissionais
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
12
MANOBRAS DE LEOPOLD
É um método comum e sistemático que se faz por meio da palpação do abdome gravídico no intuito de 
determinar a posição de um feto dentro do útero de uma mulher. Recebem este nome em homenagem ao ginecologista 
Christian Gerhard Leopold.
As manobras consistem em quatro ações distintas, que ajudam a determinar a posição e apresentação do feto, 
que, em conjunto com a avaliação correta da forma da pelve materna, podem indicar se o parto será complicado ou se 
uma cesareana será necessária. 
Assim as manobras de Leopold são: 
(1) Delimitação do fundo do útero usando ambas as mãos para deprimir a parede abdominal com as bordas 
cubitais. As mãos ficam encurvadas, para melhor reconhecer o contorno do fundo do útero e a parte fetal que o ocupa. 
Com uma das mãos imprimindo súbito impulso ao pólo fetal, esse sofre um deslocamento, chamado "rechaço fetal"
realizado com a mulher em decubito dorsal;
(2) Ao deslizar as mãos do fundo uterino para o pólo inferior, tenta-se palpar o dorso fetal e os membros, de um 
ou outro lado do útero;
(3) explorar a mobilidade do pólo fetal que se apresenta em relação com o estreito superior do trajeto pélvico. 
Tenta-se apreender esse pólo fetal entre o polegar e o indicador da mão direita, imprimindo movimentos laterais para 
procurar o grau de penetração da apresentação na bacia; 
(4) Com as extremidades dos dedos, palpa-se a pelve materna para tentar reconhecer o pólo cefálico ou o 
pélvico, e,assim, determinar o tipo de apresentação do concepto.
TRATAMENTO DAS INTERCORR†NCIAS GRAVDICAS
 Êmese e Hiperêmese: é uma manifestação comum das pacientes grávidas.
 Sialorréia ou Ptialismo: também é um sintoma comum, que está associado com as altas concentrações do 
hormônio beta-hCG.
 Pirose: ocorre devido ao crescimento uterino constante, fato este que leva a uma compressão do andar superior 
do abdome, inclusive do estômago, levando a sensação de pirose e até mesmo de regurgitação.
 Varizes: ocorre devido à dificuldade do retorno venoso, está associada principalmente a compressão da veia 
cava inferior pelo útero. 
 Hemorróidas: ocorre pelo mesmo mecanismo fisiopatológico da formação das varizes.
 Câimbras: podem ocorrer principalmente naquelas pacientes que se apresentam com uma deficiência de 
vitamina e cálcio.
 Constipação intestinal: se dá pelo aumento do útero e compressão de órgãos digestivos abdominais, que 
levam a um trânsito abdominal lento. Além disso, há uma atuação maior de uma substância chamada de 
relaxina, que induz o relaxamento para que o parto ocorra com uma maior facilidade, entretanto atua sobre 
outras musculaturas lisas inclusive do TGI levando a lentificação do mesmo.
 Edemas: aparecimento de varizes e dificuldade do retorno venoso.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
13
 Sintomas urinários: são comuns desde o primeiro semestre, é explicado principalmente pela compressão do 
útero sobre a bexiga. Entretanto ao longo da gestação ocorre uma acomodação da bexiga, por isso os sintomas 
urinários ocorrem com uma maior frequência no 1º trimestre de gestação. 
 Tonteiras e vertigens: está associadoà mudança abrupta da coluna vertebral, fato este que justifique a marcha 
anserina adotada pelas pacientes grávidas, ou seja, deambula em hiperextensão, com os pés afastados para 
obter um melhor apoio e equilíbrio, e com as mãos apoiadas sobre a região dorso-lateral.
 Fadiga: sensação de cansaço, que pode ser explicada pela situação de anemia a que a paciente é exposta.
 Síndrome dolorosa: é muito comum na gestação quando geralmente a paciente se queixa de dores de 
localizações imprecisas e disseminadas por várias áreas corporais.
 Leucorréia: é muito confundida com um aumento fisiológico normal da secreção vaginal. Isso se deve ao fato de 
uma hipertrofia das glândulas vestibulares entre outras.
ASPECTOS EMOCIONAIS & PREPARA„…O PARA O PARTO
O médico deve avaliar e perceber as variações emocionais nas mulheres grávidas, que ocorrem com uma 
frequência maior do que se imagina.
A preparação do parto consiste em uma etapa importante, pois envolve situações sócio-econômicas e 
emocionais. Fala-se que a gestação do ponto de vista emocional está dividido em três etapas: (1) o 1º trimestre que 
envolve primeiramente a aceitação de condição de grávida da gestante, medo de abortamentos, condições familiares e 
culturais, (2) superada essa fase no 2º trimestre a gestante se torna mais tranquila, onde a paciente permanece mais 
relaxada com sua condição fisiológica e por último (3) o 3º trimestre, em que a paciente volta a ter medo do parto, 
abortamentos, entre outras crenças, principalmente ansiedade e expectativa quanto ao parto.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
14
MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
OBSTETRÍCIA
ESTUDO OBSTÉTRICO DO OSSO DO QUADRIL (BACIA)
(Professor Eduardo Borges)
A boa evolução do mecanismo do parto depende, basicamente, de três parâmetros: (1) das forças de contração 
uterina; (2) do móvel (feto); (3) do canal de parto. Neste aspecto, o estudo do osso do quadril torna-se fundamental.
O osso do quadril (também conhecido por bacia) consiste no cíngulo (raiz) do membro inferior, além de constituir 
o esqueleto da pelve. Anatomicamente, o osso do quadril tem, de fato, uma forma de bacia, composto por um anel ósseo 
bem estabilizado que une a coluna vertebral aos dois fêmures. 
As funções primárias do cíngulo do membro inferior são:
 Sustentar o peso de parte superior do corpo nas posições sentada e de pé;
 Transferir o peso do esqueleto axial para o esqueleto apendicular inferior para ficar de pé e caminhar;
 Oferecer fixação para os fortes músculos da locomoção e postura, bem como aqueles da parede do abdome, 
resistindo às forças geradas por suas ações.
Consequentemente, o cíngulo do membro inferior é muito forte e rígido, principalmente em comparação com o 
cíngulo do membro superior (ombro).
As funções secundárias do cíngulo do membro inferior são:
 Conter e proteger as vísceras pélvicas e as vísceras abdominais inferiores;
 Proporcionar fixação para os corpos eréteis dos órgãos genitais externos;
 Proporcionar a fixação do assoalho pélvico;
 Proporcionar sustentação para as vísceras abdominopélvicas e para o útero gravídico.
CONSIDERA„ˆES ANAT‰MICAS DA BACIA
COMPONENTES ÓSSEOS
No indivíduo maduro, o cíngulo do membro inferior é formado pelos seguintes ossos:
 Ossos do quadril direito e esquerdo: ossos grandes, de formato irregular, cada um desenvolvendo-se a partir 
da fusão de três ossos: o ílio, o ísquio e o púbis.
 Sacro e cóccix: formados, respectivamente, pela fusão de cinco vértebras sacrais e quatro vértebras coccígeas 
originalmente separadas.
Desta forma, do ponto de vista ósseo, a bacia é formada por dois grandes ossos laterais e superiores (o ílio), 
dois ossos posteriores (sacro e cóccix, que constituem parte da coluna vertebral), dois ossos anteriores (púbis) e dois 
ossos localizados póstero-inferiormente (ísquio, que sustenta todo o peso do corpo quando sentamos).
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
15
ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS
As principais articulações da bacia que unem os ossos do cíngulo do 
membro inferior no adulto, incluindo a extremidade proximal do fêmur, são:
Sínfise púbica: articulação que envolve os dois ossos púbicos.
 Articulação sacrococcígea: articulação entre as vértebras sacrais e 
as coccígeas é uma articulação relativamente móvel.
 Articulação sacroilíaca: articulação entre a asa do sacro e a asa do 
ílio.
 Articulação coxo-femural: articulação entre o acetábulo da bacia e a 
cabeça do fêmur.
Entre os ossos que compõem a bacia, se estabelecem ligamentos 
fibrosos importantes para a estabilização destes componentes, além de servir 
na fixação de estruturas viscerais e de participar nas precisas divisões 
anatômicas. A figura abaixo lista os principais ligamentos do quadril:
DIVISÃO TOPOGRÁFICA DA BACIA
Anatomicamente, a pelve é o espaço ou compartimento circundado pelo cíngulo do membro inferior, 
previamente descrito. A bacia pode ser dividida em duas regiões distintas: a grande bacia (superiormente) e a pequena 
bacia (inferiormente). Da mesma forma, podemos dividir a pelve em pelve maior e pelve menor. 
O ponto de referência para esta divisão da bacia se faz ao nível da abertura superior da pelve. A margem 
óssea que circunda e define a abertura superior da pelve (também denominada de margem da pelve) é formada por: 
promontório e asa do sacro; linhas terminais direta e esquerda (formadas pela linha arqueada da face interna do ílio, 
pela linha pectínea do púbis e pela crista púbica). A abertura inferior, obviamente, corresponde ao limite inferior da 
pequena pelve, sendo limitada por: ângulo e arco púbico anteriormente; túberes isquiáticos lateralmente; ligamentos 
sacrotuberal póstero-lateralmente; extremidade do cóccix posteriormente.
Assim, a bacia maior (em verde-claro, na figura abaixo) é pélvica em virtude de seus limites ósseos, mas 
abdominal em termos de seu conteúdo. A bacia menor (verde-escura) proporciona a estrutura óssea para a cavidade 
pélvica e o períneo profundo.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
16
Para estudo obstétrico, nos interessa apenas o estudo anatômico da pequena bacia, uma vez que é nela onde 
ocorrem as principais modificações do feto durante o mecanismo do parto (além do fato de que é ela que constitui o 
próprio canal de parto). 
ESTUDO DA BACIA MENOR
Do ponto de vista obstétrico, a região da bacia compreendida abaixo do nível das linhas pectínea e arqueada é a 
mais importante, sendo denominada de bacia menor. Além desta terminologia, obstetras, principalmente os mais 
tradicionais, adotam outras designações, tais como: bacia obstétrica, escavação ou escava, bacia verdadeira (ou 
pelve verdadeira), etc.
O exame clínico da bacia obstétrica consiste em duas etapas: a pelvimetria (análise das medidas da bacia) e a 
pelvigrafia (análise da estrutura da bacia). Para a realização destes exames, é necessário um conhecimento anatômico 
mínimo da bacia menor, que inclui a avaliação dos estreitos, diâmetros, planos parelelos, arco anterior, eixo e 
classificação por diferenças étnicas.
ESTREITOS E DIÂMETROS DA BACIA
Na bacia menor, podemos descrever ao menos três estreitos. O 
estudo destas regiões se faz importante visto que nelas podem acontecer 
algumas das intercorrências durante o parto, uma vez que o canal de parto 
é, de fato, mais estreito nestas regiões. São eles:
 Estreito superior: ao nível abertura superior da pelve (isto é, 
limite entre as pelves maior e menor). 
 Estreito médio: ao nível das espinhas isquiáticas.
 Estreito inferior: ao nível da abertura inferior da pelve (isto é, 
limite inferior da bacia obstétrica).
É, portanto, preciso saber conhecer e examinar os estreitos para que, no momento do parto, o bebê passe com a 
maior segurança possível. Por esta razão, passaremos a estudar, de forma mais detalhada,cada um dos estreitos.
Estreito superior.
O estreito superior corresponde a abertura superior da pelve, justamente onde dividimos a bacia maior da bacia 
menor. É, portanto, o limite superior da bacia menor. Seus limites são:
 Promontório sacral (porção do sacro que se une à 5ª vértebra lombar);
 Asas do sacro e articulações sacroilíacas;
 Linha arqueada (ou linha inonimada, localizada na face interna do osso), eminência ílio-púbica (ou eminência 
íliopectínea) e linha pectínea;
 Margem superior do púbis e sínfise púbica. 
É graças ao estreito superior que se pode classificar o osso do quadril a depender do grau de sua abertura (ou 
diâmetros). Desta maneira, podemos classificar a bacia nas seguintes formas: bacia ginecóide (da mulher), bacia 
andróide (do homem), bacia antropóide (do macaco) e a bacia platipelóide.
 A bacia andróide (A) é característica no sexo masculino. Seu estreito superior apresenta um formato mais 
triangular, com diâmetro ântero-posterior relativamente pequeno. Esta arquitetura fornece uma maior firmeza à 
pelve masculina; contudo, quando for presente em uma mulher, pode apresentar riscos para o parto vaginal.
 A bacia ginecóide (B) é o tipo feminino 
mais comum. Seu estreito superior possui 
caracteristicamente um formato oval 
arredondado e um diâmetro transversal 
largo (contudo, basicamente, os diâmetros 
se equivalem).
 A bacia antropóide (C) apresenta um 
diâmetro ântero-posterior bastante 
grande, quando comparado ao diâmetro 
transversal, dando à pelve um aspecto 
elíptico.
 A bacia platipelóide (D) é mais 
arredondada, apresentando um aspecto 
que lembra um prato. Nesta forma de 
bacia, o diâmetro transverso é maior do 
que o diâmetro ântero-posterior. 
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
17
OBS1: Embora as diferenças anatômicas entre as pelves masculinas e femininas geralmente sejam claras, a pelve de 
qualquer pessoa pode ter algumas características do sexo oposto. A morfologia mostrada nas figuras A e C são mais 
comuns em homens, B e A em mulheres brancas, B e C em mulheres negras, enquanto o tipo D é raro em ambos os 
sexos.
O estreito superior possui, pelo menos, três diâmetros principais. São estes diâmetros os responsáveis pela 
classificação morfológica da bacia. Os diâmetros do estreito superior são:
 Diâmetro ântero-posterior ou conjugado verdadeiro (a): traçado desde o promontório 
até a borda súpero-posterior da sínfise púbica (mais especificamente até o ponto de 
Crouzart). Mede cerca de 11cm.
 Diâmetro transverso médio (b): traçado entre os extremos das linhas arqueadas (ou 
linhas inonimadas) dos dois lados. Mede, aproximadamente, 13 cm.
 Diâmetros oblíquos: traçados desde a articulação sacro-ilíaca de um lado até a 
eminência ílio-pectínea do outro. O diâmetro oblíquo esquerdo ou primeiro oblíquo (letra c, 
na figura) se inicia na articulação sacro-ilíaca direita e parte até a eminência ílio-pectínea 
esquerda; o diâmetro oblíquo direito ou segundo oblíquo (letra d, na figura) é traçado deste a 
articulação sacro-ilíaca esquerda até a eminência ílio-pectínea direita. Medem cerca de 
12cm.
Estreito médio.
O estreito médio localiza-se ao nível das espinhas isquiáticas, pequenas 
projeções póstero-mediais pontiagudas localizadas perto da junção entre o ramo e o 
corpo do ísquio. Consiste na zona de maior estreitamento (ou angustiamento) da 
bacia. 
Os limites do estreito médio são:
 Terço inferior do sacro (aproximadamente entre a 3ª e 5ª vértebra sacral);
 Ligamento sacro-isquiático (ou sacro-espinhal);
 Espinha isquiática;
 Margem inferior da sínfise púbica.
Os diâmetros que constituem o estreito médio da bacia são:
 Diâmetro sacro-médio púbico (SMP): traçado deste o terço inferior do sacro (entre a 
3ª e 5ª vértebra sacral) até o ponto mediano da sínfise púbica. Mede cerca de 12cm.
 Diâmetro biciático: traçado entre as duas espinhas isquiáticas. Consiste no menor 
diâmetro da bacia, medindo cerca de 10,5 cm.
Estreito inferior.
O estreito inferior é o mais complexo e diferente 
dos demais. Isso se dá por duas diferenças básicas: (1) 
não apresenta um formato circular característico, mas 
sim em losango; (2) os dois triângulos que compõem o 
losango estão dispostos em dois planos diferentes, 
estando as suas bases unidas em uma linha comum.
Seus limites anatômicos são, portanto, 
representados por 2 triângulos de base comum (que 
constitui o diâmetro bituberoso). 
 Triangulo anterior:
 Ângulo subpúbico (ápice)
 Ramos ísquipúbicos (lados)
 Diâmetro bituberoso (base)
 Triangulo posterior:
 Diâmetro bituberoso (base)
 Ligamentos sacro-tuberosos (lados)
 Ponta do sacro (ápice)
Os diâmetros do estreito inferior são:
 Diâmetro cóccix-subpúbico (CSP): com disposição ântero-posterior, é traçado desde o 
cóccix até o ponto mediano abaixo da sínfise púbica. Mede cerca de 9,5 (chegando a 11 cm 
graças ao fenômeno de retropulsão do cóccix; ver OBS2).
 Diâmetro bituberoso: traçado entre as duas tuberosidades isquiáticas. Mede cerca de 
11cm.
OBS2: O cóccix se articula ao sacro por meio de uma articulação flexível que, durante o trajeto fetal pelo canal de parto, 
ele sofre um fenômeno conhecido por retropulsão do cóccix, o que garante ao diâmetro cóccix-subpúbico um aumento 
de, aproximadamente, 1,5cm.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
18
PLANOS PARALELOS DA BACIA
Podemos identificar, pelo menos, 4 planos paralelos na bacia verdadeira. Tais 
planos, tra€ados por Hodge, servem como referŠncia para avaliar o n…vel em que se 
encontra a descida do feto. So eles: 
 Plano I (Terminalebene): localizado ‰ altura do estreito superior (ou na 
abertura superior da pelve);
 Plano II (Chefe de Veit): meia dist„ncia entre o estreito superior e estreito 
m‚dio, ao n…vel da margem inferior da s…nfise p‹bica;
 Plano III: ao n…vel do estreito m‚dio, sendo a espinha isquiˆtica seu ponto de 
referŠncia.
 Plano IV: ao n…vel da abertura inferior da bacia. Quando o feto se encontra 
neste n…vel, tradicionalmente, os obstetras referem que o feto “estˆ coroando”, 
o que representa dizer que sua cabe€a estˆ quase fora. 
Atualmente, os planos de Hodge ainda servem como referŠncia. Contudo, os 
planos paralelos de referŠncia mais utilizados so os planos de DeLee. Nesta 
referŠncia, tomemos a espinha isquiˆtica como ponto m‚dio da bacia: tudo que estˆ 
acima dela serˆ numerada, em cent…metros, de forma negativa (-1cm, -2cm, -3cm, -
4cm e -5cm); tudo que estiver abaixo dela, por sua vez, serˆ graduada em 
cent…metros positivos (+1cm, +2cm, +3cm, +4cm e +5cm). Portanto, neste estudo, a 
espinha isquiˆtica ‚ o plano 0 (que corresponde ao plano III de DeLee).
Com o aux…lio dos planos paralelos de DeLee, podemos tra€ar de forma mais 
correta e precisa a evolu€o da descida do pƒlo cefˆlico fetal.
CLASSIFICAÇÃO E DIFERENÇAS ÉTNICAS DA BACIA
ARCO ANTERIOR
O arco anterior estˆ situado adiante do di„metro transverso m‚dio do estreito superior, possuindo um raio de 
6cm de comprimento. Seu conhecimento anat‡mico se faz importante no momento da avalia€o da insinua€o do pƒlo 
cefˆlico: quando a cabe€a do feto jˆ se encontra em posi€o baixa, no ‚ mais poss…vel palpar o arco anterior; se a 
cabe€a ainda estˆ alta, serˆ poss…vel sentir o arco anterior.
EIXO DA BACIA
O eixo da bacia ‚ uma linha que corta ao meio dos diversos planos da bacia, sendo representada pela prƒpria 
linha imaginˆria de Caros (ver OBS4). Apresenta, portanto, uma linha perpendicular (linha de descida), que se estende 
at‚ o estreito m‚dio, e outra linha anterior (linha de desprendimento).
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
19
OBS3: Podemos notar no esquema ao lado que a bacia apresenta certa 
inclinação, sendo a referência de inclinação o ângulo formado entre o diâmetro 
ântero-posterior doestreito superior e uma linha horizontal traçada entre o 
promontório e L5 (que é de, aproximadamente, 60º). Quanto menor for esse 
ângulo, maior será a inclinação da bacia e maior será o aspecto de volume das 
nádegas.
OBS4: Durante a descida fetal, o bebê descreve um movimento semelhante a um 
anzol, de forma que a primeira linha (reta) descreve a descida do feto (linha de 
insinuação e descida), enquanto que a segunda (curva) representa o 
desprendimento do mesmo (linha de desprendimento). Ao conjunto destas duas 
linhas damos o nome de linha imaginária de Caros.
EXAME CLNICO DA BACIA
A semiologia da pelve é fundamental. O prognóstico do parto pode ser razoavelmente entrevisto, no seu aspecto 
mecânico, ao cabo do correto emprego dos métodos habituais de exame da bacia. Demais da apreciação de todos os 
dados que o interrogatório, a inspeção geral e tocológica, e a palpação, nos podem fornecer sobre as várias causas 
capazes de influir na constituição da pelve. Cumpre avaliar-lhe a capacidade, a forma e a inclinação.
Os principais exames físicos para avaliação da pelve e do osso do quadril são a pelvimetria e a pelvigrafia. 
Estes dois exames, quando possível, devem avaliar os três estreitos da bacia: o superior, o médio e o inferior.
PELVIMETRIA
Faz-se o estudo da capacidade da bacia por meio da pelvimetria, que procura estimar-lhe diâmetros, ora 
medindo-lhes externamente (pelvimetria externa) ou internamente (pelvimetria interna). 
 Pelvimetria interna. A pelvimetria 
interna pode ser instrumental, digital e 
manual. Tem por escopo medir os 
diâmetros internos da escavação. 
Embora haja instrumentos para a 
realização da pelvimetria interna, 
podemos lançar mão de uma técnica 
para avaliação indireta do diâmetro da 
conjugada verdadeira (que apresenta, 
aproximadamente, 11 cm), chamada de 
regra de Smellie. Para a realização 
desta manobra, com a paciente em 
posição ginecológica, faz-se o toque 
vaginal com a mão direita no intuito de 
atingir o promontório. Uma vez atingido 
o promontório, com o dedo indicador da 
mão esquerda, marca-se o local onde a 
sínfise púbica repousa sobre a mão que 
realiza o toque (ver figura ao lado). Ao final disso, retiram-se as duas mãos e solicita a um auxiliar que meça a 
distância entre a ponta do dedo da mão direita até o local marcado pelo indicador da mão esquerda (a este 
índice, dar-se o nome de conjugata diagnonalis). Ao final da medida, devemos descontar cerca de 1,5cm (o que 
nos fornece a medida da conjugata vera obstétrica). Se o resultado for acima de 10,5cm, conclui-se que a 
criança pode passar pelo canal de parto. 
 Pelvimetria externa. Parâmetro utilizado para estimar os 
diâmetros do estreito inferior. Para isso, estando a paciente em 
posição ginecológica, devemos medir com uma régua a distância 
entre as duas tuberosidades isquiáticas. Se a medida for maior do 
que 11cm, conclui-se que a criança passaria sem maiores 
dificuldades pelo canal de parto.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
20
PELVIGRAFIA
O julgamento da forma da bacia se faz através da pelvigrafia, que analisa os elementos constituintes da bacia, 
em sua regularidade individual e no conjunto deles. É, em outras palavras, a apreciação morfológica da pelve, a ser feita 
manual ou digitalmente, e pelo exame radiográfico. Pode ser interna ou externa.
 Pelvigrafia interna. Não existe pelvigrafia interna para o estreito superior. Por meio dela, devemos realizar a 
averiguação do chamado arco anterior da bacia, cujo raio de curvatura é de 6 cm. A pelvigrafia interna do 
estreito médio pode ser possível quando identificamos a presença da espinha isquiática: quando localizamos 
esta estrutura na bacia feminina, conclui-se que a probabilidade de um parto dificultoso é alta (sabe-se que na 
bacia feminina característica não existe espinha isquiática).
 Pelvigrafia externa. Procura-se conhecer o comprimento da sínfise e definir a altura e ângulo de abertura da 
arcada púbica. Por meio dela, devemos avaliar a abertura do ângulo subpúbico: com a mão espalmada, procura-
se a sínfise púbica e coloca-se os dedos indicador e polegar sobre os ramos ísquio-púbis da bacia feminina. 
Quanto maior for o ângulo, melhor será a passagem do feto.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
21
MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
OBSTETRÍCIA
ESTÁTICA FETAL
(Professor Eduardo Borges)
As relações do produto conceptual com a bacia e com o útero constituem o que chamamos de estática fetal . 
Seu estudo permite o conhecimento da nomenclatura obstétrica, fundamental para o tocólogo.
Até a 28ª semana de gestação, o bebê ainda não apresenta uma posição definida. Durante esta semana, ele 
realiza a chamada cambalhota fisiológica e assume, deste modo, seu posicionamento definitivo. Depois de estabelecido 
sua posição dentro do útero, o feto apresenta quatro propriedades cuja definição é objetivo deste capítulo. São elas:
 Situação: relação do maior eixo fetal com o maior eixo materno.
 Apresentação: parte fetal que se apresenta no estreito superior da bacia e nele vai se encaixar (em obstetrícia, 
leia-se, insinuar).
 Posição: relação do dorso fetal com o lado esquerdo ou direito da mãe.
 Atitude: relação existente das diversas partes do feto entre si.
SITUA„…O FETAL
Denomina-se situação à relação entre os eixos longitudinais fetal e uterino. Coincidentes os dois (paralelos), a 
situação será longitudinal ; quando perpendiculares, a situação é transversa ; se cruzados, será oblíqua ou inclinada .
A primeira ocorre em 99,5% das vezes, e a última respresenta fase de transição na situação fetal que, no 
momento do parto, tende a se estabilizar em longitudinal ou transversa.
APRESENTA„…O FETAL
Assim se denomina a região fetal que se loca na área do estreito superior, ocupando-a em seu todo, aí tende a 
insinuar-se e, durante o parto, é sede de mecanismo bem determinado.
Ao plano circunferencial da apresentação que se põe em relação com o estreito superior, chama-se plano de 
contacto da apresentação. À situação transversa corresponde sempre a apresentação córmica (com relação ao 
ombro). Duas apresentações podem ocorrer na situação longitudinal: a do pólo cefálico e a do pólo pélvico, e se 
nomeiam, respectivamente, apresentação cefálica e apresentação pélvica .
No quadro seguinte, evidenciam-se as apresentações decorrentes da situação:
Situação Apresentação Modos de apresentação
Longitudinal
Transversa
Cefálica
Pélvica
Córmica
Cefálica fletida e cefálica defletida
Pélvica completa e pélvica incompleta
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
22
MODOS DA APRESENTAÇÃO CEFÁLICA
O pólo cefálico pode apresentar-se fletido, com o mento próximo a face anterior do tórax ou dele se afastar em 
graus diversos de extensão.
No primeiro caso, teremos as apresentações cefálicas fletidas, e no segundo, as apresentações cefálicas 
defletidas (de 1º grau ou bregmáticas; de 2º grau ou de fronte; e, na deflexão máxima, as de 3º grau ou apresentações 
de face).
MODOS DE APRESENTAÇÃO PÉLVICA
Estando o pólo pélvico no estreito superior, duas apresentações podem ocorrer: a apresentação pélvica 
completa, quando as coxas e as pernas estão fletidas sobre o tronco e a apresentação pélvica incompleta (também 
chamada de modo agripino ou modo de nádegas), quando fletidas as coxas sobre a bacia e as pernas se acham 
estendidas sobre a face anterior do tronco.
POSI„…O FETAL
Segundo a escola alemã, define-se posição como a relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo 
materno, dificilmente podendo essa região fetal localizar-se francamente para diante ou para trás à vista da lordose 
lombar da gestante.
Assim, teremos posição esquerda (ou 1ª posição), quando o dorso fetal se acha voltado para o lado esquerdo 
materno, e posição direita (ou 2ª posição),quando o dorso se orienta para o lado direito.
ATITUDE FETAL
Denomina-se atitude ou hábito fetal a relação das diversas partes do feto entre si. Graças à flexibilidade da 
coluna vertebral e à articulação occipitovertebral, durante a gestação, o feto se aloja na cavidade uterina em atitude de 
flexão generalizada, isto é, a coluna vertebral encurvada no seu todo e a cabeça com o mento aproximado da face 
anterior do tórax, o que dá ao concepto a forma ovóide (o ovóide fetal), que apresenta, então, dois pólos: o pólo cefálico 
e o pólo pélvico, este maior que aquele. Nos membros inferiores as coxas se fletem sobre a bacia e as pernas, na 
mesma atitude, sobre as coxas. Nos membros superiores os braços se locam na face anterior do tórax bem como os 
antebraços, também fletidos. Ao conjunto do tronco com os membros, dá-se a denominação de ovóide córmico.
No início do trabalho de parto, e principalmente após a amniorrexe, a atitude do feto se modifica. Nessas 
condições, pela expansão do segmento inferior e pela incorporação da cérvice, o útero toma forma diversa, passando de 
globosa a cilindróide, o que obriga o feto a endireitar o tronco, diminuindo sua flexão de maneira a se constituir um 
cilindro, o cilindro fetal, formado pela cabeça fletidas sobre o tórax, com as pequenas partes a ele mais aconchegadas. 
Nessa atitude o referido cilindro apresente sítios de flexibilidade desigual: na região cervical a movimentação é mais fácil 
na direção ântero-posterior, e no tronco há maior tendência ao movimento no sentido lateral. Esses pormenores da 
atitude fetal durante o trabalho permitem explicar certas fases ou movimentos na mecânica do parto.
A atitude do ovóide cefálico também se altera no decurso do trabalho. Aqui, a apresentação se apresta para 
iniciar os fenômenos mecanismos, modifica sua atitude, e se orienta num dos diâmetros do estreito superior (transversos 
ou oblíquos).
Atitudes fetais anormais podem incluir uma cabeça que esteja estendida para trás, estendida para outras partes 
do corpo ou posicionada atrás das costas. As atitudes fetais anormais podem aumentar o diâmetro da parte de 
apresentação enquanto passa pela pélvis, aumentando a dificuldade do parto.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
23
Situação, apresentação e posição do feto.
a. Situação longitudinal, apresentação cefálica
fletida, Occipito-esquerda-anterior (OEA);
b. Situação longitudinal, apresentação cefálica
fletida, Occipito-direita-anterior (ODA);
c. Situação longitudinal, apresentação cefálica, 
Occipito-direita-posterior (ODP);
d. Situação longitudinal, apresentação cefálica de 
fletida de 2º grau, naso-direita-anteiror;
e. Situação longitudinal, apresentação pélvica 
completa;
f. Situação longitudinal, apresentação pélvica 
incompleta (modo de nádegas);
g. Situação oblíqua;
h. Situação transversa, apresentação córmica, 
acrômio-esquerda-anterior;
i. Situação transversa, acrômio-esquerda-anterior.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
24
MED RESUMOS 2011
ELOY, Yuri Leite; NETTO, Arlindo Ugulino.
OBSTETRÍCICA
MECANISMO E ASSISTÊNCIA AO PARTO NA APRESENTAÇÃO CEFÁLICA FLETIDA
(Professor Francisco Mendonça)
A import„ncia de se estudar a apresenta€o cefˆlica do parto, estˆ justificada por esse tipo esta presente em 
praticamente 96,5% dos partos e a apresenta€o cefˆlica fletida estˆ em torno de 95,5%. As outras apresenta€†es 
tamb‚m so de extrema import„ncia, pois requerem medidas e atitudes espec…ficas para que transcorra um parto dentro 
dos padr†es de normalidade tanto para o feto e para a me.
DEFINI„…O
” quando a apresenta€o cefˆlica encontra-se ao n…vel do plano de contato da apresenta€o (plano da 
circunferŠncia da apresenta€o que se p†e em rela€o com o estreito superior) estando o mento prƒximo ‰ face anterior 
do tƒrax, ou seja: fletida sobre este.
ATITUDES DA CABE„A FETAL
Devido ‰ grande incidŠncia da apresenta€o cefˆlica fletida, os estudos, se prendem a esse tipo. Entretanto as 
outras formas de atitude da cabe€a fetal so de extrema import„ncia cl…nica.
o Cefálica fletida (vértice ou occipital): mais comum, onde o feto se encontra em apresenta€o cefˆlica, com o 
mento fletido sobre o tƒrax.
o Cefálica Defletida: ‚ conceituada como qualquer posicionamento apresentada pelo feto em que, o mento no 
se encontra fletido sobre o tƒrax. Pode apresentar graus variˆveis. Geralmente esse tipo de apresenta€o tem 
uma evolu€o ruim, representando em obstetr…cia, partos complicados e de dif…cil execu€o. 
 Cefˆlica defletida de 1“ grau ou bregmatica: 
 Cefˆlica defletida de 2“ grau ou de fronte:
 Cefˆlica defletida de 3“ grau ou de face: representa o tipo de apresenta€o que representa maiores 
dificuldades para sua realiza€o.
VARIEDADES DE POSIÇÃO DA APRESENTAÇÃO CEFÁLICA FLETIDA
 O.P. – Occ…pito - Pubiana
 O.E.A – Occ…pito - Esquerda - Anterior
 O.E.T – Occ…pito - Esquerda - Transversa
 O.E.P – Occ…pito - Esquerda - Posterior
 O.S – Occ…pitossacra 
 O.D.P – Occ…pito - Direita - Posterior
 O.D.T – Occ…pito - Direita - Transverso
 O.D.A – Occ…pito - Direita - Anterior
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
25
LINHAS DE ORIENTA„…O
Para o estudo das linhas de orientação é necessário conhecer e acostumar o toque dessas determinadas 
regiões, no feto após o nascimento, cerca de 30 ou 40 minutos após o parto. Com isso, durante esse estudo deve-se 
tentar diferenciar os ossos parietais, principais suturas e fontanelas. Assim entre as principais linhas responsáveis para 
orientação quanto à apresentação cefálica do feto temos:
A. Fontanela lambdóide (Posterior ou pequena 
fontanela), limitada pelo occipital e parietais, possuindo 
morfologia triangular saindo dos seus vértices as suturas 
sagital e lambdóide. Durante a avaliação da paciente no 
pré-parto, se for palpada a fontanela lambdóide, abaixo 
do púbis, pode-se dizer que a paciente se encontra em 
uma apresentação cefálica.
B. Fontanela Bregmática e Sutura Sagitometópica:
C. Glabela (ou raiz do nariz) e Sutura Metópica 
D. Mento e Linha Facial
E. Crista Sacrococcígea e Sulco Interglúteo 
F. Gradeado Costal e Acrômio.
OBS1: Em determinadas condições de apresentação o parto normal é impossível de ser realizado, só são efetuados 
quando o feto se encontra inviável (morto) há dias, e para sua retirada ocorre uma fratura da coluna vertebral, e com isso 
o feto descia em uma posição descrita como vértice. Entre as apresentações que isso ocorre são as apresentações 
cefálicas. Entretanto não são mais comuns na prática clínica atualmente.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
26
MECANISMO DO PARTO
Al‚m de ter o conhecimento sobre as linhas de orienta€†es fetais, existentes outras informa€†es de grande 
import„ncia para o m‚dico obstetra para avaliar se o parto transp‚lvico ‚ viˆvel. Assim entre as principais estruturas que 
se deve avaliar para o parto normal bem sucedido temos:
 Feto: estˆtica fetal
 Bacia: consiste na avalia€o da anatomia da gestante, avaliando as condi€†es que permitem um parto bem 
sucedido. Com isso nesses casos, quando a paciente no tem condi€†es anat‡micas que permitam um parto 
normal deve-se indicar o parto cesariana.
 Contração Uterina: 
 Teoria dos 4Ps: envolve principalmente as condi€†es emocionais da paciente, ou seja, suas situa€†es 
ps…quicas da paciente.
TRAJETO
 Partes Moles
 Segmento Interior
 C‚rvice
 Vagina
 Regio Vulvoperineal 
 Partes Duras
 Grande Bacia
 Pequena Bacia ou Escava€o
Diante dessas considera€†es, pode-se observar o quanto ‚ importante a 
realiza€o do toque vaginal para avalia€o principalmente dessas partes citadas acima.
Assim atrav‚s do toque pode-se determinar a localiza€o do feto, posi€o e 
apresenta€o. Avaliar a presen€a de poss…veis obstru€†es ao canal de parto,como 
exemplo, tumora€†es p‚lvicas, curvatura da s…nfise p‹bica mais fechada. Essas 
considera€†es so de tamanha import„ncia, que atualmente, existe uma 
subespecialidade da obstetr…cia voltada somente para esse tipo de avalia€o, chamada 
de tocoginecologia. 
TEMPOS DO PARTO
So os movimentos passivos que o feto executa no transcurso do canal do parto. Quando o feto estˆ em 
procedimento de “descida”, atrav‚s do desfiladeiro p‚lvico realiza movimentos que so de extrema import„ncia para a 
acomoda€o perfeita ao longo do canal p‚lvico, permitindo assim, um parto mais fˆcil e com menor n‹mero de 
complica€†es. Os principais movimentos realizados pelo feto so movimentos de rota€o.
INSINUAÇÃO OU ENCAIXAMENTO
” a passagem da maior circunferŠncia da apresenta€o atrav‚s 
do anel do estreito superior. ” definida ou caracterizada anatomicamente, 
pela passagem do feto da grande bacia para a pequena bacia. 
DESCIDA
Apƒs sua apresenta€o na pelve menor, inicia-se a segunda fase 
do parto, denominada de descida atrav‚s do estreito inferior, em que a 
cabe€a migra at‚ as proximidades do assoalho p‚lvico, onde come€a o 
cotovelo do canal.
ROTAÇÃO INTERNA DA CABEÇA
Pode ser identificada atrav‚s do exame do toque, pela qual, em 
intervalos de 2 ou 3 horas, avalia-se a posi€o do feto, que sofre rota€o 
progressiva, atendendo a sequŠncia: occipitossacro, posteriormente 
occ…pito transverso e occipito-p‹bico. 
DESPRENDIMENTO DA CABEÇA 
Sabe-se que durante o parto existem as for€as que impulsionam o 
feto para baixo (principalmente as contra۠es uterinas), enquanto que a 
pelve promove uma contraposi€o, dada especialmente pelos ligamentos 
redondos. Dada a curvatura inferior do canal do parto o desprendimento 
se processa por movimento de deflexo, a nuca do feto toma apoio na 
arcada p‹bica e a cabe€a oscila em torno desse ponto.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
27
ROTAÇÃO EXTERNA DA CABEÇA E ROTAÇÃO INTERNA DAS ESPÁDUAS
Após isso o feto se apresenta em uma posição occipitopúbica, também chamada de apresentação direta. 
Paralelamente ao desprendimento cefálico do feto ocorre, a rotação externa da cabeça (ocorre independente da 
influência do obstetra) e a rotação interna das escápulas. Essa rotação externa é importante para a passagem do corpo 
do feto, pois o diâmetro biacromial é maior que o cefálico. Com isso essa rotação externa da cabeça e interna das 
escápulas é de extrema importância para a passagem do feto. É importante salientar que esses movimentos ocorrem 
fisiologicamente, o médico obstetra nesses casos desempenha um papel secundário.
DESPRENDIMENTO DAS ESPÁDUAS 
Depois da realização do movimento de rotação externa da cabeça e interna das escápulas deve-se realizar um 
movimento de tração com o concepto para que haja o desprendimento total dos ombros do feto. Os movimentos de 
tração são realizados através da cabeça do feto: (1) primeiramente realiza-se uma tração inferiormente, com intuito de 
desprender o ombro anterior, (2) após o descolamento do ombro anterior realiza-se o mesmo movimento para cima para 
que ocorra o desprendimento do ombro posterior.
ASSIST†NCIA AOS PERODOS CLNICOS DO PARTO
O partograma é responsável por registrar os principais passos durante o trabalho de parto. Como vimos a 
propóstito da assistência ao parto, é prudente rever os períodos clínicos do parto, que são divididos, didaticamente, 
em:
• Dilatação: corresponde à cervicodilatação do colo uterino.
• Expulsão: período compreendido desde a dilatação até a expulsão, propriamente dita, do concepto.
• Dequitação: consiste no descolamento, descida e expulsão da placenta.
• 4º período de Greemberg: corresponde à primeira hora após a dequitação quando uma hemorragia pode 
sobrevir. Neste período, ocorre o trombotamponamento e o miotamponamento: fenômeno que consiste na 
contração da musculatura uterina na tentativa de ocluir as artérias que estavam conectadas à placenta, fazendo 
com que haja um pinçamento (hemostasia) das artérias do leito vascular sangrante, sendo completada com a 
ação plaquetária no intuito de formar um verdadeiro tampão.
A partir destes períodos pré-definidos, veremos, neste momento, o manejo e a assistência médica para com a 
paciente em trabalho de parto.
DIAGNÓSTICO DO TRABALHO DE PARTO
A assistência ao trabalho de parto se inicia primeiramente através do diagnóstico, ou seja, detectar que a 
paciente se encontra em nessa condição. Assim para isso existem uma série de medidas que devem ser avaliadas 
criteriosamente:
 Contrações dolorosas rítmicas (2/10 min), com duração de 20 a 60 segundos: essas contrações rítmicas se 
devem ao fato de liberações em bolus de ocitocina, que determinam um maior número de contrações uterinas, 
entretanto esse bolus é inibido pela ação da ocitocinase. Isso é importante, pois uma descarga constante de 
ocitocina iria determinar um fluxo sanguíneo reduzido para o feto, levando-o ao óbito. Com isso essa interrupção 
é importante para a passagem de O2 para o feto. Entretanto existem outros tipos de ocitócitos, que não são 
sensíveis a ação da ocitocina, determinando assim contrações constantes, que, tem uma maior importância no 
pós-parto.
 Colo apagado nas primíparas e dilatado para 02 cm: ocorre devido às contrações uterinas que forçam a 
passagem do feto através do colo uterino, com isso determinando sua dilatação e conseqüente apagamento. 
Quanto a esta dilatação, estima-se que seja de aproximadamente 10 cm (máximo), para que permita a 
passagem do feto, sem que ocorra laceração do colo uterino. Entretanto quando essa dilatação está em torno de 
2 cm, pode afirmar que as contrações uterinas estão estimulando a saída do feto. Essa dilatação demora em 
torno de 8 a 12 horas para que seja totalmente estabelecida.
 Colo semi-apagado nas multíparas e dilatado para 03 cm: isso é importante, pois o colo uterino das 
pacientes que já tiveram filhos, apresentam-se mais dilatados, com isso, 2 cm de dilatação em pacientes 
multíparas não é o suficiente para se estabelecer o diagnóstico do trabalho de parto.
Arlindo Ugulino Netto – OBSTETRCIA – MEDICINA P7 – 2010.2
28
 Formação da bolsa das águas
 Eliminação do tampão mucoso: devido ao apagamento do colo, composta por fibras colagenoses, muco, 
macrófagos, impedindo que bactérias ascendam do canal de parto para a cavidade amniótica. A perda desse 
tampão mucoso é uma das indicações importantes para o diagnóstico de trabalho de parto.
ASSISTÊNCIA NA DILATAÇÃO OU 1º PERÍODO DO PARTO
A dilatação (1º período do parto) inicia-se com as contrações uterinas dolorosas e termina com a dilatação 
cervical completa (10 cm). Essa dilatação ocorre devido às forças de contrações uterinas, que determinam na parede 
pélvica uma força contralateral, que favorece a abertura e dilatação do colo uterino.
Os cuidados imediatos são:
 Toque vaginal: os cuidados com o toque vaginal devem incluir assepsia e anti-sepsia adequada, impedindo a 
disseminação e colonização de bactérias. Através do toque deve-se avaliar a apagamento, dilatação, orientação 
e consistência do colo uterino. Avaliar a situação do feto: posição, variedade, altura e proporcionalidade à bacia 
flexão e/ou assinclitismo.
 Altura da apresentação:
 Bolsa das águas: avaliar a presença de bolsa rota ou íntegra. Importante principalmente para o rastreamento de 
infecções.
 Vitalidade do concepto: realizada através da ausculta dos batimentos fetais.
 Alimentação: nas pacientes que se encontram em trabalho de parto avançado e há contra-indicação para a 
administração de alimentos, deve-se dar um suporte adequado para essa paciente para evitar a fadiga.
 Deambulação: devido à própria força da gravidade que faz com que as contrações uterinas sejam mais eficazes 
facilitando assim o trabalho de parto.
 Cateterismo vesical: é realizada quando está diante de uma paciente