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WA - Administração e Planejamento em Serviço Social

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Web Aula - Serviço Social - Administração e Planejamento em Serviço Social – UNOPAR
Web Aula - Serviço Social - Administração e Planejamento em Serviço Social
Apresentação da disciplina:
Histórico do planejamento social no Brasil. O planejamento social: fases e diferentes tipos. O planejamento e sua aplicação na prática profissional do Assistente Social.
Objetivo da Disciplina
Desenvolver no aluno a reflexão generalista crítica, bem como corroborar a importância do planejamento para o profissional de Serviço Social e sua aplicação no processo de trabalho da profissão.
Conteúdo Programático:
Unidade I – Teoria geral da Administração
Contextualização histórica; 
O planejar.
Conceitos da administração;
Unidade II – Aspectos gerais da Gestão
Relações de poder
Lideranças
Equipes
Unidade III - O planejamento social 
Introdução ao Curso de Planejamento
Planejamento em seu curso histórico
Planejamento como ferramenta de trabalho
Origem, conceitos e características básicas do planejamento: da elaboração à avaliação
O planejamento de serviços sociais nas diversas instâncias: um instrumento político de tomada de decisão
O planejamento no cotidiano do assistente social
Tendências atuais em planejamento social
WEBAULA 11
Planejamento mediado pela reflexão parte 1
Vamos lá! Primeiramente adotaremos o princípio que o planejamento precede e preside a ação. O que vai distinguir a natureza do planejamento ou da reflexão prévia à decisão são a qualidade e o horizonte de tempo observado e medido. O que é isto? A qualidade pode ser mais ou menos sistemático, intuitivo, técnico ou político. A reflexão pode abranger o imediato ou o longo prazo, e incorporando a estas variáveis, distintos elementos ao resultado final, ou seja, a decisão.
Podemos planejar num horizonte de tempo que se restringe ao presente. Este pode ter distintos graus de sistematização e amplitude de perspectivas de análise, mas que se caracteriza pelo imediatismo. Podemos ainda, sistematizar num horizonte de tempo a médio e longo prazo. Este, podemos chamar de planejamento estratégico, pois realiza sua sistematização em diferentes horizontes de tempo. Neste planejamento é preciso fazer uma sistematização do situacional imediatista e o de futuro. Esta articulação é precisamente o que podemos entender como o elo do planejamento estratégico.
Desta forma, é possível observar que o planejamento localiza-se em espaços de sistematização diferentes, e é deste modo que o planejamento é parte da realidade.
Neste primeiro passo, para verificar se realmente vocês compreenderam a importância do planejamento, pesquisem e descrevam situações de planejamento e planejamento estratégico. Não vale caracterizar o que são os dois, mas sim descrever com exemplos reais, ok?2
É preciso mediação entre o futuro e o presente.
O homem age produzindo atos e ações que revertem em efeitos sobre ele mesmo. Essas consequências também atuam sobre os outros homens que compartilham com ele a mesma situação, os quais por sua vez são produtores de atos e ações. O efeito de todos estes fatos não se esgota no presente, prolonga-se no tempo e às vezes, incide principalmente amanhã sobre nós.
O amanhã, construído por todos nós, incidirá sobre mim, abrindo possibilidades e colocando-me diante de problemas. Esse amanhã me afeta hoje porque é hoje que posso fazer algo para estar em condições de aproveitar as oportunidades de amanhã e evitar os problemas futuros.
Portanto, podemos observar que a necessidade do planejamento reside no fato de que meu critério para decidir o que devo fazer hoje se baseia na avaliação da eficácia que essa ação de hoje, terá para mim amanhã.
Este argumento destaca a necessidade de prever as possibilidades do amanhã para esboçar, com antecipação, o que devemos fazer hoje.
Não devemos esperar que o amanhã ocorra porque, então, estaremos atuando tardiamente diante de problemas já criados ou oportunidades que não poderemos aproveitar.
A dificuldade consiste no fato de que o homem ver o futuro com a mesma perspectiva estática da distância física para o observador imóvel. 
Por exemplo: quando um prefeito de determinado município entrega o cargo ao vencedor do partido de oposição, já não pode refazer seu governo. No entanto, se simula, no início de seu governo, as consequências de suas ações e omissões, mediante planos alternativos, nesse momento, pode escolher e retificar segundo a aprendizagem que faça dos ensaios explorados.
A exploração do futuro nos ajuda a decidir, hoje, eficazmente.
Leia na Revista Época de 16 de fevereiro de 2009, n.561 o Artigo O que Mudou depois do Caos?, disponível em www.epoca.com.br e debata sobre Que peso tem o planejamento no desempenho do Governo? O aluno precisa ir para o fórum responder.
�
 1 Francielle Toscan Bogado
Você se lembra do conceito de tomada de decisão? Se não se lembra, veja o glossário no fim da unidade.
 2 Os alunos devem ir ao fórum responder
E preciso prever quando a predição é impossível.
Não é possível predizer o que ocorrerá  amanhã porque o futuro não só depende de muitas variáveis mutáveis, porém conhecidas, mas também, de homens que criam essas variáveis como possibilidades que ultrapassam sua própria imaginação e intenções. Desse modo, o futuro que nos afetará amanhã e incide sobre a eficácia de nossas decisões de hoje depende, às vezes, de variáveis desconhecidas e inimagináveis que não podemos enumerar. Isto, por certo, não ocorre sempre. Podemos fazer uma boa predição sobre a população que existirá amanhã porém não podemos fazer o mesmo em relação às ações desta população. Em princípio, sem dúvida, trata-se de uma incógnita que, probabilisticamente, podemos enquadrar dentro de um leque de possibilidades. Se, nesse leque de possibilidades, podem ocorrer “várias” situações alternativas diferentes, devemos realizar um ato de previsão que implica esboçar “vários” planos para enfrenta-las.
Desta forma, prevemos possibilidades para prever ações e, em consequência, ser oportuno e eficaz na ação.
Ainda no artigo da revista época, reflita sobre este tópico levando em consideração os seguintes questionamentos: Que acontece se as medidas são adotadas e só se cumprem parcialmente? Que fundamentos têm os cenários que selecionamos e com que critérios os elegemos?
O aluno precisa ir para o fórum responder.
É preciso capacidade de reação planejada para as surpresas.
O que ocorrerá, amanhã, pode estar fora do espaço de possibilidades que posso imaginar,  hoje ou do que creio, sensatamente que possa ocorrer. Assim, o amanhã pode surpreender-nos sem planos. Neste caso, trata-se de prever como enfrentar as surpresas, amanhã, já que não podemos evita-las completamente com os cálculos do hoje.
Dessa forma, temos a necessidade de estarmos preparados para raciocinar, veloz e eficazmente frente as surpresas.
É preciso mediação entre o passado e o futuro
Se supomos que devemos enfrentar as surpresas com rapidez e eficácia, devemos da mesma forma sermos capazes de aprender com nossos erros e pagarmos por eles, apenas o custo necessário.
Por conseguinte, devemos prever a forma de aprender, oportunamente, com o passado recente e por este conhecimento em prática.
É necessário a aprendizagem da prática como mediação entre o passado e o futuro.
É preciso uma mediação entre o conhecimento e a ação
Existe a necessidade de refletir antes de atuar, de apontar o alvo antes de atirar, se quisermos fazer o melhor.  Seguindo este caminho, surge o plano como um cálculo que precede e preside a ação. Esse cálculo não é óbvio, como instância de conhecimento da realidade e de esboço da ação destinada a muda-la. O conhecimento do homem de ação deve ser comprometido, pois precisa atuar em função de um compromisso. Nem o conhecimento da realidade com seus problemas nem suas soluções são óbvias, pois as perspectivas requerem análise. Não podemos da mesma forma, sugerir ou assumir que uma explicaçãoe uma solução é melhor que outra, ou seja é válida para todos os atores sociais. Estes atores são o que são porque tem capacidade de produzir fatos políticos e constituem centros acumulação de conhecimentos. Desta forma, surgem diferentes opiniões sobre as medidas adequadas e os métodos para esboça-las, porque cada qual está situado de maneira diversa frente ao problema.
Portanto, se não pode provar que suas premissas são superiores às de outros, seu modelo não é melhor que de outros. Cada ator seleciona as variáveis de seu modelo porque lhe parecem relevantes em sua visão da realidade.
Precisamos compreender que devemos compreender a realidade, investiga-la, mas para que isso ocorra de forma clara e objetiva é necessário termos um conhecimento um arcabouço teórico.
Entre a ação e o conhecimento da realidade, é requerido o planejamento, ainda que seja como mera análise do presente para o presente.
É preciso uma coerência global frente às ações parciais dos atores sociais.
É preciso uma ação central que busque a coerência global frente às ações parciais dos atores sociais, se é que queremos conduzir o sistema social para objetivos decididos democraticamente pelos homens.
Na prática social, uma rede interrelacionada de fundamentos que reforçam o caso teórico do planejamento societário como ferramenta de condução de distintos atores sociais.
O planejamento é uma capacidade potencial de todas as forças sociais e de todos os homens, a partir de qualquer situação favorável ou adversa.
O planejamento sempre é possível porém não é qualquer tipo de planejamento que pode ser aplicado a qualquer situação problema. Disto deriva a necessidade de análise do planejamento que é pertinente em situações de conflito e de poder dividido.
Trata-se de pensar o planejamento em sistemas complexos e de final aberto a inúmeras possibilidades, onde a criação dos homens em conflito com o futuro e qualquer realidade pode ser explicada a partir de muitos pontos de vista.  
Veja esta matéria para complementar o seu conhecimento!
http://e-revista.unioeste.br/index.php/expectativa/article/download/744/629.
WEB-AULA 2
Planejamento mediado pela reflexão parte 2
Continuando nossa conversa, vocês observaram vários aspectos a respeito do planejamento, mas devem ter ficado algumas perguntas como: como fazer? Com que fazer?
Na maioria das vezes a questão o que fazer? É dada como solucionada e as pessoas e as instituições se envolvem apenas em agir para realizar o que está determinado. Raras vezes há o questionamento sobre “para que fazer” e sobre o “para quem estamos fazendo”.
É claro que todas estas questões são de planejamento. Sua importância é que deve ser redimensionada para coloca-las numa hierarquia que nos permita pelo menos abrir a brecha para alguma mudança.
É produtiva a ideia da distinção dos níveis em que o planejamento produz, juntamente com a percepção clara da questão da participação e do poder, bem como da função da administração em cada um deles.
Quando buscamos responder o “como” e “com o quê”, incluindo a pormenorização do “o que”.
Trata dos meios, aborda cada aspecto isoladamente, dá ênfase a técnicas, instrumentos, busca a eficiência, limita-se ao curto prazo.
Por sua vez, o planejamento do “para quem” do “para que”, incluindo o “o que” mais abrangente, trata dos fins, é globalizante, dá ênfase a criatividade, as abordagens gerais, busca a eficácia, realiza-se no médio e no longo prazo, tem o plano como expressão maior.
Talvez seja útil esclarecer que o planejamento estratégico serve a transformação, é um nível que sobressai nas épocas de crise, isto é, nas épocas em que a humanidade, uma sociedade ou um de seus setores se reestruturam. Enquanto o planejamento operacional serve a manutenção, á melhoria de uma estrutura e aperfeiçoamentos.
O planejamento estratégico nutre-se na ideologia, na filosofia, nas ciências, enquanto  o operacional baseia-se na técnica. O primeiro busca estabelecer o rumo, firmar a missão da instituição, o segundo busca encaminhar o fazer, para a realização, a vivência de tal rumo e tal missão. Estes níveis são interdependentes e só separáveis para a compreensão do processo de planejamento seja maior. De fato, ater-se a um ou a outro é um erro que se comete cotidianamente. O que é necessário é estabelecer a importância relativa de cada um destes níveis e tipos de planejamento e se esclareça sobre qual deles se está falando, este pensamento leva aos desastres que costumamos verificar e dos quais somos vítimas.
Assim, nos planos de médio e longo prazo, a participação das pessoas é fundamental, e da administração será pequena. Nos planos de curto prazo, onde o operacional é mais importante, cresce a presença da administração porque as questões fundamentais referem-se a meios, recursos e tempo.
Nos últimos tempos tem-se falado mais a respeito da realidade, em todos os campos, inclusive no processo de planejamento. Isso se deve a um crescimento, entre nós das Ciências Sociais e a uma perspectiva crescente em termos de compreender o significado de uma prática transformadora que se situe na ação.
Para os que pensam de forma proativa, isto pode representar a recuperação da dialética entre o pensar e o agir, entre a teoria e a prática.
No campo do planejamento, pensar a realidade é promissor. Faz com que as pessoas se inclinem para ações mais concretas, para políticas e estratégias mais consistentes. Mesmo porque a concepção de planejamento que se firma é aquela que considera o planejamento uma Metodologia científica para construir a realidade.
Sempre que se pensa planejamento como um processo para tomar decisões ou, menos ainda, como um modo para a administração organizar uma instituição, empobrece-se inteiramente sua vitalidade e ele se transforma em arma de controle burocratizante, tornando-se no mínimo inútil e quase sempre, prejudicial, tanto para organizar a realidade como, sobretudo para contribuir na sua transformação.
Para se compreender este enfoque de planejamento, não se pode tomar a realidade como um conjunto compacto e inespecífico.
	A realidade pode ser concebida como:
Global, incluindo todo o complexo sócio-econômico-cultural; ela é assim classificada por abranger a totalidade, tanto de conteúdo natural e humano, como de espaço;
De campo de ação do grupo da instituição que planeja, esta realidade se restringe assim a educação, ao sindicalismo, à saúde ou a qualquer outro setor de atividade humana dentro do que opera a instituição ou o grupo que planeja;
Do grupo ou da instituição, realidade restrita e específica do processo planejado.
A realidade, sob outro ângulo de visão, pode ser compreendida, também como:  
Existente, enquanto estivermos falando de um determinado conjunto de seres, de ideias, de símbolos, de relações... Que, num determinado momento, muito fugaz, aí está presentes;
Desejada, entendida como o mesmo conjunto mencionado acima, enquanto o proposto para ser horizonte, ser rumo ideal (para uma instituição, para um movimento, para um grupo), através de uma formulação em que tal conjunto é estabelecido pelas opções e pelo saber da instituição, do grupo ou do movimento.
O planejamento se exerce sobre a “Realidade institucional existente”. É esta realidade que a  prática pode construir (ou transformar). É sobre ela que nossa ação tem poder direto, isto é, sobre ela é que podemos agir, sobretudo se consideramos que nós, os que dela participamos, também integramos essa realidade.
É preciso se atentar que a construção da realidade corre paralelamente à  imagem que se tem ou que se vai construindo idealmente dessa mesma realidade. Quando se fala de realidades não materiais a dinâmica que se estabelece entre realidade existente e realidade desejada é a dialética da mútua implicação. A realidade desejada embora seja diversa da existente, é concebida e, sobretudo, aclarada, na prática, pelo processo de ação-reflexão, utilizando os próprios elementos que estão presentesna realidade existente.
Não é possível dizer que haja planejamento sem isso: ele consiste exatamente no processo de explicar a realidade desejada e de construir a realidade existente tendo como rumo aquela realidade desejada. O planejamento é justamente, a inteligência que dá eficácia a este processo.
É preciso situar-se, dar-se conta do mundo em que a gente se encontra como se insere neste mundo. Observamos neste momento, não se tratar de uma compreensão globalmente científica, mas da percepção que o grupo ou a instituição tenha do mundo, percepção esta composta de uma mistura de juízos de valor, de compreensões científicas parciais, de observações de fatos e de situações.
Descrever os problemas não é diagnosticar!
Contudo é comum iniciar um plano pelo diagnóstico, e é fácil confundir levantamento de situação com diagnóstico, onde a ênfase é dada à descrição dos problemas, tudo limitado a longa listas de dados, com tabelas e quadros.
Parece que confundir diagnóstico com o levantamento de situação não seja sério, mas talvez esta concepção tenha causado mais atrasos lamentáveis ao desenvolvimento da pratica do planejamento do que qualquer outra coisa.
O diagnóstico é um juízo sobre uma realidade ou uma prática, à luz de um referencial.
Este referencial é neste caso a teoria que nasce dos diversos estudos do planejador, ligados a opção que cada planejador fez por uma corrente ou outra.
Após chegarmos a um diagnóstico, o que se faz?
Estabelecemos as necessidades. Indicadas claramente as necessidades, segue-se a programação. Isto porque uma proposta de ação hipótese de trabalho, como no processo científico, tanto mais solução quanto melhor tiver sido detectada a necessidade, ou seja, quanto mais claras e precisas forem a opção e a teoria e quanto melhor for julgamento sobre a prática.
 Exercício: Imagine-se um médico a quem faltasse algum dos elementos fundamentais para fazer um juízo sobre a realidade (um diagnóstico), isto é, que não soubesse a realidade do paciente. Pegunta-se: quanto é que alguém vai ao médico? O que um paciente apresenta a seu médico? O que o médico faz a partir dos problemas do paciente? Após chegar ao diagnóstico, o que faz o médico? Responder no fórum.
Após observarem que diagnosticar não é um levantamento da situação, pois se assim fosse, a dor de cabeça, por exemplo, seria um diagnóstico.
Planejamento Estratégico
Conceito: processo de construção de um plano, programa, projeto que contempla a discussão, a decisão, a execução, e avaliação ampla e deliberada da comunidade envolvida. Trata-se de um processo político, mais do que uma atividade técnica.
Implicações: aglutinação, mobilização, organização, coordenação, formação de grupos de ação e de pressão.
	 Fundamentos operacionais:
a) corresponde as necessidades sentidas pelas pessoas;
b) possui credibilidade e legitimidade junto a população;
c) aporta dados mais realistas e elementos qualitativos;
d) estimula a comunidade a tomar consciência de seus problemas; 
e) desenvolve a criatividade na busca de soluções;
f) adequa-se aos recursos que a comunidade dispõe;
g) fortalece as forças favoráveis a mudança;
h) amplia e fortalece o grupo decisório, na medida que incorpora novos segmentos populacionais;
i) trata os conflitos de forma dialógica através da discussão, do debate, da negociação, das alianças;
j) faz predominar os interesses da maioria;
k) apresenta uma visão pluralista;
l) dimimui o risco de descontinuidade; 
m) tem caráter pedagógico com forte conteúdo motivacional; 
n) formação de um “Feed-back”.
Fundamentos Éticos
a) direito da população de decidir sobre algo que lhe diz respeito;
b) consideração das pessoas como sujeitos-atores da ação planejada; 
c) desmistificação da pretensa neutralidade do planejamento; 
d) respeito ao conhecimento e habilitação da comunidade; 
e) instrumentação da comunidade para defesa de seus interesses.
Equívocos no Processo de Planejamento Participativo
a) manipulação da comunidade;
b) cooptação de lideranças;
c) participação periférica;
d) participação tutelada;
e) adesão acrítica a programas oficiais; 
f) passagem das obrigações do Estado para as comunidades; 
g) negação de conflitos;
h) prioridade do produto sobre o processo.
Papéis da assessoria técnica
a) ativador;
b) planejador; 
c) habilitador – viabilizador; 
d) consultor; 
e) realimentador; 
f) catalizador de recursos externos; 
g) elemento de ligação.
Pessoal, estes são algumas características do planejamento estratégico. Nas próximas aulas entraremos em contato com o planejamento social e o Serviço Social. A seguir um glossário para vocês tirarem suas dúvidas.
Um abraço a todos vocês. Até a próxima web-aula.
Profª. Francielle
GLOSSÁRIO
Axioma
/cs ou ss/ s.m. (1612 cf. DA) 1 FIL premissa considerada necessariamente evidente e verdadeira, fundamento de uma demonstração, porém ela mesma indemonstrável, originada, segundo a tradição racionalista, de princípios inatos da consciência ou, segundo os empiristas, de generalizações da observação empírica [O princípio aristotélico da contradição ("nada pode ser e não ser simultaneamente") foi considerado desde a Antiguidade um axioma fundamental da filosofia.] 2 p.ext. máxima, provérbio, sentença 3 GRAM.GENER símbolo de partida das regras sintagmáticas F cf. frase 4 GRAM.GENER num sistema ou teoria lingüística, fórmula que se presume correta, embora não suscetível de demonstração ¤ ETIM lat. axióma,àtis 'proposição evidente', adp. do gr. aksióma,atos 'id.'; ver axio-; f.hist. 1612 actioma, 1648 axioma, 1649 accioma ¤ SIN/VAR ver sinonímia de máxima e verdade ¤ ANT ver sinonímia de mentira.
Ecletismo
s.m. (1833 RevPhil 16) 1 FIL diretriz teórica originada na Antigüidade grega, e retomada ocasionalmente na história do pensamento, que se caracteriza pela justaposição de teses e argumentos oriundos de doutrinas filosóficas diversas, formando uma visão de mundo pluralista e multifacetada 2 p.ext. qualquer teoria, prática ou disposição de espírito que se caracteriza pela escolha do que parece melhor entre várias doutrinas, métodos ou estilos 3 ARQ tendência artística fundada na exploração e conciliação de estilos do passado, usual esp. a partir de meados do sXIX no Ocidente ¤ ETIM fr. écletisme (1755) 'id.'; f.hist. 1833 eclectismo.
Hierarquia
s.f. (sXV cf. FichIVPM) organização fundada sobre uma ordem de prioridade entre os elementos de um conjunto ou sobre relações de subordinação entre os membros de um grupo 1 REL ordem e subordinação dos nove coros de anjos, segundo a Bíblia 2 REL ordem e subordinação de diferentes graus do estado eclesiástico; o conjunto dos membros da hierarquia eclesiástica  3 organização social em que se estabelecem relações de subordinação e graus sucessivos de poderes, de situação e de responsabilidades  4 fig. classificação, de graduação crescente ou decrescente, segundo uma escala de valor, de grandeza ou de importância ± h. militar ordenação da autoridade, em diferentes níveis, dentro da estrutura das forças armadas (No Exército, Marinha de Guerra e Aeronáutica brasileiros existem hoje, respectivamente, os segg. postos e graduações, aqui citados em ordem decrescente: marechal, almirante, marechal-do-ar [preenchidos apenas em épocas excepcionais]; general-de-exército, almirante-de-esquadra, tenente-brigadeiro; general-de-divisão; vice-almirante, major-brigadeiro; general-de-brigada, contra-almirante, brigadeiro-do-ar; coronel, capitão-de-mar-e-guerra, coronel-aviador; tenente-coronel, capitão-de-fragata, tenente-coronel-aviador; major, capitão-de-corveta, major-aviador; capitão, capitão-tenente, capitão-aviador; primeiro-tenente [nas três armas]; segundo-tenente [nas três armas]; aspirante-a-oficial, guarda-marinha, aspirante-a-oficial-aviador; subtenente, suboficial; primeiro-sargento [nas três armas]; segundo-sargento [nas três armas]; terceiro-sargento [nas três armas]; cabo [nas três armas]; soldado, marinheiro, soldado. No Exército do Brasilcolonial e imperial, a hierarquia militar era a seguinte: marechal-de-exército; tenente-general; marechal-de-campo; brigadeiro, mestre-de-campo ou coronel; tenente-coronel; sargento-mor ou major; ajudante ou capitão; tenente; alferes; primeiro-cadete; segundo-cadete; primeiro-sargento; segundo-sargento; furriel; cabo-de-esquadra; anspeçada; soldado; e na Marinha de Guerra: almirante; vice-almirante; chefe-de-esquadra; chefe-de-divisão; capitão-de-mar-e-guerra; capitão-de-fragata; capitão-tenente; tenente-do-mar ou primeiro-tenente; segundo-tenente; guarda-marinha; aspirante; primeiro-sargento; segundo-sargento; quartel-mestre; cabo; marinheiro. Em Portugal, atualmente, existem, no Exército e na Aeronáutica, os postos segg.: marechal, general, brigadeiro, coronel, tenente-coronel, major, capitão, tenente e alferes; e na Marinha de Guerra: almirante, vice-almirante, contra-almirante, comodoro, capitão-de-mar-e-guerra, capitão-de-fragata, capitão-tenente, primeiro-tenente, segundo-tenente, subtenente e guarda-marinha [equivalentes]) ¤ ETIM lat.tar. hierarchia 'hierarquia eclesiástica', der. do gr. hierós 'sagrado' + gr. arkhê 'comando, autoridade' + gr. -ía; ver hier(o)- e -arquia; f.hist. sXV iherarchia, sXVI hierarchia ¤ SIN/VAR jerarquia; ver tb. antonímia de confusão ¤ ANT ver sinonímia de confusão.
WEB-AULA 11
O aspecto político do planejamento
A realidade na qual vivemos está em movimento permanente, sendo a tendência a mudança uma de suas características básicas. As mudanças ocorrem independentes de serem deliberadamente organizados pelos diversos atores sociais envolvidos no processo: pessoas, órgãos, instituições, governos, movimentos sociais....
As mudanças acompanham uma determinada direção político-social, apresentando usualmente a estrutura produtiva como alavanca das mudanças na sociedade em geral. Isto posto, torna-se vital nos prepararmos para vivermos em processo de mudança, resultado de uma dialética entre realidades desejadas e realidades necessárias, mediadas por relações sociais contraditórias, antagônicas, hegemônicas, contratuais.
Gandin (1994) relaciona a transformação com o crescimento da consciência crítica onde às realidades vivem um processo de reprodução das escolhas com a  “firmeza da opção crítica e da teoria, com modelos de interpretação da realidade e metodologias de ação que sejam eficazes”.
As  possibilidades de transformação vinculam-se diretamente a uma proposta consistente que disponha de metodologias que produzam resultados  concretos. O planejamento é um instrumental essencial aos profissionais que efetivamente querem intervir. É uma metodologia de ação que pode ser manipulada para a manutenção ou transformação de um determinado estado: “é uma metodologia científica para construir a realidade” (Gandim, 1994:39)
Na conceituação de Baptista (2006:13), é imprescindível  observar a importância para a construção teórica de planejamento para o Serviço Social:
“...processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de problemas. Enquanto processo permanente, supõe ação continuada sobre um conjunto dinâmico de variáveis, em um determinado momento histórico. Enquanto processo metódico de abordagem racional e científica, supõe uma sequencia de atos decisórios, ordenados em fases definidas e baseados em conhecimentos científicos e técnicos”.
Planejamento significa fundamentalmente o contrário de improvisação. Enquanto processo relaciona-se com o ato de ir para diante e, enquanto método, com o caminho a ser seguido, devendo estar a serviço da ação, pois tem como objetivo fazer bem o dia-a-dia, o tempo todo. Pode ser utilizado em níveis diferentes de intervenção, gerando distintos níveis de mudanças. Por um lado, aquelas que redefinem as grandes linhas, diretrizes, a razão de existir de determinada sociedade, organização, grupo ou setor, as políticas e as estratégias. Por outro lado, as mudanças introduzidas no cotidiano, nas ações concretas, nas necessidades e problemas imediatos, caracterizando o nível operacional.
O planejamento como processo racional contínuo e sistemático, que interfere em variáveis históricas, situa-se como uma das possibilidades de influir em mudança social e vincula-se estreitamente com o campo político, apontando, em linhas gerais e amplas, as decisões quanto aos rumos que se quer imprimir.
O planejamento é antes de tudo um instrumento político que vinculo e concretiza as decisões de uma determinada organização. É condição fundamental compatibilizar um método de racionalidade, um processo político decisório vinculado a uma tomada de decisão e benefício de maioria, lembrando-se de que o método construído nem sempre consegue dar conta do que se deseja em termos políticos.
Independente do nível de intervenção deve-se atentar que o planejamento é uma atividade racional, processual, com dimensões técnicas e políticas, através da qual se exerce uma ação sobre variáveis empíricas de uma dada situação. Contém, portanto, pela sua própria natureza, uma dimensão política – princípios de ação que direciona o que se quer fazer e uma dimensão técnica – administrativa, mediante atividades que imprimem organização à ação.
Como método ou instrumento de trabalho, não tem um pressuposto político, o qual é evidenciado pelos referenciais ideo-políticos que sustentam a linha ético-política e a ação desenvolvida. Pode-se dizer que o planejamento localiza-se em uma área de confluência entre a Política e  a Administração, dois campos de conhecimento que são articulados quando se pensa no planejamento como processo de método de trabalho.
�
 1 Francielle Toscan Bogado
Podemos entender o planejamento como um processo instrumental de uma modalidade nuclear de fazer história e pressupõe a realização continuada de um processo político. Após a análise destas variáveis pode-se ressaltar os diferentes aspectos em que é concebido o inter-relacionamento do Estado com o planejamento. Implícita também, a colocação do desenvolvimento, pois a planificação é elaborada diante dos objetivos a atingir, objetivos esses que visam o desenvolvimento.>
A noção de desenvolvimento abrangem aspectos da sociedade global, pois precede um sistema de valores que a sociedade adota e dos fins a que se propõe.
O desenvolvimento é concebido como um processo, enquanto o planejamento é considerado como um instrumento desse processo e parte da concepção de que pode haver uma deliberação nas ações para o desenvolvimento, ou de que este pode ocorrer de uma forma que não a espontânea.
Depreende-se desta afirmação, que é um equívoco considerar o planejamento apenas um método de racionalizar uma ação proposta, mas sim em relação com determinados tipos, modelos ou intencionalidade das políticas sociais e econômicas.
Partindo da concepção que considera a política social e a política econômica como verso e reverso de uma mesma situação e, portanto,  o desenvolvimento social como um processo simultâneo ao desenvolvimento econômico, o planejamento revela-se como tridimensional: político, em primeiro lugar; em seguida, econômico e social.
Esses aspectos dizem respeito ao Planejamento Social em si, que tem relação direta com a ação do Assistente Social.
Constata-se cada vez mais, que o planejamento está condicionado politicamente, o que predomina que seu direcionamento ocorra no interesse da maioria ou de pessoas que têm acesso ao Estado de alguma maneira participam do controle de organismos e agentes econômicos.. Assim, o planejamento social não apenas é um instrumento técnico – administrativo racionalizador do processo de mudança, mas é a concretização de uma intenção de um projeto societário.
WEB-AULA 2
O planejamento e o Serviço Social
 
A perspectiva do planejamento não é somente do Serviço Social, enquanto um instrumento de trabalho e um instrumento de ação, a partir do momento em que é analisado a natureza do planejamento como um processo.
O planejamento é ao mesmo tempo um processo natural e um processo racional. O homem comoser racional planejava e era próprio da racionalidade do homem planejar, não era uma coisa que foi inventada por gênios. O homem sempre planejou, quando se preocupa com a direção dos ventos para caçar, o homem das cavernas estava planejando. O planejar é parte natural da racionalidade do homem, ele vai ser sistematizado e sofisticado a medida que os desafios vão aumentando, mas o processo racional do planejamento -  refletir, decidir, agir, avaliar e refazer, é um processo cíclico, em que se está refletindo, decidindo e agindo em todo o processo.
Quando vemos o que deu certo e o que não deu certo, e refazemos nossa ação a partir das experiências obtidas, não é novidade para ninguém, é parte da racionalidade das pessoas. A dona de casa faz um bolo, ela pensa, organiza e usa sua técnica, como é melhor fazer, ela não o faz conscientemente, se deu certo fará outra vez desta forma, se não deu, fará as devidas correções para que o bolo de certo, ou seja, ela avalia o processo inicial e faz as correções necessárias.
O processo de planejamento é cotidiano, é algo que se faz diariamente, quando temos desafios maiores e as análises são mais complexas, entrando outros elementos, como a tecnologia e os métodos específicos das profissões que vão efetuar o planejamento.
Como já dissemos anteriormente, além do planejamento ser um processo racional também é um processo político, pois este é um processo decisório, tendo que a todo o momento ter que tomar decisões, refletindo e analisando antes da ação.
O planejamento é político por que vai depender das relações de poder que existem no processo.  Em outras palavras, o processo de planejamento é um processo político que significa poder, quem decide terá o poder de decisão. Além disso, é um processo de natureza técnica, à medida que os desafios forem ampliados, ampliam-se as maneiras de se planejar todos os momentos.
Como refletir, como conhecer a realidade, como desenvolver tecnologia para o conhecimento da realidade? Na medida em que aumenta-se as tecnologias para instrumentalizar o processo decisório para a ação, novas perspectivas de ação surgirão, transformando o processo de planejamento num processo de natureza técnica.
Há uma ênfase no planejamento, na área social e também na empresarial, enfim todas as áreas, temos os procedimentos técnicos específicos.
No planejamento estratégico a  ênfase está centrada na natureza política, isto não significa que o processo deixa de ser racional, a racionalidade continua, todos os desafios técnicos permanecem, sendo a grande diferença na ênfase  na questão política.
Marx nos disse que o fato, qualquer que seja, é uma síntese da história. Que o concreto, não é apenas real, se olharmos o real, estaremos trabalhando somente o pico do Iceberg, ou seja, uma abstração, pois o essencial estará escondido.
Um dos elementos deste modo de pensar, é a relação da totalidade do real e do concreto, o deslocamento, ou seja, ver o implícito, por trás do fato.
Quais são as determinações que fizeram com que algo acontecesse desta ou daquela maneira, naquele lugar, praticado por aquelas pessoas? Isto é uma nova maneira de pensar, traz uma nova racionalidade, a qual foi estruturada por muitos autores.
Temos dois tipos de racionalidade que também é unidade na adversidade, essas duas racionalidades estão sempre juntas, no entanto, segundo Engels, seria como o planejamento que será racional, técnico e político, no entanto, a diferença está na ênfase que damos ao elemento.
Muitas vezes vemos o planejamento em torno de funcionamento, sem uma preocupação com intencionalidade, sem considerarmos que tipo de relação de sociedade nós temos como objetivo.
Para Vazques, o elemento importante no processo é que ele será sempre novo. Novo modo de pensar, novo modo de agir, é essencialmente criativo, não é reiterativo, é o planejamento que busca quebrar aquelas coisas já estabelecido.
As propostas de prática passam a ser novas, não são normas as questões que são colocadas, mas podem ser novos e é essa a proposta, os modos de enfrentamento.
	Relações de Poder
Pode-se dizer que as relações sociais existem desde a história antiga ¿ os dinossauros a milhares de anos aos primatas que se acredita serem nossos parentes mais próximos, considerando a teoria de Darwin, já estavam presentes estas relações, pois, uma vez que eles conviviam em coletividade por motivos que gerassem benefícios mútuos ¿ defesa do bando, alimentação, aquecimento -, eles já estavam se relacionando socialmente. Com as Relações de Poder não foi diferente, todo grupo precisava de um líder, o que era facilmente resolvido com uma disputa aqui, um combate ali, sempre tomando as rédeas do grupo os mais fortes e os mais espertos, isto é, geralmente os que se destacavam do restante do bando. É claro que os seres humanos se relacionam de maneira mais complexa, mas esta essência da busca pelo poder e o benefício mútuo prevalece.
Iamamoto (1989) nos esclarece que, as relações sociais são fundamentais e constitutivas da vida social na nossa sociedade. E é a compreensão da sociedade em todos os seus preceitos inscritos e ou subscritos nos sistemas governamentais, político, administrativo, jurídico, etc. que irá demonstrar a importância dessas relações. Não esquecendo todos os fenômenos sociais no qual essas relações se dão muitas vezes de forma empírica e peculiar, principalmente nos setores menos favorecidos da sociedade. Será dada ênfase nas relações sociais que permeiam as relações de trabalho, entendendo que são nas relações sociais que se dá o trabalho e também a reprodução social. Podendo assim entender que seria neste âmbito que mais se apresentam às relações de poder.
O Poder existe quando a potência, determinada por certa força, se explicita de uma maneira muito precisa. Entendemos aqui potência uma virtualidade, uma capacidade determinada, que está em condições de exercer-se e de aplicar-se a qualquer momento. E força, como meios que permitem a alguém influir no comportamento de outra pessoa, esta é ainda a canalização da potência, e também sua determinação. Dando como exemplo as relações de trabalho citadas acima, se um sindicato tem peso político, é porque tem força para deflagrar uma greve. É dessa maneira que se busca a definição do poder no sentido sociológico, onde o filosofo Max Weber fala que existe poder quando a potência e a força são colocadas de uma maneira muito precisa e que ele chama de Herrschaft que pode ser traduzido aqui por ¿Dominação¿ considerando que a raiz alemã Herr é igual a dominus que significa senhor. A Dominação é justamente a probabilidade de que uma ordem, com um determinado conteúdo específico seja seguida por um dado grupo de pessoas (LEBRUN, 1977).
Assim, entendemos que há uma linha tênue ao que diz respeito à interdisciplinaridade e relação de poder. Temos que ter em mente quando há dominação e quando há interdisciplinaridade, pois não estamos acostumados a trabalhar em uma relação que denominamos horizontal, no qual todos temos uma especificidade, um determinado conhecimento que irá somar aos demais conhecimentos e solucionar o caso. O trabalho deve ser coletivo, e coletiva deve ser a tomada de decisão.
Existem, em cima da ideologia que se chama a teoria das minorias ativas, formas de como uma minoria pode se impor sobre o poder. O apoio que você pode ter para sua ação, também pode ser menor, com sua minoria, mas podemos afirmar que uma minoria com boas estratégias.
E deste modo advém a grande utilização do planejamento estratégico, como instrumento de intervenção do Serviço Social, na medida em que o Serviço Social é por natureza minoria, não minoria em termos numéricos, mas minoria em termos de poder.
Estas nova forma de pensamento, esta nova forma de racionalidade traz novas formas de agir, essa nova forma de agir expressa, por exemplo, nos propósitos da ação.
Quando falamos em propósito, e esses propósitos existem em todos os planejamentos, a ênfase será dada em determinado tipo.
Nãodevemos parar no que deu certo no ontem, nós fazemos, hoje, amanhã e depois de amanhã, não temos que trabalhar só no tradicional, embora tenhamos que pensar, ao mesmo tempo em que estamos olhando para frente, no que vamos mudar, temos que olhar para trás, para ver o que vamos aproveitar de bom, precisamos considerar a negação que é outra categoria que faz parte daquele conjunto, que é a negação dialética.
A negação dialética se dá da seguinte forma, eu nego, mas nega a minha negação como resgate. Eu nego, retomo e reconstruo, apropriando-me de todos os elementos positivos da experiência anterior, nego como verdade final mas aproprio como verdade a ser reconstruído.
A mudança não é ruptura com o que existia, para um novo existir, ela é o processo dialético de construção e reconstrução.
O Serviço Social, em seu processo de trabalho desenvolve a sua ação a partir de um pensar generalista crítico e o conhecimento e desvendar da realidade e a partir deste processo elabora a sua intervenção profissional. Para desenvolver todos estes elementos utiliza o planejamento como instrumental técnico.
	 Assim o conhecimento enquanto instrumento de sobrevivência da espécie humana é de fato, uma forma diferenciada de agir, ampliando o alcance e o poder efetivo dos homens na criação e recriação de seus meios de existência, pela reorganização dos recursos naturais, que lhe são oferecidos (SEVERINO,1997, p.12).
O objetivo deste texto é mostrar que transformamos nossos meios, assim como a maneira que nos relacionamos dentro do campo do trabalho. É através de nossos conhecimentos e saberes que modificamos nossos métodos de ação, de acordo com a atualidade e necessidades.
Levando isto no meio prático, possibilita a ampliação e a desfragmentarão do conhecimento, caminhando para novos horizontes da prática, evitando o estreitamento das relações de forma submissa ou soberana, na qual, alguns profissionais atuam.
Em sua prática cada profissional se estende a colaborar com as demais áreas de conhecimentos. Apoderando de um nível elevado de métodos instrumentais na sua intervenção da realidade. O conhecimento coletivo tem a possibilidade de abrir diálogos com outros campos de saberes, ultrapassando seus eixos disciplinares.
Abrindo para o profissional, uma enorme porta de acesso para sua atuação, eliminando velhas lacunas que insistem em assuntar o campo de trabalho.
O serviço social pode e deve se apropriar destas práticas em seu campo de trabalho, no aperfeiçoamento do atendimento ao usuário. Este profissional utilizando novos conhecimentos e saberes na sua resolução de problemas dentro da instituição, “[...] constituindo novos saberes e novas práticas que busquem a resolução de um problema concreto” (NOGUEIRA apud VASCONCELOS, 2002, p. 48). O que possibilita romper com os tradicionais traços de atuações do Serviço Social, principalmente em sua relação de poder junto a demais áreas de conhecimentos.
O serviço social enquanto uma prática profissional incorporada na divisão sócio-técnica do trabalho reconhece a importância da pesquisa social e do compromisso com a cidadania. O comprometimento profissional não fica restrito a dar respostas ao seu empregador, mas é um compromisso com o usuário, no enfrentamento das expressões da questão social que aparecem no cenário deste fim de século. Para isso, a proposta do serviço social exige uma postura pluralista.
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