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noções de gestão pública
Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA
1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
NO JUDICIÁRIO BRASILEIRO: 
RESOLUÇÃO Nº 70/2009 DO CONSELHO 
NACIONAL DE JUSTIÇA.
 
A reforma e a modernização do Poder Judiciário brasileiro iniciadas em 2004 tiveram como principais objetivos reduzir a lenti-
dão dos processos judiciais e a baixa efi cácia de suas decisões. Para isso, nos últimos anos foram implantadas alterações constitucio-
nais, legais e gerencias a fi m de melhorar a gestão dos serviços judiciais. 
Dada a relevância do tema, o TCU apresenta a seguir as principais ações para estruturar o processo de planejamento e decisão na 
justiça brasileira, bem como alguns resultados iniciais. 
Justiça em números - O Justiça em Números é um sistema de coleta de estatísticas judiciárias utilizado pelo Conselho Nacional 
de Justiça (CNJ) a fi m de orientar o planejamento estratégico e permitir a realização de diagnósticos sobre a situação do Poder Judi-
ciário. Atualmente compreende as Justiças Federal, Trabalhista e Estadual, além de informações do Tribunal Superior do Trabalho 
(TST), com dados do 2º grau, 1º grau, Turmas Recursais e Juizados Especiais, sendo que a intenção é incluir todo o Poder Judiciário 
nacional nos próximos anos, porém os dados e indicadores relativos ao exercício de 2009 ainda não estão disponíveis. 
i pacto Republicano - Firmado em 15 de dezembro de 2004, o I Pacto Republicano é formado por um conjunto de leis aprova-
das com as contribuições dos três poderes da República, cujo objetivo é acelerar e modernizar a prestação jurisdicional. Entre 2005 
e 2009, 25 projetos de lei foram aprovados, sendo dezesseis na área de Processo Civil, sete de Processo Penal e dois de Processo 
Trabalhista.
A aprovação da Lei 11.418/2006, que dispõe sobre a repercussão geral do Recurso Extraordinário, resultou, em 2009, na redu-
ção em 38.5% do total de processos distribuídos no supremo Tribunal Federal (STF) em relação a 2008.
Na area de Processo Civil, destaca-se a aprovação de leis que ajudaram a agilizar a prestação jurisdictional. Por meio da redução 
de recursos.
Recursos de competências dos STF utilizado nas causas em única ou última instância quando a decisão recorrida contrariar 
dispositivo da Constituição: declarer a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; e julgar válida lei ou ato do governo local 
contestado em face da Constituição (art. 102, III da CF).
Já a Lei nº 11.672/2008, que dispõe sobre o trâmite dos recursos repetitivos dirigidos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
resultou na queda de 37% na quantidade de recursos especiais recebidos pelo STJ, em comparação ao período anterior à aprovação 
da medida.
É um remédio constitucional de competência do STJ, que tem o escopo de manter a hegemonia e a autoridade das leis federais ( 
art.105, III, “a“, “b“ e “c“ da CF)
ii pacto Republicano - Este Pacto veio reforçar as medidas implementadas com o primeiro e possui três grandes objetivos: 
concretização dos direitos humanos e fundamentais; agilidade e efetividade da prestação jurisdicional; e democratização do acesso 
à justiça.
Não existe data limite para aprovação dos projetos de lei previstos no II Pacto. No entanto, desde sua criação, em 13 de abril de 
2009, doze aprovados, sendo dois no eixo de Proteção de Direitos Humanos e Fundamentais, seis no eixo de Agilidade e Efetividade 
da Prestação Jurisdicional, e quatro no de Ampliação do Acesso à Justiça.
Planejamento Estratégico do Poder Judiciário
 
O planejamento Estratégico do Poder Judiciário, consolidado no Plano Estratégico Nacional, foi instituído em 2009, por meio 
da Resolução CNJ nº 70/2009, com o objetivo de implementar um sistema integrado de diretrizes para orientar a atuação de todos os 
órgãos do judiciário, por meio da convergência de ações para o aperfeiçoamento e modernização dos serviços judiciais.
Ele é composto por quinze objetivos estratégicos, 46 indicadores de resultados e oito temas (Efi ciência Operacional; Acesso ao 
Sistema de Justiça; Responsabilidade Social; Alinhamento e Integração; Atuação Institucional; Gestão de Pessoas; Infraestrutura e 
Tecnologia e Orçamento).
Didatismo e Conhecimento 2
noções de gestão pública
Considerando a heterogeneidade da prestação jurisdicional à sociedade, o Planejamento apresenta também dez metas nacionais 
de nivelamento, comuns a todos os tribunais.
Os resultados do Planejamento Estratégico estão associados tanto às metas nacionais de nivelamento quanto aos indicadores que 
identificam o cumprimento dos objetivos . A medição dos indicadores teve início em 2010, portanto, somente em 2011 será possível 
a avaliação do alcance dos objetivos estratégicos.
Em relação às metas nacionais de nivelamento, os gráficos a seguir evidenciam os primeiros resultados da gestão estratégica 
referentes ao cumprimento das metas 1 e 2, as quais estão diretamente relacionadas ao problema da baixa efetividade da prestação 
jurisdicional. Os números não incluem processos do STF, cuja atuação não está sob jurisdição administrativa do CNJ.
Dispõe sobre o Planejamento e a Gestão Estratégica no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências
o pResidente do conselHo nacional de JUstiça, no uso de suas atribuições constitucionais e regimentais, e 
CONSIDERANDO competir ao Conselho Nacional de Justiça, como órgão de controle da atuação administrativa e financeira dos tri-
bunais, a atribuição de coordenar o planejamento e a gestão estratégica do Poder Judiciário; CONSIDERANDO a unicidade do Poder 
Judiciário, a exigir a implementação de diretrizes nacionais para nortear a atuação institucional de todos os seus órgãos; CONSIDE-
RANDO que os Presidentes dos tribunais brasileiros, reunidos no I Encontro Nacional do Judiciário, deliberaram pela elaboração de 
Planejamento Estratégico Nacional, a fim de aperfeiçoar e modernizar os serviços judiciais; CONSIDERANDO o trabalho realizado 
nos 12 (doze) Encontros Regionais, consolidado no Plano Estratégico apresentado e validado no II Encontro Nacional do Judiciário, 
realizado em 16 de fevereiro de 2009, na cidade de Belo Horizonte - MG; CONSIDERANDO a aprovação, no II Encontro Nacional 
do Judiciário, de 10 Metas Nacionais de Nivelamento para o ano de 2009; CONSIDERANDO a necessidade de se conferir maior 
continuidade administrativa aos tribunais, independentemente das alternâncias de seus gestores; CONSIDERANDO determinar a 
Resolução CNJ n.º 49, de 18 de dezembro de 2007, a criação de Núcleo de Estatística e Gestão Estratégica, unidade administrativa 
competente para elaborar, implementar e gerir o planejamento estratégico de cada órgão da Justiça.
ResolVe:
CAPÍTULO I
DO PLANEJAMENTO E DA GESTÃO ESTRATÉGICA
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1° Fica instituído o Planejamento Estratégico do Poder Judiciário, consolidado no Plano Estratégico Nacional consoante do 
Anexo.
I - desta Resolução, sintetizado nos seguintes componentes:
I - Missão: realizar justiça.
II - Visão: ser reconhecido pela Sociedade como instrumento efetivo de justiça, equidade e paz social.
III - Atributos de Valor Judiciário para a Sociedade:
a) credibilidade;
b) acessibilidade;
c) celeridade;
d) ética;
e) imparcialidade;
f) modernidade;
g) probidade:
h) responsabilidade Social e Ambiental;
i) transparência.
IV - 15 (quinze) objetivos estratégicos, distribuídos em 8 (oito) temas:
a) Eficiência Operacional:
Objetivo 1. Garantir a agilidade nos trâmites judiciais e administrativos;
Objetivo 2. Buscar a excelência na gestão de custos operacionais;
b) Acesso ao Sistema de Justiça:
Objetivo 3. Facilitar o acesso à Justiça;
Objetivo 4. Promover a efetividade no cumprimento das decisões;
c) Responsabilidade Social:
Objetivo 5. Promover a cidadania;
Didatismo e Conhecimento 3
noções de gestão pública
d) Alinhamento e Integração:
Objetivo 6. Garantir o alinhamento estratégico em todas as unidades do Judiciário;
Objetivo 7. Fomentar a interação e a troca de experiências entre Tribunais nos planos nacional e internacional;e) Atuação Institucional:
Objetivo 8. Fortalecer e harmonizar as relações entre os Poderes, setores e instituições;
Objetivo 9. Disseminar valores éticos e morais por meio de atuação institucional efetiva;
Objetivo 10. Aprimorar a comunicação com públicos externos;
f) Gestão de Pessoas:
Objetivo 11. Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes dos magistrados e servidores;
Objetivo 12. Motivar e comprometer magistrados e servidores com a execução da Estratégia;
g) Infraestrutura e Tecnologia:
Objetivo 13. Garantir a infraestrutura apropriada às atividades administrativas e judiciais;
Objetivo 14. Garantir a disponibilidade de sistemas essenciais de tecnologia de informação;
h) Orçamento:
Objetivo 15. Assegurar recursos orçamentários necessários à execução da estratégia;
CAPÍTULO II
DO PRAZO E DA FORMA DE IMPLANTAÇÃO
Art. 2º O Conselho Nacional de Justiça e os tribunais indicados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federal elaborarão 
os seus respectivos planejamentos estratégicos, alinhados ao Plano Estratégico Nacional, com abrangência mínima de 5 (cinco) anos, 
bem como os aprovarão nos seus órgãos plenários ou especiais até 31 de dezembro de 2009.
§ 1º - Os planejamentos estratégicos de que trata o caput conterão:
I - pelo menos um indicador de resultado para cada objetivo estratégico;
II - metas de curto, médio e longo prazos, associadas aos indicadores de resultado;
III - projetos e ações julgados suficientes e necessários para o atingimento das metas fixadas.
§ 2º - Os Tribunais que já disponham de planejamento estratégicos deverão adequá-los ao Plano Estratégico Nacional, observa-
das as disposições e requisitos do caput e do §1º deste artigo.
§ 3º - As propostas orçamentárias dos tribunais devem ser alinhadas aos seus respectivos planejamentos estratégicos, de forma a 
garantir os recursos necessários à sua execução.
§ 4º - Os tribunais garantirão a participação efetiva de serventuários e de magistrados de primeiro e segundo graus, indicados 
pelas respectivas entidades de classe, na elaboração e na execução de suas propostas orçamentárias e planejamentos estratégicos.
§ 5º - O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos tribunais superiores, sem prejuízo da participação efetiva de ministros e 
serventuários na elaboração e na execução de suas estratégias.
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça adotará as providências necessárias para fornecer auxílio técnico-científico aos tribunais na 
elaboração e na gestão da estratégia.
Art. 3º O Núcleo de Gestão Estratégica dos tribunais ou unidade análoga coordenará ou assessorará a elaboração, implementa-
ção e gestão do planejamento estratégico, como também atuará nas áreas de gerenciamento de projetos, otimização de processos de 
trabalho e acompanhamento de dados estatísticos para gestão da informação.
§ 1º - Os tribunais deverão priorizar, inclusive nas suas propostas orçamentárias, a estruturação de Núcleos de Gestão Estratégica 
ou unidade análoga.
§ 2º - O Conselho Nacional de Justiça encaminhará aos tribunais, por intermédio do Departamento de Gestão Estratégica, suges-
tão de estruturação das atividades dos Núcleos de Gestão Estratégica.
CAPÍTULO III
DO BANCO E DE BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO
DO PODER JUDICIÁRIO
Art. 4º - O Conselho Nacional de Justiça manterá disponível no seu Portal na Rede Mundial de Computadores (internet) o Banco 
de Boas Práticas de Gestão do Poder Judiciário, a ser continuamente atualizado, com o intuito de promover a divulgação e o compar-
tilhamento de projetos e ações desenvolvidas pelos tribunais.
§ 1º - Os projetos e ações do Banco de Boas Práticas de Gestão do Poder Judiciário serão subdivididos de acordo com os temas 
da Estratégia Nacional, a fim de facilitar a identificação pelos tribunais interessados na sua utilização.
§ 2º - Os projetos e práticas a serem incluídos no Banco de Boas Práticas de Gestão do Poder Judiciário devem ser encaminhados 
ao Departamento de Gestão Estratégica do Conselho Nacional de Justiça, órgão responsável pela sua gestão.
Didatismo e Conhecimento 4
noções de gestão pública
CAPÍTULO IV
DO ACOMPANHAMENTO DOS RESULTADOS
Art. 5º Os tribunais promoverão Reuniões de Análise da Estratégia - RAE trimestrais para acompanhamento dos resultados das 
metas fixadas, oportunidade em que poderão promover ajustes e outras medidas necessárias à melhoria do desempenho.
CAPÍTULO V
DOS INDICADORES, METAS E PROJETOS NACIONAIS
Art. 6º Sem prejuízo do planejamento estratégico dos órgãos do Poder Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça coordenará a 
instituição de indicadores de resultados, metas, projetos e ações de âmbito nacional, comuns a todos os tribunais.
Parágrafo Único. As metas nacionais de nivelamento para o ano de 2009 estão descritas no Anexo II desta Resolução.
Art. 6º-A O Conselho Nacional de Justiça coordenará a realização de Encontros Anuais do Poder Judiciário, preferencialmente 
no mês de fevereiro, com os seguintes objetivos, entre outros: (Included pela Emenda nº 01, publicada em 20.04.10)
I - avaliar a Estratégia Nacional; (Incluído pela Emenda nº 01, publicada em 20.04.10)
II - divulgar o desempenho dos tribunais no cumprimento das ações, projetos e metas nacionais no ano findo; (Incluído pela 
Emenda nº 01, publicada em 20.04.10)
III - definir as novas ações, projetos e metas nacionais prioritárias. (Incluído pela Emenda nº 01, publicada em 20.04.10)
§ 1º - Os Encontros Anuais do Poder Judiciário contarão com a participação dos presidentes e corregedores dos tribunais e dos 
conselhos, como também das associações nacionais de magistrados, facultado o convite a outras entidades e autoridades. (Incluído 
pela Emenda nº 01, publicada em 20.04.10)
§ 2º O Encontro Anual poderá ser precedido de reuniões preparatórias com representantes dos tribunais e com as associações 
nacionais de magistrados. (Incluído pela Emenda nº 01, publicada em 20.04.10)
§ 3º - As deliberações dos Encontros Anuais, mormente as ações, projetos e metas prioritárias estabelecidas, serão comunicadas 
ao Plenário do CNJ e publicadas como Anexo desta Resolução. (Incluído pela Emenda nº 01, publicada em 20.04.10)
§ 4º - Caberá ao Conselho Nacional de Justiça a escolha da sede do Encontro Anual, observadas as candidaturas dos tribunais 
interessados, privilegiando-se a alternância entre as unidades federativas. (Incluído pela Emenda nº 01, publicada em 20.04.10)
§ 5º A organização dos Encontros Anuais dar-se-á em parceria entre o Conselho Nacional de Justiça e os tribunais-sede. (Incluído 
pela Emenda nº 01, publicada em 20.04.10)
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 7º Compete à Presidência do Conselho Nacional de Justiça, em conjunto com a Comissão de Estatística e Gestão Estraté-
gica, assessorados pelo Departamento de Gestão Estratégica, coordenar as atividades de planejamento e gestão estratégica do Poder 
Judiciário.
Parágrafo Único. A Presidência do Conselho Nacional de Justiça instituirá e regulamentará Comitê Gestor Nacional para auxiliar 
as atividades de planejamento e gestão estratégica do Poder Judiciário, a ser coordenado pelo Presidente da Comissão de Estatística 
e Gestão Estratégica.
Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Ministro GILMAR MENDES
* Acesso: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/contas/contas_governo/contas_09/Textos/Ficha%20
13%20-%20Judiciario.pdf
http://www.cnj.jus.br/gestao-e-planejamento/gestao-e-planejamento-do-judiciario/resolucao-n-70
Didatismo e Conhecimento 5
NOÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA
2 ORÇAMENTO PÚBLICO: 
CONCEITO. PRINCÍPIOS 
ORÇAMENTÁRIOS. RECEITAS E DESPESAS 
EXTRA-ORÇAMENTÁRIOS.
 
A função do Orçamento é permitir que a sociedade acompanhe o fl uxo de recursos do Estado (receitas e despesas). Para isto, o 
governo traduz o seu plano de ação em forma de lei. Esta lei passa a representar seu compromisso executivo com a sociedade que 
lhe delegou poder.
O projeto de lei orçamentária é elaborado pelo Executivo, e submetido à apreciação do Legislativo, que poderealizar alterações 
no texto fi nal. A partir daí, o Executivo deve promover sua implementação de forma efi ciente e econômica, dando transparência pú-
blica a esta implementação. Por isso o orçamento é um problema quando uma administração tem difi culdades para conviver com a 
vontade do Legislativo e da sociedade: devido à sua força de lei, o orçamento é um limite à sua ação.
Em sua expressão fi nal, o orçamento é um extenso conjunto de valores agrupados por unidades orçamentárias, funções, progra-
mas, atividades e projetos. Com a infl ação, os valores não são imediatamente compreensíveis, requerendo vários cálculos e o conhe-
cimento de conceitos de matemática fi nanceira para seu entendimento. Isso tudo difi culta a compreensão do orçamento e a sociedade 
vê debilitada sua possibilidade de participar da elaboração, da aprovação, e, posteriormente, acompanhar a sua execução.
Pode-se melhorar a informação oferecida aos cidadãos sem difi cultar o entendimento, através da técnica chamada análise ver-
tical, agrupando as receitas e despesas em conjuntos (atividade, grupo, função), destacando-se individualmente aqueles que tenham 
participação signifi cativa. É apresentada a participação percentual dos valores destinados a cada item no total das despesas ou recei-
tas. Em vez de comunicar um conjunto de números de difícil entendimento ou valores sem base de comparação, é possível divulgar 
informações do tipo “a prefeitura vai gastar 15% dos seus recursos com pavimentação”, por exemplo.
Uma outra análise que pode ser realizada é a análise horizontal do orçamento. Esta técnica compara os valores do orçamento com 
os valores correspondentes nos orçamentos anteriores (expressos em valores reais, atualizados monetariamente, ou em moeda forte).
Essas técnicas e princípios de simplifi cação devem ser aplicados na apresentação dos resultados da execução orçamentária (ou 
seja, do cumprimento do orçamento), confrontando o previsto com o realizado em cada período e para cada rubrica. Deve-se apre-
sentar, também, qual a porcentagem já recebida das receitas e a porcentagem já realizada das despesas.
 É fundamental que a peça orçamentária seja convertida em valores constantes, permitindo avaliar o montante real de recursos 
envolvidos.
Uma outra forma de alteração do valor real é através das margens de suplementação. Para garantir fl exibilidade na execução 
do orçamento, normalmente são previstas elevadas margens de suplementação, o que permite um uso dos recursos que modifi ca 
profundamente as prioridades estabelecidas. Com a indexação orçamentária mensal à infl ação real, consegue-se o grau necessário 
de fl exibilidade na execução orçamentária, sem permitir burlar o orçamento através de elevadas margens de suplementação. Pode-se 
restringir a margem a um máximo de 3%.
Não basta dizer quanto será arrecadado e gasto. É preciso apresentar as condições que permitiram os níveis previstos de entrada 
e dispêndio de recursos.
No caso da receita, é importante destacar o nível de evolução econômica, as melhorias realizadas no sistema arrecadador, o nível 
de inadimplência, as alterações realizadas na legislação, os mecanismos de cobrança adotados.
No caso da despesa, é importante destacar os principais custos unitários de serviços e obras, as taxas de juros e demais encargos 
fi nanceiros, a evolução do quadro de pessoal, a política salarial e a política de pagamento de empréstimos e de atrasados.
Os resultados que a simplifi cação do orçamento geram são, fundamentalmente, de natureza política. Ela permite transformar um 
processo nebuloso e de difícil compreensão em um conjunto de atividades caracterizadas pela transparência.
Como o orçamento passa a ser apresentado de forma mais simples e acessível, mais gente pode entender seu signifi cado. A socie-
dade passa a ter mais condições de fi scalizar a execução orçamentária e, por extensão, as próprias ações do governo municipal. Se, 
juntamente com esta simplifi cação, forem adotados instrumentos efetivos de intervenção da população na sua elaboração e controle, 
a participação popular terá maior efi cácia.
Os orçamentos sintéticos, ao apresentar o orçamento (ou partes dele, como o plano de obras e os orçamentos setoriais) de forma 
resumida, fornecem uma informação rápida e acessível.
A análise vertical permite compreender o que de fato infl uencia a receita e para onde se destinam os recursos, sem a “poluição 
numérica” de dezenas de rubricas de baixo valor. Funciona como um demonstrativo de origens e aplicações dos recursos da prefei-
tura, permitindo identifi car com clareza o grau de dependência do governo de recursos próprios e de terceiros, a importância relativa 
das principais despesas, através do esclarecimento da proporção dos recursos destinada ao pagamento do serviço de terceiros, dos 
materiais de consumo, encargos fi nanceiros, obras, etc.
Didatismo e Conhecimento 6
noções de gestão pública
A análise horizontal facilita as comparações com governos e anos anteriores.
A evidenciação das premissas desnuda o orçamento ao público, trazendo possibilidades de comparação. Permite perguntas do 
tipo: “por que a prefeitura vai pagar x por este serviço, se o seu preço de mercado é metade de x ?”. Contribui para esclarecer os 
motivos de ineficiência da prefeitura nas suas atividades-meio e na execução das políticas públicas.
Apesar dos muitos avanços alcançados na gestão das contas públicas no Brasil, a sociedade ainda não se desfez da sensação de 
caixa preta quando se trata de acompanhar as contas públicas. 
A gestão das contas públicas brasileiras passou por melhorias institucionais tão expressivas que é possível falar-se de uma verda-
deira revolução. Mudanças relevantes abrangeram os processos e ferramentas de trabalho, a organização institucional, a constituição 
e capacitação de quadros de servidores, a reformulação do arcabouço legal e normativo e a melhoria do relacionamento com a socie-
dade, em âmbito federal, estadual e municipal.
Os diferentes atores que participam da gestão das finanças públicas tiveram suas funções redefinidas, ampliando-se as prerrogati-
vas do Poder Legislativo na condução do processo decisório pertinente à priorização do gasto e à alocação da despesa. Esse processo 
se efetivou fundamentalmente pela unificação dos orçamentos do Governo Federal, antes constituído pelo orçamento da União, pelo 
orçamento monetário e pelo orçamento da previdência social.
Criou-se a Secretaria do Tesouro Nacional, em processo em que foram redefinidas as funções do Banco do Brasil, do Banco 
Central e do Tesouro Nacional.
Consolidou-se a visão de que o horizonte do planejamento deve compreender a elaboração de um Plano Plurianual (PPA) e, a 
cada ano, uma Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que por sua vez deve preceder a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA).
Introduziu-se o conceito de responsabilidade fiscal, reconhecendo-se que os resultados fiscais e, por conseqüência, os níveis de 
endividamento do Estado, não podem ficar ao sabor do acaso, mas devem decorrer de atividade planejada, consubstanciada na fixação 
de metas fiscais. Os processos orçamentário e de planejamento, seguindo a tendência mundial, evoluíram das bases do orçamento-
-programa para a incorporação do conceito de resultados finalísticos, em que os recursos arrecadados devem retornar à sociedade na 
forma de bens e serviços que transformem positivamente sua realidade.
A transparência dos gastos públicos tornou-se possível graças à introdução de modernos recursos tecnológicos, propiciando 
registros contábeis mais ágeis e plenamente confiáveis. A execução orçamentária e financeira passou a contar com facilidades opera-
cionais e melhores mecanismos de controle. Por conseqüência, a atuação dos órgãos de controle tornou-se mais eficaz, com a adoção 
de novo instrumental de trabalho, como a introdução do SIAFI e da conta única do Tesouro Nacional, acompanhados de diversos 
outros aperfeiçoamentos de ferramentas de gestão.
o ciclo oRçaMentÁRioA CF 88 determina a elaboração do contrato orçamentário com base em três leis ordinárias:
•	 Plano Plurianual (PPA), a cada 4 anos;
•	 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), anualmente;
•	 Lei Orçamentária Anual (LOA). 
Visando fortalecer a interligação dos processos de planejamento e orçamento (alocação de recursos), a CF 88 exigiu que o PPA, 
a LDO e a LOA fossem articulados, interdependentes e compatíveis. 
A LDO recebeu a função unir o PPA e a LOA. Por isso, a LDO pode ser considerada um “esqueleto” da lei orçamentária anual: 
estabelece, anualmente, a estrutura para a elaboração do orçamento. Por sua vez, a própria elaboração da LDO deve obedecer aos 
princípios do PPA.
Essa sobreposição entre as três leis está disposto prioritariamente nos artigos 165, 166 e 167 da CF. 
O artigo 165 da Constituição determina que os orçamentos anuais, neste caso tanto a LOA como a LDO, precisam ser compatí-
veis com o PPA.
Art. 165. (...)
§ 7° Os orçamentos previstos no § 5°, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a 
de reduzir desigualdades inter regionais, segundo critério populacional (CF, art. 165, § 7°). Compreendendo o ciclo orçamentário
O artigo 167 da CF exige que emendas que modifiquem a LOA, ou projetos no mesmo sentido, precisam ser compatíveis tanto 
em relação ao PPA como naquilo que determina a LDO:
Art. 166. (...)
§ 3° As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovados caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. Compreendendo o ciclo orçamentário
.O super-ordenamento do PPA sobre à LOA está claro no art. 167, da CF:
Art. 167. (...)
§1° Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano 
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob crime de responsabilidade (CF, art. 167,§ 1°).
Didatismo e Conhecimento 7
noções de gestão pública
.Esse super-ordenamento também aparece em outros trechos da Constituição, como a necessidade de que a LOA observe a LDO:
§ 5° Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que 
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de 
créditos suplementares ou especiais (CF, art 99, § 5°; CF, art. 127, § 6°).
Enfim, a Constituição determina que a elaboração da LDO ocorra à luz das diretrizes fixadas no PPA (CF, art. 166, § 4°).
Esta mesma orientação vale para a elaboração da LOA (CF, art. 165, § 7°; CF, art. 166, § 3°, inciso I).
O ciclo orçamentário tem início com a elaboração da proposta do Plano Plurianual (PPA) pelo poder Executivo.
Isso ocorre no primeiro ano de governo do presidente, governador ou prefeito recém-empossado ou reeleito.
O exercício financeiro, no Brasil, é um período de doze meses (um ano). O exercício financeiro coincidirá com o ano civil (Lei 
4.320/64, Art. 34). O exercício financeiro define o período para fins de organização dos registros relativos à arrecadação de receitas, 
a execução de despesas.
pRincÍpios QUe RegeM o oRçaMento
Os princípios constituem ideias gerais e abstratas, que expressam em menor ou maior escala, todas as normas que compõem a 
seara do direito.
Poderíamos mesmo dizer que cada área do direito não é senão a concretização de certo número de princípios, que constituem o 
seu núcleo central. Eles possuem uma força que permeia todo o campo sob seu alcance. 
Os princípios constituem a base, o alicerce de um sistema jurídico. São verdadeiras proposições lógicas que fundamentam e 
sustentam um sistema. 
Sabe-se que os princípios, ao lado das regras, são normas jurídicas. 
Os princípios, porém, exercem dentro do sistema normativo um papel diferente dos das regras. 
Estas, por descreverem fatos hipotéticos, possuem a nítida função de regular, direta ou indiretamente, as relações jurídicas que se 
enquadrem nas molduras típicas por elas descritas. Não é assim com os princípios, que são normas generalíssimas dentro do sistema.
Serve o princípio como limite de atuação do jurista. No mesmo passo em que funciona como vetor de interpretação, o princípio 
tem como função limitar a vontade subjetiva do aplicador do direito, vale dizer, os princípios estabelecem balizamentos dentro dos 
quais o jurista exercitará sua criatividade, seu senso do razoável e sua capacidade de fazer a justiça do caso concreto. Vamos conferir 
os princípios orçamentários:
pRincÍpio da Unidade
A concepção tradicional do princípio da unidade significava que todas as despesas e receitas do Estado deviam estar reunidas em 
um só documento, permitindo a sua apreciação em conjunto. 
Isso visava a facilitar o seu controle e o real conhecimento da situação financeira do Estado, já que, com a adoção deste princípio, 
evitar-se-iam as dissimulações econômicas e as manobras visando à ocultação de despesas em contas especiais. A Constituição de 
1988 deu uma concepção mais moderna ao princípio da unidade, ao dispor, no § 52, do art. 165, que a lei orçamentária compreende: 
a) o orçamento fiscal; 
b) o orçamento de investimento; 
c) o orçamento da seguridade social. 
Assim, não se pode mais dizer que o referido princípio implica na existência de um documento único, mas sim que os diversos 
orçamentos sejam harmônicos entre si. 
O orçamento fiscal refere-se aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades de administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. 
O orçamento de investimento diz respeito às empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital 
social com direito a voto. Por sua vez, o orçamento da seguridade social abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da 
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
O art. 195 da CF estabelece os seguintes meios de financiamento da seguridade social: 
a) recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
b) contribuições sociais dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; dos trabalhadores e sobre 
a receita de concursos de prognósticos. Crédito orçamentário é a dotação incluída no orçamento para atender às despesas do Estado. 
Inexistindo ou revelando-se insuficiente o crédito orçamentário, o Poder Legislativo pode autorizar os créditos adicionais.
Didatismo e Conhecimento 8
noções de gestão pública
Os créditos extra orçamentários ou adicionais são considerados exceção ao princípio clássico da unidade, porque contêm autori-
zação do Poder Legislativo para efetivação de despesas não previstas ou insuficientemente prevista na lei orçamentária anual. 
A Constituição a eles se refere no art. 167, inciso V, e seus §§ 2º e 3º, e a sua regulamentação encontra-se nos arts. 40 e 46 da Lei 
nº 4.320, de 1964 e no art. 72 do Decreto-lei nº200, de 1967.
Art. 167. São vedados:
...
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspon-
dentes;
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato 
de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, 
serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as 
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, 
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I - relativa a:a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no 
art. 167, § 3º; 
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III - reservada a lei complementar; 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da Re-
pública;
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 
154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi 
editada.
 § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas 
em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional dis-
ciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de 
recesso do Congresso Nacional. 
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo 
prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de 
urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, 
todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. 
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado 
de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. 
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. 
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes 
de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido 
sua eficácia por decurso de prazo. 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida 
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regi-
das. 
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta se manterá integralmente em 
vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
Didatismo e Conhecimento 9
noções de gestão pública
Tais créditos correspondem à autorização de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na lei orçamentária e obe-
decem à seguinte classificação:
a) Suplementares são os destinados a reforço de dotação orçamentária que se mostrou insuficiente para atender às despesas 
exigidas pelo interesse da Administração, e não podem exceder à quantia fixada como limite pela lei orçamentária, quando esta o 
estabelece (CF, arts. 167, V, e 165, § 8º); 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo 
na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por ante-
cipação de receita, nos termos da lei.
b) Especiais são os destinados às despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica, e visam a satisfazer necessi-
dades novas, surgidas no decorrer do exercício financeiro (CF, art. 167, V);
c) Extraordinários são os destinados a atender despesas urgentes e imprevisíveis, como em caso de guerra, subversão interna ou 
calamidade pública (CF, art. 168, § 3º).
Ressalte-se que os créditos extraordinários podem ser autorizados por medida provisória em razão de remissão feita pelo § 3º 
do art. 167 ao art. 62 da Constituição. 
Trata-se de exceção ao princípio pelo qual somente a lei formal pode aprovar os orçamentos e os créditos adicionais. 
Os créditos suplementares e especiais dependem de prévia autorização legislativa e da indicação da existência de recursos dispo-
níveis para atender às despesas (art. 167, V da CF),e a sua abertura se dá por decreto do Poder Executivo.
A autorização para abertura dos créditos suplementares pode vir embutida na própria lei orçamentária (CF, art. 165, § 8º, e Lei 
nº4.320, art. 72, I) Neste caso, o Executivo independerá de uma lei especial autorizativa, ficando, no entanto, obrigado a respeitar o 
limite estabelecido pela lei orçamentária para a abertura dos mencionados créditos. 
A abertura dos créditos extraordinários, dadas às características especialíssimas das razões que a determinam, independe da pré-
via autorização legislativa e prescinde da existência de recursos disponíveis para atender às despesas. 
Entretanto, o Executivo deve, após sua abertura, deles dar imediato conhecimento ao Poder Legislativo, para que este possa jul-
gar o ato do Executivo, evitando-se, assim,a ocorrência de abusos.
Acentue-se, ainda, que os créditos adicionais só devem vigorar no exercício financeiro em que foram abertos, permitindo, no 
entanto,o § 2º do art. 167 da CF que os créditos especiais e extraordinários, cujo ato de autorização for promulgado nos últimos 
quatro meses do mencionado exercício, e desde que reabertos nos limites de seus saldos, possam vigorar até o término do exercício 
financeiro subsequente, sendo incorporados ao orçamento deste último.
pRincÍpio da totalidade oRçaMentÁRia
Admite a coexistência de diversos orçamentos, os quais, entretanto, deverão receber consolidação para que o governo tenha uma 
visão geral do conjunto das finanças públicas.
pRincÍpio da UniVeRsalidade
Entende-se pelo princípio da universalidade que na lei orçamentária devem ser incluídas, por seus valores brutos, todas as des-
pesas e receitas da União, inclusive as relativas aos seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, bem como 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público (CF, art. 165, § 5º e Lei nº 4.320/64, art.6º). 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
...
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, 
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social 
com direito a voto;
Didatismo e Conhecimento 10
noções de gestão pública
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou 
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
Tal princípio visa, assim, a proporcionar maior clareza ao orçamento, facilitando a sua compreensão e possibilitando que retrate 
fielmente as finanças do estado.
Como se pode ver, são bem distintos os princípios da unidade e universalidade orçamentária. O primeiro, em sua concepção 
atual, determina uma integração entre os diversos orçamentos, compreendendo as despesas e receitas de todos os Poderes, órgãos e 
fundos.
Pelo segundo deve constar do orçamento o produto bruto das despesas e receitas, sem compensações ou deduções.
pRincÍpio do oRçaMento bRUto(corolário do princípio da universalidade).
Todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sendo vedada qualquer dedução.
pRincÍpio da anUalidade (oU peRiodicidade)
Resulta do princípio da anualidade que o orçamento deve ser elaborado para um período determinado, que, na maioria dos Esta-
dos, corresponde ao prazo de um ano. 
Este prazo não é fixado arbitrariamente porque representa uma unidade de tempo natural e corresponde a uma medida normal 
das previsões humanas.
A vigência periódica do orçamento fundamenta-se principalmente nas seguintes razões:
a) A previsão orçamentária não pode ter uma existência ilimitada, sob pena de ficar fora do alcance da capacidade humana; 
b) Sendo periódico o orçamento, há um maior controle quanto à sua execução;
c) O contribuinte está mais protegido, eis que, periodicamente, se pode fazer uma revisão da carga tributária e adaptá-la às ne-
cessidades do Estado, que, como se sabe, variam no tempo e no espaço.
O art. 165, § 9º, I, da CF, reza que cabe à lei complementar dispor sobre o exercício financeiro. 
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais
§ 9º - Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de 
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;”
O art. 34 da Lei nº 4.320/64 dispõe que o exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
A Lei nº 4.320, em seu art. 2º, prescreve expressamente que a lei do orçamento obedecerá aos princípios da unidade, universali-
dade e anualidade, verdadeiros cânones das finanças clássicas. Atente-se que o princípio da anualidade orçamentária não se confunde 
com o princípio da anualidade tributária. 
Esse significava que o tributo só poderia ser cobrado em um exercício se houvesse prévia autorização orçamentária, e deixou de 
existir no nosso direito a partir da Emenda nº1, de 1969, à Carta de 1967. 
Foi substituído pelo princípio da anterioridade da lei fiscal (CF, art. 150, III, b), que veda a cobrança de tributos no mesmo 
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Assim, não mais se exige a prévia autorização 
orçamentária.
pRincÍpio da pRoibição de estoRno de VeRbas
O princípio da proibição de estorno de verbas está contido no inciso VI do art. 167 da CF, quando veda a transposição, o re-
manejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia 
autorização legislativa.
“Art. 167. São vedados:
...
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um 
órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;”
Didatismo e Conhecimento 11
noções de gestão pública
O estorno de verbas, que era admitido anteriormente à Constituição de 1934, consistia no recurso utilizado pela Administração 
para fazer face à carência ou insuficiência de verbas, mediante a transferência das sobras de determinadas verbas para suprir as do-
tações esgotadas ou insuficientes. 
A Constituição de 1937 (art. 69, § 2º) conferiu ao Presidente da República poderes para autorizar o estorno de verbas, mas so-
mente quanto a serviços da mesma espécie. 
Atualmente, repita-se, é vedada a utilização de tal processo, eis que o Poder Executivo, no caso de estouro ou insuficiência de 
verbas, pode recorrer ao crédito suplementar, depois de previamente autorizado pelo Poder Legislativo e desde que preencha os re-
quisitos estabelecidos pela Lei nº 4.320 sobre a matéria.
pRincÍpio da não aFetação oU não VincUlação
O princípio da não afetação da receita está expressamente consagrado no inciso IV do art.167 da CF quando veda a vinculação 
de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvado a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os 
art. 158 e159, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado pelo art. 212, a prestação 
de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, e bem assim a prestação de garantia ou 
contra garantia à União e para pagamento de débitos para com esta (§ 4º do art. 167, que foi inserido pela ECnº 3/93). 
“Art. 167. São vedados:
...
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvada a repartição do produto da arrecadação dos 
impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manuten-
ção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, 
pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no 
art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; 
...
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos 
de que tratam os arts. “157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento 
de débitos para com esta.”
“Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente 
aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III
III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores li-
cenciados em seus territórios;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mer-
cadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme 
os seguintes critérios:
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas 
prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
“II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal.”
“Art. 159”. A União entregará:
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados 
quarenta e oito por cento na seguinte forma
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-
-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, fican-
do assegurada ao semiárido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de 
cada ano; 
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, 
proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados.
Didatismo e Conhecimento 12
noções de gestão pública
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico previsto no art. 177, § 4º, 29% (vinte 
e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observados a destinação a que se refere o 
inciso II,c, do referido parágrafo.
 § 1º - Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela da arreca-
dação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos 
termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I.
§ 2º - A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante a que se refere o 
inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de 
partilha nele estabelecido.
§ 3º - Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do 
inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos 
seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. “
“Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e 
cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e 
desenvolvimento do ensino.”
Registre-se que a referida vedação constitucional prende-se apenas aos impostos, permitida, portanto, a vinculação quanto às 
demais espécies de tributo.
pRincÍpio da exclUsiVidade da MatéRia oRçaMentÁRia
Outro princípio a ser acatado pelo orçamento é o da exclusividade da matéria orçamentária, pelo qual só pode constar do orça-
mento matéria pertinente à fixação da despesa e à previsão da receita, conforme determina o art. 165, § 8º da CF. 
Estão assim vedadas as denominadas “caudas orçamentárias”, que consistiam em medidas geralmente de caráter político-dema-
gógico que eram introduzidas no orçamento sem que se relacionassem com a matéria orçamentária
Não há dúvida que, adotando o princípio acima referido (orçamento só contém orçamento), a Constituição limitou a competência 
do Congresso Nacional no exame, discussão e deliberação da matéria orçamentária. Entretanto, o § 8º do art. 165 da CF excetuou do 
mencionado princípio as seguintes medidas: 
a) autorização para abertura de créditos suplementares; 
b) operações de crédito, ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei. 
Os créditos suplementares, como visto antes, são os que se destinam a suprir dotações orçamentárias insuficientes. 
Tal ocorre por ato do Poder Legislativo, autorizando o Executivo a abrir, por decreto, os necessários créditos, respeitado o limite 
que porventura for estabelecido pela lei, orçamentária ou especial, e condicionado à existência de fundos disponíveis para fazer à 
despesa pretendida. 
Justifica-se a exceção feita pelo dispositivo constitucional porque a autorização para abertura dos créditos suplementares é, em 
verdade, matéria orçamentária. 
As operações de crédito por antecipação de receita visam a cobrir um eventual déficit de caixa. Isso geralmente ocorre no início 
do exercício financeiro, quando as receitas tributárias arrecadadas se mostram ainda insuficientes para atender as despesas iniciais. 
Daí o Executivo ficar autorizado a efetuar as operações de crédito necessárias, como obtenção de empréstimos, a título de ante-
cipação da receita orçamentária, para poder prover as referidas despesas. 
Assim, tal autorização relaciona-se, na realidade, com a matéria orçamentária. José Afonso da Silva esclarece que tais operações 
de crédito por antecipação da receita somente deixarão de acontecer quando se fizer a denominada consolidação orçamentária, qual 
seja, a unificação, numa caixa única do Tesouro, das receitas públicas de todos os poderes, autarquias, empresas públicas e órgãos 
autônomos. 
Deste modo, por-se-á fim a essa situação esdrúxula de ter o Tesouro de realizar as referidas operações para suprir sua caixa, 
enquanto as caixas especiais de outros órgãos, empresas e autarquias, apresentam disponibilidade de recursos que poderiam ser uti-
lizadas para fazer face àquele déficit eventual.
É de se aduzir ainda que a lei orçamentária poderá conter autorização ao Executivo para realizar, em qualquer mês do exercício 
financeiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender à insuficiência de caixa, dispensando-se, assim, autorização 
por lei específica.
Registre-se também que a Constituição vigente silenciou quanto ao modo pelo qual se deve cobrir o déficit orçamentário, se 
existente, embora, em seu art. 48, XIV, dê ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, atribuição para dispor 
sobre moeda e seus limites de emissão. 
Tal omissão não ocorreu nas Constituições de 1967 (art. 63, II) e de1946 (art. 73, II), que excetuaram do princípio da exclusivi-
dade da matéria orçamentária o modo pelo qual se cobriria o mencionado déficit orçamentário.
Didatismo e Conhecimento 13
noções de gestão pública
pRincÍpio da ReseRVa legal
Outro princípio que deve ser apontado é o da reserva da lei, pelo qual os orçamentos e os créditos adicionais só podem ser apro-
vados por lei formal. Entretanto, a Constituição atual (art. 167, § 3º) excetua do referido princípio os créditos extraordinários, que 
podem ser autorizados através de medida provisória (art.62) em razão da urgência que se revestem.
Anote-se ainda que o art. 165, § 9º da CF, exige lei complementar para:
a) Dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes 
orçamentárias e da lei orçamentária anual;
b) Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a institui-
ção e funcionamento de fundos.
pRincÍpio da discRiMinação oU especiFicação
Discriminação ou detalhamento das receitas e despesas no orçamento. Art. 5°, Lei n° 4.320/64: Vedação às dotações globais des-
tinadas a atender indiferentemente as despesas de pessoal, materiais e serviços de terceiros, etc. As entidades públicas podem realizar 
detalhamentos ainda maiores que os da Lei.
pRincÍpio da claReZa
O orçamento deve ser apresentado em linguagem clara e compreensível para todas as pessoas que necessitam de alguma forma, 
manipulá-lo.
pRincÍpio da pUblicidade
Publicidade Formal: Publicação no Diário Oficial.
pRincÍpio da exatidão
Preocupação com a realidade. 
Incide sobre os setores encarregados da estimativa de receitas e dos setores que solicitam recursos para a execução das suas 
atividades/projetos.
pRincÍpio da pRogRaMação
O orçamento deve expressar as realizações e objetivos da forma programada.
oUtRas Vedações constitUcionais
Além dos princípios antes mencionados, a Constituição (art. 167) prescreve ainda as seguintes vedações:
a) O início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; 
b) A realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
c) A realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante 
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
d) A abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos corresponden-
tes; 
e) a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
f) A utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e de seguridade social para suprir neces-
sidades ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
g) A instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
Receita pública: conceito, classiFicação, Fontes, estÁgios 
Receita pública, em sentido amplo, compreende todos os ingressos financeiros ao patrimônio público. Portanto, abrange o fluxo 
de recebimentos auferidos pelo Estado.
Em sentido estrito,a Receita Pública equivale a todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidos pelo Poder Público, com-
preendendo qualquer ente da Federação ou suas entidades, para atender as despesas públicas.
Didatismo e Conhecimento 14
noções de gestão pública
Nesse conceito, equivale à Receita Pública Orçamentária.
Essa distinção é importante pelo fato de que alguns ingressos financeiros no caixa do Poder Público têm um caráter transitório, 
extemporâneo, não podendo ser utilizadas pelo Estado na sua programação normal de despesas. Exemplos são cauções, depósitos, 
etc... 
Equivalem esses ingressos à chamada Receita Pública Extraorçamentária. 
Vejamos a seguir as diversas classificações doutrinárias e legais das Receitas Públicas.
a) Classificação quanto à Origem: Originárias X Derivadas
Receitas Originárias (Patrimoniais, de Economia Privada, de Direito Privado)
São aquelas provenientes da exploração do patrimônio da pessoa jurídica de direito público, ou seja, o Estado coloca parte do 
seu patrimônio a disposição de pessoas físicas ou jurídicas, que poderão se beneficiar de bens ou de serviços, mediante pagamento 
de um preço estipulado.
Elas independem de autorização legal e podem ocorrer a qualquer momento, e são oriundas da exploração do patrimônio mo-
biliário ou imobiliário, ou do exercício de atividade econômica, industrial, comercial ou de serviços, pelo Estado ou suas entidades. 
Exemplos:
● Rendas provenientes da venda de bens e de empresas comerciais ou industriais;
● Rendas obtidas sobre os bens sujeitos à sua propriedade (aluguéis, dividendos, aplicações financeiras);
● Rendas do exercício de atividades econômicas, ou seja, industriais, comerciais ou de serviços.
Receitas Derivadas (Não patrimoniais, de Economia Pública, de Direito Público)
São aquelas cobradas pelo Estado, por força do seu poder de império, sobre as relações econômicas praticadas pelos particulares, 
pessoas físicas ou jurídicas, ou sobre seus bens.
Na atualidade, constitui-se na instituição de tributos, que serão exigidos da população, para financiar os gastos da administração 
pública em geral, ou para o custeio de serviços públicos específicos prestados ou colocados a disposição da comunidade.
São exemplos mais significativos das receitas derivadas os tributos que se encontram estabelecidos na Constituição Federal nos 
termos do art. 145:
“Art. 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, 
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas”
Quanto ao poder de tributar, seus limites são estabelecidos na Norma Constitucional nos seguintes termos:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros:
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de créditos, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar;
§ 10 É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos 
enumerados nos incisos I, lI, IV e V. Art. 154. 
A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato 
gerador ou base de cálculo próprio dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, 
os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Didatismo e Conhecimento 15
noções de gestão pública
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
I - transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e 
de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores;
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão inter vivos, a qualquer titulo, por ato oneroso, de bens imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de di-
reitos à sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art.155, lI, definidos em lei complementar;
b) Quanto à natureza: Receitas orçamentárias x Receitas extraorçamentárias
Receitas Orçamentárias
São todos os ingressos financeiros de caráter não transitório auferidos pelo Poder Público. 
Se subdivide ainda nas seguintes categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital.
Receitas Extraorçamentárias
Correspondem aos valores provenientes de toda e qualquer arrecadação que não figuram no orçamento público, por não perten-
cerem de fato ao Governo. 
São os recebimentos transitórios de recursos, a exemplo de cauções, depósitos, retenções, etc.
c) Quanto à Repercussão patrimonial: efetivas x não efetivas
Efetivas
São aquelas em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito 
e não constituem obrigações correspondentes. Por isso, aumentam a situação líquida patrimonial. Exemplos: Receita Tributária, Re-
ceita Patrimonial, Receita de Serviços, etc.
Não efetivas
São aquelas em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro de reconhecimento do direito. 
Por isso, não alteram a situação líquida patrimonial. Exemplos: alienação de bens, operações de crédito, amortização de empréstimo 
concedido no passado, cobrança de dívida ativa, etc.
d) Quanto à Regularidade: ordinárias x extraordinárias Receitas ordinárias
Apresentam certa regularidade na sua arrecadação, sendo normatizadas pela Constituição ou por leis específicas. Exemplos: 
arrecadação de impostos, transferências recebidas do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal, etc.
Receitas Extraordinárias
São aquelas que representam ingressos acidentais, transitórios e, as vezes, até de caráter excepcional, como os impostos por 
motivo de guerra, heranças, etc.
e) Quanto à forma de sua realização: Receitas próprias, de transferência e de Financiamentos próprias
Quando seu ingresso é promovido pela própria entidade, diretamente, ou através de agentes arrecadadores autorizados. Exemplo: 
tributos, aluguéis, rendimentos de aplicações financeiras, multas e juros de mora, alienação de bens, etc.
De Transferências
Quando a sua arrecadação se processa através de outras entidades, em virtude de dispositivos constitucionais ou legais, ou ainda, 
mediante celebração de acordos ou convênios. Exemplo: cota parte de Tributos Federais aos Estados e Municípios (FPE e FPM ), 
Cota Parte de Tributos Estaduais aos Municípios (ICMS e IPV A), convênios, etc.
Didatismo e Conhecimento 16
noções de gestão pública
Financiamentos
São as operações de crédito realizadas com destinação específica, vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos. São 
exemplos os financiamentos para implantação de parques industriais, aquisição de bens de consumo durável, obras de saneamento 
básico, etc.
f) segundo a categoria econômica: Receitas correntes x Receitas de capital
Receitas Correntes
São destinadas a financiar as Despesas Correntes. Classificam-se em:
● Receitas Tributárias
- as provenientes da cobrança de impostos, taxas e contribuições de melhoria.
● Receitas de Contribuições
- as provenientes da arrecadação de contribuições sociais e econômicas; por exemplo: contribuições para o PIS/PASEP, contri-
buições para fundo de saúde de servidores públicos, etc.
● Receita Patrimonial
- proveniente do resultadofinanceiro da fruição do patrimônio, decorrente da propriedade de bens mobiliários ou imobiliários; 
por exemplo: aluguéis, dividendos, receita oriunda deaplicação financeira, etc.
● Receita Agropecuária proveniente da exploração das atividades agropecuárias; por exemplo: receita da produção vegetal, re-
ceita da produção animal e derivados.
● Receita Industrial é proveniente das atividades ligadas à indústria de transformação. Exemplos: indústria editorial e gráfica, 
reciclagem de lixo, etc.
● Receitas de Serviços - provenientes de atividades caracterizadas pela prestação se serviços por órgãos do Estado; por exemplo: 
serviços comerciais (compra e venda de mercadorias ), etc.
● Transferências Correntes - recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados ao atendimento de 
despesas correntes.
● Outras Receitas Correntes
- grupo que compreende as Receitas de Multas e Juros de Mora, Indenizações e Restituições, Receita da Dívida Ativa, etc.
Receitas de Capital
São destinadas ao atendimento das Despesas de Capital. Dividem-se em:
● Operações de Crédito
- financiamentos obtidos dentro e fora do País; recursos captados de terceiros para financiar obras e serviços públicos. Exemplos: 
colocação de títulos públicos, contratação de empréstimos e financiamentos, etc;
● Alienação de Bens
- provenientes da venda de bens móveis e imóveis;
● Amortização de Empréstimos
- provenientes do recebimento do principal mais correção monetária, de empréstimos efetuados a terceiros;
● Transferência de Capital
- recursos recebidos de outras entidades para aplicação em despesas de capital. O recebimento desses recursos não gera nenhuma 
contraprestação direta em bens e serviços;
● Outras Receitas de Capital
- envolvem as receitas de capital não classificáveis nas anteriores.
● Codificação e Detalhamento da Receita Orçamentária
Os códigos utilizados pela União, extensivo aos demais entes (Estados, DF e Municípios) podem ser vistos na relação a seguir:
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL – SOFRESUMO DA CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA PÚBLICA DISCRIMI-
NAÇÃO DA RECEITA DA UNIÃO
1000.00.00 RECEITAS CORRENTES
1100.00.00 RECEITA TRIBUTÁRIA
1110.00.00 Impostos
Didatismo e Conhecimento 17
noções de gestão pública
1111.00.00 Impostos sobre o Comércio
111. 01.00 Imposto sobre a Importação.
1111.02.00 Imposto sobre a Exportação
1112.00.00 Impostos sobre o Patrimônio e a Renda
1112.01.00 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
1112.02.00 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana
1112.04.00 Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza
1112.05.00 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
1112.07.00 Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de Bens e Direitos
1112.08.00 Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis e de Direitos Reais sobre Imóveis
1113.00.00 Impostos sobre a Produção e a Circulação
1113.01.00 Imposto sobre Produtos Industrializados
1113.02.00 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Inte-
restadual e Intermunicipal e de Comunicações
1113.03.00 Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários
1113.05.00 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
1115.00.00 Impostos Extraordinários
1120.00.00 Taxas
1121.00.00 Taxas pelo Exercício do Poder de Polícia
1122.00.00 Taxas pela Prestação de Serviços Públicos
1130.00.00 Contribuições de Melhoria
1200.00.00 RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
1210.00.00 Contribuições Sociais
1210.01.00 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
1210.02.00 Contribuição para o Salário-Educação
1210.07.00 Contribuição para o Fundo de Saúde
1210.13.00 Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Fi-
nanceira
1210.16.00 Renda Liquida da Loteria Federal Instantânea
1210.17.00 Contribuição sobre a Receita de Concursos de Prognósticos para o Fundo de Defesa dos Direitos difusos
1210.29.00 Contribuição para o Plano de Seguridade Social do Servidor
1210.30.00 Contribuições dos Empregadores e dos Trabalhadores para a Seguridade Social
1210.30.99 Outras Contribuições Previdenciárias
1220.00.00 Contribuições Econômicas
1220.22.31 Royalties pela Produção de Petróleo ou Gás Natural em Terra
1220.22.32 Royalties pela Produção de Petróleo ou Gás Natural em Plataforma
1300.00.00 RECEITA Patrimonial
1310.00.00 Receitas Imobiliárias
1311.00.00 Aluguéis
1312.00.00 Arrendamentos
1313.00.00 Foros 
14.00.00 Laudêmios
1319.00.00 Outras Receitas Imobiliárias
1320.00.00 Receitas de Valores Mobiliários
1321.00.00 Juros de Títulos de Renda
1322.00.00 Dividendos
1323.00.00 Participações
1400.00.00 RECEITA Agropecuária
1410.00.00 Receita da Produção Vegetal
1420.00.00 Receita da Produção Animal e Derivados
1490.00.00 Outras Receitas Agropecuárias 
1500.00.00 RECEITA INDUSTRIAL
1510.00.00 Receita da Indústria Extrativa Mineral
1520.00.00 Receita da Indústria de Transformação
Didatismo e Conhecimento 18
noções de gestão pública
1520.12.00 Receita da Indústria Mecânica
1520.14.00 Receita da Indústria de Material de Transporte
1520.20.00 Receita da Indústria Química
1530.00.00 Receita da Indústria de Construção 
1600.00.00 RECEITA DE SERVIÇOS
1600.01.00 Serviços Comerciais
1600.02.00 Serviços Financeiros
1600.02.01 Juros de Empréstimos
1600.02.02 Taxa pela Concessão de Aval do Tesouro Nacional
1600.03.00 Serviços de Transporte
1600.04.00 Serviços de Comunicação
1600.05.00 Serviços de Saúde
1600.06.00 Serviços Portuários
1600.07.00 Serviços de Armazenagem
1600.08.00 Serviços de Processamento de Dados
1600.30.00 Tarifa de Utilização de Faróis
1600.31.00 Tarifa e Adicional sobre Tarifa Aeroportuária
1600.99.00 Outros Serviços 
1700.00.00 Transferências CORRENTES
1720.00.00 Transferências Intergovernamentais
1721.00.00 Transferências da União
1721.01.00 Participação na Receita da União
1721.09.00 Outras Transferências da União
1722.00.00 Transferências dos Estados
1723.00.00 Transferências dos Municípios
1730.00.00 Transferências de Instituições Privadas
1740.00.00 Transferências do Exterior
1750.00.00 Transferências de Pessoas
1760.00.00 Transferências de Convênios
1900.00.00 0UTRAS RECEITAS CORRENTES
1910.00.00 MuItas e Juros de Mora
1911.00.00 MuItas e Juros de Mora dos Tributos
1912.00.00 MuItas e Juros de Mora das Contribuições
1918.00.00 Multas e Juros de Mora de Outras Receitas
1919.00.00 Multas de Outras Origens
1920.00.00 Indenizações e Restituições
1921.00.00 Indenizações
1922.00.00 Restituições
1930.00.00 Receita da Dívida Ativa
1931.00.00 Receita da Divida Ativa Tributária
1932.00.00 Receita da Divida Ativa Não tributária
1990.00.00 Receitas Diversas
1990.99.00 Outras Receitas 
2000.00.00 RECEITAS DE CAPITAL
2100.00.00 0PERAÇÕES DE CRÉDITO
2110.00.00 Operações de Crédito Internas
2111.00.00 Títulos de Responsabilidade do Tesouro Nacional
2111.01.00 Títulos de Responsabilidade do Tesouro Nacional – Refinanciamento da Divida Pública Federal
2113.00.00 Empréstimos Compulsórios
2120.00.00 Operações de Crédito Externas
2129.00.00 Outras Operações de Crédito Externas
2200.00.00 ALIENAÇÃO DE BENS
2210.00.00 Alienação de Bens Móveis
2211.00.00 Alienação de Títulos Mobiliários
Didatismo e Conhecimento 19
noções de gestão pública
2212.00.00 Alienação de Estoques
2219.00.00 Alienação de Outros Bens Móveis
2220.00.00 Alienação de Bens Imóveis
2221.00.00 Alienação de Imóveis Rurais para Colonização e Reforma Agrária
2223.00.00 Alienação de Embarcações
2224.00.00 Alienação de Imóveis Rurais
2229.00.00 Alienação de Outros Bens Imóveis
2300.00.00 AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
2300.30.00 Amortização de Empréstimos – Estados e Municípios
2300.40.00 Amortização de Empréstimos – Refinanciamento de Dividas de Médio e Longo Prazo 
2300.70.00 Outras Amortizações de Empréstimos
2300.80.00 Amortização de Financiamentos 
2400.00.00 TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
2420.00.00 Transferências Intergovernamentais
2421.00.00 Transferências da União
2422.00.00 Transferências dos Estados2423.00.00 Transferências dos Municípios
2430.00.00 Transferências de Instituições Privadas
2440.00.00 Transferências do Exterior
2450.00.00 Transferências de Pessoas
2470.00.00 Transferências de Convênios
2500.00.00 OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
2520.00.00 Integralização do Capital Social
2530.00.00 Resultado do Banco Central do Brasil
2540.00.00 Remuneração das Disponibilidades do Tesouro Nacional
2580.00.00 Saldos de Exercícios Anteriores
2590.00.00 Outras Receitas
estÁgios oU Fases da Receita pública
A realização da receita pública se dá mediante uma sequencia de atividades, cujo resultado é o recebimento de recursos financei-
ros pelos cofres públicos. Os estágios são os seguintes:
a) previsão
Compreende a estimativa das receitas para compor a proposta orçamentária e aprovação do orçamento público pelo legislativo, 
transformando-o em Lei Orçamentária.
Na previsão de receita devem ser observadas as normas técnicas e legais, considerados os efeitos das alterações na legislação, da 
variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante, sendo acompanhada de demonstrativo 
de sua evolução nos três últimos anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referir a estimativa, e da metodologia de 
cálculo e premissas utilizadas, segundo dispõe o art. 12 da LRF.
b) lançamento (aplicável às receitas tributárias)
É o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, identifica a pessoa que é devedora e inscreve o 
débito desta. 
Compreende os procedimentos determinação da matéria tributável, cálculo do imposto, identificação do sujeito passivo e noti-
ficação.
As importâncias relativas a tributos, multas e outros créditos da Fazenda Pública, lançadas mas não cobradas ou não recolhidas 
no exercício de origem, constituem Dívida Ativa a partir da sua inscrição pela repartição competente.
Didatismo e Conhecimento 20
noções de gestão pública
c) arrecadação
É o ato pelo qual o Estado recebe os tributos, multas e demais créditos, sendo distinguida em;
•Direta, a que é realizada pelo próprio Estado ou seus servidores e;
•Indireta, a que é efetuada sob a responsabilidade de terceiros credenciados pelo Estado.
Os agentes da arrecadação são devidamente autorizados para receberem os recursos e entregarem ao Tesouro Público, sendo 
divididos em dois grupos:
•Agentes públicos (coletorias, tesourarias, delegacias, postos fiscais, etc);
•Agentes privados (bancos autorizados).
d) Recolhimento
Consiste na entrega do numerário, pelos agentes arrecadadores, públicos ou privados, diretamente ao Tesouro Público ou ao 
banco oficial. 
O recolhimento de todas as receitas deve ser feito com a observância do princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer 
fragmentação para a criação de caixas especiais. (art.56 da Lei 4.320/64).
Os recursos de caixa do Tesouro Nacional serão mantidos no Banco do Brasil S/A, somente sendo permitidos saques para o paga-
mento de despesas formalmente processadas e dentro dos limites estabelecidos na programação financeira; A conta única do Tesouro 
Nacional é mantida no Banco Central, mas o agente financeiro é o Banco do Brasil, que deve receber as importâncias provenientes 
da arrecadação de tributos ou rendas federais e realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral 
da União.
dÍVida atiVa oU Receitas a RecebeR
A Dívida Ativa constitui-se nos créditos da Fazenda Pública, tributários ou não, que, não pagos no vencimento, são inscritos em 
registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, de acordo com a legislação especifica. 
A Dívida Ativa da União deve ser apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional, e as Dividas dos Estados, DF e Mu-
nicípios nos seus órgãos correspondentes.
A Dívida Ativa compõe Ativo Permanente, no Balanço Patrimonial da União, Estados, DF, Municípios, são créditos a receber 
de terceiros. 
A Dívida Passiva constitui o Passivo, sendo obrigações com terceiros.
A inscrição, perante o Tesouro, na Procuradoria, é condição necessária para seu encaminhamento à cobrança judicial, à execução. 
É comum, ser concedidos trinta dias ao devedor, a partir do vencimento da obrigação, (cobrança amigável); daí seriam concedidos 
mais trinta dias para à cobrança judicial.
Uma observação adicional: segundo a Lei 4.320/64:
•pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas, portanto vale para as Receitas Públicas o Regime de Caixa;
•pertencem ao exercício financeiro as despesas nele legalmente empenhadas, ou seja, para as Despesas Públicas vale o Regime 
de Competência.
• Por isto se diz que a Contabilidade Pública adota o Regime Misto: de caixa para as receitas e de competências para as despesas.
despesas públicas
conceito
Despesa pública é o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços 
públicos. 
Nesse sentido a despesa é a parte do orçamento, ou seja, aquela em que se encontram classificadas todas as autorizações para gas-
tos com as várias atribuições e funções governamentais. Em outras palavras as despesas públicas formam o complexo da distribuição 
e emprego das receitas para custeio de diferentes setores da administração. 
classiFicação 
classiFicação econÔMica da despesa
 
A classificação econômica, que abrange tanto a despesa quanto a receita, possibilita analisar o impacto das ações governamentais 
na economia como um todo. 
Ela pode proporcionar uma indicação de contribuição do governo na forma bruta do capital do país.
O art. 12 da Lei nº 4.320/64, classifica a despesa nas seguintes categorias econômicas:
Didatismo e Conhecimento 21
noções de gestão pública
despesas coRRentes
– despesas de custeio: são as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a 
obras de conservação e adaptação de bens imóveis.
– transferências correntes: são as dotações para despesas, às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou servi-
ços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou privado.
despesas de capital
– investimento: são as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis con-
siderados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equi-
pamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.
– inversões Financeiras: são as dotações destinadas a:
a) aquisição de imóveis, ou bens de capital já em utilização;
b) obtenção de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a ope-
ração não importe aumento de capital;
c) constituição ou aumento de capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive 
operações bancárias ou seguro.
– transferências de capital: são as dotações destinadas a investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito 
público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferên-
cias auxílios ou contribuições, segundo derivam diretamente da Lei de Orçamento ou de Lei especial anterior, bem como as dotações 
para amortização da dívida pública.
- despesa por mutações: Podemos classificar as mesmas como a exceção das transferências de recursos financeiros repassados 
a outras instituições, para realizarem Despesas de Capital, os gastos desta natureza constituem fatos permutativos nos elementos 
patrimoniais (Despesa por Mutações).
As despesas correntes referem-se ao conceito do consumo do Governo, e as despesas de capital à ideia de investimento do setor 
governamental. 
As despesas correntes não produzem qualquer acréscimo patrimonial, ao contrário das despesas de capital, que, na sua maioria 
implicam em aumento patrimonial.

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