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�PAGE � �PAGE �2� SISTEMAS ELEITORAIS 1 - Noção de Sistemas Eleitorais Trata-se de conjunto de técnicas e procedimentos que se empregam na realização das eleições, destinados a organizar a representação do povo no território nacional. Os sistemas eleitorais dividem-se em duas grandes famílias: os sistemas majoritários, e os sistemas proporcionais 2 - Sistema Majoritário Por esse sistema, a representação, em dado território (circunscrição ou distrito), cabe ao candidato ou candidatos que obtiverem a maioria (absoluta ou relativa) dos votos. O Direito Constitucional brasileiro vigente consagra o sistema majoritário: Por maioria absoluta – para a eleição do Presidente e Vice Presidente da República (art. 77), para Governador e Vice Governador do Estado (art. 28), para Prefeito e Vice Prefeito Municipal, em Municípios com mais de 200.000 mil eleitores (art. 29, II). Por maioria relativa – para a eleição dos Senadores Federais e para Prefeitos de Municípios com menos de 200.000 mil eleitores. 3 - Sistema Proporcional A Constituição acolheu o sistema proporcional para a eleição de Deputados Federais, de Deputados Estaduais e de Vereadores. Por este sistema, pretende-se que a representação, em determinado território se distribua em proporção às correntes ideológicas ou de interesse integradas nos partidos políticos concorrentes. Para se compreender o sistema proporcional, é importante conhecer alguns conceitos, dentre os quais se encontram os seguintes: Votos Válidos – para a determinação do quociente eleitoral, contam-se como válidos, os votos dados à legenda partidária e os votos de todos os candidatos. Os votos nulos e os brancos não entram na contagem. Quociente Eleitoral – determina-se o quociente eleitoral, dividindo-se o número de votos válidos pelo número de lugares a preencher na Câmara dos deputados, ou na Assembléia Legislativa estadual ou na Câmara Municipal, desprezada a fração igual ou inferior a meio, arredondando-se, para 1, a fração superior a meio. Quociente Partidário – é o número de lugares cabível a cada partido, que se obtém dividindo-se o número de votos obtidos pela legenda pelo quociente eleitoral, desprezada a fração. Distribuição dos Restos – feitas as operações supra-indicadas, ficar-se-á sabendo quantos candidatos elegeu cada partido. Acontece que podem sobrar lugares a serem preenchidos, em conseqüência de restos de votos em cada legenda não suficientes, de per si, para fazer mais um eleito. Para solucionar este problema o direito brasileiro adotou o método da maior média. Determinação dos Eleitos – definido o número de cadeiras de cada partido, há que se determinar o preenchimento dos lugares, com que cada partido foi contemplado. Os candidatos mais votados, em cada legenda, serão eleitos para ocupar as cadeiras que lhes toquem. No caso de empate, haver-se-á por eleito o candidato mais idoso. Falta de Quociente Eleitoral – pode acontecer de nenhum partido conseguir obter o quociente eleitoral. Ocorrendo isso, considerar-se-ão eleitos, até serem preenchidos todos os lugares, os candidatos mais votados. OBS: Para o professor José Afonso da Silva deveríamos considerar, neste caso, nula a eleição e, por conseqüência, realizar novo pleito. Exemplo: Eleição para a Câmara dos Deputados, pelo Estado X: Votos válidos = 8.000.000 Cadeiras a preencher = 42 Quociente eleitoral = 8.000.000 – 42 = 190.476 (Isto significa que cada partido fará tantos deputados quantas vezes sua votação contiver 190.476) Quociente partidário, supondo aqui que 6 partidos tenham disputado as eleições, encontram-se os quocientes partidários (nº de cadeiras obtidas por partido) da seguinte forma: PARTIDO VOTOS QUOC. ELEITORAL QUOC. PARTIDÁRIO SOBRAS A 3.000.000 190.476 15 cadeiras e 142.860 votos B 2.200.000 190.476 11 cadeiras e 104.764 votos C 1.600.000 190.476 8 cadeiras e 76.192 votos D 800.000 190.476 4 cadeiras e 38.096 votos E 300.000 190.476 1 cadeira e 109.524 votos F 100.000 190.476 nenhuma cadeira não se conta Total de cadeiras preenchidas = 39. Restam, pois, 3 cadeiras a serem distribuídas de acordo com a técnica da maior média, conforme o seguinte cálculo: Para a primeira cadeira a ser distribuída: PARTIDO VOTOS QUOC. PARTIDÁRIO MÉDIAS A 3.000.000 -- 16 (15 + 1) 187.500 B 2.200.000 -- 12 (11 + 1) 183.333 C 1.600.000 -- 9 (8 + 1) 177.777 D 800.000 -- 5 (4 + 1) 160.000 E 300.000 -- 2 (1 + 1) 150.000 F Está fora por falta ___________ ________ de quoc. Eleitoral O partido A, assim, obteve a maior média, ficando com a primeira das 3 cadeiras. Após, repete-se a operação para se saber a qual deles caberá a segunda cadeira: PARTIDO VOTOS QUOC. PARTIDÁRIO MÉDIAS A 3.000.000 -- 17 (16 + 1) 176.470 B 2.200.000 -- 12 (11 + 1) 183.333 C 1.600.000 -- 9 (8 + 1) 177.777 D 800.000 -- 5 (4 + 1) 160.000 E 300.000 -- 2 (1 + 1) 150.000 Assim, a segunda cadeira caberá ao partido B. Resta descobrir com quem ficará a terceira cadeira. Para tanto, basta repetir a operação: PARTIDO VOTOS QUOC. PARTIDÁRIO MÉDIAS A 3.000.000 -- 17 (16 + 1) 176.470 B 2.200.000 -- 13 (12 + 1) 169.230 C 1.600.000 -- 9 (8 + 1) 177.777 D 800.000 -- 5 (4 + 1) 160.000 E 300.000 -- 2 (1 + 1) 150.000 A maior média desta vez é a do partido C, que ficará com a terceira cadeira. Foram, então, distribuídas as 42 cadeiras. 4 - Sistema misto Por esse sistema, que tem sido muito reivindicado para o Brasil, cada Estado será dividido em tantos distritos em número igual à metade dos lugares a preencher. Cada partido apresentará um candidato para cada distrito e uma lista partidária para todo o Estado. O eleitor disporá de dois votos: o primeiro será atribuído a um dos candidatos do distrito, assinalando um nome, e, o outro, a uma das listas partidárias, assinalando uma legenda. A reforma do sistema eleitoral é um das pautas da reforma política em curso no Congresso Nacional.
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