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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Cesgranrio) CINZAS DA INQUISIÇÃO 
1 Até agora fingíamos que a Inquisição era um episódio da história européia, que tendo durado do século XII ao 
século XIX, nada tinha a ver com o Brasil. No máximo. se prestássemos muita atenção, íamos ouvir falar de um certo 
Antônio José - o Judeu, um português de origem brasileira, que foi queimado porque andou escrevendo umas peças de 
teatro. 
2 Mas não dá mais para escamotear. Acabou de se realizar um congresso que começou em Lisboa, continuou em 
São Paulo e Rio, reavaliando a Inquisição. O ideal seria que esse congresso tivesse se desdobrado por todas as capitais do 
país, por todas as cidades, que tivesse merecido mais atenção da televisão e tivesse sacudido a consciência dos brasileiros 
do Oiapoque ao Chuí, mostrando àqueles que não podem ler jornais nem frequentar as discussões universitárias o que foi 
um dos períodos mais tenebrosos da história do Ocidente. Mas mostrar isso, não por prazer sadomasoquista, e sim para 
reforçar os ideais de dignidade humana e melhorar a debilitada consciência histórica nacional. 
....................................................................................... 
3 Calar a história da Inquisição, como ainda querem alguns, em nada ajuda a história de instituições e países. Ao 
contrário, isto pode ser ainda um resquício inquisitorial. E no caso brasileiro essa reavaliação é inestimável, porque somos 
uma cultura que finge viver fora da história. 
4 Por outro lado, estamos vivendo um momento privilegiado em termos de reconstrução da consciência histórica. 
Se neste ano (l987) foi possível passar a limpo a Inquisição, no ano que vem será necessário refazer a história do negro em 
nosso país, a propósito dos cem anos da libertação dos escravos. E no ano seguinte, 1989, deveríamos nos concentrar para 
rever a "república" decretada por Deodoro. Os próximos dois anos poderiam se converter em um intenso período de 
pesquisas, discussões e mapeamento de nossa silenciosa história. Universidades, fundações de pesquisa e os meios de 
comunicação deveriam se preparar para participar desse projeto arqueológico, convocando a todos: "Libertem de novo os 
escravos", "proclamem de novo a República". 
5 Fazer história é fazer falar o passado e o presente criando ecos para o futuro. 
6 História é o anti-silêncio. É o ruído emergente das lutas, angústias, sonhos, frustrações. Para o pesquisador, o 
silêncio da história oficial é um¢ silêncio ensurdecedor. Quando penetra nos arquivos da consciência nacional, os dados e 
os feitos berram, clamam, gritam, sangram pelas prateleiras. Engana-se, portanto, quem julga que os arquivos são lugares 
apenas de poeira e mofo. Ali está pulsando algo. Como num vulcão aparentemente adormecido, ali algo quer emergir. E 
emerge. Cedo ou tarde. Não se destrói totalmente qualquer documentação. Sempre vai sobrar um herege que não foi 
queimado, um judeu que escapou ao campo de concentração, um dissidente que sobreviveu aos trabalhos forçados na 
Sibéria. De nada adiantou aquele imperador chinês ter queimado todos os livros e ter decretado que a história começasse 
com ele. 
7 A história recomeça com cada um de nós, apesar dos reis e das inquisições. 
(Affonso R. de Sant'Anna. A RAIZ QUADRADA DO ABSURDO. Rio de Janeiro, Rocco, 1989, p. 196-198.) 
 
1. "O ideal seria QUE esse congresso tivesse se desdobrado por todas as capitais do país, por todas as cidades, QUE tivesse 
merecido mais atenção da televisão e tivesse sacudido a consciência dos brasileiros do Oiapoque ao Chuí, mostrando 
àqueles QUE não podem ler jornais nem frequentar as discussões universitárias o que foi um dos períodos mais 
tenebrosos da história do Ocidente." 
 
Assinale a classificação CORRETA das palavras em destaque, respectivamente: 
a) pronome relativo / conjunção integrante / conjunção integrante. 
b) pronome relativo / conjunção integrante / conjunção consecutiva. 
c) conjunção integrante / conjunção integrante / pronome relativo. 
d) conjunção integrante / conjunção consecutiva / conjunção comparativa. 
e) conjunção consecutiva / pronome relativo / pronome relativo. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. 
(Ita) As questões a seguir referem-se ao texto adiante. Analise-as e assinale, para cada uma, a alternativa incorreta. 
 
 Hino Nacional 
 
 Carlos Drummond de Andrade 
 
 Precisamos descobrir o Brasil! 
 Escondido atrás das florestas, 
 com a água dos rios no meio, 
 o Brasil está dormindo, coitado. 
05 Precisamos colonizar o Brasil. 
 
 Precisamos educar o Brasil. 
 Compraremos professôres e livros, 
 assimilaremos finas culturas, 
 abriremos 'dancings' e 
 [subconvencionaremos as elites. 
10 O que faremos importando francesas 
 muito louras, de pele macia 
 alemãs gordas, russas nostálgicas para 
 'garçonettes' dos restaurantes noturnos. 
 E virão sírias fidelíssimas. 
COLÉGIO SANTA TERESA DE JESUS 
Av. Cavalhada, 2250 – Fone: 3398-7815 – www.stateresa.com.br 
Professor (a):___________________________ Componente Curricular: __________________ Data:_________ 
 Aluno (a):____________________________________________ Nº:_____________ Turma: ____________ 
 
 
15 Não convém desprezar as japonêsas... 
 
 Cada brasileiro terá sua casa 
 com fogão e aquecedor elétricos, piscina, 
 salão para conferências científicas. 
 E cuidaremos do Estado Técnico. 
 
20 Precisamos louvar o Brasil. 
 Não é só um país sem igual. 
 Nossas revoluções são bem maiores 
 do que quaisquer outras; nossos erros 
 [também. 
 E nossas virtudes? A terra das sublimes 
 [paixões... 
25 os Amazonas inenarráveis... os incríveis 
 [João-Pessoas... 
 
 Precisamos adorar o Brasil! 
 Se bem que seja difícil caber tanto oceano 
 [e tanta solidão 
 no pobre coração já cheio de 
 [compromissos... 
 se bem que seja difícil compreender o que 
 [querem êsses homens, 
30 por que motivo êles se ajuntaram e qual a 
 [razão de seus sofrimentos. 
 
 Precisamos, precisamos esquecer o Brasil! 
 Tão majestoso, tão sem limites, tão 
 [despropositado, 
 êle quer repousar de nossos terríveis 
 [carinhos. 
 O Brasil não nos quer! Está farto de nós! 
35 Nosso Brasil é o outro mundo. Êste não é o 
 [Brasil. 
 Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os 
 [brasileiros? 
 
2. a) 'Escondido' (v. 2) pode ser substituído por 'olvidado', embora modifique o sentido. 
b) 'Fidelíssimo' (v. 14) tem o mesmo radical de 'fidelidade' e de 'fidedígno'. 
c) 'Piscina' (v. 17) tem o mesmo radical de 'piscicultura'. 
d) 'Bem' (v. 27) tem valor de superlativo. 
e) O texto não foi transcrito em obediência à ortografia vigente. 
 
3. a) 'fidelíssima'(v.14) é superlativo sintético, seu equivalente analítico é 'muito fiéis'. 
b) 'elétricos'(v.17) está se referindo aos dois substantivos antecedentes, teria o mesmo efeito se usado no singular. 
c) 'inenarráveis'(v.25) significa, originalmente, 'o que não pode ser narrado', pode ser substituído aqui por 'fantástico'. 
d) 'difícil', (v.27) a idéia de superlativo pode ser dada pelo sufixo '-imo', na linguagem erudita, ou pela repetição ('difícil, 
difícil'), na linguagem coloquial. 
e) 'sem igual'(v.21) não tem o mesmo valor semântico de 'ímpar'. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Fei) LEMBRANÇA DE MORRER 
(Fragmento) 
 
Eu deixo a vida como deixa o tédio 
Do deserto, o poento caminheiro- Como as horas de um longo pesadelo 
Que se desfaz ao dobre de um sineiro 
 
Como o desterro de minh' alma errante, 
Onde fogo insensato a consumia: 
Só levo uma saudade - é desses tempos 
Que amorosa ilusão embelecia. 
 
Só levo uma saudade - é dessas sombras 
Que eu sentia velar nas noites minhas... 
De ti, ó minha mãe, pobre coitada 
Que por minha tristeza te definhas! 
 
De meu pai!... de meus únicos amigos, 
Poucos - bem poucos - e que não zombavam 
Quando, em noite de febre endoudecido, 
Minhas pálidas crenças duvidaram. 
 
 
 
4. Observe os dois primeiros versos do poema: "Eu deixo a vida COMO DEIXA O TÉDIO / DO DESERTO, O POENTO 
CAMINHEIRO". A oração destacada é: 
a) oração subordinada substantiva subjetiva. 
b) oração subordinada adjetiva restritiva. 
c) oração subordinada adverbial comparativa. 
d) oração coordenada sindética explicativa. 
e) oração principal. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Unb) 1 Inegável tem sido o emprego da música como terapia, através dos tempos. A princípio os magos, depois os 
monges e, finalmente, os professores de arte, os terapeutas ocupacionais, os médicos e os musicoterapeutas.. 
2 A mitologia exemplifica o poder da música sobre os irracionais, quando nos fala de Orfeu amansando as feras 
com os sons executados pelas suas mãos de artista e emitidos pela sua voz melodiosa. Orfeu - poeta e músico - fascinava 
os animais, as plantas e até os rochedos! 
3 Através dos tempos, vemos a cura do Rei Saul, que sofria de depressão neurótica, e que, ouvindo a harpa tocada 
por Davi, se recuperava facilmente. Eis uma das primeiras notícias que temos da influência musical no ser humano. 
4 Pitágoras - filósofo, cientista, matemático - era considerado na Grécia Antiga quase um semideus para seus 
conterrâneos. Atribuía à música efeitos curativos, quer como fator educativo, quer como sedativo para as doenças do 
corpo e da alma. Os meios práticos para atuar no homem a viva harmonia eram, para Pitágoras e seus discípulos, a 
ginástica rítmica e a música. 
5 Entre os hebreus, as escolas dos profetas de Israel recorriam ao canto para memorização das suas leis. 
6 Os esquimós, segundo narra a História, possuíam fórmulas musicais especializadas para cura de doentes mentais. 
7 Ora, medicina e música têm vivido irmanadas desde os tempos mais remotos. Mas, na realidade objetiva dos 
fatos atuais, observar-se que muitos musicistas, presos da aprendizagem técnica, de um lado, e de outro, soltos às 
emoções inebriantes da arte, vivem alheios aos problemas da medicina de recuperação. Por sua vez, muitos médicos, 
acostumados ao estudo de dados concretos, limitam-se a sorrir, indulgentemente, quando falamos de terapia musical, ou 
melhor, de musicoterapia. 
8 O êxito ou o fracasso da musicoterapia - sim, porque existem efeitos negativos da música - depende de fatores 
humanos, tanto quanto de fatores musicais. A música pode criar fantasias mentais de muitas classes: realistas, 
caprichosas, oníricas, fantásticas, místicas ou alucinatórias. 
 
 (F.R.C. Florinda. O ROSACRUZ, abr./maio/jun./94, p. 2-3 (com adaptações). 
 
5. Julgue os itens abaixo, acerca da morfossintaxe do texto. 
 
(1) Na linha 9, a palavra "até" destaca e dá maior força argumentativa ao último elemento da coordenação. 
(2) O substantivo abstrato "fracasso" vem do verbo fracassar por derivação imprópria. 
(3) A inserção da oração entre os travessões das linhas constitui um recurso sintático com a função retórica de intensificar 
a comunicação com o leitor. 
(4) A palavra "oníricas" pertence ao campo de significação de sonho. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Unirio) Leia os excertos abaixo, tirados da revista Veja; em seguida, responda à questões propostas. 
 
TEXTO I 
 O controle dos genes envolvidos no processo de envelhecimento será uma das maiores conquistas da história da 
sociedade humana. A grande maioria das doenças, entre elas o câncer, o diabetes e os problemas cardíacos, está 
relacionada ao envelhecimento e raramente acomete os jovens. Em sua versão final, o controle genético do processo de 
envelhecimento resultará em pessoas que se mantêm por muito tempo com saúde física semelhante à de um jovem de 20 
anos. Mas o corpo humano na sua forma atual não é compatível com a imortalidade física. Nem é nosso objetivo criar 
pessoas imortais. Para nós, o importante é como se vive durante a velhice. Não se trata de prolongar simplesmente a 
velhice de forma indefinida, com velhos vivendo limitadamente, mas de garantir que as condições físicas da juventude 
sejam mantidas por mais tempo. 
 
 
TEXTO II 
 Com a morte da mãe, o lar desmoronou e o menino foi internado, por ordem judicial, em um orfanato da cidade 
de Pirajuí, onde ficou até os 17 anos. Quando saiu, voltou para casa, reencontrou o pai e os irmãos, mas nenhuma 
esperança. Vivia de biscates, trabalhou num mercado e numa borracharia, depois na lanchonete. Até que um dia atendeu 
um rapaz forte e espigado no balcão. "Como você conseguiu ficar assim?", perguntou Claudinei. "Fazendo atletismo", 
respondeu o outro, orgulhoso. No dia seguinte começava a tardia carreira de campeão. "A vida transformou o Claudinei 
num forte", diz Jayme Netto Júnior, seu treinador no Clube Funilense de Presidente Prudente, interior de São Paulo. 
"Quanto maior a pressão, maior é a sua capacidade de superação." 
 
TEXTO III 
 Do lado de fora dos muros da Febem, a realidade da infância no Brasil é igualmente revoltante. Segundo dados do 
IBGE, 40% das crianças brasileiras entre zero e 14 anos vivem em condições miseráveis, ou seja, a renda mensal familiar 
não passa de metade do salário mínimo. 
O desafio é tão dramático que muita gente acaba dando de ombros, convencida de que se chegou a uma situação da qual 
não há retorno. É um erro. Neste momento, milhares de fundações e organizações não governamentais, ONGs, estão 
demonstrando como boas idéias, um pouco de dinheiro e muita disposição podem mudar essa realidade para melhor. Se 
elas conseguem realizar transformações positivas em universos limitados o bom senso indica que basta copiar o exemplo 
apropriado. Estima-se que só as fundações (...) estejam investindo 500 milhões de reais por ano numa infinidade de 
programas de cunho educacional, cultural, esportivo, de saúde, lazer e até mesmo de estímulo a iniciativas 
governamentais bem-sucedidas. Estão mostrando como é possível, se não resolver o problema de milhões, pelo menos 
prevenir o de centenas de milhares e recuperar outros tantos. 
 
 
 
6. O menino foi para Pirajuí. 
Ele ficou no internato de Pirajuí até os 17 anos. 
Reunindo as duas frases num só período, através do emprego de um pronome relativo, segundo o registro culto da língua, 
está correto apenas um dos períodos abaixo. Marque-o. 
a) O menino, que foi para Pirajuí, ficou no internato até os 17 anos. 
b) O menino foi para Pirajuí em cujo internato ficou até os 17 anos. 
c) O menino foi para Pirajuí no qual internato ficou até os 17 anos. 
d) O menino foi para Pirajuí, no qual ficou até os 17 anos no internato. 
e) O menino foi para Pirajuí, onde ficou no internato até os 17 anos. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Ufpe) "De repente, você acorda no meio de um escândalo assim como se estivesse num vôo com alguns passageiros em 
situação irregular e todos passassem a ser investigados para descobrir os culpados. No dia seguinte, o seu nome aparece 
na imprensa entre os suspeitos. Pronto, o estrago está feito. Haverá sempre alguém para dizer: 'E fulano, hein, na lista das 
fraudes!' Como na velha história, você será sempre o cara metido naquele crime, na hora do assassinato." 
 (Zuenir Ventura - JB) 
 
Na(s) questão (ões) a seguir escreva nos parêntesse (V) se a airmação for verdadeira ou (F) se for falsa. 
 
7. Sobre o texto: 
( ) Há uma comparação com duas situações diferentes, associadas ao papel do acaso na vida de cada um. 
( ) VOCÊ, no texto, tem um sentido indeterminado,equivalendo a QUALQUER UM. 
( ) Aparecem como pronomes indefinidos ALGUÉM, FULANO, TODOS e CARA (considerado por Celso Cunha uma forma 
de pronome de tratamento), que contribuem para uma imprecisão na descrição das ações. 
( ) DE REPENTE ..., ... no dia seguinte, ... sempre ... são adjuntos adverbiais, indicando, no caso, circunstância de modo. 
( ) O texto se desenvolve com base na sinonímia. São pares de sinônimos: 
escândalo - fraude 
suspeito - culpado 
crime - assassinato 
descobrir - investigar 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Uff) O primeiro navio destacado da conserva para levar a Portugal a notícia do descobrimento do Brasil, e com instâncias 
ao rei de Portugal para que por amor da religião se apoderasse d'esta descoberta, ¢cometera a violência de arrancar de 
suas terras, sem que a sua vontade fosse consultada, a dois índios, ato contra o qual se tinham pronunciado os capitães da 
frota de Pedro Álvares. Fizera-se o índice primeiro do que era a história da colônia: era a cobiça disfarçada com pretextos 
da religião , era o ataque aos senhores da terra, à liberdade dos índios; eram colonos degradados, condenados à morte, 
ou espíritos baixos e viciados que procuravam as florestas para darem largas às depravações do instinto bruto." 
 (DIAS, Gonçalves. "Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro", 4° trim. 1867, p.274.) 
 
8. No fragmento "... cometera a violência de arrancar de suas terras, SEM QUE a sua vontade fosse consultada..." (ref.1), o 
conectivo destacado estabelece a relação de: 
a) causalidade 
b) conclusão 
c) condição 
d) consequência 
e) concessão 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. 
(Ufv) ESSAS MÃES MARAVILHOSAS E SUAS MÁQUINAS INFANTIS 
 
1 Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mães dos amiguinhos do seu filho, Paulinho, seis anos, 
olhavam-na com um ar de superioridade. Não era para menos. Afinal o garoto até aquela idade - imaginem - se limitava a 
brincar e ir à escola. Andava em total descompasso com os outros meninos, que já desenvolveram múltiplas e variadas 
atividades desde a mais tenra idade. O recorde, por sinal, pertencia ao garoto Peter, filho de uma brasileira e um 
canadense, nascido em Nova Iorque. Peter, tão logo veio ao mundo entrou para um curso de amamentação ("Como tirar o 
leite da mãe em 10 lições"). A mãe descobriu numa revista uma pesquisa feita por médicos da Califórnia informando sobre 
a melhor técnica de mamar (chamada técnica de Lindstorm, um psicanalista, autor da pesquisa, que para realizar seu 
trabalho mamou até os 40 anos). A maneira da criança mamar, afirmam os doutores, vai determinar suas neuroses na 
idade adulta. 
2 Uma tarde, Flávia percebeu duas mães cochichando sobre seu filho: que se pode esperar de um menino que aos 
seis anos só brinca e vai à escola? Flávia começou a se sentir a última das mães. Pegou o marido pelo braço dizendo que os 
dois precisavam ter uma conversa com o filho. 
3 - O que você gostaria de fazer, Paulinho? - perguntou o pai dando uma de liberal que não costuma impor suas 
vontades. 
4 - Brincar... 
5 O pai fez uma expressão grave. 
6 - Você não acha que já passou um pouco da idade, filho? A vida não é uma eterna brincadeira. Você precisa 
começar a pensar no futuro. Pensar em coisas mais sérias, desenvolver outras atividades. Você não gostaria de praticar 
algum esporte? 
7 - Compra um time de botão pra mim. 
8 - Botão não é esporte, filho. 
9 - Arco e flecha! 
10 Os pais se entreolharam. Nenhum dos meninos do prédio fazia curso de arco e flecha. Paulinho seria o primeiro. 
Os vizinhos certamente iriam julgá-lo uma criança anormal. Flávia deu um calção de presente ao garoto e perguntou por 
que ele não fazia natação. 
11 - Tenho medo. 
12 Se tinha medo, então era para a natação mesmo que ele iria entrar. Os medos devem ser eliminados na infância. 
 
 
Paulinho ainda quis argumentar. Sugeriu alpinismo. Foi a vez de os pais tremerem. Mas o medo dos pais é outra história. 
Paulinho entrou para a natação. Não deu muitas alegrias aos pais. Nas competições chegava sempre em último, e as mães 
dos coleguinhas continuavam olhando Flávia com uma expressão superior. As mães, vocês sabem, disputam entre elas um 
torneio surdo nas costas dos filhos. Flávia passou a desconfiar de que seu filho era um ser inferior. Resolveu imitar as 
outras mães, e além da natação colocou Paulinho na ginástica olímpica, cursinho de artes, inglês, judô, francês, terapeuta, 
logopedista. Botou até aparelho nos dentes do filho. Os amiguinhos da rua chamavam Paulinho para brincar depois do 
colégio. 
13 - Não posso, tenho aula de hipismo. 
14 - Depois do hipismo? 
15 - Vou pro caratê? 
16 - E depois do caratê? 
17 - Faço sapateado. 
18 - Quando poderemos brincar? 
19 - Não sei. Tenho que ver na agenda. 
20 Paulinho andava com uma agenda Pombo debaixo do braço. À noitinha chegava em casa mais cansado do que o 
pai em dia de plantão. Nunca mais brincou. Tinha todos os brinquedos da moda, mas só para mostrar aos amiguinhos do 
prédio. Paulinho dava um duro dos diabos. "Mas no futuro ele saberá nos agradecer", dizia o pai. O garoto estava sendo 
preparado para ser um super-homem. E foi ficando adulto antes do tempo, como uma fruta que amadurece de véspera. 
Um dia Flávia flagrou o filho com uma gravata à volta do pescoço tentando dar um laço. Quando fez sete anos disse ao pai 
que a partir daquele dia queria receber a mesada em dólar. Aos oito anos abriu o berreiro porque seus pais não lhe deram 
um cartão de crédito de presente. Com oito anos, entre uma aula de xadrez e de sânscrito, Paulinho saiu de casa muito 
compenetrado. Os amiguinhos da rua perguntaram onde ele ia: 
21 - Vou ao banco. 
22 Caminhou um quarteirão até o banco, sentou-se diante do gerente, pediu sugestões sobre aplicações e pagou a 
conta de luz como um homenzinho. A façanha do garoto correu o prédio. A vizinhança começou a achá-lo um gênio. As 
mães dos amiguinhos deixaram de olhar Flávia com superioridade. Os pais, enfim, puderam sentir-se orgulhosos. 
"Estamos educando o menino no caminho certo", declarou o pai batendo no peito. Na festa de 11 anos, que mais parecia 
um coquetel do corpo diplomático, um tio perguntou a Paulinho o que ele queria ser quando crescesse. 
23 - Criança! 
24 Paulinho cresceu. Cresceu fazendo cursos e mais cursos. Abandonou a infância, entrou na adolescência, tornou-se 
um jovem alto, forte, espadaúdo. Virou Paulão. Entrou para a faculdade, formou-se em Economia. Os pais tinham sonhos 
de vê-lo na Presidência do Banco Central. Casou com uma jornalista. Paulão respirou aliviado por sair debaixo das asas da 
mãe, que até às vésperas do casamento queria colocá-lo num curso de preparação matrimonial. Na lua-de-mel, avisou à 
mulher que iria passar os dias em casa dedicando-se à sua tese de mestrado. A mulher ia e vinha do emprego e Paulão 
trancado no seu gabinete de estudos. Uma tarde, o marido esqueceu de passar a chave na porta. A mulher chegou, abriu e 
deu de cara com Paulão sentado no tapete brincando com um trenzinho. 
 (NOVAES, Carlos Eduardo. "A cadeira do dentista & outras crônicas." 7. ed. São Paulo: Ática, 1997. p.15-
17.) 
 
 Glossário 
Caratê - luta corporal em que o indivíduo se serve de meios naturais para atacar ou defender-se. 
Espadaúdo - que tem ombros largos. 
Hipismo - esporte que compreende equitação, corrida de cavalos, etc. 
Logopedista - pessoa que se dedica à ciência de corrigir defeitos de pronúncia. 
Sânscrito - antiga língua sagrada e literária da Índia. 
Sapateado - dança que se caracteriza por bater os tacões dos sapatos no chão. 
Terapeuta - pessoa que se aplica a tratar de doenças. 
 
9. A alternativa em que a palavra ou expressão em destaque NÃO se refere ao pronome em destaque é: 
 
a) "... olhavam-NA com um ar de superioridade." (par.1) 
na = Flávia. 
 
b) "... vai determinar SUAS neuroses na vida adulta" (par.1) 
suas = da criança. 
 
c)"VOCÊ não gostaria de praticar algum esporte? " (par.6) 
Você = Paulinho. 
 
d) "As mães. VOCÊS sabem, disputam entre elas um torneio surdo..." (par.12) 
vocês = os leitores. 
 
e) "... um tio perguntou a Paulinho o que ELE queria ser..." (par.22) 
ele = um tio 
 
 
 
10. Das alterações feitas na pontuação de passagens do texto, aquela em que houve sensível mudança de sentido é: 
a) "Peter tão logo veio ao mundo entrou para um curso de amamentação..." (par.1) 
Peter, tão logo veio ao mundo, entrou para um curso de amamentação. 
 
b) "A mãe descobriu numa revista uma pesquisa feita por médicos da Califórnia..." (par.1) 
A mãe descobriu, numa revista, uma pesquisa feita por médicos da Califórnia. 
 
c) "... que se pode esperar de um menino que aos seis anos só brinca e vai à escolha?" (par.2) 
... que se pode esperar de um menino que, aos seis anos, só brinca e vai à escola? 
 
d) "Se tinha medo, então era para a natação mesmo que ele iria entrar." (par.12) 
Se tinha medo então, era para a natação mesmo que ele iria entrar. 
 
e) "Um dia Flávia flagrou o filho com uma gravata à volta do pescoço tentando dar um laço." (par.20) 
Um dia, Flávia flagrou o filho com uma gravata à volta do pescoço tentando dar um laço. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Faap) OLHOS DE RESSACA 
 
 Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele 
lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia 
vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns 
instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e 
caladas... 
 As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que 
estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momentos 
houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e 
abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã. 
(Machado de Assis) 
 
11. (1) "No meio dela (da confusão), Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, / (2) 
que não admira / (3) lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas." 
 
Há no período três orações já separadas pela barra inclinada e enumeradas cujas classificações assim se fazem: 
a) (1) absoluta; (2) causal; (3) objetiva direta 
b) (1) principal; (2) consecutiva; (3) subjetiva 
c) (1) coordenada; (2) final; (3) objetiva indireta 
d) (1) aditiva; (2) temporal; (3) predicativa 
e) (1) absoluta; (2) proporcional; (3) coordenada 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Uerj) TEXTO I 
 
 O LIVRO E A AMÉRICA 
 
 Talhado para as grandezas, 
 P'ra crescer, criar, subir, 
 O Novo Mundo nos músculos 
 Sente a seiva do porvir 
 - Estatuário de colossos - 
 Cansado doutros esboços 
 Disse um dia Jeová: 
 "Vai, Colombo, abre a cortina 
 Da minha eterna oficina 
 Tira a América de lá" 
 
 ............................................... 
 
 Filhos do sec'lo das luzes! 
 Filhos da Grande nação! 
 Quando ante Deus vos mostrardes, 
 Tereis um livro na mão: 
 O livro - esse audaz guerreiro 
 Que conquista o mundo inteiro 
 Sem nunca ter Waterloo ... 
 Eólo de pensamentos 
 Que abrira a gruta dos ventos 
 Donde a Igualdade voou! ... 
 
 ............................................... 
 
 Por isso na impaciência 
 Desta sede de saber, 
 Como as aves do deserto - 
 As almas buscam beber ... 
 Oh! Bendito o que semeia 
 Livros ... livros à mão cheia ... 
 E manda o povo pensar! 
 
 
 O livro caindo n'alma 
 É germe - que faz a palma, 
 É chuva - que faz o mar. 
 
(ALVES, Castro. "Obra Completa". Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1986. p. 76-78.) 
 
VOCABULÁRIO: 
Estatuário (verso 5) = escultor, aquele que faz estátuas. 
Eólo (verso 18) = vento forte 
 
 
TEXTO II 
 
 O ENSINO NA BRUZUNDANGA 
 
 Já vos falei na nobreza ¢doutoral desse país; é lógico, portanto, que vos fale do ensino que é ministrado nas suas 
escolas, donde se origina essa nobreza. Há diversas espécies de escolas mantidas pelo governo geral, pelos governos 
provinciais e por particulares. Estas últimas são chamadas livres e as outras oficiais, mas todas elas são equiparadas entre 
si e os seus diplomas se £equivalem. Os meninos ou rapazes, que se destinam a elas, não têm medo absolutamente das 
dificuldades que o curso de qualquer delas possa apresentar. Do que eles têm medo, é dos exames preliminares. 
 Passando assim pelo que nós chamamos preparatórios, os futuros diretores da República dos Estados Unidos da 
Bruzundanga acabam os cursos mais ignorantes e presunçosos do que quando para lá entraram. São esses tais que 
berram: "Sou formado! Está falando com um homem formado!". 
 Ou senão quando alguém lhes diz: 
 - "Fulano é inteligente, ilustrado...", acode o ¤homenzinho logo: 
 - É formado? 
 - Não. 
 - Ahn! 
 Raciocina ele muito bem. Em tal terra, quem não arranja um título como ele obteve o seu, deve ser muito burro, 
naturalmente. 
 Apesar de não ser da Bruzundanga, eu me interesso muito por ela, pois lá passei uma grande parte da minha 
meninice e mocidade. 
 Meditei muito sobre os seus problemas e creio que achei o remédio para esse mal que é o seu ensino. Vou 
explicar-me sucintamente. 
 O Estado da Bruzundanga, de acordo com a sua carta constitucional, declararia livre o exercício de qualquer 
profissão, extinguindo todo e qualquer privilégio de diploma. 
 Quem quisesse estudar medicina, frequentaria as cadeiras necessárias à especialidade a que se destinasse, 
evitando as disciplinas que julgasse inúteis. Aquele que tivesse vocação para engenheiro de estrada de ferro, não 
precisava estar perdendo tempo estudando ¥hidráulica. Cada qual organizaria o programa do seu curso, de acordo com a 
especialidade da profissão liberal que quisesse exercer, com toda a honestidade e sem as escoras de privilégio ou diploma 
todo poderoso. 
 Semelhante forma de ensino, evitando o diploma e os seus privilégios, extinguiria a nobreza doutoral; e daria aos 
jovens da Bruzundanga mais honestidade no estudo, mais segurança nas profissões que fossem exercer, com a força que 
vem da concorrência entre os homens de valor e inteligência nas carreiras que seguem. 
(BARRETO, Lima. OS BRUZUNDANGAS. São Paulo, Ática, 1985. p. 49-51 - com adaptações.) 
 
 
TEXTO III 
 
 HINO NACIONAL 
 
Precisamos descobrir o Brasil! 
Escondido atrás das florestas, 
com a água dos rios no meio, 
o Brasil está dormindo, coitado. 
Precisamos colonizar o Brasil. 
 
O que faremos importando francesas 
muito louras, de pele macia, 
alemãs gordas, russas nostálgicas para 
garçonettes dos restaurantes noturnos. 
E virão sírias fidelíssimas. 
Não convém desprezar as japonesas... 
 
Precisamos educar o Brasil. 
Compraremos professores e livros, 
assimilaremos finas culturas, 
abriremos dancings e subvencionaremos as elites. 
 
Cada brasileiro terá sua casa 
com fogão e aquecedor elétricos, piscina, 
salão para conferências científicas. 
E cuidaremos do Estado Técnico. 
 
Precisamos louvar o Brasil. 
Não é só um país sem igual. 
Nossas revoluções são bem maiores 
do que quaisquer outras; nossos erros também. 
 
 
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões... 
os Amazonas inenarráveis ... os incríveis João-Pessoas... 
 
Precisamos adorar o Brasil! 
Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta solidão 
no pobre coração já cheio de compromissos ... 
se bem que seja difícil compreender o que querem esse homens, 
por que motivo ele se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos. 
 
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil! 
 
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,ele quer repousar de nossos terríveis carinhos. 
O Brasil não nos quer! Está farto de nós! 
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil. 
Nosso Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros? 
 
(ANDRADE, Carlos Drummond de. REUNIÃO. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973. p. 36.) 
 
12. "por QUE motivo eles se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos." (verso 30) 
 
A palavra em maiúsculo tem papel interrogativo indireto (a expressão é sinônima de "por qual motivo"), não podendo ser 
analisada como pronome relativo. 
 
O único dos trechos a seguir, porém, que contém exemplo de um QUE relativo é: 
a) "Bendito o QUE semeia livros" (texto I - versos 25/26) 
b) "é lógico, portanto, QUE vos fale do ensino" (texto II) 
c) "são bem maiores do QUE quaisquer outras" (texto III - versos 22/23) 
d) "Se bem QUE seja difícil compreender" (texto III - verso 29) 
 
13. (Uece) Pertencem à mesma área semântica as palavras: 
a) "simples, tolo, natural", parágrafo 1 
b) "descomunais, profundos, sinceros", parágrafo 2 
c) "entrega, doação, dádiva", parágrafo 2 
d) "cobram, exigem, rotinizam", parágrafo 3 
 
14. (Uece) "Sobre", parágrafo 6, pode ser substituído por: 
a) acerca de 
b) a cerca de 
c) há cerca de 
d) por meio de 
 
15. (Uece) Conforme o contexto, está classificada corretamente a palavra: 
a) "olhar", parágrafo 4: verbo 
b) "pouca", parágrafo 5: advérbio 
c) "você", parágrafo 8: substantivo 
d) "suficiente", parágrafo 10: adjetivo 
 
16. (Uece) A vírgula de "Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto", parágrafo 10, separa: 
a) termos de mesma função sintática 
b) uma oração subordinada de uma principal 
c) orações subordinadas 
d) orações coordenadas 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 6 QUESTÕES. 
(Uece) PARA QUEM QUER APRENDER A GOSTAR 
 
01 "Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu 
amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que 
ninguém aceita aprender. 
02 Tenho visto muito amor por aí. Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios 
de entrega, doação e dádiva. Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos. Apenas isso: bonitos, belos ou 
embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras. 
03 Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebem ameaçados apenas e tão-
somente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender; 
necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o 
maior perigo do amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, 
equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. 
Nem queira. Ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada. Amar bonito 
é saber a hora de ter razão. 
04 Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito? De que está tirando do 
gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível? 
Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, 
quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer. 
Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança. 
E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito. 
05 Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de 
quem você ama. Saia cantando e olhe alegre. Recomendam-se: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando; não se 
 
 
cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, 'aquela 
conversa importante que precisamos ter'; arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem 
ama, toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível. Quem 
ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter. 
06 Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como a criança de nariz 
encostado na vitrina cheia de brinquedos dos nossos sonhos); não teorize sobre o amor; ame. Siga o destino dos 
sentimentos aqui e agora. 
07 Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer 
(sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração; contar a verdade do tamanho do amor que sente. 
08 Jogue por alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser 
sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você 
cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteira, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração 
bater como no tempo do Natal infantil. Revivendo os carinhos que intuiu em criança. Sem medo de dizer eu quero, eu 
gosto, eu estou com vontade. 
09 Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo o seu amor, ou 
amar fazendo o seu amor bonito (a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira 
expressão de tudo o que você é, e nunca: deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser. 
10 Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da 
forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz 
de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz." 
 
(TÁVOLA, Arthur da. "Para quem quer aprender a amar". In: COSTA, Dirce Maura Lucchetti et al. "Estudo de texto: 
estrutura, mensagem, re-criação". Rio, DIMAC, 1987. P. 25-6) 
 
17. "que ninguém aceita aprender", parágrafo 1, traduz idéia de: 
a) causa 
b) condição 
c) conformidade 
d) consequência 
 
18. "Como", parágrafo 8, introduz idéia de: 
a) causa 
b) comparação 
c) conformidade 
d) meio 
 
19. Aponte a opção em que a palavra destacada pertence à mesma classe gramatical de SENHORA em "(...) das forças de 
uma nação consciente e SENHORA de si mesma" (Texto II) 
a) arte 
b) organismo 
c) nação 
d) sadios 
e) povos 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. 
(Cesgranrio) O POETA COME AMENDOIM - TEXTO I 
 
Noites pesadas de cheiros e calores amontoados... 
Foi o sol que por todo o sítio imenso do Brasil 
Andou marcando de moreno os brasileiros. 
 
Estou pensando nos tempos de antes de eu nascer... 
 
A noite era pra descansar. As gargalhadas brancas dos mulatos... 
Silêncio! O Imperador medita os seus versinhos. 
Os Caramurus conspiram à sombra das mangueiras ovais. 
Só o murmurejo dos cre'm-deus-padre irmanava os 
 [ homens de meu país... 
Duma feita os canhamboras perceberam que não tinha 
 [mais escravos, 
Por causa disso muita virgem-do-rosáriõ se perdeu... 
 
Porém o desastre verdadeiro foi embonecar esta República temporã. 
A gente inda não sabia se governar... 
Progredir, progredimos um tiquinho 
Que o progresso também é uma fatalidade... 
Será o que Nosso Senhor quiser!... 
 
Estou com desejos de desastres... 
Com desejos do Amazonas e dos ventos muriçocas 
Se encostando na canjerana dos batentes... 
Tenho desejos de violas e solidões sem sentido... 
Tenho desejos de gemer e de morrer... 
 
Brasil... 
Mastigado na gostosura quente do amendoim... 
Falado numa língua curumim 
De palavras incertas num remeleixo melado melancólico... 
 
 
Saem lentas frescas trituradaspelos meus dentes bons... 
Molham meus beiços que dão beijos alastrados 
E depois semitoam sem malícia as rezas bem nascidas... 
 
Brasil amado não porque seja minha pátria, 
Pátria é acaso de migrações e do pão-nosso onde Deus der... 
Brasil que eu amo porque é o ritmo no meu braço aventuroso, 
O gosto dos meus descansos, 
O balanço das minhas cantigas amores e danças. 
Brasil que eu sou porque é a minha expressão muito engraçada, 
Porque é o meu sentimento pachorrento, 
Porque é o meu jeito de ganhar dinheiro, de comer e de dormir. 
(Mário de Andrade. POESIAS COMPLETAS. S.P.: Martins, 1996. p. 109-110) 
 
 
 TEXTO II 
 
 A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições 
respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou o 
conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si 
mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de 
parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de 
moralidade estragada. 
(Rui Barbosa. Texto reproduzido em ROSSIGNOLI, Walter. "Português: teoria e prática". 2. ed. São Paulo: Ática, 1992. p. 
19) 
 
20. "DUMA FEITA os canhamboras perceberam que não tinha mais escravos (...)" (Texto I, v. 9). 
 
A locução em destaque denota nesse contexto: 
a) tempo. 
b) oposição. 
c) conclusão. 
d) comparação. 
e) consequência. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Fuvest) LXXII 
 
 Uma Reforma Dramática 
 
 Nem eu, nem tu, nem qualquer outra pessoa desta história poderia responder mais, tão certo é que o destino, 
como todos os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho. Eles chegam a seu tempo, até que o pano cai, 
apagam-se as luzes, e os espectadores vão dormir. Nesse gênero há porventura alguma coisa que reformar, e eu proporia, 
como ensaio, que as peças começassem pelo fim. Otelo mataria a si e a Desdêmona no primeiro ato, os três seguintes 
seriam dados à ação lenta e decrescente do ciúme, e o último ficaria só com as cenas iniciais da ameaça dos turcos, as 
explicações de Otelo e Desdêmona, e o bom conselho do fino Iago: "Mete dinheiro na bolsa." Desta maneira o espectador, 
por um, acharia no teatro a charada habitual que os periódicos lhe dão, porque os últimos atos explicariam o desfecho do 
primeiro, espécie de conceito, e, por outro lado, ia para a cama com uma boa impressão de ternura e de amor: 
 
 
 CXXXV 
 
 Otelo 
 
 Jantei fora. De noite fui ao teatro. Representava-se justamente Otelo, que eu não vira nem lera nunca; sabia 
apenas o assunto, e estimei a coincidência. Vi as grandes raivas do mouro, por causa de um lenço, - um simples lenço! - e 
aqui dou matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros continentes, pois não me pude furtar à observação de que 
um lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e compor a mais sublime tragédia deste mundo. Os lenços perderam-se, 
hoje são precisos os próprios lençóis, alguma vez nem lençóis há, e valem só as camisas. Tais eram as idéias que me iam 
passando pela cabeça, vagas e turvas, à medida que o mouro rolava convulso, e Iago destilava a sua calúnia. Nos 
intervalos não me levantava da cadeira; não queria expor-me a encontrar algum conhecido. As senhoras ficavam quase 
todas nos camarotes, enquanto os homens iam fumar. Então eu perguntava a mim mesmo se alguma daquelas não teria 
amado alguém que jazesse agora no cemitério, e vinham outras incoerências, até que o pano subia e continuava a peça. O 
último ato mostrou-me que não eu, mas Capitu devia morrer. Ouvi as súplicas de Desdêmona, as suas palavras amorosas e 
puras, e a fúria do mouro, e a morte que este lhe deu entre aplausos frenéticos do público. 
 (Machado de Assis, "Dom Casmurro") 
 
21. "TAIS eram as idéias que ME iam passando pela cabeça, vagas e turvas, à medida que o mouro rolava convulso." 
 
Reescreva o período, substituindo cada pronome em destaque por outro de sentido equivalente. 
 
22. (Uerj) Nos trechos a seguir, está em destaque um sintagma formado de substantivo e adjetivo. 
A única alternativa em que a inversão das duas palavras também poderia inverter sua classe gramatical é: 
a) "... reduzindo todos à sua EXPRESSÃO ORIGINAL..." (texto I) 
b) "... conveniências materiais do APAIXONADO ADORADOR de si mesmo." (texto I) 
c) "Arrancai a planta dos CLIMAS TROPICAIS e plantai-a na Europa..." (texto II) 
d) "... a sonhar com histórias de luas e CANTOS BÁRBAROS de pajés..." (texto III) 
 
 
 
23. (Uerj) "... e como a Terra fosse de árvores vermelhas 
e SE houvesse mostrado assaz gentil, 
deram-lhe o nome de Brasil." 
(texto III - versos 20 a 22) 
 
O valor morfossintático da palavra "SE" na penúltima estrofe está repetido em: 
a) "Rosas te brotarão da boca, SE cantares!" (Olavo Bilac) 
b) "Vou expor-te um plano; quero saber SE o aprovas." (Artur Azevedo) 
c) "Todas as palavras são inúteis, desde que SE olha para o céu." (Cecília Meireles) 
d) "Cada um deles SE incumbia de fazer porção de requerimentos." (Mário Palmério) 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. 
(Uerj) TEXTO I 
 
1 Escreverei minhas "Memórias", fato mais frequentemente do que se pensa observado no mundo industrial, 
artístico, científico e sobretudo no mundo político, onde muita gente boa se faz elogiar e aplaudir em brilhantes artigos 
biográficos tão espontâneos, ¢como os ramalhetes e as coroas de flores que as atrizes compram para que lhos atirem na 
cena os comparsas comissionados. 
2 Eu reputo esta prática muito justa e muito natural; porque não compreendo amor e ainda amor apaixonado mais 
justificável do que aquele que sentimos pela nossa própria pessoa. 
3 O amor do eu é e sempre será a pedra angular da sociedade humana, o regulador dos sentimentos, o móvel das 
ações, e o farol do futuro: do amor do eu nasce o amor do lar doméstico, deste o amor do município, deste o amor da 
província, deste o amor da nação, anéis de uma cadeia de amores que os tolos julgam que sentem e tomam ao sério, e 
que certos maganões envernizam, mistificando a humanidade para simular abnegação e virtudes que não têm no coração 
e que eu com a minha exemplar franqueza simplifico, reduzindo todos à sua expressão original e verdadeira, e dizendo, 
lar, município, província, nação, têm a flama dos amores que lhes dispenso nos reflexos do amor em que me abraso por 
mim mesmo: todos eles são o amor do eu e nada mais. A diferença está em simples nuanças determinadas pela maior ou 
menor proporção dos interesses e das conveniências materiais do apaixonado adorador de si mesmo. 
 (MACEDO, Joaquim Manuel de. "Memórias do sobrinho de meu tio". São Paulo: Companhia das Letras, 1995.) 
 
 TEXTO II 
 
 Já dois anos se passaram longe da pátria. Dois anos! Diria dois séculos. E durante este tempo tenho contado os 
dias e as horas pelas bagas do pranto que tenho chorado. Tenha embora Lisboa os seus mil e um atrativos, ó eu quero a 
minha terra; quero respirar o ar natal (...). Nada há que valha a terra natal. ¢Tirai o índio do seu ninho e apresentai-o 
d'improviso em Paris: será por um momento fascinado diante dessas ruas, desses templos, desses mármores; mas depois 
falam-lhe ao coração as lembranças da pátria, e trocará de bom grado ruas, praças, templos, mármores, pelos campos de 
sua terra, pela sua choupana na encosta do monte, pelos murmúrios das florestas, pelo correr dos seus rios. Arrancai a 
planta dos climas tropicais e plantai-a na Europa: ela tentará reverdecer, mas cedo pende e murcha, porque lhe falta o ar 
natal, o ar que lhe dá vida e vigor. Como o índio, prefiro a Portugal e ao mundo inteiro, o meu Brasil, rico, majestoso, 
poético, sublime. Como a planta dos trópicos, os climas da Europa enfezam-me a existência, que sintofugir no meio dos 
tormentos da saudade. 
 (ABREU, Casimiro de."Obras de Casimiro de Abreu". Rio de Janeiro: MEC, 1955.) 
 
 TEXTO III 
 
 LADAINHA I 
 
 Por se tratar de uma ilha deram-lhe o nome 
 de ilha de Vera Cruz. 
 Ilha cheia de graça. 
 Ilha cheia de pássaros. 
 Ilha cheia de luz. 
 
 Ilha verde onde havia 
 mulheres morenas e nuas 
 anhangás a sonhar com histórias de luas 
 e cantos bárbaros de pajés em poracés 
 [batendo os pés. 
 
 Depois mudaram-lhe o nome 
 pra terra de Santa Cruz. 
 Terra cheia de graça 
 Terra cheia de pássaros 
 Terra cheia de luz. 
 
 A grande Terra girassol onde havia 
 [guerreiros de tanga e onças ruivas 
 [deitadas à sombra das árvores 
 [mosqueadas de sol. 
 
 Mas como houvesse, em abundância, 
 certa madeira cor de sangue cor de brasa 
 e como o fogo da manhã selvagem 
 fosse um brasido no carvão noturno da 
 [paisagem, 
 
 e como a Terra fosse de árvores vermelhas 
 
 
 e se houvesse mostrado assaz gentil, 
 deram-lhe o nome de Brasil. 
 
 Brasil cheio de graça 
 Brasil cheio de pássaros 
 Brasil cheio de luz. 
 
 (RICARDO, Cassiano. "Seleta em prosa e verso". Rio de Janeiro: José Olympio, 1975.) 
 
24. "POR SE TRATAR DE UMA ILHA deram-lhe o nome de ilha de Vera Cruz:" (texto III - versos 1 e 2) 
A oração em destaque introduz uma circunstância de: 
a) causa 
b) condição 
c) concessão 
d) comparação 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Fuvest) Além de parecer não ter rotação, a Terra parece também estar imóvel no meio dos céus. Ptolomeu dá 
argumentos astronômicos para tentar mostrar isso. Para entender esses argumentos, é necessário lembrar que, na 
antiguidade, imaginava-se que todas as estrelas (mas não os planetas) estavam distribuídas sobre uma superfície esférica, 
cujo raio não parecia ser muito superior à distância da Terra aos planetas. Suponhamos agora que a Terra esteja no centro 
da esfera das estrelas. Neste caso, o céu visível à noite deve abranger, de cada vez, exatamente a metade da esfera das 
estrelas. E assim parece realmente ocorrer: em qualquer noite, de horizonte a horizonte, é possível contemplar, a cada 
instante, a metade do zodíaco. Se, no entanto, a Terra estivesse longe do centro da esfera estrelar, então o campo de 
visão à noite não seria, em geral, a metade da esfera: algumas vezes poderíamos ver mais da metade, outras vêzes 
poderíamos ver menos da metade do zodíaco, de horizonte a horizonte. Portanto, a evidência astronômica parece indicar 
que a Terra está no centro da esfera de estrelas. E se ela está sempre nesse centro, ela não se move em relação às 
estrelas. 
 (Roberto de A. Martins, Introdução geral ao Commentariolus de Nicolau Copernico) 
 
25. Os termos além de, no entanto, então, portanto estabelecem no texto, relações, respectivamente, de: 
a) distanciamento - objeção - tempo - efeito. 
b) adição - objeção - tempo - conclusão. 
c) distanciamento - consequência - conclusão - efeito. 
d) distanciamento - oposição - tempo - consequência. 
e) adição - oposição - consequência - conclusão. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES. 
(Puc-rio) A CLASSE 
 
 A eliminação gradual da classe média brasileira, um processo que começou há anos mas que de uns tempos para 
cá assumiu proporções catastróficas, a ponto de a classe média brasileira ser hoje classificada pelas Nações Unidas como 
uma espécie em extinção, junto com o mico-rosa e a foca-focinho-verde, está preocupando autoridades e 
conservacionistas nacionais. Estudam-se medidas para acabar com o massacre indiscriminado que vão desde o 
estabelecimento de cotas anuais - só uma determinada parcela da classe média poderia ser abatida durante uma 
temporada - até a criação de santuários onde, livre de impostos extorsivos e protegida de contracheques criminosos e 
custos predatórios, a classe média brasileira se reproduziria até recuperar sua antiga força £numérica, e numerária. Uma 
espécie de reserva de mercado. A tentativa de recriar a classe média brasileira em laboratório, como se sabe, não deu 
certo. Os protótipos, assim que conseguiram algum dinheiro, fretaram um avião para Disneyworld. 
 A preservação natural da classe média brasileira evitaria coisas constrangedoras como a recente reunião da classe 
realizada em São Paulo, à qual, de vários pontos do Brasil, compareceram dezessete pessoas. As outras cinco não 
conseguiram crédito para a passagem. A reunião teve de ser transferida do Morumbi para a mesa de uma pizzaria, e 
ninguém pediu vinho. Uma proposta para que a classe fizesse greve nacional para chamar a atenção do país para a sua 
crescente insignificância foi rejeitada sob a alegação de que ninguém iria notar. Fizeram uma coleta para financiar a 
eleição de representantes da classe média na Assembléia Constituinte, mas acabaram devolvendo os 10 cruzeiros. A única 
resolução aprovada foi a de que, para evitar a perseguição, todos se despojassem de sinais ostensivos de serem da classe 
média, como carro pequeno etc., e passassem a viver como pobres. Aí não seria rebaixamento social, seria disfarce. No 
fim os garçons se cotizaram e deram uma gorjeta para os integrantes da mesa. 
 Cenas lamentáveis têm ocorrido também com ex-membros da classe média que, passando para uma classe 
inferior, não sabem como se comportar e são alvo de desprezo de pobres tradicionais, que os chamam de "novos pobres". 
 -Viu aquela ali? Quis fazer caneca de lata de óleo e não sabe nem abrir um buraco com prego. 
 -E usa lata de óleo de milho. 
 -Metida a pouca coisa... 
 -Já viram ela num ônibus? Não sabe empurrar a borboleta com a anca enquanto briga com o cobrador. 
 -E não conta o troco! 
 -¤Berço é berço, minha filha. 
 Alguns pobres menos preconceituosos ainda tentam ajudar os novos pobres a evitar suas gafes. 
 -Olhe, não leve a mal... 
 -O quê? 
 -É o seu jeito de falar. 
 -Diga-me. 
 -Você às vezes usa o ¢pronome oblíquo muito certo. 
 -Mas... 
 -Aqui na vila, pronome oblíquo certo pega mal. 
 -Sei. 
 -E outra coisa... 
 -O quê? 
 -Os seus discos. 
 
 
 -O toca-discos foi a única coisa que eu consegui salvar quando me despejaram. 
 -Eu sei. Mas Julio Iglesias?! 
(Luís Fernando Veríssimo - COMÉDIAS DA VIDA PÚBLICA - 17/07/85) 
 
26. Considerando o sistema de valores sociais presente no texto, explique por que, naquela vila, "pronome oblíquo certo 
pega mal" (ref.1). 
 
27. Destaque do texto um vocábulo que possa pertencer a mais de uma classe de palavras e, em seguida, escreva um 
período com o mesmo vocábulo com uma classe inquestionavelmente diferente daquela do texto. 
 
28. Reescreva o período abaixo, substituindo os substantivos destacados por verbos dos quais eles derivem. Faça todas as 
alterações que julgar necessárias, inclusive de ordenação de elementos na frase. 
 
 É fundamental a LUTA das autoridades e dos conservacionistas pela PRESERVAÇÃO da classe média. 
 
29. Desdobre o período abaixo em dois, substituindo o elemento destacado pelo termo a que ele faz referência na frase 
anterior. 
 
 "A preservação natural da classe média evitaria coisas constrangedoras como a recente reunião da classe 
realizada em São Paulo, À QUAL, de vários pontos do Brasil, compareceram dezessete pessoas." 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Ita) As questões a seguir referem-se ao texto adiante. Analise-as e assinale, para cada uma, a alternativa incorreta. 
 
 Litania dos Pobres 
 
 Cruz e Souza 
 
 
01 Os miseráveis, os rotos 
 São as flores dos esgotos 
 
 São espectros implacáveis 
 Os rotos, os miseráveis. 
 
05 São prantos negros de furnas 
 Caladas, mudas, soturnas. 
 
 São os grandes visionários 
 Dos abismos tumultuários. 
 
 As sombras das sombras mortas, 
10 Cegos, a tatear nas portas. 
 
 Procurando os céus, aflitos 
 E varando os céus de gritos. 
 
 Inúteis, cansados braços 
 Mãos inquietas, estendidas.30. a) 'espectros' (v.3) tem o sentido de 'fantasma', de irrealidade: caberia aqui como sinônimo de 'esquálidos, 
esqueléticos'. 
b) 'flores' (v.2) - o Autor encontra certo encantamento na vida dos pobres. 
c) Na estrofe 1 a ordem é direta: primeiro o sujeito, depois o predicado. 
d) Na estrofe 2 os adjetivos substantivos, 'rotos' e 'miseráveis', são o sujeito. 
e) 'Procurando o céu' (v.11) é uma oração subordinada adverbial, em referência a 'aflitos' (v.11). 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. 
(Uff) PERO VAZ DE CAMINHA 
 
a descoberta 
 
Seguimos nosso caminho por este mar de longo 
Até a oitava da Páscoa 
Topamos aves 
E houvemos vista de terra 
 
os selvagens 
 
Mostraram-lhes uma galinha 
Quase haviam medo dela 
E não queriam pôr a mão 
E depois a tomaram como espantados 
 
primeiro chá 
 
Depois de dançarem 
Diogo Dias 
 
 
Fez o salto real 
 
as meninas da gare 
 
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis 
Com cabelos mui pretos pelas espáduas 
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas 
Que de nós as muito olharmos 
Não tínhamos nenhuma vergonha 
 
 (ANDRADE, Oswald. "Poesias reunidas". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p.80.) 
 
31. Sobre as palavras destacadas nos versos a seguir, assinale a afirmativa correta: 
 
E suas VERGONHAS tão altas e tão saradinhas (v.18) 
Que de nós as muito olharmos (v.19) 
Não tínhamos nenhuma VERGONHA (v.20) 
 
a) Seus sentidos são diferentes, mas têm a mesma classe gramatical. 
b) Seus sentidos são distintos e suas classes gramaticais são diferentes. 
c) Ambas têm o mesmo sentido, mas as classes gramaticais são diferentes. 
d) Ambas têm o mesmo sentido e a mesma classe gramatical. 
e) Tanto seus sentidos quanto suas classes gramaticais são correspondentes. 
 
32. A conversão de substantivos em adjetivos, isto é, tomar uma palavra designadora (substantivo) e usá-la como 
caracterizada (adjetivo), constitui um procedimento comum em língua portuguesa. 
Assinale a opção em que a palavra em destaque exemplifica este procedimento de conversão de substantivo em adjetivo. 
a) E depois a tomaram como ESPANTADOS. (v.10) 
b) Fez o salto REAL (v.14) 
c) Eram três ou quatro moças bem MOÇAS e bem gentis (v.16) 
d) Com cabelos mui PRETOS pelas espáduas (v.17) 
e) E suas vergonhas tão ALTAS e tão saradinhas. (v.18) 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. 
(Cesgranrio) Texto: "Sobre o Amor" 
 
1 (...) Ele diz: Eu te amo. E o que a gente ouve não é: "Eu te amo tanto quanto posso dentro das limitações dessa 
relação e desse meu momento de vida, dentro das minhas próprias limitações, dos meus medos e dos meus fechamentos. 
"A gente ouve: "Eu te amo totalmente, para sempre, sem que nada, antes ou depois do nosso encontro, supere esse 
sentimento." Ele fala de si, e nós ouvimos o cosmos. Ele fala do hoje, e nós entendemos o eterno. 
2 A culpa é nossa, então, por ouvirmos errado? Não. Ele também, ao falar dentro da sua pequena dimensão 
humana, está se iludindo com as grandes medidas. Ao dizer "eu te amo", assume o papel do grande amante, torna-se o 
amor absoluto encarnado. 
3 (... ) em matéria de sentimentos, essa noção acaba sendo l@ subjetiva. O amor que é absoluto para mim pode 
não sê-lo para a pessoa à qual é dirigido. E isso porque, enquanto minha emoção amorosa me preenche por inteiro, 
dando-me a impressão de que não existe mais possibilidade de amor além dela, o objeto do meu amor, que, por razões 
pessoais, não se sente por ele preenchido, pode considerá-lo insuficiente e, como tal, bem aquém do absoluto. 
4 Além do mais, o amor não é inelutável. Não podemos viver sem ter nascido, nem podemos viver sem vir a 
morrer. Mas, apesar das nossas fantasias em contrário, podemos perfeitamente viver sem grandes amores, coisa que, 
aliás, acontece com a maioria das pessoas. O amor é parte da vida, mas apenas uma parte, e nem de leve tão 
indispensável quanto, digamos, a alimentação. À luz da realidade mais imediata, e, por mais que a idéia nos desagrade, o 
amor é uma necessidade menor. 
5 Nem o amor é uma experiência única. A quase totalidade das pessoas abriga em sua vida diversos amores. E, 
embora o tempo e o distanciamento afetivo acabem por diluir nossa capacidade de revivê-los por completo na lembrança, 
conservamos, se não a emoção, pelo menos o registro daquela intensidade. Assim, a lembrança dos amores passados é 
vencida para permitir o acontecimento de novos amores, mas não é apagada. 
6 Apesar disso tudo, e, apesar de sabermos disso tudo, continuamos querendo o amor absoluto. Mas há mais um 
empecilho na rota da sua conquista: a exigência da reciprocidade. 
7 Em termos literádos, um grande amor pode existir mesmo sem resposta; o amante suspira na sombra, se acaba 
de paixão, sem que o objeto de seus sonhos lhe dirija mais do que um olhar. Mas na vida real o que queremos, para que o 
amor se complete física e efetivamente, é que o outro também nos ame. E achamos que nosso amor só se transformará 
realmente num amor absoluto, na medida em que a intensidade do amor do outro for gêmea idêntica da nossa 
intensidade. 
8 O amor não é mensurável. A duras penas sabemos do nosso próprio amor, quanto mais daquele do outro. O que 
acostumamos fazer para resolver o impasse é medir o amor do outro usando o nosso próprio amor como metro. Ele diz 
"eu te amo". Nós respondemos "eu também te amo". E deduzimos que as duas coisas são idênticas e que aquele amor, 
como a vida e a morte, representa um todo, como elas indissolúvel, e, portanto, como elas, absoluto. Está demonstrado o 
teorema, como se queria. 
9 Um perigoso teorema, na verdade. Porque, em cima dele e da sua inconsistência, começamos a construir 
justamente aquele castelo que queríamos mais sólido e mais seguro. 
Marina Colasanti. E por falar em amor (com adaptações). 
 
33. Assinale a frase em que a classe gramatical da palavra ou expressão em destaque está correta. 
a) "E O que a gente ouve não é:" (par.1) (pronome substantivo oblíquo). 
b) "... sem que NADA (...) supere esse sentimento." (par.1) (advérbio de negação) 
c) "Ele fala do HOJE, e nós entendemos o eterno." (par.1) (substantivo). 
d) "enquanto minha emoção amorosa me preenche POR INTEIRO..." (par.1) (locução prepositiva). 
e) "...para que o amor se complete física e efetivamente..." (par.7) (adjetivo) 
 
 
 
34. A oração "sem que o objeto de seus sonhos lhe dirija mais que um olhar" (par.7) apresenta uma locução conjuntiva 
cujo valor é: 
a) final. 
b) condicional. 
c) concessivo. 
d) consecutivo. 
e) conformativo. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Uepg) Delírio de voar 
 
 Nos dez primeiros anos deste século havia uma mania pop em Paris - voar. As formas estranhas dos aeroplanos 
experimentais invadiam as páginas dos jornais. Cada proeza dos aviadores era narrada em detalhe. Os parisienses 
acompanhavam fascinados as audácias dos aviadores, uma elite extravagante de jovens brilhantes, cultos e elegantes, 
realçada por vários milionários e pelo interesse das moças. Multidões lotavam o campo de provas de Issy-les-Molincaux. 
Os pilotos e os inventores eram reconhecidos nas ruas e homenageados em restaurantes. Todo dia algum biruta 
apresentava uma nova máquina, anunciava um plano mirabolante e desafiava a gravidade e a prudência. 
 Paris virara a capital mundial da aviação desde a fundação do Aéro-Club de France, em 1898. Depois da difusão 
dos grandes balões, em 1880, e dos dirigíveis inflados a gás, em 1890 - os chamados "mais leves que o ar", chegara a hora 
dos aparelhos voadores práticos, menores e controláveis - os "mais pesados que o ar". Durante muito tempo eles foram 
descartados como impossíveis, mas agora as pré-condições haviam mudado. A tecnologia da aerodinâmica, da engenharia 
de estruturas, do desenho de motores e da química de combustíveis havia chegado a um estágio de evolução inédito. 
Combinadas, permitiam projetar máquinas inimaginadas. 
 Simultaneamente,por caminhos paralelos, a fotografia dera um salto com a invenção dos filmes flexíveis, em 
1889. Surgiram câmeras modernas, mais sensíveis à luz, mais velozes e fáceis de manejar. Em consequência, proliferaram 
os fotógrafos profissionais e amadores. Eles não só registraram cada passo da infância da aviação como também 
popularizaram-na. Transportados pelos jornais, os feitos dos pioneiros estimularam a vocação de muitos jovens 
candidatos a aviador. A mídia glamourizou a ousadia de voar. 
......................................................................................... 
 Inventar aviões era um ofício diletante e nada rendoso - ainda. Exigia recursos financeiros para construir 
aparelhos, contratar mecânicos, oficinas e hangares. Dinheiro nunca faltou ao brasileiro Alberto Santos-Dumont, filho de 
um rico fazendeiro mineiro, ou ao engenheiro e nobre francês marquês d'Ecquevilley-Montjustin. Voar era um ideal 
delirante e dândi. Uma glória para homens extraordinários. 
 (SUPERINTERESSANTE, junho/99, p.36) 
 
35. Se alterarmos a estrutura do último período do primeiro parágrafo para "Todo dia algum biruta anunciava um plano 
que desafiava a gravidade e a prudência", obteremos um período em que há 
 
01) duas orações, uma principal e uma subordinada. 
02) um pronome relativo com função de sujeito. 
04) uma oração de valor adjetivo. 
08) coordenação de orações. 
16) uma oração de valor substantivo. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Vunesp) Tão inteiramente conhecia Cristo a Judas, como a Pedro, e aos demais; mas notou o Evangelista com 
especialidade a ciência do Senhor, em respeito de Judas, porque em Judas mais que em nenhum dos outros campeou a 
fineza do seu amor. Ora vede: Definindo S. Bernardo o amor fino, diz assim: Amor non quaerit causam, nec fructum: "O 
amor fino não busca causa nem fruto". Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que amem, tem fruto: 
e amor fino não há de ter por quê, nem para quê. Se amo porque me amam, é obrigação, faço o que devo; se amo para 
que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo, amo, ut 
amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam, é agradecido; quem ama, para que o amem, é 
interesseiro; quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, esse só é fino. E tal foi a fineza de Cristo, em 
respeito de Judas, fundada na ciência que tinha dele e dos demais discípulos. 
 (in Vieira, SERMÕES, 4ヘ ed., Rio de Janeiro, Agir 1966, p. 64.) 
 
36. Em sua argumentação insistente, repetitiva, Vieira sintetiza a sua teoria do amor com a frase "O amor fino não busca 
causa nem fruto". Lendo atentamente a sequência do texto em pauta, percebemos que os vocábulos causa e fruto dessa 
frase apresentam relação contextual, respectivamente, com os conectivos porque e para que e com orações como por 
exemplo "porque me amam" e "para que me amem". Partindo deste comentário: 
a) explique a relação contextual mencionada; 
b) justifique-a em função da teoria do amor proposta por Vieira. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Unitau) "A teoria da argumentação é a parte da semiologia comprometida com a explicação das evocações 
ideológicas das mensagens. Os novos retóricos aproximam-se, assim, da proposta de Eliseo Verón, que, preocupado com 
as condições ideológicas dos processos de transmissão e consumo das significações no seio da comunicação social, chama 
de semiologia os estudos preocupados com essa problemática, deixando como objeto da teoria linguística as questões 
tradicionais sobre o conceito, o referente e os componentes estruturais dos signos. Essa demarcação determina que a 
semiologia deve ser analisada como uma teoria hermenêutica das formas como se manipulam contextualmente os 
discursos". 
 (ROCHA & CITTADINO, "O Direito e sua Linguagem", p.17, Sérgio Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 1984) 
 
 
 
37. "Esta demarcação determina que a semiologia deve ser analisada como uma teoria hermenêutica das formas como se 
manipulam contextualmente os discursos". 
 
Nessa frase tem-se 
a) uma oração subordinada substantiva objetiva direta, em voz passiva analítica. 
b) uma oração subordinada adjetiva restritiva. 
c) uma oração subordinada adverbial proporcional. 
d) uma oração subordinada adverbial condicional; 
e) uma oração coordenada explicativa. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Cesgranrio) 1 A fisionomia da sociedade brasileira neste final de século está irreconhecível. A violência e a crueldade 
viraram fenômenos de massa. Antes, e até há não muito tempo, elas apareciam como sintoma de patologias individuais. 
Os "monstros" - um estuprador e assassino de crianças, uma mulher que esquartejou o amante - eram motivo de pasmo e 
horror para uma comunidade onde a violência ficava confinada a um escaninho de modestas proporções. Hoje, é uma 
guerrilha e faz parte do nosso cotidiano. 
2 Em pouco tempo a imagem do Brasil, para uso externo e sobretudo para si mesmo, ficou marcada pela reiteração 
rotineira da crueldade. A onda não é o simples homicídio, é o massacre. E, para não ficarmos no saudosismo dos anos 
dourados, ressurge uma forma de massacre que tem raízes históricas profundas: o genocídio, essa mancha na formação 
de uma nacionalidade argamassada pelo sangue de índios e negros. 
3 Os episódios brutais estão aí. (...) 
4 A violência costuma ser associada à urbanização maciça, que gera miséria, desordem e conflitos. 
5 Não vamos procurar desculpa invocando símiles de outros países - no Peru, na Bósnia ou onde quer que seja. 
Estamos dizendo "adeus" ao mito da cordialidade brasileira, da "índole pacífica do nosso povo". Estamos transformados - 
irreconhecíveis. Convertida em face do monstro, desfigurou-se a nossa fisionomia de povo folgazão, inzoneiro, que tem 
como símbolos o carnaval, o samba e o futebol. (...) 
6 A miséria e a fome do povo são um caldo de cultura a favorecer a disseminação da violência, que se torna balcão 
de comércio nas mãos de empresários inescrupulosos. 
 (Moacir Werneck de Castro. 
Jornal do Brasil, 28/08/93, p. 11.) 
 
38. Assinale o item em que NÃO há correspondência de sentido no desenvolvimento da oração reduzida em: 
 
"Convertida em face do monstro, desfigurou-se..." (5Ž parágrafo) 
 
a) Porque foi convertida... 
b) Conquanto foi convertida... 
c) Já que foi convertida... 
d) Porquanto foi convertida... 
e) Como foi convertida... 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Unb) O SÉCULO 
 
E vós, arcas do futuro, 
Crisálidas do porvir, 
Quando vosso braço ousado 
Legislações construir 
Levantai um templo novo, 
Porém não que esmague o povo, 
Mas lhe seja pedestal. 
Que ao menino dê escola, 
Ao veterano - uma esmola... 
A todos - luz e fanal. 
Basta!... Eu sei que a mocidade 
É o Moisés no Sinai; 
Das mãos do Eterno recebe 
As tábuas da lei! marchai! 
Quem cai na luta com glória, 
Tomba nos braços da História, 
No coração do Brasil! 
Moços, do topo dos Andes, 
Pirâmides vastas, grandes, 
Vos contemplam séculos mil! 
 
 (Castro Alves. "O século". agosto de 1865) 
 
Na(s) questão(ões) a seguir assinale os itens corretos e os itens errados. 
 
39. Analisando o texto quanto ao emprego dos sinais de pontuação, julgue os itens a seguir. 
 
(0) A pontuação do texto denota o predomínio da função emotiva da linguagem. 
(1) O uso reiterado de pontos de exclamação contribui para reforçar o tom hiperbólico, exagerado, da poesia condoreira, 
característica pela qual ficou conhecido Castro Alves. 
(2) O emprego das reticências, no início da segunda estrofe, em lugar de outro sinal de pontuação, indica a interrupção do 
pensamento do poeta. 
(3) O uso do travessão, nos dois últimos versos da primeira estrofe, justifica-se apenas como recurso estilístico, pois 
contraria as regras gramaticais. 
 
 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. 
(Ufrs) Pais e adultos em geral são incompetentes para entender ¥o que vai pela cabeçadas crianças; estas, por sua vez, 
são incapazes de detectar ¦o que se esconde sob os gestos e as frases dos mais velhos. Na zona cinzenta que reúne essas 
duas conhecidas limitações, reside o objeto de "Quarto de Menina", estréia literária da psicanalista carioca Livia Garcia 
Roza. 
 Luciana, oito anos, filha única de pais separados, é inteligente, sapeca, sem papas na língua e mora com o pai, 
intelectual, pacato, caladão, professor de filosofia. É ela a narradora do livro. Ao longo de 180 páginas, relata o seu 
cotidiano,§ que se ¢limita, aqui, ao próprio quarto, à biblioteca do pai, à sala e à casa da mãe. [...] 
 Apesar disso, não se trata de uma obra para crianças. A construção híbrida da narrativa descarta episódios mais 
banais ou preocupações que seriam em tese mais comuns às crianças, dando destaque para os £diálogos, seja entre 
Luciana e os pais, seja entre a garota e suas bonecas. 
 No primeiro caso, Luciana frequentemente não entende certas insinuações dos pais, enquanto estes ficam 
perplexos diante de reações ou perguntas da filha. Já nas "conversas" com seus amigos de quarto, a narradora expõe seu 
estranhamento, desabafa, chora, faz planos e, ao mesmo tempo, revela indireta e inconscientemente a dificuldade de 
captar o significado dos eventos que ela mesma narra, significado que nós, ¤leitores presumivelmente maduros, 
enxergamos logo de cara. 
 Nessa capacidade de explicar ao mesmo tempo uma história e a não-compreensão dessa mesma história pelo seu 
próprio narrador, aí está um dos pontos mais interessantes de "Quarto de Menina". [...] (Ajzenberg B. A ABISSAL 
NORMALIDADE DO COTIDIANO, Folha de São Paulo, 15.10.95, p. 5-11) 
 
40. As expressões a seguir poderiam substituir a expressão 'Apesar disso' (no início do terceiro parágrafo) sem causar 
alteração essencial no significado da frase, à exceção de: 
a) Contudo 
b) No entanto 
c) Todavia 
d) Portanto 
e) Entretanto 
 
41. Considere as seguintes propostas de substituições de expressões do texto. 
 
I - Substituir a palavra 'o' (ref. 4) por 'aquilo'. 
II - Substituir a expressão 'o que' (ref. 5) por 'o qual'. 
III - Substituir a palavra 'que' (ref. 6) por 'o qual'. 
 
Quais delas poderiam ser realizadas sem acarretar erro? 
a) Apenas I 
b) Apenas II 
c) Apenas III 
d) Apenas I e III 
e) I, II e III 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Ufsc) "Aqui estou de novo. Feliz por este momento. Eu estava muito nervoso no final do jogo. Foi aqui que eu apareci 
pela primeira vez, para ganhar o meu primeiro torneio em 97. Foi aqui que meus sonhos começaram a se tornar realidade. 
Não achei que pudesse voltar aqui e vencer," disse Guga com o microfone na mão. "Também gostaria de parabenizar o 
Norman. Nós dois merecíamos estar aqui hoje." 
 KUERTEN, Gustavo, no discurso após a vitória de Roland Garros, Paris, França, 11/06/2000. 
 
42. 
 
 
Assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S): 
 
01. Em - "A gente SÓ conhece bem as coisas ... e TAMBÉM gostaria de parabenizar o Norman" as palavras destacadas 
classificam-se, morfologicamente, como conjunção. 
02. A forma verbal "Conhecerei", possui sujeito elíptico de primeira pessoa do singular. 
04. Com a expressão "Feliz por este momento", o tenista catarinense está se referindo à felicidade de retornar ao Brasil. 
08. Quanto ao processo de formação, as palavras MICROFONE, SONHOS, TORNEIO e NERVOSO são primitivas. 
16. Há alguns verbos que possuem duas ou mais formas de Particípio, como GANHAR (ganhado, ganho), PRENDER 
(prendido, preso), EXPRIMIR (exprimido, expresso). 
32. Na expressão "- Por favor... cativa-me!", o pronome átono está proclítico. 
64. Em ambas as frases: "O campo de tênis é IMENSO" e "O campo de tênis IMENSO está lotado", o adjetivo IMENSO é um 
termo acessório. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Fei) "A frase 'Leve-me para cima, Scotty' pode ter ajudado a fixar a série 'Jornada nas Estrelas' na cabeça de toda uma 
geração, mas o teletransporte do qual o seriado serviu como arauto nunca foi levado a sério. Aquilo que era uma 
brincadeira, porém, já deixou de ser simples fantasia. Seis físicos descobriram como teletransportar matéria à velocidade 
da luz. 
 Num trabalho que será publicado no periódico 'Physical Review Letters', intitulado 'Teletransportando um estado 
quântico desconhecido por canais dual clássico e de Einstein-Podolsky-Rosen', Charles Bennett, da IBM em Nova York, e 
seus colegas descrevem um método de teletransporte de partículas de um lugar para outro. Bennett afirma que a teoria é 
válida, que parte dos equipamentos para realizar o teletransporte já existe e é provável que o resto possa ser 
desenvolvido. 
 O grande problema do teletransporte sempre foi o princípio da incerteza de Heisenberg, que afirma ser 
impossível medir exatamente todas as propriedades de uma partícula subatômica. Por isso sempre pareceu impossível 
recriar uma cópia exata de uma partícula em outro lugar." 
 
 
 (William Bown, OESP, 23.05.93) 
 
43. A seguinte oração em maiúsculo, retirada do fragmento de texto anterior, "é provável QUE O RESTO POSSA SER 
DESENVOLVIDO", tem a mesma classificação da oração entre aspas, apresentada em uma das seguintes alternativas: 
a) Augusto acha "que vale muito" porque é rico. 
b) O seu estranho modo de agir era sinal de "que alguma coisa estava errada". 
c) Está decidido "que vai haver eleições neste ano". 
d) Infeliz é o homem "que não age honestamente". 
e) O fato foi "que o preço dos alimentos aumentou absurdamente". 
 
44. (Fuvest) "...à porta do Ateneu..." no primeiro parágrafo é adjunto adverbial. Indique no texto a seguir os termos ou 
locuções que também são adjuntos adverbiais. 
"Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada 
exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico...". 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. 
(Fuvest) O ATHENEU 
 I 
 "Vaes encontrar o mundo, disse-me meu pae, á porta do Atheneu. Coragem para a lucta." 
 Bastante experimentei depois a verdade d'este aviso, que me despia, num gesto, das illusões de criança educada 
exoticamente na estufa de carinho que é o regimen do amor domestico, differente do que se encontra fóra, tão 
differente, que parece o poema dos cuidados maternos um artificio sentimental, com a vantagem única de fazer mais 
sensível a creatura á impressão rude do primeiro ensinamento, tempera brusca da vitalidade na influencia de um novo 
clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hypocrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de 
hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outr'ora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos 
ultrajam. 
 Euphemismo, os felizes tempos, euphemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam a saudade dos dias que 
correram como melhores. Bem considerando, a actualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos 
desejos que veriam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base 
phantastica de esperanças, a actualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela 
manhã, um pouco mais de purpura ao crepúsculo - a paysagem é a mesma de cada lado beirando a estrada da vida. 
 Eu tinha onze annos. 
 
45. No segundo parágrafo existe uma oração subordinada adverbial consecutiva. 
a) Identifique-a pelo verbo. 
b) Qual o sujeito desse verbo? 
 
46. "Bem considerando, a atualidade (...)". 
"Feita a compensação dos desejos que..." 
 
Desdobre as duas orações reduzidas, sem alterar o significado. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 
(Unb) A GAROTA-PROPAGANDA, COITADINHA! 
 
1 Já passava das oito horas da manhã e a garota-propaganda dormia gostosamente sobre o seu colchão 
Vulcaspuma, macio e confortável, que não enruga nem encolhe, facilmente removível e lavável. Foi quando o relógio 
despertador começou a tilintar irritantemente. (Você

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