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GESTÃO ESTRATÉGICA DE ARMAZENAGEM(1)

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Ar
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em
Irineu de Brito Junior
Washington Spejorim
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-1100-1
www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br 
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2012
GESTÃO
ESTRATÉGICA
DE ARMAZENAGE
Irineu de Brito Junior
Washington Spejorim
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IESDE Brasil S.A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
© 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por 
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.
B862 Brito Junior, Irineu de; Spejorim, Washington. / Gestão estratégica de 
Armazenagem. / Irineu de Brito Junior; Washington Spejorim. — Curitiba: 
IESDE Brasil S.A., 2012.
320p.
ISBN: 978-85-387-3305-8
1. Administração de materiais. 2. Distribuição física de bens. 3. Canais de Dis-
tribuição. 4. Armazenamento e Transporte de cargas. 5. Logística empresarial. 
I. Título.
CDD 658.7
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Irineu de Brito Junior
Mestrado em Engenharia de Sistemas Logísti-
cos (POLIUSP). Graduação em Engenharia de 
Produção Mecânica pela Escola de Engenharia 
de São Carlos da Universidade de São Paulo. 
Professor universitário na Faculdade de Tecno-
logia de São José dos Campos (FATEC-SJC) e na 
Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), 
ministrando as seguintes disciplinas de gradu-
ação e pós-graduação: Custos e Tarifas Logís-
ticas, Métodos Quantitativos de Gestão, Pes-
quisa Operacional, Gerência da Armazenagem, 
Gerenciamento de Transportes e Frotas, Gestão 
de Parceiros Logísticos. 
Washington Spejorim
Especialização em Logística pela Université 
Paris Dauphine – França. MBA em Gerência de 
Sistemas Logísticos pela Universidade Federal 
do Paraná. Graduação em Engenharia de Produ-
ção Civil pela Universidade Tecnológica Federal 
do Paraná. Atuou como Engenheiro de plane-
jamento na área de logística industrial da em-
presa Embraer, além de ter obtido experiência 
internacional nas empresas Renault, na França e 
BMW, na Alemanha.
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Introdução e conceitos 
fundamentais de armazenagem e movimentação 
15 | Histórico da armazenagem
16 | As decisões sobre armazenagem
17 | Funções de um armazém
20 | As operações em um armazém
22 | As interfaces com outras funções logísticas
23 | Tipos de armazenagem
25 | Indicadores de desempenho de um armazém
28 | Inventário de materiais
Localização geográfica 
de armazéns e centros de distribuição 
40 | Custos nas decisões de localização
43 | Fatores determinantes nas decisões de localização
46 | Métodos de localização
Dimensionamento e configuração das instalações 
67 | Distinguir o armazém
69 | Projetar ou reformar um armazém
80 | Dimensionamento de armazéns
Capacidade dos depósitos e leiaute do espaço físico 
93 | Leiaute do espaço do armazém
Projeto de docas, localização 
e endereçamento de produtos 
115 | Projeto das docas
127 | Decisões sobre o leiaute do armazém
13
39
67
93
115
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Sistemas de armazenagem 
de materiais e separação de pedidos 
141 | Sistemas de armazenagem
155 | Seleção dos sistemas de armazenagem
157 | Sistemas de separação de pedidos
Escolha, manutenção e substituição 
de equipamentos de movimentação 
174 | Escolha do equipamento de movimentação
182 | Manutenção
184 | Substituição
184 | Comentários finais
Sistemas de gestão da armazenagem 
190 | Sistema de informações logísticas
194 | Gerenciamento da armazenagem
202 | Comentários finais
Softwares de controle de armazéns – WMS 
209 | Funções de um WMS
211 | Gestão de estoques e gestão da armazenagem
211 | Base de dados técnicos
141
173
189
209
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io
213 | Gestão de atividades
214 | Rastreabilidade
215 | Gestão da entrada
217 | Alocação de endereços de armazenagem
218 | Gestão de movimentos internos
219 | Inventários
220 | Preparação de pedidos
222 | Expedição
223 | Comentários finais
Embalagens logísticas: proteção 
do produto na movimentação e armazenagem 
229 | Classificação das embalagens
231 | Objetivos de uma embalagem
235 | Características das embalagens
236 | Projeto de embalagens
239 | Materiais empregados na confecção de embalagens
240 | Unitização
241 | Embalagens na logística
244 | Comentários finais
Custeio do depósito e dos equipamentos 
249 | Conceitos básicos de custos
251 | Métodos de custeio
255 | Custos logísticos
263 | Lei Sarbanes-Oxley – SOX
264 | Comentários finais
229
249
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Proteção, segurança 
e manutenção de armazéns e depósitos 
269 | A segurança no processo de armazenagem
271 | Os riscos associados às atividades logísticas
277 | Identificação de produtos perigosos
281 | Pontos a serem verificados em um projeto logístico
282 | Manutenção de armazéns e depósitos
Gabarito 
Referências 
Anotações 
269
291
311
319
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Introdução G
estão E
stratégica de A
rm
azenagem
Este trabalho aborda os principais assun-
tos relativos à gestão estratégica de armaze-
nagem, o que inclui o estudo da infraestru-
tura necessária para a realização do processo 
de estocagem de produtos, equipamentos de 
movimentação, instalações físicas e sistemas. 
Através do conhecimento dos autores e de re-
ferências bibliográficas consagradas, o conteú-
do deste livro tem por objetivo trazer aos leito-
res aspectos práticos, critérios para tomada de 
decisões, além de outros pontos necessários 
para a concepção e implementação de arma-
zéns, buscando compartilhar experiências vi-
venciadas em grandes indústrias, empresas de 
transporte e de armazenagem.
Dessa maneira, o livro encontra-se dividi-
do em 12 capítulos.
No capítulo 1 são apresentados conceitos 
básicos sobre armazenagem e sua importân-cia no contexto logístico, além de demonstrar 
o valor que a armazenagem proporciona aos 
processos. Esses conceitos são importantes 
para que custos desnecessários não ocorram 
em empresas por não abordarem convenien-
temente o assunto.
Localizar instalações ao longo de uma 
cadeia de suprimentos é um importante 
problema de decisão que dá forma, estrutu-
ra e contornos ao conjunto completo dessa 
cadeia. O estudo de localização é o foco do 
capítulo 2. Localizar significa determinar o 
local onde será a base de operações, onde 
serão prestados os serviços e/ou onde se fará 
a administração do armazém.
O capítulo 3 apresenta aspectos que mos-
tram as razões pelas quais um armazém deve 
ser projetado para facilitar o fluxo lógico 
dos produtos. Depósitos modernos devem 
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G
estão E
stratégica de A
rm
azenagem
permitir o uso eficiente e eficaz de cada metro 
cúbico de espaço e de cada equipamento de ma-
nuseio de materiais. 
No capítulo 4 é abordado o projeto da distri-
buição interna do armazém. Elaborar o leiaute do 
armazém significa distribuir eficientemente no 
espaço físico disponível todas as atividades ope-
racionais. A relevância dessa distribuição está no 
impacto que ela proporciona na produtividade do 
armazém. 
Os conceitos e características construtivas para 
o projeto de docas de carga e descarga de merca-
dorias são abordados no capítulo 5. Nesse capítu-
lo fala-se também sobre o dimensionamento das 
áreas necessárias para a operacionalização e movi-
mentação de materiais nessas docas.
O capítulo 6 apresenta sistemas de armazena-
gem e sistemas de separação de pedidos, caracte-
rísticas físicas e construtivas e critérios para seleção. 
Esses sistemas são extremamente importantes para 
armazéns modernos, pois proporcionam ganhos 
de produtividade, objetivando sempre ocupar o 
máximo do espaço com o mínimo de recursos.
No capítulo 7 é abordado o tema escolha, 
manutenção e substituição de equipamentos 
de movimentação, tendo por objetivo apresen-
tar os equipamentos de movimentação de ma-
teriais usados na função manuseio, critérios de 
escolha e variedades. 
Sistemas de gestão da armazenagem são mos-
trados no capítulo 8, e têm por objetivo explicar 
suas entradas, saídas, operações, relacionamen-
to com outros sistemas da cadeia logística, bem 
como sua importância para o bom funcionamento 
de uma estrutura de armazenagem.
O capítulo 9 apresenta o tema softwares de 
controle de armazéns (WMS), objetivando explicar 
o que é, suas funcionalidades e importância para a 
gestão da cadeia de suprimentos.
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O capítulo 10 fala sobre embalagens lo-
gísticas e sua função de proteção do produ-
to na movimentação e armazenagem. Nele 
explica-se como funcionam as embalagens 
destinadas à proteção dos produtos durante 
os processos de movimentação e armazena-
gem, suas funções e importância para todo 
o processo.
No capítulo 11 é abordado o tema cus-
teio do depósito e dos equipamentos, tendo 
por objetivo apresentar metodologias de 
custeio, bem como os custos relacionados 
aos processos de armazenagem e movimen-
tação de materiais.
Finalmente, o capítulo 12 traz o tema pro-
teção, segurança e manutenção de armazéns 
e depósitos, e apresenta as questões relati-
vas à proteção e manutenção de instalações, 
quais são os pontos a serem observados du-
rante a fase de projeto, além do desenvolvi-
mento das atividades operacionais de uma 
estrutura logística.
G
estão E
stratégica de A
rm
azenagem
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Introdução e conceitos 
fundamentais de armazenagem 
e movimentação
Irineu de Brito Junior
É importante para todo profissional de logística responder à seguinte 
questão:
A armazenagem agrega valor ao produto?
Comumente podem-se ouvir diversas respostas do tipo: “não, a armaze-
nagem não agrega valor ao produto, agrega somente custos”. Para reforçar 
ainda mais esse tipo de resposta, a disciplina Custos classifica os custos de 
armazenagem como sendo custos indiretos, ou seja, não aplicados direta-
mente aos produtos fabricados.
Para se convencer do valor da armazenagem, considere a geladeira de 
sua residência. Sua geladeira pode ser considerada como um armazém. Você 
adquire alimentos em um supermercado, armazena em sua geladeira, faz 
o picking de produtos quando necessita e entrega no local em que vai ser 
processado ou consumido. Então, qual valor sua geladeira agrega? Qual o 
valor de possuir, por exemplo, um litro de leite na hora e no momento em 
que você deseja? Imagine que tenha que ir ao supermercado ou a uma pa-
daria toda vez que desejar tomar um copo de leite. Qual seria o custo de se 
deslocar toda vez que desejar consumir o produto? Percebe-se, dessa forma, 
a importância de possuirmos itens armazenados em nossa geladeira e a re-
dução de custos que isso proporciona (TOMPKINS; SMITH, 2009).
O valor que a armazenagem proporciona consiste no produto certo, no 
local certo, no momento certo. Sem um completo entendimento desse con-
ceito, empresas falham ao considerar a armazenagem como atividade que 
não agrega valor, incorrendo então em custos desnecessários por não abor-
dar convenientemente o assunto.
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tereza cristina
Realce
14
Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
Segundo Lambert, Stock e Ellran (1998), armazenagem é o processo 
empresarial que estoca produtos (matérias-primas, componentes, produ-
tos em processo, produtos finais) entre o ponto de origem e o ponto de 
consumo e fornece informações gerenciais da condição e disposição dos 
itens armazenados.
Na cadeia de suprimentos1 de uma organização observa-se a logís-
tica de suprimentos, que gerencia os materiais entre as fontes de supri-
mentos e a empresa; a logística industrial, que administra as operações 
de abastecimento das atividades produtivas e a logística de distribuição, 
que gerencia as operações entre os pontos de processamento da empre-
sa e seus clientes.
A função armazenagem tem como objetivo promover a disponibi-
lidade de materiais para a indústria e para seus clientes, contribuindo, 
assim, com a funcionalidade da cadeia de suprimentos. Na figura a seguir, 
é exemplificada a atividade de armazenagem dentro de uma cadeia de 
suprimentos.
Cliente
Fornecedores
Transporte
Transporte
Armazenagem
Armazenagem
Transporte
Transporte
Fábrica
Logística de Aquisição
Logística de Distribuição
Logística Industrial
(B
A
LL
O
U
, 2
00
6.
 A
da
pt
ad
o.
)
Figura 1 – Cadeia de suprimentos imediata da empresa. 
1 Fluxo que compreende 
todos os processos logís-
ticos, desde o fornecedor 
à internacionalização de 
insumos e matéria-prima, 
o abastecimento das li-
nhas de produção até a 
distribuição de bens para 
o mercado consumidor, 
envolvendo transportes, 
análises de demanda, 
gestão de estoques e o 
alinhamento de todo esse 
processo com a estratégia 
da empresa, o marketing, 
a gestão de finanças, pes-soas e demais áreas. Dis-
ponível em: <www.fdc.
org.br/pt/cadeia_supri-
mentos/Paginas/apresen-
tacao.aspx>.
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Realce
Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
15
Histórico da armazenagem
A armazenagem evoluiu ao longo dos anos, de uma parte integrante da 
organização que proporcionava custos, para uma parte extremamente im-
portante do sistema logístico, desempenhando um papel fundamental entre 
fornecedor e cliente que objetiva atender níveis de serviço ao cliente (cada 
vez mais exigentes) ao menor custo possível.
Armazenagem é algo recente?
Um exemplo bastante antigo sobre armazenagem é contado na Bíblia, 
no livro de Gênesis, quando em 1700 a.C., José do Egito interpretou alguns 
sonhos do faraó, que previam sete anos de fartura e, posteriormente, um pe-
ríodo também de sete anos de seca e escassez muito grande na região. José 
organizou o armazenamento de todo o trigo excedente durante os sete anos 
de boas colheitas. Ele determinou que um quinto da colheita de cada ano 
deveria ser solicitada dos agricultores e armazenada para o governo. O trigo 
foi então armazenado. No começo do período de seca os armazéns foram 
abertos e as pessoas puderam comprar os grãos. Quando a situação piorou, 
gado, trabalho e terras eram aceitos em troca do trigo. As pessoas de países 
vizinhos podiam comprar trigo também, demonstrando assim os benefícios 
comercial e social da armazenagem.
Na era mercantil, com o desenvolvimento do comércio com o oriente, 
especialmente de especiarias, os armazéns passaram a ser entrepostos co-
merciais e eram locais onde se negociava tudo que pudesse ser comprado 
ou vendido. Eram unidades estáticas, localizadas ao longo de caminhos cujo 
objetivo era colocar produtos ao alcance dos compradores. Não existia o en-
tendimento do papel do armazém no contexto logístico. Questões relacio-
nadas a ciclos e rotação de estoques sequer existiam.
A partir da Revolução Industrial o armazém passa a ser considerado como 
um “reservatório” para produtos de fabricação em massa. Quando a deman-
da por produtos era desconhecida, os fabricantes instalavam armazéns de 
produtos acabados que pudessem atender a qualquer demanda. Por exem-
plo: se você quisesse adquirir um eletrodoméstico de qualquer cor, poderia 
encontrar disponível. Não havia o conceito de custo de capital e just in time. 
A filosofia de marketing era garantir que nenhuma venda pudesse ser perdi-
da devido à falta de produtos.
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16
Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
Segundo Bowersox e Closs (2001), a armazenagem sempre foi um aspecto 
importante do desenvolvimento econômico. Anteriormente à era industrial, 
as residências eram unidades econômicas autossuficientes. Os consumido-
res faziam a estocagem e assumiam os riscos respectivos. A carne era manti-
da em instalações de defumação e os produtos perecíveis eram guardados, 
protegidos, em locais construídos para esse fim. Muitas vezes o produto era 
fabricado na própria residência como, por exemplo, roupas, sabão e café.
Com o aprimoramento dos meios de transporte e a especialização das 
atividades econômicas, a residência deixou de ser autossuficiente e o consu-
midor passou a buscar em varejistas os produtos para abastecer seus lares, 
armazenando em seu lar somente o necessário para seu consumo de curto 
prazo. O estoque deixa as residências e passa para as instalações de varejistas, 
atacadistas e fabricantes, dando início ao conceito de cadeia de suprimentos.
As decisões sobre armazenagem
Cada vez é mais importante para a empresa a redução de seus estoques. 
A tendência é que os clientes aumentem a quantidade de pedidos e esses 
pedidos com quantidades cada vez menores de itens, objetivando possuir 
em estoque somente o necessário.
Segundo Ballou (2006), o planejamento logístico deve buscar respos-
tas sobre o quê, quando e como realizar as operações. Ele acontece em 
três níveis:
estratégico; �
tático; �
operacional. �
O gerenciamento efetivo da armazenagem deve compreender as funções 
da armazenagem conforme o nível de decisão e seu horizonte de tempo.
Decisões estratégicas devem estar de acordo com as diretrizes da organi-
zação, pois são decisões de longo prazo e que afetam todo o desempenho 
operacional da cadeia logística. Como exemplo de decisões estratégicas a 
serem tomadas em um armazém, podemos citar a sua localização, a opera-
ção própria ou terceirizada de um armazém, a decisão sobre a tecnologia a 
ser adotada para o processamento do pedido ou ainda o grau de automação 
do armazém.
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
17
Decisões táticas são, na maioria das vezes, consequências das decisões 
estratégicas definidas. Possuem um horizonte temporal menor e possibili-
tam que a estratégia estabelecida seja refletida na operação efetiva do ar-
mazém. Por exemplo, uma decisão estratégica da empresa define que não 
seriam estabelecidos armazéns para comportar todos os itens de produtos 
sazonais com picos de demanda. Estes seriam armazenados durante o perí-
odo necessário em armazém terceirizado. A decisão tática a ser tomada em 
função dessa decisão estratégica é a seleção e contratação de armazéns para 
o período de pico de demanda.
Decisões operacionais em armazenagem são decisões sobre a atividade 
rotineira desempenhada pelo armazém. São decisões de curto prazo, ocor-
rem no dia a dia e possuem um histórico de dados preciso. No exemplo da 
armazenagem terceirizada de produtos com sazonalidade, podemos de-
finir como decisão operacional, a definição do armazém que irá atender 
a determinado pedido ou sequência da reposição dos estoques em cada 
armazém estabelecido.
Funções de um armazém
Qual a diferença entre estocagem e armazenagem?
Segundo o Novo Dicionário Aurélio (2009), as definições de armazenar e 
estocar são as seguintes:
Armazenar – depositar provisoriamente mercadorias em armazém, �
em entreposto. / Pôr em depósito, conservar. / Fig. Acumular: arma-
zenar energias.
Estocar – pôr no estoque; formar estoques de mercadorias: estocar gê- �
neros alimentícios.
A função armazenar é relativa à guarda e preservação do material e a 
função estocar é relativa à disponibilidade do material.
Por exemplo: um determinado material possui uma não conformidade 
e foi direcionado para uma área de segregação, não estando disponível 
para consumo ou comercialização. Esse material encontra-se armazenado 
nesse local segregado, porém não se encontra estocado, pois não está dis-
ponível para uso.
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18
Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
Segundo Ackerman (1997), o armazenamento na atividade comercial é 
relativo à sua função no ciclo de negócio. Pode-se consideraras seguintes 
funções da armazenagem:
estocagem de materiais; �
combinações de produto; �
consolidação; �
distribuição; �
satisfação do cliente. �
Estocagem de materiais
Estocagem de materiais é o uso do armazém como um reservatório para 
segurar o excesso de matéria-prima ou de produção. Tais reservatórios de 
excesso são necessários em duas situações: uma quando a produção é sazo-
nal e a demanda sazonal e outra quando a produção é sazonal e a demanda 
regular. Por exemplo, o fabricante de extrato do tomate estabelece um esto-
que no tempo de colheita, enquanto a demanda do cliente para o produto é 
razoavelmente regular durante o ano. Para um fabricante de brinquedos, a 
demanda mais elevada ocorre em períodos do ano (dia das crianças, Natal), 
mas a fabricação é aproximadamente regular ao longo do ano. Então, esse 
fabricante necessita da estocagem para equilibrar produção e demanda.
Combinações de produto
Um fabricante que tenha diversas fábricas e produza em locais diferentes 
seus produtos, tem a oportunidade de usar um armazém para combinar seus 
produtos conforme a necessidade dos clientes. Por exemplo, um fabricante 
de cestas básicas tem fábricas em diversas localidades, onde cada fábrica 
produz uma linha de produtos distinta e outros produtos que são adquiridos 
de fornecedores. Em um armazém, ele monta suas cestas básicas conforme a 
solicitação dos clientes, a partir dos produtos ali estocados.
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
19
Figura 2 – Combinação de produtos em armazém.
Fábrica A
Fábrica B
Fábrica C
Armazém
Produto D
A B C D
A B C
A B (B
O
W
ER
SO
X;
 C
LO
SS
, 2
00
1.
 
Ad
ap
ta
do
.)
Consolidação
A consolidação é o uso do armazenamento para recolher produtos e en-
viá-los ao destino final. Os custos desse armazenamento são justificados por 
economias nos custos de transporte obtidos através do volume de cargas. Por 
exemplo: empresas que estão localizadas no interior possuem locais de en-
trega para suas matérias-primas em grandes centros, e a partir desses locais o 
transporte é realizado em veículos maiores até a unidade fabril.
Figura 3 – Armazém de consolidação.
Fábrica A
Fábrica B
Fábrica C
Armazém de
consolidação A B C
(B
O
W
ER
SO
X;
 C
LO
SS
, 2
00
1.
 
Ad
ap
ta
do
.)
Distribuição
A distribuição é o reverso da consolidação. Como a consolidação, é justi-
ficada primeiramente pelas economias do frete conseguidas em expedições 
de volume mais elevado. A distribuição envolve o posicionamento dos pro-
dutos acabados pelo fabricante próximo ao mercado consumidor, fracionan-
do as entregas somente em curtas distâncias.
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20
Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
 Figura 4 – Armazém de distribuição.
(B
O
W
ER
SO
X;
 C
LO
SS
, 2
00
1.
 
Ad
ap
ta
do
.)
Cliente A
Cliente B
Cliente C
Armazém de
distribuição
Fábrica
Satisfação do cliente
A melhoria na satisfação do cliente pode ser a força motriz para estabe-
lecer um armazém. Todas as cinco funções de armazenamento considera-
das relacionam-se à produção, ao mercado e aos custos do transporte. Um 
armazém de distribuição, por exemplo, proporciona redução nos custos de 
frete, porém a proximidade e a agilidade em atender aos pedidos dos clien-
tes são fatores decisivos para sua implantação. Por vezes, um armazém é jus-
tificado somente por exigência do cliente, que durante o processo de con-
corrência para a aquisição de um produto determina que o fabricante deve 
estabelecer um armazém nas instalações do cliente. Nesse caso, não existe 
opção, ou é instalado um armazém na unidade do cliente, ou não participa 
da concorrência.
As operações em um armazém
Segundo Bowersox e Closs (2001), um armazém típico possui matérias- 
-primas, peças e produtos acabados. As operações de um armazém consis-
tem em recebimento, armazenagem, separação de pedidos e expedição, 
além de, em alguns casos, pequenas montagens. O conceito de fluxo contí-
nuo de materiais deve ser coordenado para garantir o eficiente manuseio e 
armazenagem de materiais.
O conceito de fluxo contínuo pode ser resumido na fluidez do material, 
isto é, o material deve fluir através das operações em um armazém. Fluir tem 
o significado de correr, circular, ou seja, o fluxo do material não deve possuir 
interrupções ou barreiras, nem ocorrer em etapas de pequenos movimentos. 
O material não pode ser manuseado em demasia sob risco de danos e a ava-
rias. O leiaute é fundamental para essa característica.
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
21
O manuseio de materiais
Economias de escala justificam o movimento de grandes quantidades 
ao invés de pequenas quantidades. Procedimentos de manuseio devem ser 
estabelecidos para movimentar materiais em paletes, contêineres ou outro 
meio de unitização. As atividades de manuseio de materiais são: recebimen-
to, armazenamento e expedição.
Recebimento de materiais
Geralmente as mercadorias chegam aos armazéns em grandes quanti-
dades ou embarques. O primeiro manuseio é a descarga de materiais, que 
é realizada utilizando processo manual e empilhadeira. Quando, no rece-
bimento, o material estiver no assoalho do veículo de transporte, o proce-
dimento típico é colocar manualmente produtos em paletes e utilizar um 
transporte. Quando o produto já estiver em paletes, empilhadeiras podem 
ser usadas para facilitar o recebimento. Um benefício de receber cargas 
paletizadas é a possibilidade de utilizar mais rapidamente o equipamento 
de movimentação.
Manipulação no armazém
Consiste em movimentos dentro do armazém. Normalmente existem três 
movimentos de manipulação em um armazém:
após o recebimento até a posição de armazenagem; �
retirada de uma posição de armazenagem durante a separação do pedido; �
expedição. �
Expedição
Consiste na verificação do pedido e embarque. A utilização de embala-
gens de unitização também proporciona ganhos no carregamento do veícu-
lo, bem como na descarga no destino.
Armazenagem de materiais
É a essência de um armazém, a sua atividade principal. As característi-
cas a serem observadas para um plano de armazenagem são giro, peso e 
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
requisitos de armazenagem. O giro do produto e a velocidade são fatores 
que direcionam o leiaute de um armazém. Produtos de alto giro devem estar 
posicionados no armazém de modo que a movimentação seja a mínima 
possível como, por exemplo, próximo às docas, nos corredores principais e 
nos níveis mais baixos das estantes de armazenagem. Outros aspectos como 
peso e características de armazenagem devem ser levados em consideração. 
Itens pesados devem ser designados a posições próximas ao piso para mini-
mizar movimentos de elevação. Itens de baixa densidade (grande volume e 
pequeno peso) que ocupam muito espaço devem ficar próximos às paredes. 
Itens pequenos devem ser armazenados em estantes, bins plásticos ou ga-
vetas. Produtos com característicasdiferenciadas, tais como refrigerados ou 
com necessidade de controle de temperatura e umidade, ou ainda, produtos 
perigosos devem ficar em áreas preparadas adequadamente para esse fim. O 
plano de armazenagem deve considerar as características de cada produto.
As interfaces com outras funções logísticas
Em logística, as funções não podem ser consideradas isoladamente, pois 
estão interligadas. Qualquer movimento em um dos componentes tem efeito 
sobre os outros componentes do sistema. A tentativa de otimização de cada 
um dos componentes, isoladamente, pode não levar à otimização de todo 
o sistema, e sim à subotimização. A função armazenagem é vital dentro de 
um sistema logístico e está interligada às outras funções desse sistema, das 
quais se destacam:
Transporte
A instalação correta de uma rede de armazéns pode proporcionar econo-
mias de transporte. Lambert, Stock e Ellran (1998) exemplificam que um ar-
mazém próximo a fornecedores pode consolidar o recebimento de produtos 
adquiridos desses fornecedores e enviar a unidade de consumo através de 
transporte de grande volume, reduzindo, assim, o valor unitário de frete.
Compras
A quantidade adquirida de materiais impacta o dimensionamento dos 
armazéns. Para um comprador, quanto maior o lote de aquisição, melhor a 
condição comercial que pode obter, porém, a necessidade de área de arma-
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
23
zenagem pode inviabilizar essa vantagem, podendo, inclusive, transformá-la 
em desvantagem. Os objetivos das áreas de compras e armazenagem em 
uma organização devem ser comuns e a informação sobre a capacidade de 
armazenagem necessita estar disponível ao comprador.
Produção
O objetivo da indústria é, cada vez mais, reduzir o material em processo, 
também conhecido por work in process. Para isso, os lotes de produção são 
cada vez menores e a preparação de máquinas, também conhecida por set 
up, mais frequentes. Isso resulta em aumento da quantidade de solicitações 
de matérias-primas ao almoxarifado e abastecimento de linhas de produção 
e redução de quantidade de materiais em cada solicitação. A movimentação 
interna e o abastecimento de materiais aumentam sua frequência de opera-
ção para atender às solicitações de materiais em lotes menores.
Serviço ao cliente
Um atendimento ao cliente diferenciado, capaz de atender as necessida-
des de entrega 24 horas ao dia pode ser uma vantagem competitiva para a 
empresa. Muitas vezes, o mercado não consegue prever com precisão a de-
manda e a reposição imediata e urgente de produtos pode ser necessária. A 
localização de armazéns e a rede de atendimento para reposição nos pontos 
de consumo, assim como a agilidade no transporte são fatores críticos para 
o pronto atendimento às necessidades dos clientes.
Tipos de armazenagem
Segundo Ackermam (1997), pode-se considerar três tipos de armazéns 
diferenciados pela extensão do controle do usuário. Estes são: o armazém 
próprio, o armazém geral e o armazém contratado ou dedicado. Muitas em-
presas usam uma combinação dos três métodos.
O armazém próprio é operado pelo usuário, em suas instalações, e oferece 
vantagem do controle total. Caso o volume do armazenamento seja grande 
e a quantidade manuseada seja constante ou existam requisitos de segu-
rança ou higiene em que o controle deve ser rigoroso, o armazém próprio 
é normalmente a forma mais econômica de operação. Por exemplo, se um 
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
fabricante está distribuindo os produtos farmacêuticos em que a penalidade 
para um erro de expedição poderia ser vítimas fatais, o controle total sobre 
o armazém é a única alternativa aceitável. As desvantagens dão-se pois, um 
armazém possui custos fixos e requer gerenciamento especializado, que 
muitas vezes não faz parte do negócio da empresa.
O armazém geral é um prestador de serviços de armazenagem que oferta 
seus serviços a diversos usuários. O armazém geral não possui a propriedade 
da mercadoria que é armazenada e geralmente é independente das empre-
sas proprietárias do material. Por possuir diversos clientes, o armazém geral 
pode equilibrar as variações do inventário ou balancear a carga de trabalho 
do pessoal. Um armazém geral é indicado para empresas que não possuem 
pessoal especializado em armazenagem ou empresas que possuem altas osci-
lações de demanda (picos e vales), não sendo viável economicamente possuir 
área para a necessidade de armazenagem no momento do pico de demanda, 
visto que essa área ficaria ociosa em momentos que não exista tal demanda. 
Por exemplo: uma empresa que comercialize artigos natalinos possui um pico 
de demanda ao final do ano, não necessitando de locais para armazenagem 
fora desse período. A desvantagem da operação em armazém geral é o custo 
elevado para empresas que possuem grande volume armazenado ou eleva-
do giro de estoques, visto que a cobrança da armazenagem é realizada em 
função da área ocupada e da movimentação de materiais.
Pode ser considerada também como uma forma de armazenagem tercei-
rizada o armazém alfandegado. Nesse tipo de armazém as empresas arma-
zenam seus produtos importados e recolhem as taxas ou tarifas aduaneiras 
somente quando da retirada do material ou armazenam os materiais desti-
nados à exportação que já cumpriram as formalidades aduaneiras e aguar-
dam embarque ao destino.
O armazém contratado ou armazenamento dedicado é uma combinação 
de armazenagem geral e própria. Nesse caso, um armazém é contratado para 
realizar as operações do cliente em local destinado exclusivamente para esse 
fim, sem o compartilhamento da área com outros usuários do armazém e com 
operadores treinados conforme as necessidades do cliente. Ao contrário do 
armazém geral, cuja contratação é geralmente através de uma negociação de 
curto ou médio prazo, o armazém contratado tem geralmente uma negocia-
ção de longo prazo. Esse contrato pode ser usado também para prestação de 
serviços de logísticos suplementares, tais como o fracionamento do material, 
a formação de kits, embalagem ou ainda pequenas montagens. Possui a van-
tagem de a empresa não necessitar de pessoal especializado em armazena-
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
25
gem e não ter que investir em armazéns ou equipamentos de movimentação. 
Esse tipo de armazém requer uma parceria com a empresa contratada e um 
contrato de longo prazo, com cláusulas que não permitam que o contratante 
possa ficar dependente do armazém contratado e evitar alguma dificuldade 
para que o contratante possa buscar outros prestadores de serviços.
Indicadores de desempenho de um armazém
Segundo a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ, 2008) “a definição de 
indicadores de desempenho para a avaliação da implementação das estra-
tégias propicia elementos para o gerenciamento do seu progresso com base 
em fatos”. Desse entendimento vem a máxima: “aquilo que não pode ser 
medido, não pode ser avaliado” e, consequentemente, não há como decidir 
sobre ações a tomar.
Em um armazém o estabelecimento de indicadores de desempenho ou 
KPIs, do inglês Key Performance Indicator, é parte essencial para seu gerencia-
mento. Estabelecer e implantar um sistema de medição em um armazém não 
é uma tarefa corriqueira. Uma metodologiaeficaz e consistente deverá consi-
derar vários aspectos para a escolha desses indicadores, evitando-se armadi-
lhas que podem comprometer sua eficácia. As principais armadilhas a serem 
evitadas e as formas para evitá-las estão mencionadas na tabela a seguir.
Tabela 1 – Principais Armadilhas a Serem Evitadas no Estabelecimento 
e Implantação dos Indicadores
Armadilha Formas para evitar
“Quanto mais informações melhor” 
(Excesso de dados, muitas informa-
ções, muitos sistemas).
Considerar os poucos vitais e evitar os muitos triviais.
“O que realmente conta é o lucro” 
(Foco exclusivo ou predominante-
mente financeiro).
Considerar que o lucro é um indicador resultante e, por-
tanto, dependente dos indicadores direcionadores, que 
incluem todas as partes interessadas.
“O importante é controlar os pro-
cessos de produção” (Foco nos pro-
cessos internos, sem correlação com as 
necessidades das partes interessadas).
Estabelecer uma “árvore de indicadores” de forma a con-
siderar os processos de agregação de valor.
“Todos os indicadores relevantes 
devem ser utilizados para avaliar o 
desempenho” (nem todos os indica-
dores relevantes possuem adequada 
correlação com o sistema de conse-
quências da organização).
Cada pessoa procura agir com base na forma como seu 
desempenho é avaliado. Verificar se o indicador, embora 
adequado a um processo em particular, não direciona as 
pessoas para um comportamento não alinhado às estra-
tégias da organização. Não desconsiderar a visão sistêmi-
ca, focando exclusivamente no processo.
(F
N
Q
, 2
00
8)
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
Segundo Frazelle e Sojo (2006) os principais indicadores de desempenho 
de um armazém podem ser divididos em:
indicadores financeiros; �
indicadores de produtividade; �
indicadores de qualidade; �
tempos de ciclo. �
É interessante observar que os indicadores podem ser estabelecidos 
através das médias, de limites máximo ou mínimo ou uma combinação de 
ambos. Por exemplo: um indicador de recebimento de materiais foi definido 
como uma média de três horas e que 90% dos recebimentos sejam feitos em 
menos de seis horas. Isso significa que, apesar da média dos recebimentos 
ser menor que três horas, cerca de 10% desses recebimentos ocorreram em 
tempo superior a seis horas, a situação não é a ideal.
Indicadores financeiros
Os indicadores financeiros são elaborados principalmente a partir de 
um programa de custos das atividades do armazém (recebimento, armaze-
nagem, separação do pedido, expedição). Os custos por atividade tornam- 
-se a base para preparação de propostas comerciais e fixação de preços de 
um armazém, ou ainda, avaliar se um armazém próprio está em desvanta-
gem competitiva em relação a um armazém terceirizado. Alguns valores de 
custos são importantes também para o dimensionamento das instalações 
de armazenagem.
Indicadores de produtividade
Produtividade é basicamente definida como a relação entre a produção 
e os insumos utilizados para essa produção. Os principais recursos de um 
armazém são: mão de obra, equipamentos de manuseio e armazenagem, 
espaço e sistemas de informação. Frazelle e Sojo (2006) estabelecem que a 
produtividade pode ser medida através de quantidade ou linhas de pedidos 
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
27
e mão de obra despendida para a operação do armazém. Utilizados individu-
almente, indicadores de produtividade da mão de obra podem ser engano-
sos, pois pode-se alcançar altos índices de ocupação de mão de obra através 
de sistemas de manuseio de materiais e de informação inadequados.
Outros indicadores de produtividade são relacionados à densidade de 
armazenagem, ou seja, entre a capacidade de armazenamento e o volume 
total do armazém. Uma densidade de armazenagem muito alta pode indi-
car condições de saturação, e uma densidade de armazenagem muito baixa 
pode indicar instalações subutilizadas.
Indicadores de qualidade
Quatro indicadores-chave da qualidade de um armazém são utilizados 
(FRAZELLE; SOJO, 2006). Dois para armazenagem:
Acurácia de armazenagem – porcentagem de itens armazenados na �
posição correta.
Acurácia de estoque – percentual de itens sem divergências entre o �
saldo físico e o saldo contábil.
E dois para a separação de pedidos:
Divergências no pedido – percentual de pedidos separados sem erros. �
Divergências na expedição – percentual de pedidos expedidos sem erros. �
Tempos de ciclo
Os tempos de ciclo referem-se aos tempos gastos entre o início e o final de 
uma atividade. Para os tempos de ciclo, dois indicadores são importantes:
ciclo do recebimento do material até a posição de armazenagem; �
ciclo do recebimento do pedido até sua expedição. �
A tabela a seguir resume os indicadores-chave para o desempenho de 
um armazém.
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
Tabela 2 – Indicadores-chave de desempenho de um armazém
Processo Financeiro Produtividade Qualidade Tempo de ciclo
Recebimento Custo de linha ou item recebido
Recebimentos 
por homem / hora
% de recebimento 
processados correta-
mente
Tempo de 
ciclo do 
processo de 
recebimento
Armazenagem
Custo de linha 
ou item 
armazenado
Armazenagens 
por homem / hora
% de itens armaze-
nados na posição 
correta (acurácia de 
armazenagem)
Tempo de 
ciclo do 
processo de 
armazenagemCusto do espaço 
por item armaze-
nado
Itens armazenados 
por m2
% de itens sem diver-
gências de inventário 
(acurácia de estoque)
Separação 
de pedidos
Custo de linha 
ou item separado
Linhas ou itens 
separados por 
homem / hora
% de linhas ou itens 
separados correta-
mente
Tempo de ci-
clo da separa-
ção dos pedi-
dos
Expedição Custo do pedido expedido
Pedidos prepara-
dos por homem 
/ hora
% de pedidos expe-
didos corretamente
Tempo de 
ciclo da ex-
pedição dos 
pedidos
(F
RA
ZE
LL
E;
 S
O
JO
, 2
00
6.
 A
da
pt
ad
o.
)
Inventário de materiais
Inventário é um processo para certificar que o estoque físico corresponde 
ao estoque contábil. É uma ferramenta que proporciona indicadores de de-
sempenho da qualidade de um armazém.
Segundo o IMAM (2002) pode-se dividir o inventário nos seguintes tipos:
Inventário geral � – trata-se de um processo de contagem física de to-
dos os itens armazenados. Normalmente é realizado uma vez por ano, 
no fechamento contábil da empresa a “portas fechadas” (Ex.: lojas em 
fim de ano).
Inventários específicos � – são contagens empregadas para fiscaliza-
ção mais rígida sobre itens específicos, tais como remédios controla-
dos (barbitúricos, alucinógenos etc) ou produtos de alto valor agrega-
dos (joias, por exemplo). Podem ser semanais ou diárias.
Inventário rotativo � – é uma rotina semanal ou diária que distribui a 
contagem de uma parcela dos itens ao longo de um período. É ge-
ralmente utilizado pelas empresas que possuem milhares de itens e é 
mais produtivo e eficaz que o inventário geral.
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Introdução e conceitos fundamentaisde armazenagem e movimentação
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Acurácia dos estoques
Acurácia é o indicador gerencial da proporção das informações corretas.
A acurácia dos estoques é calculada pela relação entre o número de con-
tagens físicas com divergência fora da tolerância e o número de contagens 
físicas efetuadas no período (em %).
 quantidade de informações corretas
Acurácia = . 100
 quantidade de informações verificadas
Divergências e tolerâncias
Divergência: grau de desvio do saldo físico em relação ao saldo contábil.
 quantidade medida – quantidade contábil
Divergência = . 100
 quantidade contábil
Tolerância é o grau de aceitação do erro de divergência, sem que seja 
considerada uma diferença. Por vezes, a capacidade de medição impossibi-
lita que se tenha uma acurácia detalhada. Por exemplo: parafusos normal-
mente são estocados e abastecidos através da pesagem. Caso a balança que 
realiza essa pesagem tenha uma imprecisão de 1%, a tolerância para desvios 
de contagem deve ser, no mínimo, 1%.
Valores de referência para acurácia:
Abaixo de 90% – Inaceitável �
Entre 90% e 98% – Requer melhorias �
Acima de 98% – Ideal �
99,7 % – � Benchmarking
Exemplo:
Em um armazém foi feito um inventário nos materiais. O saldo contábil 
era de 1 000 unidades (100 unidades de cada um dos 10 itens) . Encontrou-se 
os seguintes resultados:
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
Item 1 – 99 unidades, item 2 – 101 unidades, item 3 – 100 unidades, item 
4 – 100 unidades, item 5 – 105 unidades, item 6 – 100 unidades, item 7 – 
99 unidades, item 8 – 101 unidades, item 9 – 99 unidades, item 10 – 100 
unidades.
Admite-se uma tolerância de 1% devido aos desvios de pesagem. Qual a 
acurácia de estoque?
A tabela a seguir resume os resultados encontrados.
Item Contagem física
Estoque 
contábil Divergência Tolerância Aceitácel?
1 99 100 –1% 1,0% sim
2 101 100 1% 1,0% sim
3 100 100 0% 1,0% sim
4 100 100 0% 1,0% sim
5 105 100 5% 1,0% não
6 100 100 0% 1,0% sim
7 99 100 –1% 1,0% sim
8 101 100 1% 1,0% sim
9 99 100 –1% 1,0% sim
10 100 100 0% 1,0% sim
Dos 10 itens inventariados, nove estão dentro dos limites aceitáveis e um 
não está, portanto a acurácia é 90%.
Inventário rotativo
No inventário rotativo as contagens estão distribuídas ao longo de um 
período estabelecido, geralmente 1 ano. Os materiais são classificados (po-
de-se utilizar classificação ABC2) e a cada tipo de material é estabelecida 
uma frequência.
Tabela 3 – Comparativo Inventário Geral X Rotativo
(IM
A
M
, 2
00
2)Geral Rotativo
� Esforço concentrado (pico de custo)
� Paralisação de atividades
� Causas não identificadas
� Pessoal não especializado
� Acurácia não melhora
� Sem grandes esforços (custo linear)
� Baixo impacto na operação
� Causas identificadas rapidamente
� Equipe se especializa
� Aprimoramento da acurácia
� Ações preventivas
2 A classificação ABC con-
siste da separação dos itens 
de estoque em grupos de 
acordo com o valor mone-
tário, consumo e giro.
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
31
Exemplo:
Itens classe “A” três vezes por ano �
Itens classe “B” duas vezes por ano �
Itens classe “C” uma vez por ano �
Itens classe “D” uma vez a cada dois anos �
Ciclo
Na tabela a seguir é exemplificada a distribuição num período de 2 anos, 
os ciclos de contagem de todos os materiais conforme sua classe.
Ano 1 Ano 2
Iri
ne
u 
de
 B
rit
o 
Ju
ni
or
.
A
B
C
D
Dimensionamento do inventário rotativo
Definições
definir, em semanas, o período do inventário; �
estimar a produtividade das contagens (contagens/dia/homem) �
(sugestão: 40 a 60 contagens/dia/homem);
determinar a quantidade de itens A, B, C, D; �
determinar quantas contagens serão feitas dos itens A, B, C, D �
por período;
definir a quantidade de dias úteis por semana. �
Metodologia de cálculo
definir o total de contagens por classe no período (∑ quantidade de �
itens . quantidade de contagens)
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32
Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
determinar a quantidade semanal a ser contada (total de contagens �
/ semanas)
determinar a quantidade de pessoas necessárias para o inventário �
(total de contagens / (contagens/dia . dias úteis))
Exemplo:
Uma empresa possui em seu armazém
5 000 itens classe A �
10 000 itens classe B �
59 000 itens classe C �
20 000 itens classe D �
Foi estabelecido que:
Os itens A serão contados três vezes ao ano �
Os itens B, duas vezes ao ano, �
Os itens C, uma vez ao ano, �
Os itens D, 0,5 vezes ao ano (uma vez a cada dois anos). �
Cada trabalhador do inventário é capaz de realizar 50 contagens ao 
dia e trabalha 5 dias por semana no inventário. Considerando um ano de 
52 semanas, qual o tamanho da equipe necessária para realizar o inven-
tário rotativo?
Solução:
Os materiais classe A são contados três vezes ao ano, portanto são 
necessárias
5 000 . 3 = 15 000 contagens anuais para esses itens.
Os materiais classe B são contados duas vezes ao ano, portanto são 
necessárias
10 000 . 2 = 20 000 contagens anuais para esses itens.
Os materiais classe C são contados uma vez ao ano, portanto são 
necessárias
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
33
59 000 . 1 = 59 000 contagens anuais para esses itens.
Os materiais classe D são contados 0,5 vezes ao ano, portanto são 
necessárias
20 000 . 0,5 = 10 000 contagens anuais para esses itens.
O total de contagens anuais será de: 15 000 + 20 000 + 59 000 + 10 000 = 
104 000.
Sabendo-se que um ano possui 52 semanas, então são 104 00052 = 2 000 
contagens semanais.
A empresa trabalha 5 dias por semana, logo são 2 0005 = 400 contagens 
por dia.
Se cada trabalhador de inventário é capaz de realizar 50 contagens ao dia, 
é necessário então 40050 = 8 pessoas na equipe.
Ampliando seus conhecimentos
Cross docking
(OLIVEIRA; PIZZOLATO, 2002)
O cross docking é um sistema de distribuição no qual a mercadoria recebi-
da num armazém ou centro de distribuição não é estocada, mas sim imedia-
tamente preparada para o carregamento e para a distribuição ou expedição, 
a fim de ser entregue ao cliente ou consumidor. Os produtos são transferidos 
do ponto de recebimento diretamente para o ponto de expedição e entrega, 
com tempo de estoque limitado ou se possível nulo, permitindo que os res-
ponsáveis pelos centros de distribuição se concentrem no fluxo de produtos 
ou mercadorias e não na armazenagem das mesmas.
As instalações que operam o cross docking recebem carretas completas de 
diversos fornecedores e realizam, dentro das instalações, o processo de se-
paração dos pedidos através da movimentação e combinação das cargas, da 
área de recebimento para a área de expedição. Os veículos de entrega partem 
com a carga completa formada por diversos fornecedores, conforme as solici-
tações dos clientes. Vide figura a seguir.
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34
Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
(O
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A
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00
2.
 
Ad
ap
ta
do
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Centro de 
Distribuição
Fabricante
A
Varejo
1
Fabricante
B
Varejo
2
Fabricante
C
Varejo
3
A
C
B A/B/C
A/B
/C
A/B/C
Figura 1 – Esquema de operação do cross docking.
A aplicação desse sistema busca reduzir ou eliminar, se possível, duas das 
atividades mais caras realizadas em um armazém. Segundo Schaffer (1998), 
estas seriam a estocagem e o picking. Assim, ao buscar redução de custos atra-
vés da redução do manuseio de materiais, e redução do nível de estoques, o 
cross docking trabalha com pedidos de ordens dos clientes em menores quan-
tidades, entregues em ritmo mais frequente, mantendo o nível de serviço ao 
cliente. Essa técnica proporciona diversas vantagens tanto para o fornecedor 
quanto para o cliente. Dentre as diversas vantagens identificadas, destacam-se, 
segundo EAN International:
Redução de custos – todos os custos associados com o excesso de es- �
toque e com distribuição são reduzidos, já que o transporte é feito de 
forma mais frequente.
Redução da área física necessária no CD – com a redução ou eliminação �
do estoque, a área necessária no centro de distribuição é reduzida.
Redução da falta de estoque nas lojas dos varejistas – devido ao ressu- �
primento contínuo, em quantidades menores e mais frequentes.
Redução do número de estoques em toda a cadeia de suprimentos – o �
produto passa a fluir pela cadeia de suprimentos, não sendo estocado.
Redução da complexidade das entregas nas lojas – é realizada uma úni- �
ca entrega formada com toda a variedade de produtos dos seus diver-
sos fornecedores, em um único caminhão.
Aumento do � turn-over no CD – a rotatividade dentro do centro de dis-
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Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
35
tribuição aumenta, já que o sistema opera com entregas em menores 
quantidades e com maior frequência.
Aumento da � shelf-life do produto.
Aumento da disponibilidade do produto – devido ao ressuprimento �
contínuo ao varejo.
Suaviza o fluxo de bens – torna-se constante devido às encomendas �
frequentes.
Redução do nível de estoque – mercadoria não para em estoque. �
Torna acessível os dados sobre o produto – devido ao uso de tecno- �
logias de informação que proporcionam a intercomunicação entre os 
elos da cadeia como, por exemplo, o EDI, que unifica a base de dados.
Sendo o cross docking um sistema complexo, para se obter sucesso com o 
seu uso, fabricantes, distribuidores e varejistas devem trabalhar em constante 
e sincronizada integração do fluxo de materiais com o fluxo de informação. 
Além disso, o uso de um programa de implementação passo a passo também 
deve ser seguido, já que essa tarefa não é simples.
Além disso, pelo fato do cross docking operar em tempo real, ou seja, tendo 
o material chegado ao armazém ou centro de distribuição, ele deve se mover 
rapidamente através da instalação, por isso o acesso à informação deve ser 
o mais rápido possível, com maior exatidão e sem interrupções. Segundo o 
artigo da revista Modern Materials Handling (1998), o fluxo de informações é 
utilizado como um substituto do estoque.
Assim, existem algumas questões-chave que devem ser levadas em 
consideração para o melhor aproveitamento desse sistema de distribui-
ção como o uso de sistemas de informação adequados, equipamentos e 
mão de obra treinados, seleção dos produtos capazes de suportar o siste-
ma, criação de uma parceria entre os elos da cadeia de suprimentos, entre 
outros fatores que foram apresentados neste artigo, com o intuito de me-
lhorar o sistema de distribuição, tornando-o mais eficiente e atingindo as 
reduções de custo esperadas.
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36
Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem e movimentação
Atividades de aplicação
1. Quais são os níveis de decisão no planejamento logístico e qual a hie-
rarquia tomadora de decisão e o horizonte de tempo?
2. Como podem ser divididas as atividades de manuseio de materiais 
dentro de um armazém? Comente resumidamente cada uma delas.
3. Quais são as funções logísticas que possuem interface com a armaze-
nagem?
4. Qual a principal diferença entre armazenagem própria e armazena-
gem contratada?
5. Como são divididos os principais indicadores de desempenho de um 
armazém? Cite exemplos de cada um deles.
6. Quais são as principais vantagens do inventário rotativo?
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Localização geográfica 
de armazéns e centros 
de distribuição
Irineu de Brito Junior
Localizar significa determinar o local onde será a base de operações, onde 
serão prestados os serviços e/ou onde se fará a administração do armazém 
(MOREIRA, 2009). Segundo Ballou (2006), localizar instalações ao longo de 
uma cadeia de suprimentos é um importante problema de decisão que dá 
forma, estrutura e contornos ao conjunto completo dessa cadeia. Essa for-
mulação define as alternativas, juntamente com os custos e níveis de inves-
timentos a elas associados, usadas para operar o sistema.
Decisões sobre localização envolvem a determinação do número, local 
e proporções das instalações a serem utilizadas. Essas instalações incluem 
pontos nodais da rede como fábricas, portos, vendedores, armazéns, pontos 
de varejo e pontos centrais de serviços na rede da cadeia de suprimentos 
em que os produtos param temporariamente a caminho dos consumidores 
finais. As decisões sobre localização são estratégicas e fazem parte integral 
do processo de planejamento. Em matéria de localização, nada pode ser 
negligenciado. Às vezes, detalhes aparentemente pequenos, quando não 
levados em conta, podem trazer desvantagens sérias. Aspectos negativos 
da localização devem provavelmente receber tanta atenção quanto os as-
pectos positivos. Cada empresa tem suas particularidades, fazendo com 
que o problema de localização seja específico a cada situação. Algumas 
empresas considerarão mais importante estarem próximas aos clientes, 
outras serão atraídas pela proximidade das matérias-primas e/ou dos com-
ponentes. Outras, ainda, se dirigirão para locais onde a mão de obra seja 
abundante e/ou bem treinada.
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tereza cristina
Realce
tereza cristina
Realce
tereza cristina
Realce
tereza cristina
Realce
40
Localização geográfica de armazéns e centros de distribuição
A figura a seguir resume o posicionamento de um ou mais armazéns em 
uma cadeia de distribuição.
(B
A
LL
O
U
, 2
00
6.
 A
da
pt
ad
o.
)
Fábricas Armazéns Clientes
Figura 1 – Localização de armazéns na cadeia de distribuição.À primeira vista, as decisões de localização parecem aplicar-se prioritaria-
mente a novos empreendimentos. Entretanto, sem negar a importância desses 
casos, empresas já existentes e operando também enfrentam problemas de 
localização. Isso acontece, por exemplo, quando os insumos básicos à opera-
ção da empresa se esgotam, tornam-se insuficientes ou muito caros. Às vezes, 
o crescimento da demanda não pode ser satisfeito com a mera expansão da 
capacidade da localização existente, tornando necessária a busca de um novo 
local de operações. Em outros momentos, por estratégias de mercado, a em-
presa pode se ver obrigada a selecionar locais para adicionar novas instalações 
(lojas ou depósitos, por exemplo). De qualquer forma, tanto para empresas 
novas como para as já existentes, as decisões sobre localização levam a um 
compromisso de longo prazo, que exigem grandes esforços de projeto e im-
plantação, que devem durar vários anos. É desneces sário dizer que o impacto 
sobre os custos e as receitas é bastante significativo.
Custos nas decisões de localização
Segundo Bowersox (2001) os custos de armazenagem podem ser dividi-
dos em três componentes principais:
Custos de manuseio � – composto de mão de obra e equipamentos 
proporcionalmente ao fluxo anual de produtos através do armazém.
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Localização geográfica de armazéns e centros de distribuição
41
Custos fixos � – capturam todos os componentes de custo que não são 
proporcionais ao fluxo de produtos através do armazém. Os custos fi-
xos variam na forma de escada proporcional ao tamanho dos arma-
zéns ou a abertura deles.
Custos de manutenção de estoques � – trata-se dos custos de oportu-
nidade de manter estoques, sendo proporcionais aos níveis de esto-
que em cada armazém.
O principal objetivo na localização de instalações em uma rede logística é 
a identificação da configuração de armazéns/fábricas que resulte no menor 
custo total relevante para a cadeia de suprimentos, sujeito às restrições de 
serviço ou qualquer outro fator considerado importante.
O gráfico mostrando os trade-offs1 de custos logísticos mostra que os 
custos com o transporte diminuem de acordo com o número de armazéns 
presentes no sistema de distribuição. À medida que mais armazéns são colo-
cados no sistema, eles estão mais próximos dos clientes. Assim, os custos de 
materiais que chegam ao armazém aumentam devido ao aumento da dis-
tância da origem até o armazém, mas os custos dos materiais expedidos se 
reduzem de maneira muito mais significativa que o aumento dos materiais 
que chegam. A curva do custo do transporte continua a diminuir até que o 
número de armazéns usados na rede seja tal que deixe de ser viável o envio 
de cargas fechadas para todos os armazéns.
0
0
Número de armazéns
Cu
st
o
Transporte de matéria-
-prima e produto acabado
Produção/compra e 
processamento de pedidos
Manutenção de estoques e
armazenagem
Fixo do armazém
Custo total
Figura 2 – Trade-offs de custos genéricos no problema da localização
de uma instalação de armazenagem.
(B
A
LL
O
U
, 
20
06
. A
da
pt
ad
o.
)
1 Trocas compensatórias.
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42
Localização geográfica de armazéns e centros de distribuição
A curva do custo de manutenção de estoques e de armazenagem apre-
senta um crescimento menor à medida que aumenta o número de armazéns 
na rede. Trata-se de um resultado primário da política de estoque da empre-
sa e também da maneira pela qual essa política é posta em prática.
Segundo Ballou (2006):
O giro e o nível de estoque estão diretamente relacionados ao número e à quantidade 
de armazéns numa rede logística. A alocação dos estoques por diversos armazéns pode 
oferecer o potencial para disponibilizar elevados níveis de serviço. Para os clientes, isso 
também pode significar ressuprimentos mais frequentes de menores quantidades, 
implicando em menores níveis de estoque para esses clientes. Por outro lado, um maior 
número de armazéns no sistema logístico acarreta impactos substanciais no estoque em 
trânsito e no estoque de segurança. Quanto maior o número de armazéns, menores são 
os níveis de estoque em trânsito, por que o tempo total de produtos em trânsito para 
atender o cliente é reduzido.
O mesmo não se aplica aos estoques de segurança, com maior número 
de armazéns, aumenta-se o total de estoque de segurança na rede logísti-
ca. A regra da raiz quadrada para o aumento de estoque permite à empresa 
estimar essa quantidade.
Exemplo:
Suponha que uma empresa possui um único armazém e o valor de seu 
estoque de segurança para determinado material seja de $1.000,00. Caso a 
empresa aumente para 2 ou 3 depósitos, quais seriam os novos valores desse 
estoque de segurança?
Para 2 armazéns: 1 000 . 2 = $1.414,2
Para 3 armazéns: 1 000 . 3 = $1.732,1
Outros componentes de custos que influenciam a curva são os custos 
fixos e o custo de processamento de pedidos. Os custos fixos para abertura 
de um armazém são originados da infraestrutura mínima para a operação 
do depósito como, por exemplo, atividades administrativas, segurança pa-
trimonial, manutenção predial. Os custos de processamento de pedidos são 
pouco influenciados pelo aumento ou redução da quantidade de armazéns 
em função de sistemas informatizados que distribuem esses pedidos inde-
pendentemente da localidade.
Melachrinoudis e Hokey (2007) observam que uma rede de armazéns 
corretamente estabelecida pode gerar uma economia de 5 a 10% de custos 
totais da logística. Todas as empresas buscam melhorar o giro de inventário 
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tereza cristina
Realce
Localização geográfica de armazéns e centros de distribuição
43
através da adoção de práticas de gestão mais eficazes como cross docking2, 
métodos de previsão de demanda, métodos mais eficazes de gestão de in-
formação do tipo radiofrequência e de autoidentificação (Radio-Frequency 
Identification – RFID).
Fatores determinantes 
nas decisões de localização
Segundo Moreira (2009), existe uma lista muito grande de fatores que 
podem, de alguma forma, influenciar nas decisões sobre localização. Nem 
todos possuem a mesma importância em quaisquer circunstâncias, pois a 
localização é um problema específico para cada empresa. Por exemplo, de-
pósitos de matérias-primas de atividades industriais são, de modo geral, for-
temente orientadas por local onde estão os recursos: matérias-primas, água, 
energia e mão de obra. Prestação de serviços de armazenagem, sejam públi-
cas ou particulares, irão orientar-se mais para fatores como proximidade dos 
clientes, acessibilidade, tráfego e localização dos concorrentes.
Vejamos alguns dos principais fatores separadamente.
Localização das matérias-primas
Um primeiro motivo para que as firmas procurem se localizar junto às 
fontes de matéria-prima é a condição da mesma. Se a matéria-prima, uma 
vez obtida, não puder ser transportada por distâncias razoáveis, ou se as 
condições são muitos onerosas para o transporte, isso tenderá a atrair a em-
presa para perto do depósito ou fonte dessas matérias-primas. Por exem-
plo: o cimento possui como principal matéria-prima o calcário, um mineral 
utilizado em grande quantidade e de baixo valor agregado (em relação ao 
produto dele derivado). O transporte de todo calcário lavrado até a proxi-
midade dos mercados consumidores é inviáveleconomicamente, então o 
depósito dessa matéria-prima, bem como a fábrica, se localizam próximas 
às fontes do minério. Um outro exemplo são algumas fábricas de alimen-
tos processados onde a diferença entre o volume de matéria-prima e de 
produto acabado é muito grande como óleo de soja, onde é muito mais 
vantajoso transportar o óleo de soja até os mercados consumidores, que a 
soja in natura.
2 Método de movimenta-
ção no qual a mercadoria 
recebida é redirecionada 
sem armazenagem prévia.
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44
Localização geográfica de armazéns e centros de distribuição
Há casos em que a empresa possui inúmeros fornecedores. É impossível 
à empresa localizar-se perto de todos eles ou dos mais importantes. Nessas 
circunstâncias, uma solução possível seria buscar a otimização do custo total 
de transporte de matérias-primas e de produtos acabados, por meios de téc-
nicas que serão apresentadas ainda neste capítulo.
Mão de obra
Uma empresa deve verificar se os locais pré-selecionados para a localiza-
ção possuem oferta de mão de obra em quantidade e qualidade suficientes. 
Algumas não desejam altos custos de treinamento de pessoal, embora para 
outras isso seja relativamente comum, dadas as atividades muito específicas 
que realizam. A força dos sindicatos pode operar contra uma determinada 
localização, pois em algumas regiões, onde (por quaisquer motivos históri-
cos) os sindicatos locais influenciam fortemente os trabalhadores, dando-lhes 
uma consciência de classe e, principalmente, poder significativo junto aos 
empregadores. Muitas empresas realizam análise bastante criteriosa antes 
de se localizarem nesses locais, temendo problemas futuros. Atitudes da mão 
de obra que dependem da cultura da região, tais como absenteísmo eleva-
do e rotação de pessoal, também têm influência, pois as empresas podem 
não estar dispostas a investir na educação para o trabalho, principalmente 
se contam com outras opções igualmente satisfatórias onde o problema não 
se manifesta.
Quando se está mudando um local ou instalando uma nova unidade, surge 
a questão da transferência de empregados. Além do custo que isso represen-
ta, em termos de pagamento extra pela legislação vigente no Brasil, muitos 
funcionários valorizam o local onde moram e o estilo de vida que levam e, 
portanto, não desejarão se transferir. Sempre é temida, também, a mudança 
para uma localidade onde o custo de vida é maior. É claro que, no final, o pro-
blema depende, em grande parte, de onde se está e para onde se vai.
Outro fator a ser considerado é a relativa dominação que a empresa exer-
cerá sobre a comunidade. Quanto maior essa dominação, ou seja, quanto 
mais a cidade depender da empresa em questão, mais dificuldades serão cria-
das para a redução da produção e demissão de empregados, se necessário, 
gerando problemas sociais que qualquer companhia gostaria de evitar. Esse 
tipo de problema é comum principalmente em empresas que produzem 
produtos de origem mineral, pois muitas vezes toda uma comunidade é ins-
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Localização geográfica de armazéns e centros de distribuição
45
talada em função da criação da empresa. Caso a empresa resolva encerrar 
suas atividades por motivos econômicos ou pelo fim das atividades de mine-
ração, toda a comunidade é prejudicada.
Localização dos mercados consumidores
No caso de atividades industriais é muito difícil estar ao mesmo tempo 
próximo dos mercados fornecedores e dos mercados consumidores. Os 
custos de transporte de matérias-primas em relação aos produtos acabados 
e à estratégia competitiva estarão entre os fatores decisórios.
Hospitais, postos de correio, delegacias e agências para atendimento de 
cidadãos, por exemplo, se localizarão onde esses serviços não existam ou 
sejam insuficientes para atender uma dada população. Também as ativida-
des privadas de serviços se localizam perto dos mercados que servem, tanto 
quanto possível, onde existam facilidades de acesso e estacionamento. No 
caso de armazéns que atendam a atividades industriais devem atender às 
estratégias de armazenagem de matéria-prima e de distribuição. Por exem-
plo: uma indústria de óleo de soja possui fábricas no interior do país, porém 
o armazém de distribuição pode ser localizado próximo aos mercados con-
sumidores, para pronto atendimento aos pedidos.
As atitudes da comunidade e o local definitivo
Após a escolha das alternativas possíveis para a localização, a busca será 
então pelo local definitivo. Nesse momento, além dos fatores apresentados 
anteriormente, será relevante também considerar as atitudes da comunidade 
quanto à instalação de novas empresas. Existem comunidades que procuram 
atrair empresas, inclusive oferecendo incentivos, tais como cessão de terreno, 
isenção de impostos por certo tempo, construção imediata da infraestrutu-
ra e assim por diante. A presença das empresas é vista como desejável, pela 
geração de empregos, pelos impostos que serão arrecadados e pelos efeitos 
em cadeia no sentido do desenvolvimento econômico da comunidade. De 
outro lado, existem comunidades que colocam restrições à entrada de novas 
empresas, principalmente se estiverem associadas a riscos ambientais.
Do ponto de vista da empresa que vai se instalar, é importante que a 
comunidade tenha o melhor grau de instrução possível, facilidades educa-
cionais, serviços médicos, de transporte e de recreação, comércio, igrejas, 
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46
Localização geográfica de armazéns e centros de distribuição
segurança policial, bombeiros, serviço de saneamento básico, moradias, dis-
ponibilidade de terrenos, rodovias de acesso etc.
Deve-se considerar, ainda, que áreas de armazenagem e residências não 
se dão muito bem. Empresas de logística precisam de facilidades especiais 
como ferrovias e grandes rodovias, criando sempre um tráfego muito inten-
so de caminhões e muito barulho. Precisam, além disso, de redes elétricas 
de alta tensão. Por esses motivos, uma opção a considerar é a de se instala-
rem em parques ou distritos com destinação industrial e comercial distantes 
dos bairros residenciais. Nesses locais, em geral, já existem terrenos pré-pre-
parados, o que leva a menores custos de construção. Do lado negativo, às 
vezes os terrenos dão poucas possibilidades para expansão e podem existir 
problemas com a arquitetura dos prédios, quando os projetos devem seguir 
normalizações locais. Além disso, a própria proximidade de empregados de 
diversas empresas pode espalhar, com facilidade, os movimentos reivindica-
tórios gerados em qualquer instalação do local.
Métodos de localização
Dadas várias localizações alternativas, muitos modelos têm sido desen-
volvidos para auxiliar na escolha final. Alguns desses modelos consideram 
como problema a localização de uma só unidade enquanto outros traba-
lham com diversas unidades ao mesmo tempo. Por outro lado, os modelos 
também variam em relação aos dados que exigem, indo desde os que usam 
apenas informações qualitativas até os que partem para apurações numé-
ricas rigorosas. No entanto, mesmo com dados puramente qualitativos é 
comum usar algum sistema de quantificação e ponderação.
A localização de instalação única, devido à sua simplicidade, pode ser so-
lucionada de maneira mais fácil, com uso de fórmulas matemáticas ou uso 
de programas computacionais, pelo fato de considerar somente os custos 
com transportes.

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