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QUÍMICA A Ciência Central 9ª Edição Profª. Drª Livia Melo Carneiro livia@dequi.eel.usp.br Química Geral II 01/08/2013 Disciplina Química Geral II (LOQ 4073) Programa Resumido: Cinética Química Termodinâmica Equilíbrio Químico Eletroquímica Cronograma do Curso Aula Data Assunto Agosto 1 01/ago Cinética Química 2 08/ago Cinética Química 15/ago não haverá aula 3 22/ago Cinética Química 4 29/ago Termodinâmica Setembro 05/set não haverá aula 5 12/set Termodinâmica 6 19/set Termodinâmica 26/set P1 Outubro 7 03/out Equilíbrio Químico 8 10/out Equilíbrio Químico 9 17/out Equilíbrio Iônico 10 24/out Equilíbrio Iônico 11 31/out Equilíbrio Iônico Novembro 12 07/nov Eletroquímica 14/nov não haverá aula 13 21/nov Eletroquímica 28/nov P2 Dezembro 05/dez Vista de prova 12/dez Prova Recuperação 1) BRADY, J.; HUMISTON, G.E. Química geral. Rio de Janeiro: Ed. Livros Técnicos Científicos, 1981. 2) RUSSEL, J.B. Química geral. São Paulo: MacGrall-Hill Ltda. 3) MAHAN, B. ; MYERS, R.J. Química um curso universitário São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda, 1993. 4) PETRUCCI, R.H. General chemistry principles and modern aplications new York: Macmillan Publishing Company. 1997 5) BROWN, T. L.; LEMAY, H.E.L.; Jr BURSTEN, B.E.; BURDGE, J.R. Química a ciência central. 9.ed. São Paulo: Editora Pearson Prentice Hall, 2005. 6) BROWNN, S.L.; HOLME, T.A. Química geral aplicada à engenharia. São Paulo: Editora Cengage Learning, 2010. 7) BRADY, J.E.; RUSSELL, J.W.; HOLUM, J.R. Química a matéria e duas transformações. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2003. V.2 Bibliografia Método Duas provas escritas: P1 e P2 Critério A média semestral será calculada a partir das notas das duas provas, P1 e P2, segundo a fórmula: M1=(P1 + P2)/2. Alunos com nota final igual ou superior a 5,0 estão aprovados, entre 5,0 e 3,0 estão de recuperação. Média inferior a 3,0 estão reprovados. Recuperação A recuperação consistirá de uma prova envolvendo o assunto do semestre todo, à qual será atribuída nota NR. A média da segunda avaliação será calculada segunda a fórmula: M2=(M1+NR)/2. Alunos com nota M2 igual ou superior a 5,0 estarão aprovados, inferior a 5,0 estarão reprovados. Avaliação “A cinética é o estudo dos fatores que afetam a velocidade de uma reação e o mecanismo através do qual a reação se processa”. Cinética Química Algumas reações que ocorrem a diferentes velocidades... As moléculas do reagente devem colidir com a orientação correta e com energia suficiente para formar os produtos. Uma reação química ocorre quando três fatores acontecem: 1 - O choque de uma espécie química com outras. 2 – Energia mínimo para que a reação possa ocorrer. 3 - A posição do choque favorável. Como ocorre uma reação química??? • Principais fatores que afetam as velocidades das reações químicas: – o estado físico do reagente (superfície de contato), – as concentrações dos reagentes, – a temperatura na qual a reação ocorre, – a pressão e, – a presença de um catalisador. Cinética Química • Principais fatores que afetam as velocidades das reações químicas: – o estado físico do reagente (superfície de contato): O choque entre as moléculas aumenta à medida em que as moléculas estão mais afastadas • Principais fatores que afetam as velocidades das reações químicas: – o estado físico do reagente (superfície de contato): Exemplo: Para investigar a superfície de contato, vamos considerar a seguinte reação: CaCO3(s) + H2SO4(aq) CaSO4(s) + H2O(l) + CO2(g) e medir o tempo necessário para obter o mesmo volume de CO2 usando massas iguais de CaCO3(s) e volumes iguais de solução aquosa de H2SO4, com auxílio da seguinte aparelhagem: O tempo necessário para produzir 20 cm3 de CO2 em cada experimento é: Experimento I: 50s; Experimento II: 20s; Experimento III: 8s Nesses experimentos o único fator que sofreu alteração foi a superfície de contato do CaCO3(s) • Principais fatores que afetam as velocidades das reações químicas: – o estado físico do reagente (superfície de contato): Por que a velocidade de reação aumentou? • Principais fatores que afetam as velocidades das reações químicas: – A concentração dos reagentes Quanto maior a concentração dos reagentes maior o número de colisões entre as moléculas Aumento do número de colisões • Principais fatores que afetam as velocidades das reações químicas: – A concentração dos reagentes Exemplo: Carvão em brasa em um frasco contendo oxigênio puro, por que a reação é mais rápida do que em um recipiente aberto ao ar atmosférico? • Principais fatores que afetam as velocidades das reações químicas: – A temperatura na qual a reação ocorre A temperatura aumenta a energia cinética das moléculas dos reagentes aumentando o número de choques. • Principais fatores que afetam as velocidades das reações químicas: – A pressão na qual a reação ocorre Com o aumento da pressão ocorre um aumento do número de colisões. • Principais fatores que afetam as velocidades das reações químicas: – A presença de um catalisador Os catalisadores aumentam as velocidades das reações reduzindo a energia de ativação. • Principais fatores que afetam as velocidades das reações químicas: – A presença de um catalisador Um catalisador modifica o mecanismo de reação. Acelera uma reação fornecendo um caminho alternativo. Um catalisador acelera a reação, produz a mesma quantidade do produto em um período menor. Questões • Por que o aumento da temperatura das reações químicas produz um aumento na sua velocidade? • Por que o ferro na forma de palha de aço (por exemplo, bombril) enferruja mais rapidamente do que na forma de um prego? • Por que os comprimidos efervescentes se dissolvem mais rápido em água natural do que em água gelada? • Por que os alimentos cozinham mais rapidamente nas panelas de pressão? Velocidade da Reação Qual a velocidade em que os reagentes são consumidos ou os produtos são formados? Definindo a velocidade.. • A velocidade de um evento é definida como a variação que ocorre em determinado intervalo de tempo. Ex.: km/h • A velocidade de uma reação química é a variação na concentração dos reagentes ou produtos por unidade de tempo, (mol/L.s). Velocidade de uma reação química • Existem duas maneiras de medir a velocidade da reação A B ou R P - a velocidade na qual os reagentes são consumidos (por exemplo, a variação na quantidade de matéria de R por unidade de tempo). - a velocidade na qual o produto é formado (por exemplo, a variação na quantidade de matéria de B por unidade de tempo); ∆ 𝑅 = [𝑅]𝑡2 − [𝑅]𝑡1 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑅 = − ∆[𝑅] ∆𝑡 ∆𝑡 = 𝑡2 − 𝑡1 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑃 = ∆[𝑃] ∆𝑡 Exemplo: • Suponha que estamos estudando a reação 2HI(g) H2(g) + I2(g) E que descobrimos que no intervalo de 100 s a concentração de HI decresceu de 4,0 mmol/L para 3,5 mmol/L. Qual é a velocidade média da reação? Velocidade de consumo de [HI] = 0,005 mmol/L.s ∆[𝐻2] ∆𝑡 = − 1 2 ∆[𝐻𝐼] ∆𝑡 A velocidade de consumo de HI é duas vezes a velocidade de formação de H2 Atenção! As espécies químicas são produzidas ou consumidas em velocidades relacionadas à estequiometria da reação. Velocidade média única • Reação: a A + b B c C + d D A divisão pelos coeficientes estequiométricos leva em conta as relações estequiométricas entre reagentes e produtos. Neste caso o valor da velocidade é o mesmo para todas as espécies A velocidade média única depende dos coeficientes usados na equação balanceada. Exemplo A velocidade média da reação: N2(g) + 3 H2 2 NH3(g) durante um certo tempo é registrada como 1,15 (mmol NH3/L.h) a) Qual é a velocidade média, no mesmo período de tempo, em termos do desaparecimento de H2? b) Qual é a velocidade média única? Não esquecer! A velocidade média de uma reação é a variação da concentração de uma espécie dividida pelo tempo que leva para que a mudança ocorra. A velocidade média única é a velocidade média dividida pelos coeficientes estequiométricos das espécies monitoradas. Velocidade instantânea de reação 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑅 = − 𝑑[𝑅] 𝑑𝑡 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑃 = 𝑑[𝑃] 𝑑𝑡 • Velocidade instantânea: é a variação de concentração em um determinado intervalo de tempo muito pequeno. • É determinada tomando-se o coeficiente angular da linha tangente à curva naquele determinado instante 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = − 1 𝑎 𝑑[𝐴] 𝑑𝑡 = − 1 𝑏 𝑑[𝐵] 𝑑𝑡 = 1 𝑐 𝑑[𝐶] 𝑑𝑡 = 1 𝑑 [𝐷] 𝑑𝑡 Leis de velocidade e ordem de reação As tendências das velocidades de reações são identificadas normalmente pelo exame da velocidade inicial da reação, a velocidade instantânea no início da reação. Como a concentração de N2O5 varia com o tempo para cinco concentrações inicias diferentes 2N2O5(g) 4NO2(g) + O2(g) A velocidade inicial é determinada traçando-se a tangente de cada curva em t=0 Em qual experimento existe a maior velocidade inicial? Se plotarmos um gráfico com as velocidades iniciais contra a concentração inicial de N2O5, o que pode ser observado? Leis de velocidade e ordem de reação Gráfico da velocidade inicial contra a concentração de N2O5 (mol/L) Velocidade inicial de consumo deN2O5 [N2O5]inicial Velocidade inicial de consumo N2O5 = k x [N2O5]inicial A constante k é a chamada constante de velocidade da reação e é característica da reação e da temperatura na qual a reação ocorre. O valor experimental de k é a inclinação da reta e, nesta reação, o valor de k= 5,2.10-3 s-1 Cada reação tem sua própria lei de velocidade, e a constante k é independente da concentração Reação de primeira ordem: V = k [N2O5] Leis de velocidade e ordem de reação Outras reações têm leis de velocidade que podem depender da concentração dos reagentes de modo diferente Ex.: 2 NO2(g) 2 NO(g) + O2(g) Se fizermos um gráfico da velocidade x concentração de NO2 não encontraremos uma reta: A velocidade é proporcional ao quadrado da concentração: Reação de segunda ordem: V = k [NO2] 2 Leis de velocidade e ordem de reação A maior parte das reações são de primeira ou segunda ordem. A amônia se decompõe em nitrogênio e hidrogênio a uma velocidade constante até toda a amônia ter desaparecido. Sua lei de velocidade, portanto é: Velocidade de decomposição de NH3 = k (Ordem zero) Para reações de ordem zero: A concentração do reagente cai em velocidade constante até que o reagente se esgota. A velocidade independe da concentração do reagente e permanece constante até que todo o reagente tenha sido consumido, quando então, cai abruptamente até zero. 2NH3(g) N2(g) + 3H2(g) A velocidade é contante: Reação de ordem zero: V = k O termo “ordem” vem da matemática onde é usado na classificação de equações. Em cinética química as reações são classificadas de acordo com a ordem das equações que as descrevem. A ordem de uma reação química é quase sempre determinada por observações experimentais, as quais buscam relacionar as concentrações das espécies químicas com a velocidade Uma das formas mais comuns de expressar esta dependência é pelo modelo de lei de potências. Ordem da Reação: Leis de velocidade e ordem de reação A Lei de Velocidade de uma reação é a relação matemática entre a velocidade da reação e as concentrações dos reagentes; A velocidade de uma reação é diretamente proporcional à concentração de cada reagente elevada a uma potência Para a reação: aA + bB → Produtos A Lei da Velocidade é a seguinte: Velocidade = k [A]x [B]y Onde: x e y são chamados de Ordem de cada reagente k é chamado de constante de velocidade x + y = Ordem global da reação x e y são determinados experimentalmente (serão estudados apenas os valores numéricos entre 0 e 2) Qual a relação entre a Lei de Velocidade e a Ordem de Reação? • Reações de ordem zero: “A reação é de zero ordem quando a velocidade da reação química é independente da concentração do reagente” • Reações de primeira ordem: “Reações de primeira ordem são aquelas nas quais a velocidade da reação química é proporcional à concentração de um reagente” • Reações de segunda ordem: “Reações de segunda ordem são aquelas nas quais a velocidade da reação química é proporcional ao produto das concentrações de dois reagentes” • Observações: • Leis de velocidade de zero ordem não são muito comuns. A maioria das reações química segue leis de velocidades de primeira e segunda ordem. • Leis de velocidade são equações diferenciais porque a velocidade de uma reação química é a velocidade de variação de desenvolvimento da reação com o tempo. Leis de velocidade As unidades de velocidade são sempre em termos de concentração por unidade de tempo. Velocidade Velocidade Leis de velocidade e ordem de reação Resumindo: Unidade de “k” : A constante de reação kA (ou velocidade específica de reação) tem unidade variável, que depende da ordem de reação. Ordem zero (n=0) V = k k [mol/L.s] Primeira ordem (n=1) V = k [A] k [s-1] Segunda ordem (n=2) V = k [A] 2 k [L/mol.s] Generalizando, temos: Leis de velocidade e ordem de reação Resumindo: A lei de velocidade de uma reação é determinada experimentalmente e não pode, em geral, ser obtida a partir da equação química da reação. Muitas reações têm leis de velocidade que dependem das concentrações de mais de um reagente. Por exemplo: S2O8 2- (aq) + 3I - (aq) 2 SO4 2- (aq) +I3 - (aq) A lei de velocidade para esta reação é: Velocidade de consumo de c = k[S2O8 2-] [I-] Reação de primeira ordem com relação S2O8 2- Reação de primeira ordem com relação a I- Dobrando a concentração de S2O8 2- a velocidade de reação também dobra Dobrando ambas as concentrações a velocidade de reação quadruplica A ordem total desta reação é igual a 2. Leis de velocidade e ordem de reação Como determinar a ordem de reação e a lei de velocidade a partir de dados experimentais? 1) Velocidades Iniciais: Ex.: Seja a reação A + B → C, determine: a) A Lei da velocidade: b) A magnitude da constante de reação Exp [A] [B] Vel. Inicial (mol/L.s) 1 0,1 0,1 4 x 10-5 2 0,1 0,2 8 x 10-5 3 0,2 0,1 16 x 10-5 V = k [A]x [B]y Eq 1: V1= k [0,1]x [0,1]y Eq 2: V2= k [0,1]x [0,2]y Exercício: Quatro experimentos foram realizados para descobrir como a velocidade inicial de consumo de íon BrO3 - na reação BrO3 - (aq) + 5Br - (aq) +6H3O + (aq) 3Br2(aq) +9H2O(l) varia quando as concentrações dos reagentes variam. a) Use os dados experimentais da tabela a seguir para determinar a ordem da reação para cada reagente e a ordem total. b) Escreva a lei de velocidade da reação e determine o valor de k. Concentração inicial (mol/L) Exp. BrO3 - Br- H3O + Velocidade inicial (mmol BrO3 -) L-1.s-1 1 0,1 0,1 0,1 1,2 2 0,2 0,1 0,1 2,4 3 0,1 0,3 0,1 3,5 4 0,2 0,1 0,15 5,5
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