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ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE

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ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE
AULA 1
ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE
Ética (Ethos), referente à reflexão acerca da ação correta e tem caráter universal. 
Moral (mor, mores) referente à prática, às ações e tem caráter mutável e relativo ao contexto. A ética é a reflexão crítica das relações e ações humanas, já a moral é sua colocação em prática. 
ÉTICA E MORAL
Moral - Conjunto de regras de condutas admitidas em determinada época ou por um grupo de pessoas
Ética - É a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral
ÉTICA E LIBERDADE
Pressupostos: Consciência (vontade), liberdade e responsabilidade (autonomia).
A ética e a moral só podem existir em contextos de liberdade
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA
Surgiu no início da Grécia antiga.
Pitágoras (matemático e filósofo grego), pregava que sábio era um nome que deveria ser usado exclusivamente para qualificar as ações dos deuses, e aos homens caberia um nome que significasse admiração para com os saberes divinos, Filosofia.
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA
Dos tempos da antiga Grécia até o século XIX, a Filosofia tratava de todos os temas (matemática, física, astronomia, artes, anatomia, política, direito, biologia, teologia), não reconhecia distinção metodológica entre si mesma e as ciências. Hoje a Filosofia se dedica a temas e discussões em torno da significação do saber científico, da política, da ética e da moral, das artes e das possibilidades do próprio conhecimento. Procura distinguir o verdadeiro do falso, o objetivo do subjetivo, o absoluto do relativo, com intuito de revelar a realidade daquilo que se quer provar. A Filosofia procura evitar os saberes não científicos, o senso comum.
A FILOSOFIA
Para a Filosofia o senso comum cria afirmações de forma parcial, pessoal, ditada por sentimentos variados (amor, ódio, medo, desejo) e não por uma reflexão mais apurada que tenha uma preocupação metódica para demonstrar a verdade de uma forma mais criteriosa e segura. 
A FILOSOFIA
A Filosofia é interrogativa: O que é? Por que é? Como é? O que podemos esperar da vida?
A Filosofia é negativa: rejeita o modo no qual o senso comum cria pré-conceitos, pré-juízos, opiniões majoritariamente estabelecidas sem um discussão mais acautelada.
A Filosofia é positiva: procura criar critérios e afirmações mais precavidas para afirmar sobre o que são as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, e até quem nós somos.
MITOLOGIA
FILOSOFIA
Poeticamentedesenvolvida
Com termos simbólicos e metafóricos
Prosasque visavam uma descrição explicativa do mundo natural e social por meio de referências realistas
Modelos de Temas
Princípio,ordem e fundamento em narrativas simbólicas
Princípio,ordem e fundamento em narrativas realistas e lógico-causais
Pensamento
As narrações míticas estão intimamente ligadas aos modos religiosos de entender o mundo. Ou seja, estão sujeitas àscompreensões que entendem o real como espaço de criação e controle submisso às forças divinas.
Uma compreensão teóricado mundo significa no advento da filosofia uma forma de pensamento que procurava sistematizar uma reflexão que perguntasse sobre as causas concretas da realidade e como era possível pensar estas causas a partir de um sistema linguístico que lhe fizesse referência dentro de um quadro conceitual de sentido concreto e espacialmente existente.
Natureza
Uma realidadecriada por ações divinas e palco de disputas e emoções dos homens e dos deuses
Um conjunto ordenadode coisas.
SURGIMENTO DA ÉTICA
As primeiras manifestações éticas surgem nos mitos (Ilíada e Odisseia) de Homero (aprox. séc. VIII a. C.). Os sofistas (século V a. C.) são os primeiros a se ocupar de questões éticas: a felicidade encontra-se no poder, prazer e riqueza. Foram acusados de relativismo.
Mitos são narrativas utilizadas pelos povos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza, as origens do mundo e do homem, que não eram compreendidos por eles. Os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos estes componentes são misturados a fatos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram. A mitologia é o estudo do mito, das suas origens e significados. Um mito é diferente de lenda, porque uma lenda pode ser uma pessoa real que concretizou feitos fantásticos, como Pelé, Frank Sinatra, etc. Um mito é um personagem criado, como Zeus, Hércules, Hidra de Lerna, Fênix, etc.
SURGIMENTO DA ÉTICA
Os sofistas foram sábios que atuavam como professores ambulantes de filosofia, ensinando, a um preço estipulado, a arte da política, garantindo o sucesso dos jovens na vida política. Sistematizaram e transmitiram uma série de conhecimentos estudados até os dias de hoje, dominavam técnicas avançadas de discurso e atraiam muitos aprendizes. Eles não ensinavam em um determinado local, eram conferencistas itinerantes, viajando constantemente. Ensinavam por meio de uma designação geral de filosofia que compreendia uma série de conhecimentos não abordados pela escola regular, como: física, geometria, medicina, astronomia, retórica, artes e a filosofia em si. Contrapondo-se à maiêutica (a maiêutica é um método ou uma técnica que consiste em realizar perguntas a uma pessoa até que esta descubra conceitos que estavam latentes ou ocultos na sua mente), de Sócrates, a retórica dos sofistas não se propunha a levar o interlocutor a questionar-se sobre a verdade dos fatos, dos princípios éticos ou dos sentimentos, ao contrário, a retórica busca inculcar no ouvinte ideologias que sejam aproveitáveis para manipulação do povo. Entre as maiores divergências entre o pensamento dos sofistas e o de Sócrates destaca-se o fato de os sofistas cobrarem por suas lições preços bastante elevados, enquanto Sócrates lecionava muito mais por paixão do que por uma compensação financeira.
ÉTICA GREGA - SÓCRATES
Sócrates é considerado o pai da ética, fundador do racionalismo ético ou intelectualismo moral. Para ele, quem conhece o bem, necessariamente faz o bem, só faz o mal aquele que ignora o bem. É sujeito ético somente aquele que sabe o que faz. 
Sua principal questão era: qual a essência do homem? O que os diferencia dos animais? Para ele, a pista estava na racionalidade. A dialética é o caminho para a racionalidade e a verdade. “Conhece-te a ti mesmo”: só quem conhece a si mesmo é senhor de si, pode saber de suas escolhas. 
**Retórica - é uma palavra com origem no termo grego rhetorike, que significa a arte de falar bem, de se comunicar de forma clara e conseguir transmitir ideias com convicção.
**Dialética - é uma palavra com origem no termo em grego dialektiké e significa a arte do diálogo, a arte de debater, de persuadir ou raciocinar.
PLATÃO
Discípulo de Sócrates, Platão fundou um liceu, onde iniciava os jovens à filosofia. Platão elaborou um mito, chamado mito da caverna, para definir a importância da reflexão filosófica na ordenação ética dos sujeitos na pólis.
A Pólis, ou Cidade-Estado, nasce a partir de uma centralização política, econômica, cultural entre as comunidades de uma mesma região rural. Era o lugar em que se centralizavam todos os modos de vida, todos os tipos de produção de todas as classes sociais daqueles que circundavam aquele espaço de vivência. Estas comunidades se tornaram muito mais complexas que as antigas aldeias tribas.
Platão defende que o ser humano tem três almas, uma no cérebro (racional), outra no tórax (irascível) e outra no abdômen (concupiscível). Cada alma tem a sua virtude: prudência (sabedoria prática), coragem (fortaleza) e temperança. O homem justo tem as três almas em harmonia (justiça). A justiça é a virtude por excelência para a vivência na pólis. 
ARISTÓTELES
Para Aristóteles a finalidade da ética é proporcionar a felicidade. Riqueza, prazer e honra não garantem a felicidade, mas agir pela razão garante. A felicidade é uma vida vivida conforme a virtude. A virtude é a justa medida entre o excesso
e a falta. 
Virtude é autocontrole das paixões pela razão (senhor de si). 
Vício é submissão às paixões (escravo de si).
O passional é aquele que se deixa arrastar por tudo que satisfaça imediatamente seus apetites e desejos, tornando-se escravo deles. Desconhece a moderação e torna-se vítima de si mesmo. A excelência Ética não é apenas teórica, mas fruto, também, do HÁBITO. 
A ÉTICA CRISTÃ
Mito da Queda de Adão: condenação do humano à imperfeição. Exame de consciência e culpabilidade como condição de acesso ao divino. O enunciado da ética cristã parte do dispositivo confessional, que prega a libertação dos fiéis pela remissão de seus pecados. 
Em 391 d. C. o cristianismo se torna religião oficial do Império. O cristianismo instaura a subjetividade, a intencionalidade, e o dever de respeitar as normas criadas pela Igreja.
Subjetividade:o cristão tem um compromisso pessoal para com Deus (tudo vê, tudo ouve, nunca dorme).
A intencionalidade: a intenção é mais importante que a ação (Mc 12, 41 – 44: o óbolo da viúva).
O dever: Deus concede graças, mas reclama comprometimento (Dt 1, 34 – 35). A normatividade: a ideia de dever se concretiza no seguimento aos mandamentos bíblicos e do magistério da Igreja. 
A ÉTICA KANTIANA
A ética kantiana defende o universalismo, a deontologia e o formalismo.
Universalismo: pretende estabelecer a base da ética em fundamentos válidos para todas as pessoas em todas as épocas.
Deontologia (dever ser – ciência do dever ou obrigação, é uma teoria sobre as escolhas do indivíduo, quais são moralmente necessárias e serve para nortear o que realmente deve ser feito): Para Kant o homem é naturalmente egoísta e só agirá eticamente caso tenha consciência do dever(agir pela razão): razão prática. O dever não deve ser imposto externamente (mandamento; heteronomia), mas alcançado internamente (imperativo; autonomia). O dever é uma forma que vale para toda e qualquer ação moral e se impõe de maneira imperativa e incondicional: é um imperativo categórico. 
Formalismo: o imperativo categórico se traduz em fundamentos válidos para todas as pessoas em todas as épocas e contextos culturais, como um mecanismo transcendental:
Agir por dever independente das circunstâncias 
Ter o ser humano por finalidade 
AULA 2
POR QUE ESTUDAR POLÍTICA?
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo." 
Bertolt Brecht
O QUE É POLÍTICA?
Política é um campo de conhecimento filosófico e científico, e ao mesmo tempo um campo de ação a respeito da:
Organização da vida coletiva 
Normas, regras e leis da sociedade 
Relações de poder 
Formas e sistemas de governo
Relações entre grupos sociais 
Relações entre povos / países 
POLÍTICA ANTIGA E MODERNA
Conceito antigo (ideal) de política (Platão e Aristóteles): a arte de conviver bem em comunidade; 
Conceito moderno (real) de política (Maquiavel): a arte de chegar ao poder e manter-se nele.
POLÍTICA EM ARISTÓTELES
Escreveu a obra Política: Análise de 158 Constituições. 
Os humanos seriam seres políticos por natureza, principalmente por criarem a ideia de justiça como expressão do respeito ao bem do coletivo.
A justiça deve ser a virtude por excelência dos cidadãos. 
Há dois tipos de justiça a distributiva (visa a igualdade) e a participativa (visa o acesso ao governo). 
Defende que o governo seja exercido pelos virtuosos (virtude = aretê; virtuoso = aristói): aristocracia.
A ética visa a felicidade da pessoa; e a política, a felicidade da cidade.
Objetivo da política:tornar a vida coletiva possível. 
A TEOCRACIA
A “genialidade grega” perdeu espaço para o Império Romano e à supremacia da Igreja Católica.
 O poder político (terrestre) ficou sujeito ao poder divino (teocracia), até o século XVI. 
Para Santo Agostinho o Estado se origina a partir do pecado original. 
O Estado deve se subordinar à Igreja, já que ela é a mediadora entre a lei divina e a lei dos homens. O governante/rei era visto como Deus na terra.
 Os padres são aliados dos reis, vistos como mensageiros de Deus, portanto, têm autoridade de decidir e delegar o que se pode ou não fazer.
FILÓSOFOS CONTEMPORÂNEOS
Nicolau Maquiavel foi o mais importante historiador, filósofo, dramaturgo, diplomata e cientista político italiano do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da Ciência Política moderna, pela simples manobra de escrever sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser. 
Thomas Hobbes foi um matemático, teórico político, e filósofo inglês, autor de Leviatã e Do cidadão. Na obra Leviatã, explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a necessidade de um enorme governo e de uma enorme sociedade. 
John Locke foi um importante filósofo inglês. É considerado um dos líderes da doutrina filosófica conhecida como empirismo e um dos ideólogos do liberalismo e do iluminismo.
Jean-Jacques Rousseau foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo.
MAQUIAVEL
A “revolução” de Maquiavel
A finalidade do Estado não deve ser buscada fora dele (na natureza ou na razão), mas em si mesmo (imanente). O Estado não se origina do poder divino, mas de um jogo de paixões e de lutas internas. O problema central de sua análise política é descobrir como pode ser resolvido o inevitável ciclo de estabilidade e caos. 
A finalidade da política não é a justiça ou o bem comum, mas a tomada e a manutenção do poder. O chefe de Estado precisa ter virtudes, não as cristãs, mas aquelas que permitem conservar o poder: astúcia, força, violência, etc (os fins justificam os meios). Maquiavel é o primeiro a defender a autonomia da esfera política. 
MAQUIAVEL
Todo reinado está originariamente dividido por dois desejos opostos: o desejo dos grandes de oprimir e comandar e o desejo do povo de não ser oprimido nem comandado. A sociedade é dividida entre ricos e pobres, jamais poderá ser unificada, o poder se estabelece de maneira desigual. A unidade e a indivisão são como uma máscara com que os grandes recobrem a realidade para enganar, oprimir e comandar o povo.
A política não é a moral nem a sua negação, mas uma força positiva; uma vontade e uma virtude que funda e mantém o Estado. Ser amado ou temido? “Fortuna” e “virtú”. 
CONTRATUALISMO E JUSNATURALISMO
Com o advento da modernidade racionalista, a negação do direito divino dos reis e as contribuições de Maquiavel, o absolutismo começa ser problematizado. Hobbes (1588-1679), Locke (1632-1704) e Rousseau (1712-1778), refletem, cada um a sua maneira, sobre a constituição da sociedade e do “pacto social” feito pelos homens que torna legítimo o Estado. 
Contratualismo - doutrina cujas origens remontam à filosofia grega, mas que adquiriu importância teórica e política somente no pensamento liberal moderno, que considera a sociedade humana e o Estado originados por um acordo ou contrato estabelecido entre cidadãos autônomos, valorizando desta maneira a liberdade individual, em detrimento da autocracia ou dos excessos da ingerência estatal.
Jusnaturalismo - teoria que procura fundamentar a partir da razão prática uma crítica, a fim de distinguir o que não é razoável na prática do que é razoável e, por conseguinte, o que é realmente importante considerar na prática em oposição ao que não o é.
HOBBES
Hobbes reflete sobre a constituição do estado a partir de uma teoria sobre o “estado de natureza”: “o homem é o lobo do próprio homem”. Três causas principais
da discórdia do homem em estado de natureza: Competição/ Desconfiança/ Glória. O que funda o Estado é a dor da guerra e a necessidade de paz. A ordem só será possível mediante um pacto social, em que todos abram mão da liberdade em prol da segurança. A liberdade pode gerar a guerra. Todos devem abrir mão de seus direitos em prol de um soberano que terá poderes absolutos. O soberano possui o poder de assegurar a paz e a defesa de todos O soberano não precisa prestar contas a ninguém, pois sua vontade é lei. O Estado, na figura do soberano, tem poderes absolutos. 
LOCKE
Pertencente à burguesia, inspirou a revolução liberal inglesa, europeia e americana. Para Locke o estado de natureza trazia um contexto de insegurança aos indivíduos, mas não porque haveria uma guerra de todos contra todos. O que gerou a sociedade civil foi a instabilidade do direito no estado de natureza. O Estado foi instituído para dar segurança e garantir os direitos naturais: vida, liberdade e propriedade. Contrato Social cria a ordem e o legislativo como poder soberano. Admite que os governados possam se rebelar caso o governante seja absolutista (ditador, totalitarista). A liberdade deve ser garantida pelo governo, portanto, um governo absolutista não teria legitimidade já que o poder do rei se imporia às liberdades individuais. Cada indivíduo seria responsável e livre por sua propriedade e bem estar, e seria esta liberdade de cada um que garantia a ordem social. O papel político do Estado seria gerir e garantir a liberdade individual e o direito à propriedade privada. 
ROUSSEAU
Foi o precursor da revolução francesa em virtude de suas ideias libertárias. Distingue soberania e governo: o governo não é soberano, a soberania vem da vontade geral. Segundo Rousseau o homem nasce bom. Em estado de natureza os homens eram bons, mas a propriedade privada trouxe a escravidão e a miséria. Há que se romper com esse contrato e criar outro. Soberano é o corpo coletivo que expressa pela lei a vontade geral. Todo ato legislador é ratificado pelo povo; a democracia é direta via assembleias frequentes de todos os cidadãos. Os depositários do poder não são senhores do povo, mas seus oficiais, podendo ser constituídos e destituídos, inclusive porque a rotatividade é uma necessidade. O cidadão é legislador e súdito ao mesmo tempo. Sendo o povo a única fonte do direito, os governantes não gozam da autoridade definitiva.
AULA 3
AUTOCRACIA E TOTALITARISMO
Quando o poder político se concentra no governante, sem a participação da sociedade e das demais instituições. Centralização do poder, controle total do Estado, cerceamento das liberdades, impedimento da oposição política e forte ideologia (de direita ou de esquerda).
DEMOCRACIA
Democracia = “demos” (grego) significa “povo”. O povo detém o poder soberano. Suas necessidades e interesses devem ser atendidos pelos governantes. Quem elege os governantes é a maioria dos eleitores, o que permite a alternância do poder. 
Governa-se para o “bem comum”. 
É uma forma de governo que se pauta pelo princípio do Estado de Direito. 
Garantia constitucional de direitos políticos, civis, sociais e econômicos. 
Universalidade das leis (direitos e deveres). 
Participação política da sociedade. 
Alternância do poder político.
CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
Cidadão é aquele que possui direitos e deveres reconhecidos pelo Estado e pela sociedade;
Toda ação verdadeiramente cidadã exige, ao mesmo tempo, conhecimento dos direitos e deveres, e luta por sua afirmação. 
Cidadania = ação, participação política, luta por direitos por parte da sociedade, responsabilidade quanto aos deveres constitucionais. Meio de expressão e afirmação da democracia. 
Há diferentes formas de expressão da cidadania: individual (ex.: voto); coletivo (ex.: movimentos sociais). 
SOCIOLOGIA
A Sociologia – ciência da sociedade – surge no século XIX, fruto de um processo histórico que levou à consolidação de um novo modo de produção e de uma nova forma de conceber a sociedade. Segundo Giddens (2005), os pensadores do século XIX tentaram compreender as potencialidades e consequências da modernidade.
AUTORES CLÁSSICOS
Emile Durkheim (1858-1917) – Positivista – Funcionalista
Karl Marx (1818-1883) – Materialismo-histórico dialético
Max Weber (1864-1920) – Sociologia compreensiva
Auguste Comte
Inventor da palavra “Sociologia” 
Positivismo: “Ordem e Progresso”
AS BASES DO PENSAMENTO POSITIVISTA
A realidade se constitui essencialmente naquilo que os sentidos podem perceber;
As Ciências Naturais e as Ciências Sociais compartilham de um mesmo fundamento lógico e metodológico, elas se distinguem apenas no objeto de estudo;
A sociedade humana é regulada por leis naturais que atingem o funcionamento da vida social, econômica, política e cultural. 
EMILE DURKHEIM – SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA
“Considerado por muitos o verdadeiro fundador da sociologia como ciência independente das demais ciências, um dos méritos mais importantes de Durkheim foi o esforço empreendido por ele para conferir à sociologia o status de disciplina científica” (Dias, 2005)
SEMELHANÇA DA SOCIEDADE COMO ORGANISMO VIVO
Se a vida social lembra os traços gerais da vida individual é porque deriva dela; se a sociedade tem traços comuns com os organismos vivos, é porque ela mesma é um organismo transformado e aperfeiçoado. “As células, agregando-se, formam os seres vivos, assim como os seres vivos, agregando-se entre si, formam a sociedade” (Durkheim, Curso de Ciências Sociais, Lição de Abertura, 1888)
CONSCIÊNCIA COLETIVA
Ao explicar o todo, a sociologia explica a parte como consequência (estudar a sociedade pode explicar o homem como ser social, no entanto, o contrário não é verdadeiro); 
As condições para existência de representações, emoções e tendências coletivas estão no corpo social (sociedade), e não nos indivíduos;
Cada nação produz sua consciência coletiva que penetra e molda as consciências individuais.
FATO SOCIAL
Objeto da Sociologia: FATOS SOCIAIS 
Importância das instituições sociais para a socialização do indivíduo: família, educação, religião, trabalho, etc.
O FATO SOCIAL pode ser definido da seguinte maneira: 
Toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma dada sociedade, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possam ter.
Exemplos de fatos sociais: falar um idioma, usar roupas, obedecer regras, leis e normas, agir conforme os usos e costumes, etc. Até mesmo atitudes consideradas fora dos padrões tais como o crime em geral (roubo, furto, assassinato, etc) são considerados como fatos sociais, já que os mesmos são reprovados e sujeitos a punição.
FATO SOCIAL
O fato social pode ser definido por 3 indicativos: 
É externo ao indivíduo, ou seja, ao nascer o indivíduo já encontra um certo numero de normas e regras sociais que existem independentes de sua existência e que a ele resta se adequar.
Exerce uma determinada coerção sobre o indivíduo, isto é, coagi o indivíduo a se portar de determinada maneira.
É generalizada em toda a sociedade, não deve ocorrer em fatos isolados mas ser uma regra social.
A EXPLICAÇÃO DOS FATOS SOCIAIS: FUNÇÃO SOCIAL
Mais do que descrever e classificar os fatos sociais, a tarefa da sociologia é explica-los, ou seja, entender as causas e razões que explicam a ocorrência e as características de nosso comportamento coletivo. 
Na visão de Durkheim a parte (fato social) está em função do todo (sociedade);
DOIS TIPOS DE SOLIDARIEDADE
Solidariedade Mecânica (similaridade): 
- Liga o indivíduo à sociedade sem nenhum intermediário 
- Ocorre em sociedades pré-capitalistas 
- Conjunto de crenças e sentimentos comuns chamado de tipo coletivo 
Solidariedade orgânica (diferenciação): 
- Ocorre nas sociedades capitalistas 
- Maior divisão social do trabalho e um processo de individualização que faz o indivíduos serem solidários por uma esfera própria de ação
A função da divisão do trabalho é integrar o corpo social
DOIS TIPO DE SOLIDARIEDADE
AULA 4
O HOMEM UM PRODUTO SOCIAL
MAX WEBER
Max Weber não pode simplesmente ser rotulado como sociólogo; seus interesses e preocupações se estenderam através de muitas áreas.[...] Na concepção de Weber os fatores econômicos são importantes, mas as idéias e os valores têm exatamente o mesmo impacto na mudanção social.” (GIDDENS, Anthony. Sociologia.4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005 p.32)
SOCIOLOGIA COMPREENSIVA
A sociologia compreensiva privilegia a compreensão e a inteligibilidade dos fenômenos sociais, enfatizando a significação e intencionalidade como características que diferenciam os fenômenos sociais dos fenômenos naturais
O PONTO DE PARTIDA DA SOCIOLOGIA
“Se agora sou sociólogo então é essencialmente para pôr um fim neste negócio de trabalhar com conceitos coletivos. Em outras palavras: também a Sociologia só pode ser implementada tomando-se como ponto de partida a ação do indivíduo, ou de um número maior ou menor de indivíduos, portanto de modo estritamente individualista quanto ao método!” (Weber em carta ao economista Robert Liefmann)
TIPO IDEAL
O cientista social deve preocupar-se com uma explicação causal em que o processo “A” siga-se na forma determinada até o processo “B”.
O tipo ideal constitui-se de uma interpretação do real, que se vale de um fragmento desta realidade, reconstituído através de um modelo simplificado para entender os traços de causalidades que determinaram tal fato ou fenômeno.
AÇÃO E AÇÃO SOCIAL
A sociologia busca compreender e interpretar o sentido e o desenvolvimento e os efeitos da conduta de um ou mais indivíduo referida a outro ou outros. A intenção não é compreender o indivíduo ou julgar a validez do ato, mas interpretar sua conexão de sentido. 
Ação é toda conduta humana dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa e que orienta essa ação. Quando tal orientação tem em vista a ação – passada, presente ou futura – de outro ou outros agentes a ação passa a ser definida como ação social. 
Para compreender a ação social através do método científico o cientista deve elaborar os tipos ideais.
Weber irá estipular 4 tipos ideais de ação social para que o sentido da ação possa ser compreendida pelo cientista.
TIPOS PUROS DE AÇÃO SOCIAL
Ação racional com relação a fins:
Será a ação de um indivíduo que para atingir um objetivo previamente definido lança mão de todos os meios adequados avaliados segundo seu ponto de vista.
Ação Racional com relação a valores:
Ocorre quando o indivíduo age levando em considerações seu próprios valores e suas próprias convicções.
O indivíduo age cumprindo um dever, um imperativo ou uma exigência ditado por ser senso de dignidade, suas crenças religiosas, políticas, morais etc.
O significado não está em seu resultado, mas no desenrolar da própria conduta, pois a importância da conduta está em não ferir os próprios princípios. 
Ação afetiva: 
O indivíduo age inspirado em sua emoções imediatas Não leve em consideração nem os meios e nem os fins a se atingir Ação dotada de alto grau de irracionalidade
Ação tradicional: 
Ação em função de hábitos ou costumes arraigados 
Ação em reação a estímulos habituais
TIPOS PUROS DE AÇÃO SOCIAL
KARL MARX
Historiador, filósofo, físico e economista Marx foi sempre um homem de ação. Para este autor a teoria e a prática devem andar juntos. “Seu interesse no movimento trabalhista europeu e nas idéias socialistas se refletiu em seus escritos, que cobriram uma diversidade de tópicos” (GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005 p.31)
Karl Marx o teórico da praxis 
Teórica: compreender a realidade 
Praxis: Transformar a realidade.
Práxis é uma palavra com origem no termo em grego praxis que significa conduta ou ação. Corresponde a uma atividade prática em oposição à teoria. 
MATERIALISMO HISTÓRICO
A história é fruto do trabalho humano, o estudo da sociedade começa quando se toma consciência de que o modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral.
Premissas de Marx sobre o homem e a História 
A consciência humana é determinada pela existência material 
O motor da história é a luta de classe
ESSÊNCIA E APARÊNCIA
Para além da miséria aparente, o que Marx percebeu ao olhar à sua volta foi que havia um processo histórico em curso que levava a burguesia à condição de classe dominante e expropriava os trabalhadores. 
MOTOR DA HISTÓRIA: LUTA DE CLASSE
As grandes transformações pelas quais passou a história da humanidade foram as transformações de um modo de produção a outro.
Modo de produção escravista antigo; 
Modo de produção feudal; 
Modo de produção capitalista;
O motor da história são as lutas de classe.
A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes.” (MARX, O manifesto do Partido Comunista)
BURGUESIA
PROLETARIADO
Classeeconomicamente dominante
Donos dos meios de produção
Classe dominadaque abriga a maior parte dos homens
Possuem apenas a própria força de trabalho
RELAÇÕES DE TROCA
Como mercadoria diferentes podem ser trocadas entre si?
Como medir a grandeza do valor de uma mercadoria?
MERCADORIA
MERCADORIA
VALOR DE USO
VALOR DE TROCA
Aspecto material da mercadoria. Capacidade para satisfazer uma necessidade humana.
Capacidade que a mercadoria possui de ser trocada por outras mercadorias.
Qualidade diferente
Quantidade diferente
MAIS VALIA
O lucro do capitalista tem sua origem na exploração do trabalhador; na extração da maisvalia, do trabalho não pago.
MAIS-VALIA ABSOLUTA - Aumento (prolongamento) da jornada de trabalho.
MAIS-VALIA RELATIVA - Aumento da produtividade dentro da mesma jornada de trabalho.
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