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Projeto de Pesquisa - Dano Moral Previdenciário

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DAS HORTÊNSIAS
BACHARELADO EM DIREITO
MURILO FOSS
O DANO MORAL PREVIDENCIÁRIO
CANELA, RS
AGOSTO, 2015
MURILO FOSS
O DANO MORAL PREVIDENCIÁRIO
Projeto de pesquisa apresentado como critério parcial de avaliação da disciplina de Seminários de Pesquisa, do curso de Bacharelado em Direito da Universidade de Caxias do Sul, no Campus Universitário da Região das Hortênsias.
Orientador: Prof. Luís Carlos Trombetta
CANELA, RS
AGOSTO, 2015
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	3
2 TEMA	4
3 DELIMITAÇÃO DO TEMA	4
4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA	4
4.1 PERGUNTAS NORTEADORAS	4
5 HIPÓTESES	4
5.1 HIPÓTESE BÁSICA	4
5.2 HIPÓTESES SECUNDÁRIAS	5
6 OBJETIVOS	5
6.1 OBJETIVO GERAL	5
6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	5
7 JUSTIFICATIVA	5
8 METODOLOGIA	7
9 EMBASAMENTO TEÓRICO	7
10 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO	9
REFERÊNCIAS	10
ANEXOS	11
PLANO PROVISÓRIO	11
1 INTRODUÇÃO
 Desde os mais primórdios tempos, o homem sempre buscou a reparação dos danos que lhe foram causados injustamente. 
Com o avanço das civilizações, começaram a surgir punições ao ofensor, a fim de compensar o que este causara na vítima.
Tais penalidades habitualmente eram impostas pelo líder do grupo a que pertenciam as partes, no entanto, isto não impedia (e até hoje não impede) a ocorrência da justiça de mão própria. 
Com o tempo, o Estado tomou quase que de forma absoluta o poder de julgar os conflitos de interesses entre partes, e o instituto de punição e reparação de dano evoluiu consideravelmente, abrangendo, não só os danos materiais sofridos, como também os danos morais.
Assim, pode-se dizer que os requisitos para a aplicação de indenização por danos morais são: ato ilícito ou omissivo, culpa ou dolo (o que, na responsabilidade objetiva, não é necessário), dano, e o nexo causal entre estes.
Além de deter para si o Poder Jurisdicional, de aplicar as indenizações quando cabíveis ao caso, o Estado também possui outra responsabilidade, a de fornecer aos seus cidadãos uma previdência social justa e efetiva.
Os benefícios da previdência social visam garantir ao seu segurado, uma forma de subsistência com dignidade, através do pagamento de pecúnia, nos casos de idade avançada, tempo de contribuição completo, incapacidade, morte, desemprego, maternidade, etc.
No entanto, o que ocorre quando o Estado, ao invés de prestar tal serviço supracitado com efetividade, realiza o inverso, suspendendo indevidamente benefícios nos momentos mais essenciais em que seu segurado realmente necessita de tal amparo?
Quando especificamente o dano advém da suspensão indevida de um benefício, pode-se denominá-lo de dano moral previdenciário, haja vista que o agente (INSS) conduz a sua vítima à uma situação de miséria, de desespero, e até, muitas vezes de fome e do agravamento da doença que havia dado causa à concessão do seu direito.
Assim, a doutrina passou a aceitar a possibilidade de condenar a previdência social, em virtude do dano moral decorrente de sua ação ou omissão.
No entanto, existe uma séria divergência no posicionamento dos magistrados quanto à esta aplicação, demonstrando-se que existem falhas na aplicação da isonomia entre as partes, preconizada em nossa constituição federal.
Neste sentido, através do presente projeto de pesquisa, apresentar-se-a a delimitação e a formulação do problema, bem como as hipóteses, objetivos, justificativa, metodologia, embasamento teórico, referências bibliográficas e plano provisório. 
2 TEMA
O Dano moral previdenciário
3 DELIMITAÇÃO DO TEMA
A aplicação do instituto de indenização por dano moral contra a previdência social e a aceitação (lenta) dos magistrados brasileiros quanto ao tema nos últimos anos. 
4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
	Quais são os principais entraves enfrentados pelos interessados em ingressarem com ações de indenização por dano moral contra a Previdência Social, no Brasil, nos últimos anos, e como é que os magistrados brasileiros analisam estas ações e as consequências das mesmas?
4.1 PERGUNTAS NORTEADORAS
A indenização por danos morais vem sendo aplicada integralmente pelo Poder Judiciário quando depara-se com uma situação em que a Autarquia previdenciária ocasiona danos ao seu segurado, em virtude de ato ilícito ou omissivo? 
A função punitiva e pedagógica de tal indenização vem perdendo espaço na jurisprudência, visando-se apenas atender a função reparatória de tal instituto?
O Poder Judiciário mantém critérios diferenciados para a aplicação de indenização contra entes públicos, ou o mesmo é aplicado conforme a igualdade preconizada na Constituição Federal de 1988?
5 HIPÓTESES
5.1 HIPÓTESE BÁSICA 
O poder judiciário ainda hoje impõe certa resistência para aplicar a indenização por danos morais contra atos ou omissões da autarquia previdenciária (INSS), sobretudo com a alegação da ausência de ato ilícito, omissão ou do dano evidente, o que reflete em uma auto-proteção do Estado para seus próprios atos lesivos. 
5.2 HIPÓTESES SECUNDÁRIAS
Uma corrente de magistrados entende que a compensação por danos morais ao segurado acarretaria um enriquecimento ilícito, haja vista que, o mesmo, além deste montante, também, caso devido, estaria recebendo os seus salários benefício (em atraso), o que conflitaria com o que predispõe o nosso ordenamento jurídico. 
Com o advento da constituição federal de 1988, nasceu também a preocupação de muitos doutrinadores, bem como dos magistrados, quanto a banalização do instituto de dano moral, sendo que, parte da resistência em aplicar o mesmo tem laços com este fator social e jurídico.
6 OBJETIVOS
6.1 OBJETIVO GERAL 
Descrever a evolução da indenização por dano moral previdenciário no Poder Judiciário brasileiro, a resistência que se encontra pelos magistrados para sua aplicação, bem como, as suas consequências e reflexos jurídico-sociais. 
6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Dissertar sobre os requisitos insculpidos na lei para a devida aplicação da indenização por danos morais previdenciário.
Verificar quais os critérios que vem sendo requeridos pelo Poder Judiciário para condenar a autarquia previdenciária a compensar os danos causados ao seu segurado.
Identificar os principais posicionamentos que vem obstando a penalização do Estado para com seus atos lesivos, e demonstrar a necessidade desta, bem como os seus reflexos jurídicos e sociais.
7 JUSTIFICATIVA 
Na Constituição Federal de 1988 se encontra a garantia de que todo o cidadão terá direito a indenização pelos danos sofridos, ainda que no âmbito moral, bem como, a igualdade de todos perante os olhos da lei.
Com o advento da lei 10.406 de 2002 (Código Civil) restou ainda mais claro o direito de todo e qualquer cidadão em buscar a reparação dos danos que lhe foram causados, em qualquer esfera (patrimonial, estética, ou moral).
Assim, os requisitos para a aplicação da responsabilidade civil geral, ou seja, da indenização por danos morais são: a) O dano; b) Ato ilícito ou omissão; c) A culpa ou dolo; d) O nexo Causal entre o dano e o ato ilícito e a omissão; 
As duas leis supracitadas previram que, em alguns casos, existirá a responsabilidade objetiva, onde não será necessária a comprovação da culpa ou dolo do agente, mas, apenas será necessária a demonstração do dano, do ato ilícito ou omissivo, e do nexo causal entre estes.
O Neo-liberalismo insculpido em nossa carta maior garantiu diversos direitos sociais aos cidadãos brasileiros, dentre eles, o direito a previdência social, qual seja, todo aquele que exerce atividades remuneradas, será obrigado a contribuir para a previdência social, no entanto, com isto, lhe são garantidos diversos direitos para assegurar-lhe subsistência e dignidade nos momentos de perda ou redução da capacidade laboral, invalidez, morte, gravidez e desemprego.
Os serviços prestados, sejam eles no âmbito público
ou privado, devem ser eficientes e de maneira alguma gerar danos àqueles que os utilizam, caso contrário, devem ser arduamente combatidos pelo Estado, a fim de garantir ao seu cidadão uma vida digna e com qualidade.
Ocorre que, vem observando-se que, os serviços prestados pelos órgãos e autarquias públicas, em virtude de seu monopólio, acabam por cair em uma estagnação de qualidade e, muitas vezes resultando em severos danos àqueles que são obrigados, pela própria lei e pela necessidade, à utilizá-los.
Um claro e habitual exemplo, no âmbito previdenciário, é a suspensão indevida de benefícios concedidos em virtude da incapacidade laboral do segurado, acompanhada de uma árdua batalha de reestabelecimento tanto na forma administrativa, como no âmbito judicial e o descumprimento de decisões judiciais pela própria autarquia (INSS). 
Em inúmeros casos, relata-se que a suspensão de tais benefícios ocorre em virtude do médico-perito avaliar que o segurado está pronto para retornar ao mercado de trabalho, apenas com a observação ocular do mesmo, sem realizar qualquer procedimento que utilize metodologia científica para avaliar o quadro de saúde do enfermo. 
O benefício advindo da previdência social, especialmente àqueles concedidos em virtude da incapacidade, substituem a remuneração que o segurado vinha recebendo quando laborava, garantindo sua alimentação, sua higiene, sua moradia, a sua dignidade como pessoa humana.
Sendo este cessado, notório que existente o dano na esfera do Segurado, haja vista que este se encontrará exposto a miséria, vivendo a margem da sociedade, como se não fosse nada.
Logo, sendo comprovado que, a suspensão do benefício fora indevida, advinda de ato ilícito ou omissão da autarquia previdenciária, e, de fato, restando evidente o dano causado ao segurado (ausência de renda, exposição a miséria, a fome,etc), resta claro o nexo causal, bem como, o nascimento da obrigação da autarquia previdenciária em reparar o dano que deu causa.
No entanto, ao pleitear-se a compensação por danos morais contra o Estado, especificamente, no caso em tela, contra o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), percebe-se ainda certa resistência dos magistrados para a sua aplicação, o que ainda nos faz acreditar na existência da inobservância do preceito de igualdade insculpido na Constituição Federal, bem como, o ultrapassado princípio de que o Rei não erra (the king can do no wrong).
De fato, vem se conseguindo em muitas oportunidades a procedência do pedido da compensação, mas ainda demonstra-se a real necessidade de que os operadores do direito, em especial, aqueles que detém o poder de julgar, em avançar quanto ao método científico hermenêutico, ao aplicar de modo equânime a lei existente em nosso ordenamento jurídico.
Importante consignar que, a responsabilidade civil hoje, se vê compreendida não só como uma forma de reparar os danos causados à determinada pessoa, mas também, cumprir as funções punitivas e pedagógicas.
A função punitiva visa não deixar o ofensor impune, como se não houvesse consequência para seus atos errôneos, e a função pedagógica visa demonstrar ao mesmo, bem como a sociedade, que tais atos não mais devem se repetir. 
Assim, resta evidente a necessidade de se aplicar a indenização por danos morais contra a autarquia previdenciária, quando esta, por ato ilícito ou omissão, ocasiona danos aos seus segurados, ao invés de lhes garantir subsistência e dignidade, haja vista que a sociedade deve ter os seus direitos insculpidos em lei respeitados pelo próprio estado, devendo este fazê-la ser cumprida, através da prestação eficiente e digna dos serviços públicos.
8 METODOLOGIA
O presente projeto de pesquisa é caracterizado como qualitativo e tem natureza aplicada.
Neste, empregou-se o método científico hermenêutico, para analisar e interpretar as construções doutrinárias (bibliografias) de renomados operadores de direito, a legislação vigente em nosso país, que abrange os temas em questão, bem como os entendimentos dos Juízes e Desembargadores no julgamento de lides que traziam elementos que neste projeto serão trabalhados. 
Tudo isso, com a finalidade de descrever como vem sendo aplicado o instituto de indenizações pelo Poder Judiciário.
Após, utilizou-se o método dialético, a fim de demonstrar a necessidade de se atingir uma síntese, diante das contradições existentes nos posicionamentos de nossos magistrados, qual seja, a aplicação de forma igualitária, da lei, especificamente do instituto de indenização por danos morais previdenciários.
É importante ressaltar também a tentativa de buscar afastar o máximo possível de paradigmas que cercam as matérias analisada, para que se alcance uma verdade ou um fim mais justo e absoluto, e não obsoleto. 
9 EMBASAMENTO TEÓRICO
Dos tempos primitivos, até hoje, o homem sempre teve insculpido em seu espírito a procura pela reparação do mal que lhe fora causado, o que deu origem a justiça de mão própria, ou popularmente conhecida como vingança, bem como a punição social. Desde as mais primitivas civilizações, quem decidia a pena para o ofensor, era o líder do grupo.
Com o decorrer do tempo, a justiça privada começou a ser reduzida, visto que as autoridades iniciavam a impor em lei as penalidades cabíveis ao crime em questão, a fim de por ordem em seus grupos e “diminuir” os aspectos selvagens que acompanhavam tais sociedades. 
Um bom exemplo a ser dado se encontra previsto lei das XII Tábuas: si membrum rupsit ni eo pacit tálio est (mutilado um membro, se não houver acordo, imponha-se a pena de talião), ou seja, caso não houvesse uma transação entre o ofendido e o ofensor, o dano causado à outrem seria a própria punição, mais conhecido como dente por dente, olho por olho.
Assim, começou-se a admitir que o ofensor pagasse ao ofendido uma espécie de indenização, que poderia ser coisa ou dinheiro, como se fosse a compra do perdão, vedando a vítima de buscar a justiça pelas próprias mãos, denominando-se de composição voluntária, restando evidente que o Estado começava a assumir fortemente a função de punir e coibir a vingança por conta própria.
Importante consignar que a lei das XII Tábuas, estabeleceu indenizações para casos concretos, cita-se os em virtude de lesões corporais ou pelo corte de árvores alheias.O Direito persa da mesma época também previa indenizações por violação de contrato ou por injúria. 
No entanto, o vício de tais indenizações previstas na lei, era o fato de que, o montante pecuniário já vinha previsto na lei, e este seria aplicado da mesma forma para os ricos, como para os pobres. Ex: tanto o pobre como o rico teriam de pagar 25 asses ao ofendido por proferir uma injúria. Para o abastado, tal pena não seria muito significativa, já para o pobre...
A ideia da culpa como requisito para a responsabilidade civil começou a surgir no decorrer do tempo, sendo que em 1804 fora promulgado o Código Civil Francês, também conhecido como Código Napoleônico, onde fora insculpida a responsabilidade subjetiva pela primeira vez no mundo, ou seja, começava-se agora a analisar a existência ou não de culpa no ato que resultou o dano.
No entanto, com a evolução da sociedade, a modernização das indústrias e o trabalho com máquinas, trouxe também consequências negativas que demonstraram que a responsabilidade subjetiva sozinha já não era mais suficiente para regular as relações existentes na sociedade: cita-se o exemplo do trabalhador que perdia sua mão nos engenhos das grandes fábricas, e além disto, tinha que comprovar a culpa do seu empregador para buscar a devida compensação, o que evidentemente, era impossível. 
Assim, começaram a surgir teorias de responsabilidade civil que reconheciam a desnecessidade da existência de culpa quando em atividades que provocassem risco, sendo denominada de responsabilidade civil objetiva. 
A Constituição Federal (art. 5º) e o Código Civil (art. 927) deixaram claro o Direito que o ofendido tem de buscar a reparação pelo dano que lhe fora causado: 
“Art. 5º Todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;”
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
A responsabilidade civil objetiva fora arduamente acolhida pelo nosso ordenamento jurídico, principalmente, quando tratando do Poder Público, a fim de garantir aos cidadão a igualdade no tratamento tanto quanto às pessoas, como para o próprio estado, a fim de compelir o pensamento de que este é imune de ser condenado quando em prática de conduta que resulte dano, conforme aduz o art. 37§ 6º da Constituição Federal de 1988:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
Para Milton Oliveira (2006) o Estado poderá ser responsabilizado pelos danos que causar no desempenho de suas funções, visando-se satisfazer a necessidade coletiva. 
Além da função jurisdicional, o Estado tem o dever de garantir o funcionamento da previdência social, que nada mais é do que um seguro social, sustentado pela sociedade, a fim de  com a finalidade de prover subsistência ao segurado ou seus dependentes em momento de morte, perda ou redução da capacidade laboral, desemprego ou maternidade.
Para Savaris (2011), a proteção previdenciária “visa proteger a pessoa humana contra toda forma de degradação (provendo-lhe segurança material) e pavimentar qualquer possibilidade de convívio social pacífico, harmônico e cooperativo.”. 
No entanto, a sociedade vem se deparando com situações totalmente questionáveis, como exemplo: benefícios negados de maneira totalmente indevida, suspensão injustificada de benefícios por incapacidade, etc.
Partindo para um breve raciocínio, se um segurado deixa de exercer atividade remunerada em virtude de alguma enfermidade ou acidente, e passa a gozar de benefício previdenciário (auxílio-doença), este será uma de suas únicas fontes de renda, visto que não se encontrará mais laborando.
No momento em que tal benefício é cessado de maneira indevida pela autarquia previdenciária, o segurado é exposto à miséria e demais situações degradantes, haja vista que não terá nenhuma fonte de renda para pagar sua alimentação, sua moradia, seus medicamentos. Logo, surgem todos os requisitos para a aplicação da responsabilidade civil objetiva, quais sejam: o ato ilícito, o dano, e o nexo de causalidade entre estes.
Tão claro, mas, aparentemente, os Tribunais Regionais Federais de nosso país entendem que a simples suspensão de benefício por incapacidade não ocasionam dano moral, mesmo que indevidos, se não, vejamos alguns entendimentos neste sentido:
PREVIDENCIÁRIO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. IMPROPRIEDADE. Incabível indenização por dano moral em razão do indevido cancelamento de benefício previdenciário, pois não possui o ato administrativo, de regra, o condão de provocar danos morais ao segurado. Precedentes.(TRF-4 - AC: 50645441720114047100 RS 5064544-17.2011.404.7100, Relator: ROGERIO FAVRETO, Data de Julgamento: 11/03/2013, QUINTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 18/03/2013)
PREVIDENCIÁRIO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. DESCABIMENTO. TEMPO ESPECIAL. APOSENTADORIA ESPECIAL. REQUISITOS. 1. A suspensão ou o indeferimento do benefício, por si só, não constitui ato ilegal por parte da Autarquia a caracterizar o dano moral. (TRF-4 - APELREEX: 50451474420124047000 PR 5045147-44.2012.404.7000, Relator: VÂNIA HACK DE ALMEIDA, Data de Julgamento: 30/07/2014, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 31/07/2014)
Analisa-se que na maioria dos casos de indeferimento do pedido de indenização por danos morais, a justificativa dos magistrados é de que não fora demonstrada a condição excepcional de abalo emocional do segurado, ou seja, em tese, não restara demonstrado o dano, em que pese viver a mercê da miséria não seja uma situação muito agradável, ainda mais, quando ocasionada por outrem. 
Importante consignar que, mesmo nas demandas judiciais, se vem encontrando uma grande demora até atingir-se o momento de reestabelecimento do benefício suspenso indevidamente.
VARGAS (1999) já ensinava que a prestação lenta da tutela buscada é um fator agonizante para aqueles que necessitam da mesma para garantir sua subsistência, diminuindo assim, o valor de justiça para com toda a sociedade. 
Raramente, encontram-se julgados na direção contrária, que aplicam severamente o instituto de indenização por danos morais contra o ente autárquico, quando verificados os requisitos já supracitados, se não, passemos a analisar a seguinte jurisprudência:
ADMINISTRATIVO. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA E REABILITAÇÃO. SENTENÇA COM ORDEM DE CUMPRIMENTO IMEDIATO. DESCUMPRIMENTO PELO INSS - RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. DANO MORAL E MATERIAL - CABÍVEIS. 1. A responsabilidade objetiva estatal advinda de falha no serviço previdenciário depende de comprovação de ato estatal, dano e nexo de causalidade. 2. Comprovada a demora no restabelecimento de auxílio-doença e reabilitação da autora, fica demonstrado que o ato estatal foi o causador de sofrimento e estresse desnecessário para a autora, cabendo ao INSS o pagamento de indenização por danos morais e materiais. 3. Indenização por dano moral fixada em R$ 50.000,00, de acordo com os parâmetros adotados por esta Corte em casos semelhantes. (TRF4, AC 5002623-81.2012.404.7113, Terceira Turma, Relator p/ Acórdão Fernando Quadros da Silva, juntado aos autos em 31/07/2014)
Como já corroborado anteriormente, a indenização possui três funções: a compensatória, a punitiva e a pedagógica. Estas duas últimas, quando aplicadas contra o Poder Público, ou, contra pessoa jurídicas, tem a finalidade de fazer com que, os serviços ou produtos oferecidos, ou, por direito, sejam sempre aprimorados, visando-se chegar ao mais próximo da perfeição, o que, infelizmente, ainda encontramo-nos muito longe.
Finalizando, o presente projeto de pesquisa se propõe, através do método hermenêutico, interpretar e demonstrar a real necessidade de se utilizar o instituto de indenização contra o Estado, quando este ocasionar danos a outrem, visando, sobretudo, trazer a busca pelo aprimoramento dos serviços públicos, beneficiando assim, toda sociedade.
10 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Para a execução do presente projeto foi proposto o cronograma abaixo.
	Etapa/Dia
	Dia 1
	Dia 2
	Dia 3
	Dia 4
	Dia 5
	Dia 6
	Dia 7
	Escolha do Tema de Pesquisa
	16/08
	
	
	
	
	
	
	Delimitação do problema
	16/08
	
	
	
	
	
	
	Revisão de Literatura (bibliográfica)
	
	
	23/08
	06/09
	
	
	
	Fundamentação teórica
	
	22/08
	
	
	
	
	
	Justificativa, objetivos, problematização, metodologia
	
	22/08
	
	
	
	
	
	Redação final; formatação nas normas ABNT
	
	
	
	06/09
	
	
	
	Entrega do Projeto
	
	
	
	
	
	
	07/10
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, Silvio Neves. Teoria Geral do Dano. São Paulo: Atlas, 2003. 21-24 p .
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Brasília, DF: Congresso Nacional. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso
em: 22 de agosto de 2015. 
BRASIL. Tribunal Regional Federal da 4 ª Região. Apelação: 50026238120124047113 RS, Relator: FERNANDO QUADROS DA SILVA, Rio Grande do Sul. 31/07/2014. Disponível em: http://jurisprudencia.trf4.jus.br/pesquisa/pesquisa.php?tipo=1. Acesso em: 22 de agosto de 2015.
BRASIL. Tribunal Regional Federal da 4 ª Região. Apelação: 50645441720114047100 RS, Relator: ROGERIO FAVRETO, Rio Grande do Sul. 11/03/2013. Disponível em: http://jurisprudencia.trf4.jus.br/pesquisa/pesquisa.php?tipo=1. Acesso em: 22 de agosto de 2015.
BRASIL. Tribunal Regional Federal da 4 ª Região. Apelação: 50451474420124047000 PR, Relator: VÂNIA HACK DE ALMEIDA, Paraná. 30/07/2014. Disponível em: http://jurisprudencia.trf4.jus.br/pesquisa/pesquisa.php?tipo=1. Acesso em: 22 de agosto de 2015.
OLIVEIRA, Milton. Dano Moral. São Paulo: LTR, 2006. 83 p.
SAVARIS, José Antonio. Curitiba, 2011. Prefácio. In: FOLMANN, Melissa. SOARES, João Marcelino. Revisões de Benefícios Previdenciários. Curitiba: Juruá Editora, 2011.
VARGAS, Jorge de Oliveira. Responsabilidade Civil do Estado – Pela Demora na Prestação da Tutela Jurisdicional. Curitiba: Juruá Editora, 1999. 59 p.
PLANO PROVISÓRIO
1 INTRODUÇÃO
2 O DANO MORAL NA HISTÓRIA E NA ATUALIDADE
3 O DANO MORAL PREVIDENCIÁRIO
4 A APLICAÇÃO DE INDENIZAÇÃO PARA DANO MORAL PREVIDENCIÁRIO
4.1 O POSICIONAMENTO DO PODER JUDICIÁRIO
4.2 A FUNÇÃO PUNITIVA, PEDAGÓGICA E REPARATÓRIA
4.3 OS CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO DE INDENIZAÇÃO
5 A NECESSIDADE DA APLICAÇÃO DO INSTITUTO DE INDENIZAÇÃO COM A IGUALDADE PRECONIZADA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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