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Sentença Arbitral Estrangeira - Renison Brilhante

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS 
ESCOLA SUPERIOR DE CIENCIAS SOCIAIS 
CURSO DE DIREITO 
DISCIPLINA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM 
 
 
 
 
 
 
SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA 
 
 
 
 
 
 
ACADÊMICO: RENISON CARLOS BRILHANTE RIBEIRO 
 
PROFESSOR: LEONARDO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
2014.2 
SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA 
 
RESUMO 
 
 A pacificação social é objeto de procura do homem desde a antiguidade, a partir de 
quando se viveu em comunidade o conflito existiu com diferentes possibilidades de solução 
conforme o tempo e o espaço. O homem moderno procura este objeto na tutela jurisdicional 
vez que vivemos em um contexto de vedação à autotutela. 
É sabido, porém, que o poder judiciário sozinho já não é capaz de atender ao anseio 
de justiça de seus tutelados com toda a capacidade de satisfação de tempos remotos, o 
cotidiano está nos tribunais que por sua vez, estão abarrotados com demandas litigiosas de 
todos os tipos. Neste cenário, surge uma alternativa para o alcance do clamor social, a 
Arbitragem. 
Fundada nos pilares da auto composição, autonomia da vontade das partes, 
celeridade e formalidade, a Arbitragem tem, cada vez mais, se mostrado como ferramenta 
eficaz na solução de litígios e satisfação de direitos. 
No campo das relações internacionais, a Arbitragem aparece como segurança entre as 
partes para negociar livremente sabendo que poderão dirimir quaisquer eventuais 
desentendimentos com rapidez e precisão. Neste contexto, é necessário discutir o 
procedimento para a homologação da sentença estrangeira, os requisitos para que esta 
decisão integre o ordenamento jurídico local e a conseguinte produção e efeitos da sentença 
estrangeira. 
É acerca deste fenômeno que trata este resumo expandido, indicando a importância 
da Arbitragem para a pacificação social e para a solidificação das relações internacionais. 
 
 
 
PALAVRAS CHAVE 
Convenção Arbitral - Relações Internacionais – Autonomia da Vontade – 
Homologação da Sentença Arbitral Estrangeira. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The social pacification is looking for the man since antiquity, from when he lived in 
community conflict existed with different possible solutions as time and space. Modern man 
seeks judicial review in this object since we live in a context of prohibited own justice 
It's musty , however, that the judiciary alone is no longer able to meet the desire for 
justice of their wards with all the ability to satisfy ancient times, what everyday life is the 
courts which in turn , are packed with contentious demands of all types , in this scenario , 
there is a alternative to the scope of public outcry , the Arbitration . 
Founded on the pillars of freedom choice, independent will of the parties, speed and 
formality Arbitration has , increasingly , been shown as an effective tool in solving disputes 
and satisfaction of rights. 
In the field of international relations, security Arbitration appears as between the 
parties to negotiate freely knowing you can resolve any potential misunderstandings quickly 
and accurately . In this vein, it is necessary to discuss the procedure for the approval of the 
foreign judgment, the requirements for this decision to integrate the legal venue and 
therefore production and the effects of the foreign judgment. 
It's about this phenomenon that this expanded abstract, indicating the importance of 
Arbitration for social peace and solidification of international relations. 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
Fato notório é que o Judiciário Brasileiro está congestionado, o país se tornou uma 
terra de litigantes onde conflitos de todos os tipos disputam atenção nos fóruns e tribunais 
inflacionados, de outro lado há a ineficiência do serviço prestado pelo poder supracitado, 
falta de funcionários e de infraestrutura que suporte a crescente demanda que se amontoa nas 
secretarias Brasil a fora. 
A morosidade da Justiça Brasileira ganha destaque todos os dias na mídia, que exibe 
casos que se arrastam pelos corredores burocráticos do inoperante Poder Judiciário há anos, 
e não são exceção, ao contrário, esta é a regra. 
Neste contexto, a Arbitragem surge como importante ferramenta de satisfação dos 
anseios dos litigantes de forma mais célere, harmoniosa e, mesmo, eficaz do que a do 
Sistema Judiciário nos moldes em que conhecemos. Vez que leva em consideração a 
autonomia da vontade das partes que se veem livres para transigirem em seus direitos com 
maior liberdade e independência sem que haja uma temerária informalidade. 
A Arbitragem se apresenta com a seriedade de um sistema no qual as partes e 
estipulam o prazo final para sua condução, que indicam os árbitros que avaliarão e decidirão 
a controvérsia instaurada, por óbvio, não há garantia maior de satisfação na condução e 
resolução do litígio, seja qual for sua origem. 
Historicamente, a Arbitragem tem se tornado, ainda que alternativamente, uma 
grande aliada na resolução de conflitos com importante movimento de desoneração do Poder 
Judiciário. Na verdade, a arbitragem, como método para a solução de certos litígios, advém 
já de muito tempo. Ela remota há mais de 3.000 a.C., sendo um dos institutos mais antigos. 
Os babilônicos resolviam seus conflitos de forma amigável pela via da arbitragem pública, 
enquanto os hebreus tentavam solucionar os problemas com a formação de um tribunal de 
arbitragem, contendas de direito privado. 
Na Grécia, entre as cidades-estados, havia um direito intermunicipal, no qual 
questionava-se a existência da arbitragem compromissória e da obrigatória. Resultado do 
laudo arbitral era gravado em placa de mármore ou de metal, colocado nos templos, para 
conhecimento de todos. 
O relacionamento dos gregos com os estrangeiros fez despontar o direito 
internacional privado na Grécia, as soluções arbitrais aos poucos deslocam-se para outras 
tantas situações públicas. 
Com o período Justiniano, a decisão arbitral tinha valor intrínseco. Cabia ao árbitro o 
exame e a decisão de pendências relativas ao preço na compra, na venda e na locação. 
Inicialmente, em Roma era inegável que o procedimento arbitral trazia vantagens. Somente 
recorria-se à Justiça Togada se a parte interessada tivesse certeza do sucesso ao final da 
demanda. 
A arbitragem no Brasil começou a ser legislada a partir de 1850, com o regulamento 
n.º 737, que no artigo 411 ao artigo 475, abordava a arbitragem submetida a iniciativa 
privada, tornando-se obrigatória em alguns assuntos comerciais. 
Com a Lei n.º 1350, de 13 de setembro de 1866, revogou-se o juízo arbitral. Já em 26 
de junho de 1867, com influência das relações marítimas volta-se a falar da justiça arbitral 
com o Decreto n.º 3900. 
A Assembleia da República, ao considerar a arbitragem como fator de desbloqueio 
dos tribunais judiciais, aprovou a Lei n.º 31 de 29 de agosto de 1986, que regula a 
arbitragem voluntária. Reconhecendo que a arbitragem voluntária possui virtudes de 
realização de uma justiça igualmente certa e dignificada, administrada pelos Tribunais 
Judiciais, o Governo aprovou o Decreto-Lei n.º 425 de 27 de dezembro de 1986, autorizando 
a criação de centros a funcionar, institucionalizada e permanentemente, como que 
profissionalizando a atividade. Finalmente, a lei 9.307/96 veio instituir a Arbitragem nos 
moldes como conhecemos atualmente. 
 
 
ARBITRAGEM INTERNACIONAL 
 
A lei Brasileira não define em seu texto, de forma taxativa, portanto, o que vem a ser 
Arbitragem Internacional indo de encontro ao entendimento do Direito comparado de adotar 
o critério geográfico, ou seja, aquele que considera o lugar da sentença, a sede do foro eleito 
pelas partespara dirimir o conflito. 
Com efeito, como salienta Carmona (2007) a Lei n° 9.307 em nenhum momento se 
refere ao conceito de sede ou lugar da arbitragem. Prefere aludir, no inciso IV do artigo 10, 
ao “lugar em que será proferida a sentença arbitral” a ser mencionado obrigatoriamente no 
compromisso. Dentre os requisitos da sentença arbitral, o artigo 26 inclui a menção do 
“lugar em que foi proferida”. O parágrafo único do artigo 34 define como sentença arbitral 
estrangeira a proferida fora do território nacional. 
A nossa lei afastou-se, portanto, da orientação adotada pela Lei Modelo da França, 
por exemplo, e pelas leis nacionais dos países de posição mais destacada no cenário 
internacional de arbitragem. Com efeito, em todos esses países - com a exceção, talvez 
única, da Espanha - a sede ou lugar da arbitragem é conceito central, em torno do qual 
gravitam, com absoluta coerência, as mais relevantes disposições legais sobre a matéria, que 
determinam a liberdade das partes para escolher a sede do juizado arbitral que discutirá o 
direto decidindo a lide, que a lei nacional da arbitragem – aquela aplicável ao lugar onde o 
conflito será dirimido – será aplicada mesmo sem a vontade das partes, a sentença é havida 
como proferida no lugar da sede da arbitragem, as nulidades da sentença também serão 
discutidas pela Lei Sede, ou seja, a lei do lugar onde se deu sua prolação, é estrangeira a 
sentença em arbitragem regida por Lei da Sede estrangeira, ou seja, aquela em que a sede ou 
lugar da arbitragem se localize em um país estrangeiro, conforme prevê o parágrafo único do 
artigo 34 da Lei 9307/96:“Considera-se sentença arbitral estrangeira a que tenha sido 
proferida fora do território nacional.” 
Mais que o critério geográfico, isto é, o lugar da resolução do conflito, a sede do 
juízo arbitral, a nacionalidade das partes também é fator determinante para a classificação da 
arbitragem como estrangeira ou doméstica. De um lado, se as partes tem o mesmo domicilio, 
elegem este foro para dirimir quaisquer litígios acerca deste, por óbvio, trata-se de 
arbitragem domestica. De outro lado, são dois os critérios que fazem da arbitragem um 
modelo internacional: A natureza da disputa se o objeto da lide envolve um interesse do 
comércio internacional. e a nacionalidade ou domicilio das partes se as partes possuem 
nacionalidades distintas, o lugar de residência, ou no caso de empresas o lugar onde está 
instalada a matriz . 
Esses critérios, entretanto, não estão engessados e podem variar de acordo com a lei 
dos lugares onde se instalarem os litígios, na França a arbitragem será internacional se 
envolve um interesse comercial internacional não importa que o contrato ainda não tenha 
sido realizado, mas sim se o negócio envolve transferência de mercadorias ou serviços além 
das fronteiras nacionais ou duas empresas francesas possuem pendências na França 
envolvendo uma transação econômica fora do Estado, enquanto na Suíça a nacionalidade 
das partes determina se a arbitragem é internacional ou nacional, a arbitragem é 
internacional quando no momento da conclusão do termo arbitral, pelo menos uma das 
partes não era domiciliada ou residente habitual do país. 
O Brasil adota o critério da sede da arbitragem como se depreende do artigo 34, 
parágrafo único da Lei 9.307/96, Por conseguinte, a sentença arbitral que for proferida em 
território nacional é considerada doméstica, mesmo envolvendo partes sediadas no exterior, 
sendo o objeto da arbitragem conectado ao exterior, e a lei de regência ser a de um país 
estrangeiro. Como resultado, verifica-se não ser necessário esta ser homologada pelo 
Supremo Tribunal Nacional – STF para ser executada no país. 
 
HOMOLOGAÇÃO DE UMA SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 
O processo homologatório da sentença estrangeira no Brasil se dá pelo meio 
chamado juízo delibatório sobre o qual, brilhantemente André Albuquerque Abbud leciona: 
No juízo delibatório a cognitio desempenhada pelo magistrado é limitada em sua extensão, 
isto é, horizontalmente, pois tem sua área de incidência permitida restrita às questões 
jurídicas ou fáticas relativas aos exclusivos requisitos legais a que subordinada à 
homologação. Em perspectiva vertical, no entanto, a cognição sobre essas específicas 
questões não é superficial, ou sumaria, mas profunda, ou exauriente, na medida em que o 
juiz não está sujeito a condicionamentos no trabalho intelectual voltado ao deslinde das 
questões cognoscíveis, o juízo delibatório é a avalição do atendimento dos requisitos 
necessários à sentença para que esta tenha o condão de produzir efeitos no território 
nacional, significa sabatinar, examinar a decisão para que enfim ela possa ingressar no 
ordenamento jurídico brasileiro, conforme prevê o artigo 483 do Código de Processo Civil 
brasileiro: - "a sentença proferida por tribunal estrangeiro não terá eficácia no Brasil senão 
depois de homologada pelo Supremo Tribunal Federal,". - Assim que, a fim de decidir 
sobre esta aptidão, o órgão competente verificará se foram atendidos certos requisitos 
impostos por lei. Em derredor do atendimento ou não desses requisitos que se erigem as 
questões de mérito do processo homologatório. 
Os principais efeitos deste reconhecimento aparecem no momento em que a decisão 
passa – somente após esse exercício- a integrar o sistema jurídico nacional e pode 
plenamente passar à execução produzindo os efeitos a que se destina. 
 
CONCLUSÃO 
 
 De tudo exposto, é fácil compreender que a arbitragem embora tenha um papel de 
instituto privado, atua na sociedade na forma de pacificador de conflitos, no âmbito nacional 
e internacional, seu desenvolvimento mostra-se intrinsecamente ligado à ideia de paz social, 
um estado de bem-estar e liberdade em que cada indivíduo é livre para pactuar o método de 
resolução do conflito no qual se acha. Um método alternativo de resolução de conflitos e 
controvérsias. Todo o procedimento arbitral visa a celeridade e a ausência de formalidades, 
devendo ser esse seu foco. O principal objetivo é o consenso, através do estímulo à 
negociação. 
É importante destacar que com o advento da nova lei de arbitragem, nº 9.307 de 
1996, o Brasil ganha um importante status de país compromissado com as demandas 
internacionais de acesso à justiça e de parceiro comercial confiável. Afinal, dota de 
efetividade e de maior circulação as sentenças arbitrais estrangeiras, que antes não possuíam, 
sequer, uma especificidade quanto à sua homologação, parece passo importantíssimo para 
que o país se firme de vez na rota dos investimentos estrangeiros, vez que, a certeza de 
resolução célere de qualquer conflito em virtude do contrato, além de representar uma 
efetividade no cumprimento da sentença de maneira satisfatória, que seja pela morosidade, 
seja pela falta de cotidiano deste tipo de demanda no Judiciário não era possível até então. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e Processo: Um Comentário à Lei no 9.307/96. 2. 
ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Homologação de sentença estrangeira: ofensa à ordem 
pública. Revista do Advogado, v. 26, n. 88, p. 75-87, Nov.2006. 
 
FIGUEIRA JUNIOR, Joel Dias. Arbitragem: Jurisdição e Execução: Análise Crítica da Lei 
9.307/96. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999. 
 
MARTINS, Pedro A. Batista. A recepção nacional às sentenças arbitrais Prolatadas no 
Exterior. In aspectos fundamentais da lei de arbitragem. Rio de Janeiro: Forense, 1999. 
 
ABBUD, Carlos de Albuquerque Cavalcanti. Homologação de sentenças arbitrais 
estrangeiras. São Paulo: Atlas, 2008 
 
ALVIM, J. E. Carreira. Comentários a Lei de Arbitragem (Lei n. 9.307 de 23/09/1996),Rio 
de Janeiro: Lumem Júris, 2002. 
 
CÂMARA, Alexandre Freitas. Arbitragem – Lei no 9.307/96. 2a ed. Rio de Janeiro: Lumem 
Júris, 2002

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